Volume de participantes ativos no sistema de consórcios chegou a 10,29 milhões, uma alta de 9,4%, tornando-se um resultado inédito no País (Crédito: Freepik)
O Sistema de Consórcios movimentou mais de R$ 316,7 bilhões em 2023, um crescimento de 25,6% na comparação com 2022. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Segundo a entidade, o volume movimentado representa um recorde no setor.
Já o volume de participantes ativos consolidados no sistema de consórcios chegou a 10,29 milhões, uma alta de 9,4%, tornando-se um resultado inédito no país.
Para o diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, o crescimento constante é consequência do cenário econômico, já que, com a alta dos juros, os consórcios representam uma alternativa para quem deseja fazer aquisições de bens ou outros produtos de maior valor agregado.
“Os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. O consórcio, por não contar com juros, mas sim com uma taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo”, explica.
Outro fator atrativo para o cenário, é o fato dos consórcios englobarem diferentes produtos e objetivos, que vão desde imóveis até a aquisição de serviços. Dos seis indicadores analisados pela Abac, quatro registram alta: imóveis (20,8%), veículos leves (13,1%), motocicletas (4,0%) e veículos pesados (2,5%).
O número de contemplações, consorciados que puderam utilizar o crédito, também registraram aumento, chegando a 1,62 milhões, 6,6% maior que em 2022, e o ticket médio mensal passou de R$59,56 mil para R$74,24 mil, uma alta de 24,6%.
“Para fugir do crescente endividamento, os brasileiros buscam alternativas que possibilitem a realização de seus sonhos, sem ônus para as finanças familiares e sem comprometer a renda total. O mercado tradicional é muito complexo e o sistema de consórcios proporciona um maior poder de compra para a aquisição do investimento”, acrescenta o especialista.
Para este ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o mercado financeiro estimam novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, chegando a uma suposição de encerramento anual abaixo de 9,25%. No entanto, na avaliação de Lamounier, o número continua alto e por isso o setor de consórcios deve ganhar ainda mais espaço.
“A redução não tem grande interferência no mercado de consórcios, já que os juros ainda continuam elevados, o que tende a atrair mais brasileiros. É esperado que a tendência de crescimento do setor, que vemos ao longo dos anos, permaneça em desenvolvimento e expansão”, complementa.