quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Mudança de presidente no Bradesco é parte de estratégia robusta para próximos anos, diz Trabuco

Bradesco apresenta novo logo, que não sofria alterações desde 2012 • B9

O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que a nomeação de Marcelo Noronha para presidir o banco tem como objetivo uma nova era no conglomerado em meio a um cenário desafiador sob as óticas de eficiência operacional, competitividade e regulação.

“A mudança tem o propósito de iniciar um ciclo de projetos e objetivos estratégicos robustos para os próximos anos”, afirmou Trabuco, em nota à imprensa. “O contexto de mercado é absolutamente desafiador, do ponto de vista da eficiência operacional, aumento da competitividade e ambiente regulatório”, acrescentou.

Sem entrar nos detalhes na razão que levaram à troca de comando no banco, Trabuco disse que cada geração de executivos tem o seu “momento de maturação, ritos de passagem e patrimônios acumulados como legado”.

“O momento representa um cenário propício para dar visão renovada aos movimentos necessários em direção aos objetivos colocados pelo Conselho de Administração do Bradesco”, afirma Trabuco.

Ele, que presidiu o banco por quase uma década antes de assumir o comando do colegiado, teceu ainda elogios ao novo presidente do Bradesco. “Marcelo Noronha apresenta carreira consistente, sólida, e acreditamos que suas prerrogativas serão adequadas e compatíveis à conjuntura econômica e às exigências do mercado”, diz.

 

Lula instala Comissão Nacional do G20 em cerimônia em Brasília

Candidate of Worker’s Party Luiz Inácio Lula Da Silva speaks during the first presidential debate ahead of October 02 elections at TV Bandeirantes...


SÃO PAULO, 23 NOV (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou nesta quinta-feira (23) uma comissão administrativa para a coordenação da presidência brasileira no G20, que começará a partir do dia 1° de dezembro.   

De acordo com o petista, este possivelmente é o mais importante evento internacional que o Brasil vai assumir a responsabilidade de coordenar.   

Durante cerimônia em Brasília, Lula destacou as prioridades da gestão brasileira, como o combate à desigualdade, à fome, à pobreza, além da luta contra as mudanças climáticas e a transição energética.   

Para o líder brasileiro, a “transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20”.   

Em seu discurso, Lula também disse que quer fazer uma “grande discussão” sobre a governança mundial e o funcionamento das instituições multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.   

Segundo ele, é preciso que essas instituições deem prioridade às necessidades dos países em desenvolvimento e avaliem formas de renegociação de dívidas de nações em crise, como a Argentina.   

O presidente enfatizou que não é possível que as instituições “continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido”.   

“Muitas vezes instituições que emprestam dinheiro, não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países, estamos vendo o que aconteceu na Argentina, estamos vendo o continente africano com US$ 800 bi de dívida e que se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para países pobres a gente não vai ter solução”, explicou.   

A Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência Brasileira do G20 será composta por 39 órgãos do governo, divididos em dois grupos.   

Conforme divulgado por Lula, o governo divulgará a partir de dezembro calendários e notas que vão orientar os trabalhos relacionados ao G20. Durante a cerimônia também eativeram presentes ministros do governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. (ANSA).  

 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Sobre Argentina, Campos Neto diz não conseguir ver como acabar com todas as funções de um BC

Integrantes do PT dizem que declarações de Campos Neto ...

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 22, que não vê como eliminar todas as funções que são executadas por um banco central e que é preciso entender melhor qual é o plano do presidente eleito da Argentina, Javier Milei. Desde a época de campanha, Milei tem prometido fechar o BC argentino.

“É óbvio que, com a dolarização, uma função do BC deixa de existir, mas um banco central tem o mandato de estabilidade da moeda e de estabilidade financeira. Isso significa que o BC faz função de conduta, supervisão e regulação financeira, que alguém tem que fazer”, argumentou Campos Neto. “Há também uma parte de controle de fluxos internacionais, de entrada e saída de moeda, independente da sua moeda.”

Campos Neto relembrou que, na União Europeia, mesmo com uma moeda única, os países têm seus próprios bancos centrais, com função de regulação e supervisão individual. “Não consigo ver como eliminar todas essas funções. Acho bem perto do impossível”, disse.

O presidente do BC reiterou que não conhece o plano de Milei, mas que entende que há necessidade de buscar uma âncora de credibilidade no país, sobre a proposta de dolarização. “O peso perdeu totalmente a função de credibilidade e é uma economia que já é basicamente dolarizada. As pessoas pensam em dólar, mesmo que negociem em peso”, afirmou.

O banqueiro central também analisou que há uma percepção na Argentina de que o banco central local foi em parte responsável pela degradação da moeda, “ao ser usado como instrumento para financiar o governo de forma obscura por muito tempo.” Ele frisou que isso não seria possível no Brasil, devido à autonomia do BC.

O processo de perda de credibilidade da Argentina foi longo e começou com a perda de independência do BC, defendeu. Campos Neto frisou, porém, que seria importante não acabar com o banco central, mas sim ter uma instituição que funcionasse.

O banqueiro central emendou que essa é uma lição importante para o Brasil. “É importante ter um BC autônomo, robusto e com bons funcionários, pessoas capacitadas. É importante cumprir e ter credibilidade também no cronograma de metas fiscais para indicar uma trajetória de dívida sustentável.”

Campos Neto participou de café da manhã com a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, no Senado Federal.

Reforma tributária não contribui para elevação das atuais alíquotas modais do ICMS, diz Fazenda

Portal de Dados Abertos

A Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda divulgou nota nesta quarta-feira, 22, afirmando que a reforma tributária não contribui para a elevação das atuais alíquotas modais do ICMS, como alguns Estados vêm argumentando. Mais cedo, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou que o secretário da Pasta, Bernard Appy, já rechaçava essa tese.

O argumento de alguns Estados para elevar a alíquota modal do ICMS é que a futura divisão do tributo estadual, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), dependerá da receita média entre 2024 e 2028.

Na avaliação do grupo de Estados do Sul e Sudeste, eles seriam prejudicados em relação a Estados do Norte e Nordeste que já elevaram suas alíquotas modais. Para a Fazenda, essa futura divisão do IBS “não parece ser a razão para o aumento das alíquotas do ICMS neste momento”.

A Pasta lembra que o texto da tributária em discussão no Congresso define que haverá uma alíquota de referência estadual do IBS, a ser fixada pelo Senado, e adotada automaticamente na transição. Ela manterá a proporção entre a carga tributária e o PIB, com previsão de trava para redução em caso de excesso em relação à média do período 2012 a 2021.

“Mas a Reforma Tributária mantém a autonomia para os Estados fixarem a sua alíquota do IBS abaixo ou acima da alíquota de referência. Caso algum estado julgue que sua arrecadação no período de 2024 a 2028 não reflete adequadamente sua participação histórica no total da arrecadação do ICMS, nada impede que ele eleve sua alíquota do IBS”, argumenta a Fazenda.

A nota prossegue afirmando que, para a arrecadação do IBS estadual, haveria o mesmo efeito caso haja uma elevação do ICMS entre 2024 e 2028 ou da alíquota do IBS a partir de 2029 – ou a partir de 2033, quando o IBS passa a vigorar integralmente. “A Reforma Tributária não justifica, portanto, a elevação no curto prazo da alíquota modal do ICMS como forma de proteger a arrecadação futura do IBS”, diz a pasta.

A Fazenda pontua que a redução da alíquota do ICMS sobre energia elétrica, comunicações e combustíveis, em decorrência da Leis Complementares 194/2022 e 192/2022, teve efeitos sobre a arrecadação estadual. “Essa, aliás, foi a razão apresentada por 17 estados que já elevaram suas alíquotas modais de ICMS desde o final de 2022, antes da publicação do relatório da PEC 45 contendo a referência ao período de 2024 a 2028”, diz a nota. A Pasta frisa que o Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz) já publicou nota calculando qual deveria ser a elevação da alíquota modal do ICMS para recompor a perda de receita decorrente das duas leis.

“No mesmo sentido, a própria nota assinada pelos Secretários da Fazenda de seis dos sete Estados do Sul e Sudeste que apontam a Reforma Tributária como motivo para a elevação da alíquota modal do ICMS indica que a perda de arrecadação decorrente das mudanças introduzidas na legislação federal em 2022 é também uma razão para a elevação das alíquotas modais do imposto”, diz o texto.

Segundo a Fazenda, o efeito das mudanças sobre arrecadação de ICMS com combustíveis, energia, transporte e comunicações é muito relevante. “De uma média histórica próxima a 2,4% do PIB, a receita de ICMS sobre as blue chips caiu para 1,6% do PIB no período recente. Pelo exposto, não há razão técnica para apontar a Reforma Tributária como justificativa para a elevação da alíquota modal do ICMS neste momento”, encerra a nota.

 

Brasil tem superávit de US$ 2 bilhões e corrente de comércio de US$ 10 bilhões na 3ª semana de novembro



Resultado é referente a exportações de US$ 6,05 bilhões e importações de US$ 4,09 bilhões. Números foram divulgados nesta segunda-feira pela Secex/MDIC 

 Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

A balança comercial da 3ª semana de novembro de 2023 registrou superávit de US$ 1,963 bilhão e corrente de comércio de US$ 10,148 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 6,055 bilhões e importações de US$ 4,092 bilhões.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (20) pela secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). 

No mês, as exportações somam US$ 17,226 bilhões e as importações, US$ 11,222 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,003 bilhões e corrente de comércio de US$ 28,448 bilhões.

No ano, as exportações totalizam US$ 300,014 bilhões e as importações, US$ 213,502 bilhões, com saldo positivo de US$ 86,512 bilhões e corrente de comércio de US$ 513,516 bilhões.

 Comparativo Mensal


Nas exportações, comparadas as médias até a 3ª semana de novembro/2023 (US$ 1, 56 bilhão) com a de novembro/2022 (US$ 1,38 bilhão), houve crescimento de 13,3%. 

 

Comparando-se este período com a média de novembro/2022, houve crescimento de 5,3% na corrente de comércio.

Exportações por Setor e Produtos


No acumulado até a 3ª semana do mês de novembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 79,97 milhões (32,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 86,9 milhões (24,7%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 19,77 milhões (2,6%) em produtos da Indústria de Transformação.

 

Importações por Setor e Produtos


No acumulado até a 3ª semana do mês de novembro/2023, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 2,01 milhões (-9,8%) em Agropecuária; queda de US$ 18,93 milhões (-23,0%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 24,79 milhões (-2,6%) em produtos da Indústria de Transformação.

Safra questiona pedido da Americanas para agendar assembleias de credores


Homem passa em frente às Lojas Americanas em Brasília

Homem passa em frente às Lojas Americanas em Brasília (Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino)

 

O Banco Safra está questionando na Justiça como é possível à Americanas solicitar o agendamento oficial de assembleias de credores sem ao menos ter cumprido os ritos estabelecidos na legislação. De acordo com o banco, a empresa age como se tudo pudesse, como se houvesse exceções a seu favor, em detrimento a outras empresas que entram no regime de recuperação judicial e passam por todas as exigências que a lei lhes impõe.

Além dos constantes atrasos, injustificados, a empresa ainda não apresentou os balanços referentes aos últimos três anos. Isso significa omitir dos credores o status de sua real saúde financeira. Para o Safra, são documentos essenciais que podem permitir aos credores conhecer a situação econômica da empresa antes de, por exemplo, votar o plano de recuperação judicial. Além disso, esses balanços são exigidos expressamente pela legislação.

Segundo o Safra, a Americanas não pode pleitear o agendamento das assembleias sem que tenha cumprida outra condição essencial e prévia para o andamento do processo. Há a falta de uma lista de credores atualizada para o dia 19 de janeiro de 2023, como já decidido pelo Tribunal de Justiça do Rio em recurso do próprio Safra. O administrador judicial do processo preparou somente uma lista com data de 12 de janeiro de 2023 e ignorou a data de 19 de janeiro.

Essa lista do dia 19 de janeiro de 2023, informa o banco, é importante para que todos saibam quem são os credores e quais são os valores dos créditos, para fins de verificação dos quóruns nas assembleias de credores.

 

É importante insistir no arcabouço fiscal, reitera Campos Neto

Líder do Governo quer que Campos Neto explique no Senado | Política

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta quarta-feira, 22, que é importante insistir no arcabouço fiscal. O banqueiro central defendeu que o grande benefício da regra é permitir a projeção de decisões futuras. “Se você faz e abandona, os economistas terão dificuldade para estimar qual será a dívida do Brasil no futuro. Se tem dificuldade, insere incerteza e prêmio de risco. Isso significa que o juro fica mais caro no longo prazo”, emendou.

Campos Neto repetiu que não há uma relação mecânica entre as políticas fiscal e monetária, mas disse que no Brasil há uma história grande de conexão entre elas.

Sobre as metas de resultado fiscal, o presidente do BC afirmou que há uma dissonância entre o que mercado espera e o que o governo tem prometido, muito atrelada à dúvida sobre a capacidade de o governo atingir a arrecadação necessária.

Em outro momento, ao falar sobre a manutenção da meta de inflação em 3% e o efeito benéfico dessa decisão sobre as expectativas do mercado, o banqueiro central disse que “gerar ruídos em relação a metas ou fazer a meta e depois desacreditá-la tem um custo de credibilidade muito grande”.

Campos Neto participou de café da manhã com a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, no Senado Federal.