quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Lula: Que o agro brasileiro cause raiva em deputado francês, comércio é guerra

 

 

 Luiz Inácio Lula da Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

 

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 27, que o comércio internacional é uma guerra, e que quer que o agronegócio brasileiro cause raiva em políticos franceses. Ele deu a declaração em um contexto de tensão entre os produtores de carne do Brasil e o Carrefour. A rede francesa de supermercados disse dias atrás que deixaria de vender carne do Mercosul no país europeu. “Nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, chegou a dizer o deputado da UDR, de direita, Vincent Trébuchet.

O caso mobilizou o agronegócio e o governo brasileiro em uma rara convergência entre Lula e o setor, majoritariamente bolsonarista. “Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros”, afirmou o presidente da República.

Segundo ele, será fechado o acordo entre Mercosul e União Europeia mesmo se a França não quiser – o protecionismo agrícola do País é o principal entrave.

“Comércio é uma guerra”, disse Lula.

Segundo ele, “nenhum país do mundo falará bem dos nossos produtos”.

Lula também defendeu encontros empresariais em países como Índia, Japão e Vietnã para diversificar os negócios brasileiros no exterior e atrair investimentos.

Por que Walmart e outras empresas estão abandonando políticas de diversidade e inclusão

 

O Walmart, maior rede de varejo do mundo, decidiu por fim a todas as suas iniciativas de diversidade, chamadas internamente de ‘diversity, equity and inclusion’, ou DEI.

Ao tomar essa decisão, o Walmart cancelou treinamentos de equidade racial para funcionários, saiu do ranking de apoio à comunidade LGBT e também não irá mais financiar eventos como paradas de orgulho.

Não somente isso, mas agora não vai mais considerar raça e gênero de candidatos ao fazer novas contratações e de escolher fornecedores.

A varejista também deve encerrar a venda, por exemplo, de itens como cintas peitorais para crianças que expressam uma identidade trans, segundo informações do The Wall Street Journal.

A decisão vem logo após a companhia – junto a outras multinacionais e gigantes do mercado – passar a sofrer mais pressão de grupos conservadores, principalmente em um contexto de vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais deste mês.

Os grupos pressionam as companhias reivindicando um abandono do que chamam de ‘agenda woke‘, termo utilizado para apontar pautas progressistas e de diversidade e inclusão, como LGBTQIA+, racismo, feminismo e direito ao aborto.

As informações sobre o Walmart foram reveladas pela Bloomberg, que teve acesso a um relatório sobre as decisões da varejista e, posteriormente, uma fonte a par do tema confirmou à Reuters que a varejista dos EUA de fato deve mudar os rumos no que diz respeito à diversidade e inclusão.

“Estamos dispostos a mudar junto com nossos funcionários e clientes que representam toda a América”, disse o porta-voz, sob condição de anonimato.

A decisão do Walmart é mais uma entre as mudanças que vêm ocorrendo após uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos do ano passado que encerrou políticas de ações afirmativas para admissões em universidades.

Robby Starbuck, influenciador e ativista conservador, foi uma peça-chave no novo posicionamento do Walmart. Ele afirmou ter colaborado diretamente com a varejista para que a companhia evitasse boicotes por conta das políticas de inclusão. A companhia confirmou à Bloomberg que, de fato, teve contato com Starbuck sobre o assunto.

O ativista ainda atua pressionando outras grandes corporações, como Ford, Toyota e Lowe’s, para que as mesmas reduzam e encerrem seus programas de diversidade. A sua tese é de que esses grupos estão ‘usando carteiras como armas’ e devem utilizar cada vez mais o poder econômico para influenciar decisões de empresas.

Ativistas conservadores e a onda de revisões de programas de diversidade

Antes da Walmart, que foi o maior caso de revisão de programas de diversidade, Starbuck também encabeçou pressões por mudanças que foram atendidas em outras gigantes.

A John Deere, de tratores e máquinas agrícolas, é um exemplo.

A empresa estava dando treinamentos internos sobre pronomes neutros e promoveu uma corrida infantil do orgulho gay, decisões que foram citadas e atacadas frontalmente pelos grupos que cobravam abandono de agendas de diversidade.

Após uma enxurrada de críticas nas redes sociais, a John Deere afirmou, em um comunicado na rede social X, antigo Twitter, que “não participará mais de eventos externos de conscientização social ou cultural, como paradas e festivais”.

A companhia ainda declarou que auditará todos os materiais de treinamento e políticas para garantir a ausência de mensagens com motivação social. Apesar disso, no mesmo comunicado, pontuou que ‘acredita fundamentalmente que uma força de trabalho diversificada permite atender melhor às necessidades dos clientes’ e, por conta disso, ‘continuará a acompanhar e a promover a diversidade da organização’.

O cenário tem ficado cada vez mais efervescente, com casos de judicializações contra empresas como Pfizer e Morgan Stanley. Grupos como o ‘Do No Harm’ têm movido ações judiciais alegando discriminação pelo fato de as empresas terem adotado medidas como programas com vagas somente para negros e latinos.

A America First Legal, liderada por Stephen Miller, ex-assessor de Donald Trump, foi quem intensificou esse movimento.

O mantra utilizado por ativistas e militantes é ‘Go woke, go broke’, ‘vire woke, vá à falência’, em tradução livre.

Decisão do Walmart pode gerar efeito cascata

Atualmente o Walmart tem um valor de mercado na casa dos US$ 730 bilhões. Segundo dados do Status Invest é uma das maiores corporações do mundo. A rede esteve presente no Brasil entre 1995 e 2019, quando anunciou que estava saindo do país e suas lojas passariam a ser da bandeira Big.

Ao tomar esse tipo de decisão, a companhia pode influenciar concorrentes a seguirem o mesmo caminho.

Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, Starbuck disse que empresas como Amazon e Target estão ‘na lista’ das que devem sofrer mais pressão após a decisão do Walmart.

Ele declara acreditar que a decisão do Walmart pode provocar uma mudança sísmica entre as empresas e que ‘a maioria delas terá se livrado da agenda woke’ até o fim de 2025.

Além disso, empresas abaixo dessas gigantes devem sofrer ainda mais pressão, segundo o ativista.

“Empresas menores que o Walmart, que são a grande maioria, agora vão olhar para isso de um ponto de vista diferente, vão olhar melhor para que caminho elas vão, ‘Ok, nem o Walmart conseguiu lutar contra isso. É melhor se nos submetermos’, disse Starbuck em entrevista ao Telegraph.

Lula: Que o agro brasileiro cause raiva em deputado francês, comércio é guerra

 

 Veja nova foto oficial de Lula como presidente

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira, 27, que o comércio internacional é uma guerra, e que quer que o agronegócio brasileiro cause raiva em políticos franceses. Ele deu a declaração em um contexto de tensão entre os produtores de carne do Brasil e o Carrefour. A rede francesa de supermercados disse dias atrás que deixaria de vender carne do Mercosul no país europeu. “Nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, chegou a dizer o deputado da UDR, de direita, Vincent Trébuchet.

O caso mobilizou o agronegócio e o governo brasileiro em uma rara convergência entre Lula e o setor, majoritariamente bolsonarista. “Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros”, afirmou o presidente da República.

Segundo ele, será fechado o acordo entre Mercosul e União Europeia mesmo se a França não quiser – o protecionismo agrícola do País é o principal entrave.

“Comércio é uma guerra”, disse Lula.

Segundo ele, “nenhum país do mundo falará bem dos nossos produtos”.

Lula também defendeu encontros empresariais em países como Índia, Japão e Vietnã para diversificar os negócios brasileiros no exterior e atrair investimentos.

JPMorgan reduz recomendação sobre ações brasileiras para ‘neutro’; veja razões

 


Painel eletrônico na B3 em São Paulo

 

 

O JPMorgan reduziu de “overweight” para “neutro” a recomendação sobre as ações do Brasil, citando crescimento mais lento na China diante da pressão exercida pela futura política de proteção comercial do futuro governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

O crescimento mais lento na China, segunda maior economia do mundo, pode atingir o Brasil com preços menores de commodities, citou o JPMorgan.

O cenário de política monetária do Brasil também pode ter um impacto sobre o mercado acionário brasileiro. O Brasil deve continuar elevando juros em 2025, o que pode prejudicar o desempenho de empresas. O índice MSCI que reúne empresas do Brasil acumula queda de 23% desde o começo do ano. Isso se compara um ganho de mais de 6% do MSCI mais amplo de mercados emergentes.

Já sobre o México o JPMorgan elevou a recomendação de “neutro” para “overweight”, citando o forte crescimento dos Estados Unidos.

“Há uma correlação bastante alta entre a produção industrial mexicana e a dos EUA”,  disse , disse Emy Shayo Cherman, estrategista do JPMorgan.

“Damos ao México o benefício da dúvida, mas estaremos monitorando de perto os acontecimentos, especialmente no que se refere à reforma institucional, que continua sendo o principal risco”, acrescentou o JPMorgan.

STF deve aumentar responsabilidade de redes sociais em julgamento que começa hoje

 Site do STF é retirado do ar após 'acesso fora do padrão ...

Em um dos julgamentos mais aguardados do ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a analisar nesta quarta-feira, 27, ações que discutem a responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos publicados pelos seus usuários. No STF, a expectativa é que o julgamento seja longo e interlocutores não descartam a possibilidade de o desfecho se arrastar para 2025. Mas há pouca margem de dúvida em relação ao resultado: a maioria da Corte defende alguma mudança na forma como o regime de responsabilidade das redes funciona hoje.

A discussão levantada nas duas ações, relatadas pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, é a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. O trecho da lei de 2014 estabelece que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdos publicados por terceiros caso elas deixem de cumprir uma ordem judicial de remoção. Há duas exceções: em casos de violação de direitos autorais e divulgação de fotos íntimas sem consentimento, a plataforma é obrigada a agir assim que for notificada pela vítima.

O artigo 19, na sua própria redação, diz que busca assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura por parte das plataformas digitais. Um dos argumentos favoráveis ao dispositivo é que ele evita transferir a atores privados, e mantém na Justiça, o poder de decidir o que pode ou não pode ser veiculado nas redes sociais. Por outro lado, o artigo também é apontado como insuficiente para proteger direitos no ambiente digital, já que os danos causados por uma postagem geralmente ocorrem mais rapidamente do que a resposta da Justiça.

Existem alguns cenários possíveis para o resultado. Uma das possibilidades é o Supremo declarar o artigo 19 inconstitucional, o que acabaria com o regime que protege as plataformas. Isso poderia trazer de volta o sistema “notice and take down“, que era vigente antes de 2014 – nessa lógica, o conteúdo deve ser derrubado após a notificação do usuário.

Outra opção é dar ao artigo uma interpretação conforme à Constituição – ou seja, manter a validade da norma, mas com novas exceções. Nesse caso, os ministros poderiam estabelecer mais hipóteses em que as plataformas devem agir antes de ordem judicial, como em casos de conteúdos que incitem violência ou atos antidemocráticos.

Para André Giacchetta, advogado do escritório Pinheiro Neto que representa o X no caso, o julgamento ainda traz um risco de impacto econômico para as plataformas. Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o advogado explicou que a maior parte da revisão de conteúdo nas redes sociais é feita de forma automatizada, e que essa tecnologia não será suficiente em questões mais subjetivas, como publicações que façam menção a um golpe de Estado. “Pequenas e médias plataformas sequer terão recursos para investir, e na dúvida vão remover mais do que assumir a responsabilidade por aquele conteúdo”, avaliou.

Giacchetta também diz que o próprio Judiciário se vê diante de dúvidas sobre a ilegalidade de determinados conteúdos. “Se ao Judiciário é dada possibilidade de errar por último, as empresas que errarem assumem a possibilidade de indenizar”, afirmou.

O caso foi pautado pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, após o debate não avançar no Congresso. O julgamento já foi adiado duas vezes – a primeira para ouvir a sociedade em uma audiência pública; a segunda, para aguardar uma ação do Legislativo. Na última vez que as ações contra o MCI entraram em pauta, em junho de 2023, o PL das Fake News estava próximo de ser votado. Mas a tramitação voltou à estaca zero depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira, criar um grupo de trabalho para redigir um novo texto.

Nos últimos anos, ministros mandaram inúmeros recados públicos ao Congresso defendendo a regulamentação das redes. Eles também têm apontado uma relação entre a falta de regras no ambiente digital e ataques à democracia, como os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o atentado a bomba em frente ao Supremo no último dia 13. Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Barroso são as vozes mais enfáticas, mas Flávio Dino, Cármen Lúcia e Dias Toffoli também já defenderam, em algum momento, essa regulação.

Em março de 2023, após audiência pública no Supremo sobre o tema, Toffoli disse que a Corte pode fixar balizas para a remoção de determinados conteúdos nas redes sociais. Na ocasião, sem antecipar seu voto, o ministro sugeriu que é possível que a Corte interprete o texto para “dar a maior proteção possível” aos direitos individuais.

Casos concretos

Ambas as ações em julgamento chegaram ao Supremo em 2017. O processo de relatoria de Toffoli se originou de uma ação indenizatória contra o Facebook devido a um perfil falso. O Facebook recorreu ao Supremo contra decisão da segunda instância que determinou o pagamento de indenização por danos morais de R$ 10 mil à usuária que teve seu nome usado no perfil. A mulher notificou o Facebook pedindo a exclusão do perfil falso, mas a solicitação não foi atendida.

No outro caso, de relatoria de Fux, uma professora de ensino médio era alvo de comentários ofensivos de alunos em uma comunidade no antigo Orkut chamada “Eu Odeio a Aliandra”. Ela obteve decisão favorável na segunda instância para receber uma indenização de R$ 21 mil do Google, que controlava o Orkut – rede social desativada em 2014. O Google recorreu contra essa decisão.

Prévia da inflação acelera e coloca mais pressão no BC por juros mais altos

 


Prédio do Banco Central em Brasília

 

O aumento dos preços de alimentos e passagens aéreas acelerou a prévia da inflação oficial no País em novembro e vai pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que pode intensificar o ritmo de alta da taxa básica de juros, segundo projeções do mercado.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça, 26, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) passou de uma alta de 0,54%, em outubro, para 0,62% neste mês. O resultado ficou próximo das estimativas mais pessimistas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que previam uma inflação de 0,22% a 0,64%, com mediana de 0,49%.

A taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,77% em novembro, superando a meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), que é de 3% em 2024, com teto de tolerância até 4,5%.

Os dados de ontem colocam mais pressão sobre o BC na condução da política monetária, avaliou Luis Otávio Leal, economista-chefe da gestora de recursos G5 Partners, que elevou sua projeção tanto para o IPCA de novembro (de alta de 0,20% para 0,35%) quanto para o fechamento de 2024, de 4,6% para 4,7%.

“No Brasil, choques temporários se tornam permanentes e, por isso, acabam tendo de ser combatidos pela política monetária. Por enquanto, mantemos a nossa expectativa de que os juros fechem 2024 em 11,75% ao ano e cheguem a 13% ao ano em maio de 2025, mas ambas projeções têm um claro viés de alta”, disse Leal, em nota.

Com a inflação pressionada, o C6 Bank também prevê que o Copom aumente a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual na reunião de dezembro, dos atuais 11,25% ao ano para 11,75% ao ano, com mais duas elevações de 0,25 ponto porcentual nos encontros de janeiro e de março de 2025. “Não descartamos, porém, o risco de o ajuste ser ainda mais elevado em função da piora das expectativas de inflação”, ponderou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

A XP Investimentos espera, por enquanto, uma inflação de 4,9% ao fim de 2024, seguida de alta de 4,7% em 2025. “Nossa projeção para a taxa Selic terminal (no fim do atual ciclo de alta) é de 13,25% em meados de 2025, mas a probabilidade de uma aceleração no ritmo do aperto, para 0,75 ponto porcentual, aumentou”, escreveu Alexandre Maluf, em comentário a clientes.

Itens voláteis

Em novembro, itens considerados voláteis, como alimentos e tarifas aéreas, foram os principais “vilões” da prévia da inflação oficial. O custo das famílias com alimentação e bebidas subiu 1,34% neste mês, respondendo por quase metade (0,29 ponto porcentual) da taxa de 0,62% registrada pelo IPCA-15. Os produtos alimentícios aumentaram pelo terceiro mês seguido.

A alimentação no domicílio encareceu em 1,65% em novembro. Houve aumentos no óleo de soja (8,38%), tomate (8,15%) e carnes (7,54%). Por outro lado, as famílias pagaram menos pela cebola (-11,86%), ovo de galinha (-1,64%) e frutas (-0,46%). Já a alimentação fora do domicílio aumentou 0,57%: a refeição fora de casa subiu 0,38%, e o lanche avançou 0,78%.

Em transportes, as passagens aéreas encareceram 22,56% em novembro, maior pressão individual sobre a inflação (0,14 ponto porcentual). O ônibus urbano subiu 1,34%. Nos combustíveis, houve aumentos no gás veicular (1,06%) e na gasolina (0,07%), mas quedas no etanol (-0,33%) e no óleo diesel (-0,17%).

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Fructus: Empresa focada em empreendedorismo feminino já fatura alto em apenas 3 meses

 

Júlia Freixo e Amanda Negrelli, sócias na Fructus


Júlia Freixo e Amanda Negrelli, sócias na Fructus (Crédito: Divulgação)

No dia 13 de agosto deste ano, em uma sala de reunião no Itaim Bibi, foi oficialmente lançada a Fructus. Uma empresa do quarto setor cujo objetivo é promover o empreendedorismo feminino por meio de vendas online e estratégias de marketing digital. À frente do negócio estão as empresárias Júlia Freixo e Amanda Negrelli.

Nesse dia, Júlia e Amanda reuniram-se com 10 mulheres, todas sem qualquer experiência em marketing digital ou vendas, para dar início a um projeto piloto. A proposta era ensinar essas mulheres a venderem produtos físicos virais pela internet, utilizando apenas um aparelho celular.

Um mês depois, a Fructus já havia dobrado de tamanho. O que começou como um projeto piloto transformou-se oficialmente em um negócio.

A trajetória da Fructus, marcada por capacitação, trabalho e criação de oportunidades, reflete, em muitos aspectos, a história de vida de suas fundadoras.

Júlia, natural de Pimenta (MG), mudou-se ainda jovem para São Paulo em busca das oportunidades que a metrópole podia oferecer. Com orgulho, ela relembra os anos em que trabalhou como manicure, profissão que lhe permitiu economizar o suficiente para investir em sua formação. Primeiro, cursou contabilidade e, mais tarde, concluiu a graduação em Direito.

Amanda nasceu no interior do Espírito Santo e durante a sua infância e adolescência viveu na pele a violência doméstica. Ao longo da sua vida já trabalhou como faxineira, vendedora e modelo. Mas, quando estava grávida do seu primogênito e sem perspectivas devido à falta de formação acadêmica, encontrou na internet, uma forma de mudar a sua vida e a da sua família. Tornou-se especialista em vendas pelo WhatsApp, desenvolvendo seu próprio método e transformando essa habilidade em sua profissão.

“Tanto eu quanto a Amanda temos trajetórias de vida marcadas por muito trabalho. Agarramos todas as oportunidades que tivemos. Agora, estamos criando uma alternativa para que outras mulheres possam fazer o mesmo”, explica Julia.

“Nosso objetivo com a Fructus é ver outras mulheres acreditando no próprio potencial, sentindo-se mais confiantes e felizes graças ao próprio esforço”, diz Amanda. “É essa transformação na vida das pessoas que almejamos com a empresa. Mostrar que, independente de onde você veio, do quanto estudou, você é capaz de começar ou recomeçar”, completa.

Após o lançamento, segundo as empresárias, vários profissionais de diferentes áreas de atuação as procuraram interessados em contribuir com a iniciativa. Com a ajuda desse conhecimento intelectual e profissional, elas planejam ampliar a Fructus para atender a um número ainda maior de mulheres. Uma das frentes de expansão em estudo, por exemplo, são parcerias com instituições que tenham afinidade com o projeto.

Atualmente, a empresa conta com uma frente de Projeto Social e outra de equipe de vendas internas, cuja receita é destinada a retroalimentar financeiramente a empresa. Dessa forma, ela se torna sustentável. Agora, o objetivo é ampliar o número de membros do Projeto e vendas próprias com a seleção de novas candidatas.

Desde o lançamento até agora, as participantes do projeto realizaram a venda de mais de 1.230 produtos, com receita bruta conjunta superior a R$ 150.000,00.

Os números da Fructus reforçam ainda mais a onda de crescimento de vendas na internet. Recentemente, o Mercado Livre alcançou a 57ª posição na edição 2024 do ranking BrandZ Global, realizado pela consultoria Kantar. Esse avanço colocou o Mercado Livre no Top 10 das marcas de varejo mais valiosas do mundo.

Para Amanda, vender online, por meio do WhatsApp, é a forma mais rápida de quebrar a crença que quase todo mundo tem, de que não consegue vender pela internet. Porém, a empresária alerta que essa não é uma forma de ganhar dinheiro fácil. Como toda profissão, demanda conhecimento e prática. “Com a orientação da Fructus, é possível aprender tendo suporte e ganhando dinheiro”.

O desempenho varia de vendedora para vendedora. Mas, segundo Julia, as mais bem sucedidas já estavam com ganhos superiores a R$3.500,00 mensais. “É uma renda interessante e pode servir de ponto de partida para que essas mulheres se tornem donas de sua própria história e se tornem independentes financeiramente se valendo do negócio de venda pela internet”, afirma.

Cláudia, uma das participantes do projeto, relata que as comissões obtidas com as vendas da Fructus foram fundamentais para quitar as contas de um mês. “Se eu não tivesse esse recurso, teria atrasado as despesas de casa”, afirma. Ela também destaca que trabalhar com vendas online proporciona liberdade geográfica, permitindo que ela exerça sua atividade de qualquer lugar com acesso à internet.

“Que todas alcancem a sua independência financeira por meio do seu próprio trabalho, assim como um dia Amanda e eu conseguimos”, enfatiza Júlia.

Para acompanhar o projeto, clique aqui.