quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Petrobras não dará nenhum salto no escuro em energia renovável, diz Prates

 DF e 12 estados vão à Justiça contra Petrobras por ...


O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse a investidores internacionais que a empresa não dará nenhum salto no escuro, referindo-se ao momento de transição da companhia, que pela primeira vez assumiu metas ousadas para a geração de energia renovável. Segundo a apresentação feita a investidores reunidos em Nova York nesta quarta-feira, 31, no segundo dia do “Deep Dive” (mergulho profundo) da companhia na cidade norte-americana, a Petrobras anunciou que seus projetos de energia eólica e solar em terra podem chegar a 5 gigawatts (GW) em 2028.

“Somos uma empresa de petróleo em transição. Estamos transformando a Petrobras de forma gradual, investindo em novas energias, sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo. Independente dos segmentos nos quais atuaremos, é importante ressaltar que investiremos em ativos rentáveis e em áreas que possuem sinergias com as atividades que a companhia já desenvolve, aproveitando todo o conhecimento técnico que a Petrobras já tem. Não daremos nenhum salto no escuro”, disse na apresentação de terça-feira, 30, primeiro dia do evento.

A companhia irá investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos. É o maior plano de investimento de uma empresa brasileira.

Petróleo

Na apresentação de terça-feira, o diretor de Exploração e Produção da companhia, Joelson Mendes, reiterou que a demanda mundial por petróleo deve continuar em alta nas próximas décadas, e que projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) indicam que o Brasil pode ser responsável por uma parte significativa deste suprimento – cerca de por 5% do volume mundial de petróleo – no futuro.

“O segmento de E&P da Petrobras tem boas perspectivas nos próximos anos. A curva de produção total alcançará 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia em 2028. Com a transição energética, o mercado deve priorizar petróleos com menor pegada de carbono. A Petrobras possui um diferencial competitivo, pois seus petróleos estão entre os mais descarbonizados do mundo”, afirmou o diretor.

Ele informou que novas tecnologias, como o uso de materiais anticorrosivos, plantas industriais 3D e digital twins estão trazendo mais eficiência e permitirão ainda mais geração de valor para a Petrobras. Ele destacou a importância dos investimentos em exploração, que somarão US$ 7,5 bilhões até 2028. Em novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial, a previsão é investir US$ 3,1 bilhões em exploração até 2028.

Presente no evento, o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, informou que no horizonte do Plano Estratégico 2024-2028+, a companhia irá perfurar mais de 350 poços marítimos de desenvolvimento da produção, lançar mais de 8.000 quilômetros de dutos e colocar em operação 14 FPSOs, 10 dos quais já estão contratados.

O executivo também apresentou aos investidores iniciativas de pesquisa e desenvolvimento da Petrobras. Até 2028, a companhia investirá US$ 3,6 bilhões no segmento. Já o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse aos investidores que a companhia está atenta aos novos padrões de consumo e enxerga uma oportunidade de negócio em produtos de baixo carbono, já tendo iniciativas nesse sentido no mercado, como a Gasolina Podium carbono neutro, os Asfaltos CAP Pro e o Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável.

“A Petrobras está buscando um posicionamento forte tanto para o atendimento das demandas de energia fóssil quanto oferecendo produtos para o mercado de baixo carbono”, destacou Schlosser.

Mercado Livre adquire naming rights do novo Pacaembu por 30 anos; investimento pode chegar a R$ 1 bilhão

 


Mercado Livre adquire direitos de naming rights do novo Pacaembu por mais de R$ 1 bilhão

Com um investimento que pode ultrapassar R$ 1 bilhão, a parceria pode durar até 30 anos e o complexo passa a se chamar Mercado Livre Arena Pacaembu (Crédito: Divulgação/Allegra Pacaembu)

O Mercado Livre anunciou, nesta quarta-feira, 31, que acertou um contrato com a concessionária Allegra Pacaembu para adquirir os direitos de naming rights do estádio paulistano. Com um investimento que pode ultrapassar R$ 1 bilhão, a parceria pode durar até 30 anos e o complexo passa a se chamar Mercado Livre Arena Pacaembu.

O vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, afirma que o contrato é o maior do País em valores envolvidos com naming rights, acima, inclusive, da Neo Química Arena, do Corinthians, do Morumbis, do São Paulo, e da Allianz Arena, do Palmeiras.

“O Pacaembu é uma força do esporte brasileiro e esse contrato mostra que continuamos a nos aproximar do esporte. Atualmente, já somos patrocinadores da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) e já tivemos presentes em camisas de grandes clubes, como o Flamengo”, salienta.

Ainda segundo Yunes, a parceria vai além do nome do estádio. O Mercado Livre terá 70 espaços exclusivos dentro do complexo Pacaembu, podendo explorá-los e nomeá-los conforme desejar. O ginásio de esportes, por exemplo, passará a se chamar Ginásio Mercado Livre, assim como as áreas da piscina e de eventos.

Reforma do Mercado Livre Arena Pacaembu

De acordo com o CEO da Allegra Pacaembu, Eduardo Barella, a previsão é de que o estádio esteja pronto em julho deste ano. As obras foram iniciadas em outubro de 2021 e, segundo Barella, já foram investidos mais de R$ 600 milhões na modernização do complexo, que ganhou espaços de eventos, hotel, restaurantes e lojas.

“Acreditamos que o Pacaembu gere até 160 mil empregos diretos e indiretos no prazo de 30 anos. Além disso, a arena pode gerar um impacto de até R$ 50 bilhões para a cidade de São Paulo”, acrescenta.

Com a reforma, o Pacaembu ganhou 45 mil metros quadrados a mais de espaço. Ainda segundo Barella, o complexo poderá funcionar 24 horas por dia e 6 dias por semana. A capacidade total da nova arena é de 26 mil lugares. Antes da reforma, o estádio podia receber até 37 mil pessoas.

As negociações entre o Mercado Livre e a Allegra Pacaembu foram iniciadas em julho do ano passado. O contrato entre as partes, que pode chegar a 30 anos, tem duração de cinco anos, sempre renováveis por mais cinco. O Pacaembu, construído entre 1938 e 1940, completa 84 anos em 2024.

União honra R$ 12,29 bi em dívidas garantidas de entes subnacionais em 2023, mostra Tesouro

 União paga R$ 1,07 bilhão de dívidas de estados em novembro ...


A União honrou R$ 12,29 bilhões em dívidas garantidas de entes subnacionais ao longo de 2023. A informação consta do Relatório Mensal de Garantias Honradas divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo Tesouro Nacional.

O órgão informa que desde 2016 a União realizou pagamentos que somam R$ 63,98 bilhões com o objetivo de honrar garantias em operações de crédito de Estados e municípios e que o total de garantias recuperadas pela União desde 2016 é de apenas R$ 5,62 bilhões.

Segundo o Tesouro, esse baixo volume de garantias recuperadas pela União é explicado, principalmente, porque a maior parte das garantias honradas são de entes que estão no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) – Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Por estarem enquadrados nesse regime, esses Estados contam com o benefício de suspensão temporária da execução da contragarantia, que soma hoje aproximadamente R$ 55 bilhões.

Pelo documento, os Estados que tiveram os maiores valores honrados no ano passado foram Rio de Janeiro (R$ 4,61 bilhões, ou 37,51% do total), seguido por Minas Gerais (R$ 3,56 bilhões, ou 29,00% do total), Rio Grande do Sul (R$ 1,39 bilhão, ou 11,34% do total) e Goiás (R$ 919,35 milhões, ou 7,48% do total).

Considerando apenas o mês de dezembro, o montante pago pela União em dívidas garantidas dos entes subnacionais foi de R$ 1,52 bilhão. Também neste período os maiores valores foram destinados aos Estados do Rio de Janeiro (R$ 688,39 milhões) e Minas Gerais (R$ 645,10 milhões).

No mesmo mês, o terceiro maior montante foi para Goiás (R$ 75,02 milhões), seguido pelo Rio Grande do Sul (R$ 59,41 milhões), e os municípios de Taubaté (SP), com R$ 32,69 milhões, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, com R$ 15,07 milhões.

O Tesouro ressalta que, em dezembro, a recuperação das garantias honradas pela União foi realizada por meio da execução de uma contragarantia de R$ 7,34 milhões relativa a uma operação em Corumbá (MS). O Tesouro informa ainda que, no acumulado do ano, o total recuperado por essa via foi de R$ 7,58 milhões, com a maior parte destinada a Corumbá e o restante – R$ 240 mil – ao município de Santonópolis (BA).

O relatório ainda destaca que há R$ 1,90 bilhão relativos aos entes que tiveram valores utilizados como compensação por perdas na arrecadação de ICMS (Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco e Piauí), e um valor menor, de R$ 382,10 milhões, que não pode ser recuperado pela União “em razão de decisões judiciais impeditivas” no Estado do Maranhão e no município de Taubaté (SP).

Super Quarta: especialistas esperam corte de 0,5% na Selic e FED sem novidades


Copom

Mercado acredita em queda de 0,50% da Selic até o meio do ano (Crédito: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)

 

Nesta quarta-feira, 31, acontece mais uma Super Quarta, com anúncios do Federal Reserve (Fed) norte-americano e do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil sobre as taxas de juros. 

A expectativa do mercado é que não haja grandes novidades nos anúncios: a Selic brasileira deve ter nova queda de 0,50% ao ano, chegando em 11.25%. Já nos EUA, a expectativa é que os juros se mantenham no intervalo entre 5,25% a 5,50%. 

“O Banco Central brasileiro deve abordar os recentes dados de inflação e fornecer sinais sobre os próximos passos. A trajetória de cortes parece manter-se até metade do ano, sem indícios de aceleração, dada a expectativa de inflação ainda acima da meta”, acredita Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. 

Fala de Jerome Powell é aguardada pelo mercado

Nos Estados Unidos, a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta quarta será ouvida atentamente pelo mercado financeiro, que deve procurar pistas de como a taxa de juros norte-americana deve se comportar nos próximos meses. 

“O tom do discurso deve balizar as expectativas para o início do ciclo de queda de juros, que hoje caminha para a reunião de maio”, acredita a economista-chefe do TC, Mariana Costa. 

Os anúncios da economia norte-americana vão seguir nesta semana, com o Payroll, o relatório sobre o mercado de trabalho do país, que será anunciado na sexta-feira, 2. 

“A mediana das expectativas aponta para algum arrefecimento na ponta do número de vagas criadas, para próxima a 150 mil novas vagas e que a taxa de desemprego suba para 3,8% de 3,7% e a variação do rendimento estável perto de um crescimento de 4,0% na comparação anual”, afirmou Costa.

Inflação pode pressionar BCE por queda nos juros

Por último, na quinta-feira, 1, o Banco Central de Inglaterra deve anunciar a manutenção dos juros em 5,25% ao ano. Além disso, o relatório de inflação do Euro, o CPI, também será anunciado e pode aumentar a pressão para que o bloco comece a diminuir os juros já no início do terceiro trimestre.

 

 https://istoedinheiro.com.br/super-quarta-especialistas-acreditam-em-fed-e-copom-sem-novidades/

 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Brasil cria 1,4 milhão de vagas com carteira assinada em 2023 O resultado representa uma queda de 26% em comparação com 2022

 


O resultado representa uma queda de 26% em comparação com 2022


Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) | Emprego ...


Caged: dado de dezembro puxou o resultado do ano para baixo (exame/Exame)

 

O Brasil criou 1.483.598 postos de trabalho com carteira assinada em 2023, queda de 26.31% em comparação com 2022, quando foram criados 2.013.261 entre janeiro e dezembro daquele ano. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira, 30. O resultado considera 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos no período. 

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chegou a anunciar que o Brasil fecharia o ano com 1,8 milhão de vagas criadas, mas o resultado negativo de dezembro puxou o dado para baixo, com mais demissões do que contratações. O mês tradicionalmente apresenta dado negativo para o emprego formal graças ao desligamento dos empregados temporários no fim do ano. No último mês de 2023, o saldo negativo foi de 430.159 postos de trabalho, resultante de 1.502.563 admissões e 1.932.722 desligamentos.

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O estado de Alagoas foi o único que registrou saldo positivo e os cinco grandes grupos de atividades econômicas registraram saldos negativos. Esse foi o primeiro mês do ano que o indicador apresentou dado negativo. Em comparação com dezembro de 2022, os empregos com carteira assinadas subiram 5,94%.

Os dados do Caged são um instrumento para o controle e para a organização do mercado de trabalho brasileiro. Com ele, é possível monitorar a geração de empregos e elaborar políticas públicas para fomentar o desenvolvimento econômico e social do Brasil. É utilizado, também, pelo Programa de Seguro-Desemprego, para conferir os dados referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais. Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada.

Resultado do Caged foi puxado pelo setor de serviços

Com 886.259 postos, o setor de serviços foi o que mais registrou empregos com carteira assinada no ano passado. Os subsetores que mais contrataram foram informação, comunicação, financeiro, imobiliário, atividades administrativas, serviço público e educação e saúde.

O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no comércio, com um saldo de 276.528 postos, com destaque para o setor varejista, supermercados, minimercado e venda de combustíveis para veículos.

São Paulo é o estado que mais teve contratações em 2023

São Paulo registrou 290.719 postos de trabalho em 2023 e foi o estado que mais contratou no ano passado. Rio de Janeiro, com 160.680 postos, e Minas Gerais, que teve 140.836 contratações, fecham as três primeiras posições.

Qual a diferença dos dados do Caged e da Pnad

Os dados do Caged consideram somente os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os trabalhadores informais. Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad), mostram toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados. Por causa disso, os resultados não são comparáveis. 

 

 https://exame.com/economia/caged-2023/

Planos de saúde empresariais podem subir até 25% este ano

 


Planos de saúde empresariais podem subir até 25% este ano

De acordo com a AON, a alta nos custos com os planos de saúde se deve, principalmente, a inflação médica, que em 2023 ficou em 14,1% (Crédito: Freepik)

 

Os planos de saúde empresariais podem subir até cinco vezes mais que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025. No ano passado, o IPCA registrou uma alta de 4,6%, já os planos empresariais de saúde podem subir até 25% este ano, segundo previsão da consultoria AON. A alta pode impactar as finanças de mais de 41 milhões de pessoas, hoje beneficiárias desse tipo de plano.

De acordo com a consultoria, a alta nos custos com os planos se deve, principalmente, a inflação médica, que em 2023 ficou três acima do IPCA. Enquanto os preços em geral subiram 4,6% ao ano, os preços de suplementos e equipamentos médicos subiram 14,1%.

Ainda segundo a AON, a alta fica acima da inflação médica global, apurada em 10,1%. A AON mediu os custos dos insumos médicos em 113 países no ano passado.

Também de acordo com a consultoria, para elevar os preços dos planos as operadoras consideram, além da inflação médica, as fraudes, a utilização dos planos e o resultado financeiro. Em 2023, o setor de plano de saúde teve um déficit operacional de R$ 5,1 bilhões.

Planos de saúde empresariais não são regulados pela ANS

A Agência Nacional de Saúde (ANS), que regula o setor, não estabelece regras para o aumento de preços dos planos empresariais, ao contrário do que ocorre com os planos individuais e particulares.

Segundo dados da agência, em 2023, esses tipos de planos tiveram reajuste de 9,63% no ano passado. Para 2024, o Citibank projeta uma alta de 8,7%.

Corrida por planos de saúde empresariais

Como explica o diretor de franquias da Me Protege, Rafael Lemos, há alguns anos há uma corrida por planos empresariais, já que a tabela de custos é vantajosa. A empresa é especializada na comercialização de convênios médicos.

“Já chegamos a ver diferenças de 60% entre o custo de um plano para pessoa física e para pessoa jurídica numa mesma operadora”, comenta.

Lemos destaca também que a entrada dos Microempreendedores Individuais (MEIs) nos planos de saúde gerou uma nova demanda aos planos empresariais, na qual ele classifica como uma transformação.

“Também houve cenários de muitas fraudes praticados no mercado. Casos em que pessoas não tinham MEIs e tinham plano empresarial. Por isso, a ANS estabeleceu que o MEI deve ter ao menos seis meses de operação para poder contratar um plano empresarial”, complementa.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, o Brasil tinha, em dezembro de 2023, mais de 25,5 milhões de beneficiários de planos de saúde empresariais.

Já o número de beneficiários de planos de saúde privados é de mais de 51 milhões, de acordo com a agência. O setor engloba 680 operadoras ativas médico-hospitalares com beneficiários e 238 operadoras ativas exclusivamente odontológicas com beneficiários.


Volume exportado da América Latina cresce com mais moderação em 2023, diz BID; Brasil ajuda

 Uma foto aérea de um navio de carga transportando ...


O volume de exportações da América Latina cresceu em 2023, ainda que em um ritmo menos pujante que em 2022, enquanto o Brasil e o México seguiram ajudando a manter o desempenho positivo das vendas externas da região, de acordo com estimativas de um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para o BID, o crescimento global mais lento limita o potencial de uma recuperação da demanda real das exportações, enquanto os preços das commodities devem seguir altamente voláteis.

As exportações da América Latina cresceram 1,8% no ano passado, após uma expansão de 5,5% em 2022, considerando o volume, de acordo com o documento do BID elaborado em conjunto com o Instituto para Integração da América Latina e o Caribe (Intal).

Em relação aos valores das exportações da região, houve uma queda de 1,6% no ano passado ante 2022, em razão, sobretudo, da contração dos preços das commodities. O desempenho contrastou com o salto de 16,2% em 2022 ante 2021.

O valor estimado das exportações do Brasil cresceu 1,7% no ano passado, no comparativo anual, um aumento muito mais contido do que a alta de 19% em 2022 ante 2021.

O México registrou alta de 2,9% no ano passado, ante 2022, diante da recuperação de vendas para os Estados Unidos. O Paraguai, por sua vez, registrou um incremento de 19,1% dos valores exportados refletindo as melhores condições climáticas.

Perspectivas

O relatório sugere que, na ausência de novas tensões geopolíticas ou de eventos climáticos adversos, os preços da matéria-primas seguirão uma tendência descendente no atual contexto de procura fraca pelo menor dinamismo da economia global, embora as perspectivas devam continuar altamente voláteis.

“Embora os preços estejam perto das máximas históricas, uma desaceleração no crescimento da China afetaria particularmente metais como o cobre e o minério de ferro”, observa o documento.

As perspectivas para os preços agrícolas também são moderadas. Mas a expectativa é que a produção em vários países-chave em culturas como soja ou café se recupere após os acontecimentos climáticos que limitaram a oferta em 2023.

Os analistas das instituições avaliam que o fenômeno El Niño deve atingir o seu pico no primeiro semestre de 2024, o que, combinado com a possibilidade de novas catástrofes naturais e de um choque nos preços do petróleo como resultado de tensões geopolíticas, poderia empurrar os preços das matérias-primas para cima. “Isto traria benefícios assimétricos para os países da América Latina e Caribe, dependendo da sua exposição a riscos e a estrutura dos seus padrões de exportação”, observam.