quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Hospital de São Paulo se recusa a colocar DIU em paciente por questões religiosas

 Hospital São Camilo Pompeia - Anahp


Uma paciente relatou que, depois de realizar uma consulta, o Hospital São Camilo, em São Paulo, se negou a realizar a colocação do dispositivo intrauterino (DIU), um método contraceptivo de longo prazo e que é totalmente reversível. Por meio de seu perfil no X (antigo Twitter), Leonor Macedo falou sobre a recusa da instituição médica, que aconteceu na unidade da Pompeia, bairro da zona oeste.

“Vocês acham que é fácil ser mulher? Fui a uma consulta no Hospital São Camilo e a médica me informou que não pode colocar o DIU em mulheres porque isso vai contra os valores religiosos da instituição”, afirmou ela.

Ela disse ainda que o Hospital São Camilo entrou em contato para explicar que não realiza procedimentos contraceptivos em mulheres nem em homens. Segundo Leonor, foi uma conversa respeitosa, no entanto, ela criticou a postura do hospital.

Em uma das respostas aos seus comentários, uma internauta cita que o marido também recebeu a informação de que o Hospital São Camilo não realiza vasectomia. O próprio médico, no entanto, se ofereceu para realizar o procedimento contraceptivo no seu consultório particular. A consulta também foi realizada na unidade da Pompeia.

“O Hospital São Camilo disse que só coloca o DIU no caso de endometriose grave, mas não como método contraceptivo. Explicou que é uma instituição religiosa e que segue os preceitos da Igreja Católica e do Vaticano”, acrescentou Leonora.

Também por meio das redes sociais, o Hospital São Camilo SP confirmou que, por diretrizes de uma instituição católica, não há realização de procedimentos contraceptivos, seja em homens ou mulheres.

Em nota enviada na manhã desta quarta-feira, 24, a Rede de Hospitais São Camilo – SP reforçou que, por ser uma instituição confessional católica, tem como diretriz não realizar procedimentos contraceptivos. “Tais procedimentos são realizados apenas em casos que envolvam riscos à manutenção da vida.”

Os pacientes que procuram pela Rede de Hospitais São Camilo – SP e não estão com a saúde em risco são orientados a buscar na rede referenciada do seu plano de saúde hospitais que tenham esse procedimento contratualizado.

Em nota, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), que representa 51 mil serviços privados de saúde, disse que acredita que, desde que o hospital não deixe o paciente correr risco de vida e que o preceito de atendimento de emergência seja cumprido, as instituições de saúde têm o direito de implantarem suas próprias políticas de atendimento.

Procurado, o Ministério da Saúde não comentou o caso envolvendo o Hospital São Camilo, apenas disse que o acesso aos métodos contraceptivos pelo sistema de saúde é direito de todas as brasileiras. “Cabe à pasta garantir a oferta de diversos métodos, assim como informações, acolhimento e orientação sobre planejamento familiar nos serviços vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).”

Hospital pode se recusar a colocar DIU ou outros métodos contraceptivos por questões religiosas?

“Se não há risco para a integridade da saúde do paciente, o hospital privado pode se negar a realizar o procedimento por preceitos religiosos”, afirma Mérces da Silva Nunes, mestre e doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e especialista em Direito Médico e Bioética pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A situação muda quando a vida do paciente está em risco. “Nesse caso, não há possibilidade de ser invocada, tanto pela instituição como pelos profissionais de saúde, qualquer convicção religiosa com o propósito de evitar a realização de um determinado procedimento. Isso seria inconcebível e o caso seguiria para apuração de responsabilidade na esfera criminal”, disse a advogada.

Como paciente deve proceder caso o procedimento seja negado pelo hospital por questão religiosa?

O paciente deverá procurar outro hospital credenciado no seu plano de saúde para realizar o procedimento.


GPA conclui venda de fatia no Éxito e levanta US$ 156 milhões

 


GPA conclui venda de fatia no Éxito e levanta US$ 156 mi

Desde o segundo trimestre do ano passado o GPA recebeu 1,5 bilhão de reais com venda de ativos considerados não essenciais. (Crédito: Divulgação )

 

O Grupo Pão de Açúcar anunciou o recebimento de US$ 156,4 milhões com a venda total da participação no grupo Éxito, do varejo colombiano. Desde o segundo trimestre do ano passado o GPA recebeu 1,5 bilhão de reais com venda de ativos considerados não essenciais.

“A conclusão da venda do Éxito marca o estágio mais relevante do plano de venda de ativos não core com o objetivo de não apenas reduzir a alavancagem financeira da companhia, mas também melhorar a eficiência na alocação de capital”, afirmou o GPA.

“A companhia segue em negociação para a conclusão da venda de outros ativos ‘não core’ conforme seu plano de redução de alavancagem”, afirmou a empresa.

Com Reuters.


Entidades da indústria do Sul reagem ao programa Nova Indústria Brasil

 


O programa tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro 
 
De maneira geral, os representantes de diversos segmentos da indústria classificaram o plano como moderno e positivo. (Crédito da imagem: Divulgação CNI)

 

Lançado nesta segunda-feira (22), o programa Nova Indústria Brasil vem sendo avaliado pelas entidades do setor da região Sul. De maneira geral, os representantes de diversos segmentos da indústria classificaram o plano como moderno e positivo, num momento em que diversas economias desenvolvidas retomam as políticas industriais. O programa tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção estão agroindústria, saúde, infraestrutura urbana, tecnologia da informação, bioeconomia e defesa. A maior parte dos recursos virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, "o programa fortalece o setor no país, sobretudo em Santa Catarina, que é um estado industrializado e tem na indústria seu grande vetor de desenvolvimento." Ainda segundo ele, o aporte de R$ 300 bilhões em recursos (entre reembolsáveis e não-reembolsáveis) são fundamentais e vão estimular os investimentos em tecnologia e inovação, com foco na neoindustrialização. O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explica que a nova política adotada pelo Brasil está em linha com as melhores práticas internacionais. "As empresas catarinenses podem encontrar diversas possibilidades, mas sempre é preciso ter em perspectiva que a política trata do desenvolvimento de tecnologias voltadas ao novo paradigma, como novos materiais, especialmente em áreas como biotecnologia, nanotecnologia e ciência de dados, que encontram, em Santa Catarina, um conjunto de empresas especializadas", disse.

Já para a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), o novo plano industrial é importante por colocar o setor no centro do crescimento. "É importante que as autoridades máximas do País tenham reconhecido o papel da indústria como o setor básico para o desenvolvimento nacional", destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. "A agricultura de precisão, por exemplo, se consolidou através de máquinas e equipamentos fabricados pelo setor, assim como não existiria o comércio virtual sem a indústria da tecnologia de informação. Portanto, estamos na base de qualquer processo de desenvolvimento efetivo e bem planejado", reforçou. 

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) também elogia a medida, mas mantém-se mais cautelosa em relação aos avanços. "Precisamos que essas e outras medidas tão necessárias para nossa competitividade não fiquem apenas no campo do discurso, mas estimulem de fato uma modernização para que a indústria seja a verdadeira indutora do desenvolvimento do país", ressaltou o presidente da instituição, Edson Vasconcelos. "Na maioria dessas áreas, o Paraná já está muito avançado e é referência no país. No caso da agroindústria, por exemplo, nossas cooperativas já industrializam cerca de 48% de sua produção agrícola, em um processo que segue evoluindo com novos investimentos a cada ano. O Paraná também já possui uma matriz energética limpa e é referência na área de biocombustíveis, mas pode avançar ainda mais nos processos de descarbonização", afirmou.

Outro aspecto positivo, na opinião de Vasconcelos, é a prioridade que o programa dá ao uso de compras governamentais e subvenções para incentivar alguns setores. O presidente da Fiep afirma ser importante, também, um olhar atento a segmentos estratégicos na geração de empregos e renda que, atualmente, sofrem com a concorrência desleal de produtos importados, como é o caso da indústria do vestuário. "Nesse caso, é essencial que o governo federal haja imediatamente para não causar danos profundos nessas cadeias produtivas", completou Vasconcelos.

 

 https://amanha.com.br/categoria/industria/entidades-de-industrias-do-sul-reagem-ao-programa-nova-industria-brasil

Decretos qualificam empreendimentos públicos do setor portuário no âmbito do PPI

 Brazilian leftist presidential pre-candidate Lula Da Silva speaks during a campaign rally at Centro de Convenções Ulysses Guimarães on July 12, 2022...


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, editou decretos, publicados no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 24, que qualificam empreendimentos públicos federais do setor portuário no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

O primeiro decreto qualifica os seguintes empreendimentos do setor portuário: Terminal STS33, no Porto Organizado de Santos, em São Paulo, que abrange a área de 51.460 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de carga geral, de projeto ou conteinerizada; Terminal RIG10, no Porto Organizado do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que abrange a área de 8.670 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de carga geral; Terminal MUC04, no Porto Organizado de Fortaleza, no Ceará, que abrange a área de 134.795 metros quadrados e 17 decímetros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de contêineres; Terminal POA26, no Porto Organizado de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que abrange a área de 22.052 metros quadrados e 40 decímetros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido vegetal e mineral; e Terminal RDJ11, no Porto Organizado do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, que abrange a área de 9.010 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de cargas gerais não conteinerizadas, especialmente produtos siderúrgicos.

Um outro decreto dispõe sobre a qualificação no PPI dos seguintes empreendimentos do setor portuário: Terminal VDC29, no Porto Organizado de Vila do Conde, Estado do Pará, que abrange a área de 67.448 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais; Terminal RDJ10, no Porto Organizado do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, que abrange a área de 15.600 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de cargas gerais não conteinerizadas; Terminal MAC15, no Porto Organizado de Maceió, em Alagoas, que abrange a área de 41.818 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, especialmente sal; Terminal RDJ07, no Porto Organizado do Rio de Janeiro, que abrange a área de 52.450 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de carga geral e granel líquido – Apoio Logístico Offshore; Terminal MCP03, no Porto Organizado de Santana, no Amapá, que abrange a área de 11.677 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, especialmente soja e milho; Terminal REC04, no Porto Organizado de Recife, em Pernambuco, que abrange a área de 9.677 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido e carga geral; Terminal REC08, no Porto Organizado de Recife, Pernambuco, que abrange a área de 7.157 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido vegetal; Terminal REC09, no Porto Organizado de Recife, Pernambuco, que abrange a área de 7.760 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido e carga geral; Terminal REC10, no Porto Organizado de Recife, Pernambuco, que abrange a área de 4.462 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido e carga geral; Terminal POA02, no Porto Organizado de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que abrange a área de 21.150 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granel sólido; e Canal de Acesso Aquaviário do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana

O governo também editou Decreto para qualificar o Museu Histórico do Exército Brasileiro e o Forte de Copacabana e áreas do Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro no âmbito do PPI.

Estão qualificados ao programa: Museu Histórico do Exército Brasileiro e do Forte de Copacabana, localizados no Rio de Janeiro; e áreas do Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro,
localizadas no Estado do Amazonas.

Na França, Casino fecha acordo para vender quase todos os super e hipermecados

 


 Homepage - Casino Group - Groupe Casino

O Casino Guichard-Perrachon anunciou nesta quarta-feira, 24, que fechou acordo para vender quase todos os seus super e hipermercados na França ao Groupement Les Mousquetaires e ao Auchan Retail France por um valor entre 1,3 bilhão e 1,35 bilhão de euros. As empresas estavam em negociações exclusivas havia cerca de um mês.

O pacote inclui 288 lojas e a expectativa é de que a venda seja concluída no segundo trimestre deste ano, após consultas com os representantes dos trabalhadoras.

O negócio é parte de um processo de reestruturação do endividado varejista francês, que controla o Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, mas já sinalizou intenção de se desfazer da participação majoritária na empresa.

Em outubro, a companhia fechou acordo de injeção de capital com um consórcio liderado pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky.

À espera da notícia, a ação do Casino foram suspensas, nesta quarta-feira, na Bolsa de Paris. Na terça, o papel saltou 8%, diante de especulações sobre o tema.


‘A maioria não rendeu aquilo que prometia’, diz Haddad sobre desoneração da folha

 


'A maioria não rendeu aquilo que prometia', diz Haddad sobre desoneração da folha

Era preciso fazer com que os setores se adaptassem à nova realidade tributária do país, que a reforma tributária inaugura com muita felicidade”, afirmou. (Crédito: Diogo Zacarias / MF)

Em entrevista para o programa Roda Viva (TV Cultura) desta segunda-feira, 22, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que é favorável a reonerar os 17 setores da economia que estão na lista de desoneração da folha de pagamentos, e que os considera privilégios.

“De cada dez economistas, pelo menos nove concordam que esses jabutis, esses privilégios, precisam ser revistos, até porque a maioria não rendeu aquilo que prometia quando foi inaugurada. Mas nós compreendemos, em todos os casos, que eles não deveriam acabar de uma vez por todas de uma hora para outra. Era preciso fazer com que os setores se adaptassem à nova realidade tributária do país, que a reforma tributária inaugura com muita felicidade”, afirmou.

Na última semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a medida provisória (MP) que retoma impostos sobre salários seria revogada, e que o governo deve voltar atrás sobre o tema da desoneração da folha de pagamento.

A desoneração da folha foi instituída em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e substitui a contribuição patronal de 20% para a Previdência, que incide sobre os salários dos funcionários, por uma tributação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na proposta do governo Lula (PT), haveria uma reoneração gradual: a partir de abril de 2024, empresas começam a pagar uma alíquota

O governo federal apresentou uma “reoneração gradual” da folha de pagamentos. A partir de abril de 2024, as empresas vão começar a pagar uma alíquota de imposto (10%) por ano, chegando a 18,75% em 2027. Em 2028, volta a cobrança dos 20% de Contribuição Previdenciária Patronal.

Com Estadão.


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Governo anuncia programa Nova Indústria Brasil: entenda as medidas

 


Plano pretende impulsionar indústria nacional até 2033 
 
 
A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro

 

O governo federal aprovou nesta segunda-feira (22) um plano de ações para estimular o desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Chamado Nova Indústria Brasil (NIB), o programa tem, como centro, metas e ações que, até 2033, pretendem estimular o desenvolvimento do país por meio de estímulos à inovação e à sustentabilidade em áreas estratégicas para investimento. A ideia é utilizar instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.  

A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa. A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

"O plano também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas – como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde - para responder ao novo cenário mundial em que a corrida pela transformação ecológica e o domínio tecnológico se impõem", detalhou, em nota, o Planalto. A expectativa é de que, colocadas em prática, essas medidas resultem na melhoria do cotidiano das pessoas, no estímulo ao desenvolvimento produtivo e tecnológico; e na ampliação da competitividade da indústria brasileira, além de nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional.

As seis missões do programa

As metas estão agrupadas em seis missões, cada qual com suas metas. A primeira – cadeias agroindustriais – pretende garantir segurança alimentar e nutricional da população brasileira. A meta é chegar à próxima década com 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados. Atualmente, este percentual está em 18%, segundo o governo. Além disso, 95% dessas máquinas devem ser produzidas nacionalmente, o que envolverá a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, ampliação e otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar "para a produção de alimentos saudáveis", explicou o Planalto. 

"– aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;

– alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;

– fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar."

O segundo grupo de missões é o da área da saúde, e tem como meta ampliar de 42% para 70% a participação da produção no país, no âmbito das aquisições de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros. A expectativa é de o Sistema Único de Saúde (SUS) seja fortalecido.

"– atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde."

O terceiro grupo de missões – bem-estar das pessoas nas cidades – envolve as áreas de infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis. Ele tem como metas reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho. Atualmente esse tempo é, em média, de 4,8 horas semanais no país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE. Além disso, pretende ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Atualmente, essa participação está em 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo.

"– diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;

– aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável."

A transformação digital é o foco do quarto grupo de missões, e tem como meta tornar a indústria mais moderna e disruptiva. Atualmente, 23,5% das empresas industriais estão digitalizadas. A meta é ampliar para 90%, e triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Serão priorizados investimentos na indústria 4.0 [quarta revolução industrial, que abrange inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem] e no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros. 

"– digitalizar 90% das indústrias brasileiras;

– triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias."

O quinto grupo de missões será focado na bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas. A meta é ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes. Atualmente os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz. O governo pretende reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que está em 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido. 

"– cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;

– elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;

– aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano."

Já o sexto grupo de missões abrange a área da defesa. O plano pretende "alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas de maneira a fortalecer a soberania nacional". Para tanto, priorizará "ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados."

"– autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa."

*Com Agência Brasil