sexta-feira, 10 de maio de 2024

Governo e Congresso chegam a acordo sobre desoneração da folha e volta gradual de imposto; entenda

 


Governo e Congresso fecham acordo para retomar imposto de forma gradual a partir de 2025

Governo e Congresso fecham acordo para retomar imposto de forma gradual a partir de 2025 (Crédito: Arquivo/Agência Brasil )

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciaram que fecharam um acordo sobre a tributação dos 17 setores econômicos. Pelo acordo, a tributação não será alterada neste ano, e um escalonamento da cobrança começará a valer no ano que vem e se estenderá até 2028. A tributação sobre a folha de pagamentos do 13º salário só ocorrerá no último ano.

Com a concordância do Congresso, o próximo passo, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é que o acordo seja formalizado pelo Supremo Tribunal Federal antes do próximo dia 20, quando começaria a cobrança.

A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. Por decisão do Congresso, a política foi prorrogada até 2027 pelo Congresso Nacional, mas acabou suspensa por uma decisão liminar do STF em ação movida pelo governo federal. A alegação é que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa.

A desoneração da folha substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por uma taxação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

Com o impasse provocado pela decisão judicial e na iminência do início da cobrança, representantes dos setores atendidos pelo programa abriram uma negociação com o governo. O pleito inicial era que a reoneração gradual só começasse em 2026 e que se alongasse até 2029, mas o Ministério da Fazenda não aceitou esticar a desoneração para além de 2027.

Em entrevista ao Estadão, Haddad afirmou que o governo ainda faz as contas para saber como vai compensar a renúncia da desoneração da folha no Orçamento deste ano, avaliada em cerca de R$ 20 bilhões.

Também ficou em aberto a solução para os pequenos municípios, que foram incluídos no programa de desoneração da folha de salários por iniciativa do Congresso no ano passado.

Na entrevista, o ministro afirmou que há outras alternativas para auxiliar os municípios, sem lançar mão da tributação previdenciária e deixou aberta a porta para uma reforma dos tributos que incidem sobre os salários no futuro.

“Os municípios eu penso que o problema é de outra natureza. Porque há alternativas que me parecem bem melhores do que corroer a base de arrecadação da Previdência. Eu penso que não é uma boa política você comprometer a Previdência. Isso vai acabar ensejando cortes futuros, reformas futuras que, em geral, acabam também recaindo sobre os mais pobres”, disse.

“Na minha opinião, a gente tem que, atendendo à reforma da Previdência, preservar a receita. A não ser que se faça uma reforma da tributação sobre a folha, o que é uma possibilidade, mas geral, que mantenha a arrecadação de maneira mais racional. Isso me parece muito oportuno, depois da reforma do consumo.”

Em entrevista à imprensa após a reunião com Pacheco, Haddad voltou a falar em um novo modelo de cobrança de tributos sobre as empresas.

“Se formos perseverantes, muito antes de 2027 teremos aprovação de um substitutivo para isso (cobrança sobre a folha de pagamentos), de alguma coisa que faça mais sentido do que o atual modelo. Todo mundo concorda que esse modelo está de certa forma ultrapassado”, disse Haddad.

“Tenho segurança em afirmar que, pela maturidade desse tema, em 2025 vai ser o ano de deliberar uma alternativa a isso, portanto, antes do prazo de reoneração (2028) devemos apresentar uma solução global”, reforçou o ministro.

Pacheco ressaltou nesta quinta que as empresas não serão taxadas neste ano.

“A mensagem prática, que precisa ser dada, é o compromisso do governo federal, do ministro da Fazenda de que no ano de 2024 mantém-se como está, a desoneração da folha, o recolhimento com base no faturamento, nos termos da lei”, disse o senador.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Encontro no ITA debate futuro da engenharia e inteligência artificial

 


Encontro no ITA debate futuro da engenharia e inteligência artificial
(Foto: Divulgação/ITA)

 

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) realiza, nos dias 16, 17 e 18 de maio, um debate sobre as possibilidades de uso de novas tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT). As atividades vão acontecer no campus Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP).

O chamado Engineering Education for the Future (EEF-2024), após um hiato de cinco anos, apresentará as principais mudanças que ocorreram neste período.

A programação contará com uma série de painéis e ciclos de debates para discutir o papel da Engenharia para o avanço econômico nacional e como a educação contribui com o processo de inovação na indústria do Brasil.

O evento é aberto ao público e as inscrições gratuitas podem ser feitas no site oficial.

Programação

Entre os destaques está o Fórum de Educação em Engenharia, que será apresentado em cinco mesas redondas.

No epicentro das discussões sobre o futuro da Engenharia, o EEF-2024 promete ser um marco para todos os interessados em moldar a próxima geração de engenheiros. Como evento multidisciplinar, organizado sob a égide do progresso educacional, o EEF-2024 busca antecipar as necessidades e os desafios que moldarão o futuro da Engenharia.

O EEF contará também com a Mostra ITA 2050, no dia 17 de maio, que promoverá uma jornada histórica pelos caminhos tecnológicos até os dias de hoje. Vitrines tecnológica e acadêmica estão programadas – com cerca de 30 expositores.

o epicentro das discussões sobre o futuro da Engenharia, o EEF-2024 promete ser um marco para todos os interessados em moldar a próxima geração de engenheiros. Como evento multidisciplinar, organizado sob a égide do progresso educacional, o EEF-2024 busca antecipar as necessidades e os desafios que moldarão o futuro da Engenharia.

O EEF contará também com a Mostra ITA 2050, no dia 17 de maio, que promoverá uma jornada histórica pelos caminhos tecnológicos até os dias de hoje. Vitrines tecnológica e acadêmica estão programadas – com cerca de 30 expositores.

ITA

O ITA está localizado na Praça Marechal Eduardo Gomes, 50 – Vila das Acacias, São José dos Campos.

BNDES diz que aprovações cresceram 91% e totalizam R$ 24,7 bi no 1º trimestre

 BNDES Logo – PNG e Vetor – Download de Logo


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reportou que as consultas somaram R$ 61 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 68% ante o primeiro trimestre de 2023. As aprovações totalizaram R$ 24,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 91% ante o primeiro trimestre de 2023.

“A consulta cresce, antecedendo a aprovação e depois os desembolsos”, disse Aloísio Mercadante. “É um resultado muito forte, consistente e promissor.”

De acordo com o executivo, o cenário é de um excelente resultado, que por sua vez mostra uma instituição muito prudente.

Mercadante disse ainda que a demanda está muito forte no Fundo Clima, que traz medidas de descarbonização e digitalização da economia.

O executivo contou ainda que, no setor agropecuário, o BNDES deve aumentar sua participação no Plano Safra. “Temos linhas inovadoras, sempre com exigência de combate ao desmatamento”, acrescentou Mercadante. “Imagino que hoje agricultores do Rio Grande do Sul reconhecem como é importante enfrentar crise climática.”

Ainda em relação às novidades do BNDES, o presidente do banco afirmou que vai aproveitar a realização de encontro do G20 no Rio de Janeiro, em novembro, para apresentar uma série de produtos e inovações. “O G20 é uma vitrine para apresentar uma carteira inovadora, que traga mais investimentos, mais parcerias.”

Lucro líquido recorrente do BNDES cresce 58,8% e atinge R$ 2,7 bi no 1º trimestre

 

BNDES Logo – PNG e Vetor – Download de Logo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reportou lucro líquido recorrente de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 58,8% ante o mesmo período do ano anterior.

Em valor contábil, que inclui efeitos extraordinários, o lucro líquido do BNDES no primeiro trimestre foi de R$ 5,2 bilhões, incluindo R$ 1,2 bilhão de dividendos da Petrobras e R$ 800 milhões em recuperação de crédito.

Os desembolsos para empréstimos vigentes somaram R$ 23,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024, incremento de 22% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A carteira de crédito expandida e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 520,4 bilhões no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 8,6% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 78 bilhões no primeiro trimestre.

Segundo o banco de fomento, a inadimplência até 90 dias foi de zero no primeiro trimestre deste ano, ante 0,06% no primeiro trimestre de 2023.

O patrimônio líquido alcançou R$ 155 bilhões no período de janeiro a março, alta de 17,39% ante igual período do ano passado.

Bancos associados à Febraban iniciam Desenrola para MEIs e MPEs no dia 13 de maio

 

Febraban lança nova marca, acompanhando a evolução do setor ...


Os bancos associados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vão iniciar a operação do Desenrola Pequenos Negócios na próxima segunda-feira, 13. Poderão participar microempreendedores individuais (MEIs) e empresas de pequeno e médio portes, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

As empresas poderão renegociar dívidas vencidas até o dia 23 de janeiro deste ano, entrando em contato com os bancos através dos canais oficiais de atendimento.

As condições de renegociação serão diferenciadas, e definidas de acordo com as políticas de cada instituição.

O Desenrola Pequenos Negócios tem garantia do governo federal, aos moldes do Desenrola para pessoas físicas, iniciado no ano passado e que termina neste mês.

“O programa chega em momento oportuno, permitindo injeção de mais recursos para as empresas em situação vulnerável”, afirmou em nota o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Até aqui, o Desenrola PF beneficiou a 15 milhões de pessoas, com a renegociação de aproximadamente R$ 50 bilhões em dívidas.

O acesso às renegociações através das plataformas dos bancos, aberto no começo deste ano, acelerou as adesões ao programa.

O Desenrola Pequenos Negócios não tem prazo para o encerramento.

Bradesco e Rede D’Or São Luiz se unem para criar nova rede de hospitais

 


A Rede D'Or São Luiz é um dos maiores grupos hospitalares do Brasil

A Rede D'Or São Luiz é um dos maiores grupos hospitalares do Brasil (Crédito: Divulgação)

Vem aí a Atlântica D’Or. A Rede D’Or São Luiz anunciou que está criando uma joint venture (parceira) com a Atlântica Hospitais — a rede hospitalar da Bradesco Seguros, para criar uma nova rede de hospitais, em um movimento que os dois grupos até então rivais.

Inicialmente, o acordo envolve o Hospital Macaé D’Or, o São Luiz Alphaville e o São Luiz Guarulhos — que já estão em fase de construção e tem previsão de entrega para o segundo semestre.

O valor do investimento nas instalações em construção, no montante estimado de R$ 1,156 bilhão será arcado proporcionalmente pelas partes.

“Está sob análise o potencial desenvolvimento conjunto de futuros novos hospitais em outras praças, em particular em Taubaté e Ribeirão Preto, ambos no Estado de São Paulo, cujos ativos já foram oferecidos à Atlântica Hospitais no âmbito da parceria”, informou a Rede D’Or, em comunicado ao mercado.

A Rede D’Or será a operadora hospitalar e terá 50,01% do capital da parceria.

“A consumação da parceria está sujeita ao cumprimento de certas condições suspensivas usuais em operações
desta natureza, incluindo as devidas aprovações regulatórias”, destacou o comunicado.

 Impacto no mercado

 O CEO da Rede D’Or, Paulo Moll, disse ao site Brazil Journal que o acordo não inclui nenhuma exclusividade para novos projetos, mas que “naturalmente” a companhia vai avaliar a inclusão na joint venture de novos projetos.

O acordo vem num momento de forte consolidação e concentração do setor. A Rede D’Or é o maior prestador de serviços da Bradesco Seguros, que por sua vez é o maior cliente dos hospitais da D’Or.

A equipe de analistas da Ativa considera a parceria positiva para ambas as empresas, especialmente para a Rede D’Or. “A coparticipação se torna mais uma alternativa para o crescimento e consolidação da rede hospitalar, possibilitando a diluição de Capex com um parceiro estratégico. Além disso, os hospitais já nascem com uma sólida fonte pagadora por trás. Para o Bradesco, a estratégia acelera sua entrada em ativos hospitalares e logo em cooperação com a maior empresa do segmento. Por fim, o movimento também afasta temores de um crescimento do atrito entre as companhia após a incorporação da SulAmerica pela Rede D’Or”, disse a corretora, em nota para clientes.

A “arapuca” armada por Campos Neto para sabotar a queda dos juros, por Lauro Veiga Fº

 


Seus objetivos foram alcançados ontem, mas não sem custos para o próprio BC e para a economia como um todo, já sacrificada pelos juros

Agência Brasil

 

 “arapuca” armada por Campos Neto para sabotar a queda dos juros

 

por Lauro Veiga Filho


Em meio à ofensiva já nítida desde abril passado para reverter a política de cortes de meio ponto percentual na taxa básica de juros, uma trajetória já tímida e insuficiente para liberar trilhões de reais estacionados no mercado financeiro para financiar o crescimento da economia, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, dedicou-se a colocar mais lenha na fogueira. Numa fala endereçada aos donos do dinheiro, aqui e lá fora, e contrariando o próprio consenso dos mercados até então, há coisa de suas semanas, Campos Neto lançou no ar a possibilidade, agora confirmada, de uma redução no ritmo de corte da taxa básica de juros na reunião seguinte do Conselho de Política Monetária (Copom), concluída ontem.

O discurso, que já deixava evidente a intenção de impor uma redução de 0,25 pontos percentuais sobre os juros até ali fixados em 10,75% ao ano, causou turbulências e trouxe intranquilidade ao setor financeiro, dividindo o mercado e analistas, além de insuflar a “onda austericida” alimentada pelos “malucos por ajuste fiscal”. Na prática, Campos Neto armou uma arapuca para sabotar a política de queda dos juros e manter a economia em estado de suspensão, minando as possibilidades de uma retomada mais vigorosa da atividade econômica.

A atuação de Campos Neto contraria frontalmente o que se espera de um banqueiro central, responsável em suma pela defesa da moeda, da estabilidade na economia e pelo combate à inflação. Preferencialmente, espera-se que a autoridade monetária tenha uma atuação firme em relação aos mercados, freando manipulações e jogadas especulativas; demonstre bom-senso e ponderação, diante de cenários de adversidades e de acirramento de ânimos; assumindo, enfim, uma visão equilibrada e desapaixonada da conjuntura e de seus desdobramentos à frente.

Racha no Copom

A tática de Campos Neto alcançou seu objetivo principal, qual seja, o de limitar a redução da taxa Selic (os juros básicos) e torpedear o lado real da economia. Conseguiu dividir os membros do Copom na reunião terminada ontem, num racha há tempos não observado. Liderados pelo presidente do BC, cinco diretores votaram a favor do corte de 0,25 pontos, finalmente adotado, e quatro assumiram a defesa da política já antecipada desde o final do ano passado, que previa pelo menos mais dois cortes de meio ponto percentual ao longo deste ano – numa redução bastante modesta diante dos níveis alcançados pela inflação, numa faixa ligeiramente abaixo de 4,0% em 12 meses, o que manterá a taxa real de juros ligeiramente acima de 6,30% ao ano. Ao lado do sabotador Campos Neto, marcharam Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. A trincheira contrária foi assumida pelos diretores Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo (provável sucessor de Campos Neto ao final de seu mandato, em dezembro próximo), Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Da mesma forma, os mercados ficaram divididos entre aqueles que decidiram se alinhar a Campos Neto, o que não surpreende, e uma parcela menos barulhenta que ainda acreditava numa redução de meio ponto percentual, para 10,25% – o que, de resto, faria os juros reais recuarem apenas para 6,10% ao ano, coisa ali para o depois da vírgula, com impactos meramente simbólicos sobre o lado real da economia, aquele que gera empregos e riquezas, ao contrário dos donos do dinheiro, que aumentam o patrimônio próprio no cassino dos juros.

Certamente faltaram a Campos Neto, em sua jogada pré-Copom, “serenidade e moderação” reclamadas pela ata resumida da reunião de ontem do Copom, divulgada ao final do dia. Numa reprodução, o texto recomenda que, diante da “conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador”, a autoridade monetária tenha “serenidade e moderação na condução da política monetária”.

Complicações adiante

 Ao que sugerem os termos da nota distribuída à imprensa (e à disposição no site do BC), os riscos para a estabilidade dos preços domésticos parecem se concentrar no front externo, relacionados a uma eventual persistência maior de pressões inflacionárias globais, o que levaria os bancos centrais a manter posição mais dura e mesmo adiar alguma “flexibilização de política monetária”, o que significaria postergar o início da redução dos juros. “O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”, registra o Copom já no parágrafo que abre a nota.

Não por coincidência, o texto repete basicamente os argumentos sacados por Campos Neto há quase duas semanas, quando tratou de arrematar sua estratégia para torpedear a redução dos juros. Já em meados de abril, em outra fala controvertida, a pretexto da alteração das metas fiscais anteriormente anunciadas pelo Ministério da Fazenda, o presidente do BC considerou que era o momento para comentar, descontraidamente, que a alteração tornaria mais complicado o trabalho da “autoridade monetária” no combate à inflação.

Ficavam ali mais ou menos evidentes suas intenções de insuflar o “anarco-terrorismo-fiscal” que predomina nos mercados e na grande imprensa, gerando ele mesmo mais incertezas e turbulências, exatamente o oposto, vale reforçar, do que se espera de um presidente de banco central. O comentário foi reforçado, dias depois, quando o mesmo Campos Neto falou despretensiosamente aos mercados que talvez, quem sabe, seria mais adequado para a política de controle da inflação que os juros não caíssem assim tão depressa.

Seus objetivos foram plenamente alcançados ontem, mas não sem custos para o próprio BC e para a economia como um todo, já sacrificada pelos juros escorchantes em vigor. O racha no Copom pode gerar dissabores ainda maiores, a depender de como a crise anunciada pelos votos discordantes será administrada internamente pelo BC, o que certamente terá reflexos sobre o setor financeiro.

Lauro Veiga Filho – Jornalista, foi secretário de redação do Diário Comércio & Indústria, editor de economia da Visão, repórter da Folha de S.Paulo em Brasília, chefiou o escritório da Gazeta Mercantil em Goiânia e colabora com o jornal Valor Econômico.

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