quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

BRF compra 50% de empresa produtora de gelatina e colágeno por R$ 312,5 milhões

 


Vista aérea da Gelprime, empresa especializada na produção de gelatina e colágeno, localizada em Londrina (PR) (Crédito: Reprodução)

 

A BRF anunciou a aquisição de 50% do capital social da Gelprime, empresa especializada na produção de gelatina e colágeno, localizada em Londrina (PR). O investimento, de R$ 312,5 milhões, reforça a estratégia da companhia de ampliar a participação em produtos de maior valor agregado por meio da BRF Ingredients, explicou a companhia, em nota.

O segmento de colágeno e gelatina, que cresce cerca de 7% ao ano desde 2018, é considerado altamente rentável, com aplicações em alimentos, bebidas e saúde, destacou o CEO da BRF, Miguel Gularte. “Estamos investindo em um segmento com margens superiores, em um mercado que cresce de forma consistente e com o diferencial competitivo do acesso à matéria-prima de origem animal que será processada em um ativo que é o estado da arte no setor”, destacou, na nota, o executivo.

O CFO da BRF, Fábio Mariano, afirmou que a operação permitirá “expansão de rentabilidade e diversificação de negócios”, além de sinergias operacionais e comerciais. A fábrica da Gelprime ocupa uma área de 475 mil metros quadrados.

O acordo prevê um plano de expansão da planta, com objetivo de aumentar a capacidade de produção para atender à expectativa de crescimento da demanda global.

Segundo o CEO da Gelprime, Vinícius Vanzella de Souza, a parceria com a BRF “acelerará o crescimento e fortalecerá a nossa presença global”.

Com a consolidação da operação, a Gelprime deverá alcançar 5% da produção global de gelatina e colágeno, de acordo com estimativa divulgada pela BRF. Isso será impulsionado pela presença internacional da empresa e pelo portfólio ampliado de clientes no exterior.

Temu passa Magalu, Shein e AliExpress e se torna o 5º e-commerce mais acessado do País

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A nova edição do “Relatório Setores do E-commerce no Brasil”, produzido pela empresa Conversion e que será divulgado nesta quarta-feira, 18, indica que a Temu teve 107.241.708 acessos em novembro, e foi a quinta mais acessada no ranking de plataformas e aplicativos de compras mais visitadas do País, superando nomes já tradicionais neste mercado, tais como OLX, Magazine Luiza (Magalu), Shein, AliExpress e iFood.

A Temu é ligada à gigante chinesa PPD Holding, criada pelo bilionário chinês Colin Huang, o terceiro mais rico do seu país. Ela começou suas operações no Brasil em junho deste ano, muito depois de nomes que já estão no mercado há muito mais tempo, tais como as suas concorrentes diretas, a Shopee, Shein e Aliexpress.

Os dados do relatório são referentes a acessos, e não ao total de vendas ou participação no mercado da empresa no setor de e-commerce no Brasil, dados que não são monitorados pela Conversion, uma agência de otimização de mecanismos de busca, mais conhecidas pela sigla em inglês SEO. Eles mostram que, juntas, as dez maiores lojas do Brasil detêm 50,2% de toda a audiência do e-commerce no país.

Segundo a tabulação da empresa, a Temu teve 107.241.708 acessos em novembro, número muito superior ao registrado no seu primeiro mês de funcionamento, em junho, quando registrou 9.821.383 acessos.

O número chegou a 55.775.127 no mês seguinte, e, em agosto, quase dobrou, chegando a 106.259.467 acessos, a maior evolução deste ano entre os dez sites e aplicativos mais visitados.

Pela pesquisa da Conversion, quem lidera o ranking com folga é o Mercado Livre, com 369.051.063 no mês de novembro.

Números de junho a novembro

Quando são considerados apenas os números de junho a novembro, a Temu ocupa a oitava posição no ranking, com 483.257.981 de acessos, número superior ao da nona colocada, a AliExpress, com 462.889.571 acessos, e bem próximo da Shein, a sétima colocada, com 483.257.981.

Mais uma vez, quem lidera o ranking é o Mercado Livre, com 2 bilhões de acessos.

Compras na palma da mão

Para fazer o levantamento, a Conversion analisa o tráfego dos 2.000 maiores sites do Brasil, em 18 categorias. A fonte dos dados tabulados pela agência de SEO provém da SimilarWeb, uma ferramenta de análise de site e aplicativos.

Os dados indicam que mais de três quartos (76,5%) dos acessos a e-commeces são feitos a partir de celulares, sendo 21,7% por meio de aplicativos das empresas instalados nos celulares. Apenas 23,5% são por computadores pessoais.

Quem mais usa os celulares para pesquisar nas plataformas de e-commerce são pessoas interessadas em itens infantis, 82,2%, seguido por aqueles que procuram joias e relógios (80,2%), e calçados (75,3%).

Quando a análise é feita levando em conta apenas os aplicativos, as comidas e as bebidas lideram o ranking, com 40,3%, seguidas por importados em geral, com 35%.

Já as pesquisas de livros, papelaria e itens de educação são as mais recorrentes quando os computadores pessoais são usados, com 53,2%. Em segundo lugar aparecem ferramentas e acessórios (37,8%).

Setores

No total, os sites de e-commerce do Brasil tiveram cerca de 3 bilhões de acessos em novembro, alta de 10% em relação a outubro, aumento motivado pela Black Friday. No acumulado dos últimos 12 meses, a soma chega a 32 bilhões de acessos.

A sondagem do relatório avalia o desempenho de 18 setores. Destes, 16 apresentaram alta de acessos no acumulado do ano.

Para fazer esse cálculo, os autores agrupam as empresas de e-commerce pelo segmento em que atuam.

Os dados estão dispostos pela parcela de participação de cada um deles em relação ao todo de cada segmento.

Confira abaixo os principais.

Marketplace

1 – Mercado Livre 31,3%
2 – Shopee 20,4%
3 – Amazon 19,5%

Moda e acessórios

1 – Lojas Renner 15,2%
2 – Dafiti 10,6%
3 – C&A 9,1%

Eletrônicos e eletrodomésticos

1 – Samsung 44,8%
2 – Kabum 10,2%
3 – Apple 8,2%

Cosméticos

1 – O Boticário 22,7%
2 – Natura 16,7%
3 – Beleza na Web 10,1%

Casa e móveis

1 – Madeira & Madeira 21,5%
2 – Leroy Merlin 19,5%
3 – Ferreira Costa 4,2%

Esportes

1 – Netshoes 36,2%
2 – Centauro 17,5%
3 – Nike 12,4%

Comidas e bebidas

1 – iFood 46,4%
2 – Carrefour 11,6%
3 – Zé Delivery 4,5%

Calçados

1 – Arezzo 15,3%
2 – Havaianas 8,3%
3 – Usaflex 4,9%

CEO da Azul: Se tiver oportunidade de fusão com Gol ou outra, ‘claro que vamos buscar’

 


John Rodgerson, CEO da Azul, em entrevista ao Dinheiro Entrevista, programa da IstoÉ Dinheiro

John Rodgerson, CEO da Azul, em entrevista ao Dinheiro Entrevista, programa da IstoÉ Dinheiro

Em entrevista ao Dinheiro Entrevista, programa do site IstoÉ Dinheiro com presidentes de empresas e grandes personalidades da economia, o CEO da Azul, John Rodgerson, sinalizou que fusões com companhias aéreas rivais podem ser benéficas. Desde que a Gol pediu recuperação judicial, em janeiro, ambas as companhias mantém diálogo sobre uma possível fusão.

Mesmo deixando claro não estar “anunciando nada” e que “temos que esperar”, o executivo da Azul disse ao Dinheiro Entrevista que é natural empresas se juntarem “para ficarem mais fortes”, a exemplo de megafusões ocorridas nos Estados Unidos, como as da American Airlines e da United e Continental.


“Sempre tem conversa. Nós temos a responsabilidade de olhar para todas as oportunidades que existem. Mas estou muito confiante na Azul, especialmente depois de toda essa reestruturação que fizemos. A Azul sozinha é uma ótima oportunidade. Mas se tiver oportunidade para fazer alguma coisa com Gol ou com outro, claro que vamos buscar isso. Vejo que tem muitas sinergias e oportunidades para fazer muita coisa bacana, mas temos que esperar”, afirmou Rodgerson, que é americano e está no Brasil desde a fundação da Azul, a qual participou.

O diálogo sobre uma eventual fusão entre Azul e Gol teria ganho forças após a linha aérea comandada por John Rodgerson ter avançado na negociação com credores para reestruturação das suas dívidas. Em paralelo, na Gol, a expectativa é de deixar o Chapter 11 no início de 2025, conforme previsão dada pelo CEO da companhia, Celso Ferrer, em meados de junho.

“O Brasil tem desafios, mas tem oportunidades. Quando você vê o desafio do dólar a R$ 6, da judicialização, o custo de capital mais caro, você tem visto o que os outros países do mundo fizeram. A American Airlines hoje são empresas diferentes que decidiram se juntar para se fortalecer”, disse o CEO.

“Às vezes, se juntando fica mais forte, reduz custo de capital, aumenta conectividade, da oportunidade para comprar peças, combustíveis; tudo fica mais barato. E quem se beneficia disso é o cliente. Quando você está voando, em Atlanta, em Dallas, ninguém fala ‘Olha a American Airlines domina esse terminal’. Eles são felizes da vida porque através da American Airlines você pode conectar o mundo em Dallas”, completou.

‘Somos a única que não entrou em recuperação judicial’

John Rodgerson garantiu também que, internamente, a companhia jamais cogitou um pedido de recuperação judicial.

Em meados de agosto, uma notícia de bastidores havia citado que a empresa mantinha na mesa a opção de um Chapter 11 – como é conhecido o procedimento de recuperação judicial nos Estados Unidos. Todavia, o CEO da Azul nega que a empresa tenha cogitado isso, e que somente dialogou com seus credores para reestruturar suas finanças.

“Foi engraçado [sobre boato de Chapter 11]. Nunca pensamos em fazer isso, mas o mercado é assim mesmo, tem muito boato. Nós já estávamos falando com nosso credores para fazer algo amigável e o mercado ficou assustado pensando que iríamos fazer uma recuperação judicial. O mercado estava errado, passamos sem ter que fazer isso”, disse.

“Uma coisa que tenho orgulho é de dizer que somos a única linha aérea da história do Brasil que não entrou em recuperação judicial. Gol, Latam, VASP, WebJet, todas passaram por isso. Nós tivemos que fazer algo estrutural, estamos tirando R$ 6 bilhões de dívida do balanço, que irá virar equity [ações]”, destacou o CEO.

O executivo reafirmou a promessa já feita ao mercado que em 2025 a companhia voltará a gerar caixa de novo, a primeira vez em cinco anos. A empresa está listada na B3 desde 2017 e está avaliada atualmente em cerca de R$ 1,4 bilhão. Antes da pandemia, chegou a ter um valor de mercado em R$ 5 bilhões.

‘Cheguei ao Brasil quando o dólar era R$ 1,58’

Rodgerson mora há 16 anos no Brasil e lembra que quando chegou ao país, o dólar estava cotado a R$ 1,58.

Ele destaca que no setor aéreo muitos dos custos são dolarizados, o que faz com que a desvalorização do real impacte diretamente a operação. “Temos o combustível mais caro do mundo”, diz o executivo, que defende uma mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis de avião.

“Todo mundo quer tarifa mais baixa, mas é preciso ter custos mais baixos, tem que ter combustível mais barato”, afirma o CEO.

Segundo ele, um preço de combustível mais baixo incentivaria aéreas a oferecer mais voos e, consequentemente, o turismo doméstico.

“Acho triste que passamos uma década sem crescer o mercado [de aviação] no Brasil. A empresa cresceu, mas o mercado em si não cresceu. O brasileiro ainda viaja muito pouco, muito menos que colombiano, chileno, mexicano. E isso é ruim para o Brasil”.

Azul não existiria sem o mercado financeiro

Durante a entrevista, o CEO revelou que a companhia aérea ‘não existiria’ se não fossem as oportunidades que teve de levantar capital junto ao mercado financeiro, dado que a empresa tem capital aberto.

Segundo o executivo, seria ‘mais fácil’ ser uma empresa privada, mas as oportunidades que o mercado oferecem foram categóricas para o sucesso da empresa.

“Seria muito mais fácil ser uma empresa de capital fechado. Todos os dias você tem pessoas apostando se a Azul vai bem ou mal. É parte do ciclo de crescimento de qualquer empresa. Acho que ser uma empresa de capital aberto faz com que você tenha muito mais oportunidades de levantar capital. A companhia não existiria se não tivéssemos oportunidades para levantar capital. O mercado financeiro oferece oportunidade para você pegar equity e dívida e fortalecer a sua empresa”.

‘Pandemia foi o pior momento da minha jornada’

Ao relatar seus melhores e piores momentos como CEO da companhia aérea, Rodgerson destacou que durante a pandemia foi seu fundo do poço.

“Eu lembro que no momento [pandemia] eu literalmente queria me matar, queria pular da janela. O mundo estava acabando para mim”, disse.

Eu me tornei CEO em 2017, logo depois do Joesley Day, tivemos muitos desafios, mas não foi nada perto da pandemia. A responsabilidade nos meus ombros de ter 15 mil família que dependiam do salário da Azul, e de um dia para o outro deixamos de ter mil voos diários para ter zero. Lembro de ir para o Hangar e ver 20 aeronaves estacionadas, e meus filhos acharem o máximo porque dava para passear dentro delas, mas eu estava chorando, porque sem elas no ar era impossível pagar o salário do mês seguinte”, completou.

Todavia, relata a superação da empresa após o período de dificuldades, que impactou de forma mais drástica o setor de companhias aéreas.

“O melhor dia foi quando recebemos a notícia de que éramos a melhora empresa aérea do mundo em termos de pontualidade, porque isso mostrou a força da Azul depois da pandemia, porque temos 5 mil empresas aéreas no mundo e nós chegamos no topo da montanha”.

 

 https://istoedinheiro.com.br/azul-azul4-fusao-ceo-john-rodgerson/

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Na América do Sul, Trump já está perdendo batalha comercial contra a China

 


Combinação de imagens mostra o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping - AFP

 

No Peru, país sul-americano rico em cobre, o novo governo de Donald Trump já se encontrará do lado perdedor em uma batalha comercial contra a China, parte de um realinhamento de poder maior em torno da região rica em recursos no quintal de Washington.

O segundo maior exportador de cobre do mundo receberá líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) nesta semana e o presidente da China, Xi Jinping, deve comparecer e inaugurar um novo porto construído no país. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também está na lista de convidados.

O Peru reflete um desafio mais amplo para a Casa Branca na América do Sul, onde a presença da China tem crescido rapidamente devido ao seu enorme apetite pelas principais exportações da região: milho, cobre, soja, carne bovina e lítio metálico para baterias.

Isso tem feito Pequim se tornar o parceiro comercial preferido de Brasil, Chile e Argentina, corroendo a influência política regional de Washington, uma tendência que se ampliou com a abordagem “América em primeiro lugar” de Trump durante seu primeiro governo e novamente com Biden.

“O valor estratégico é que esse é o quintal dos Estados Unidos”, disse Li Xing, professor do Instituto de Estratégias Internacionais de Guangdong, acrescentando que isso ajudou a combater a presença dos EUA no Indo-Pacífico e a compensar os riscos de guerra comercial.

“A China não pode começar construindo bases militares lá porque é muito sensível e tornará o conflito da China com os Estados Unidos muito pronunciado… Portanto, ela fez incursões primeiro com laços econômicos.”

O Peru demonstra essa mudança radical. A vantagem comercial da China sobre os EUA aumentou para 16,3 bilhões de dólares no ano passado, de acordo com dados da ONU, uma inversão drástica em relação a apenas uma década atrás, quando Washington era o principal participante. Isso veio acompanhado de investimentos em energia e mineração.

Em 2015, a China ultrapassou os EUA no comércio com o Peru, aumentando a diferença durante o governo anterior de Trump, de 2017 a 2021, e novamente durante o governo de Biden.

“A China entrou na região de forma agressiva, está aprendendo rapidamente e está preparada para permanecer no longo prazo”, disse Eric Farnsworth, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, atualmente no Conselho das Américas e na Americas Society.

“A menos que os Estados Unidos priorizem significativamente a política econômica regional de uma maneira nova e mais eficaz, a região continuará se inclinando para os interesses chineses.”

A embaixada dos EUA em Lima não respondeu a um pedido de comentário. As autoridades de Washington têm advertido publicamente que os investimentos chineses na região são condicionados e afirmam que os EUA são um parceiro mais confiável.

Um sinal da mudança é um novo megaporto 80 quilômetros ao norte de Lima, em Chancay. Ele está sendo construído pela empresa estatal chinesa Cosco Shipping e promete encurtar as rotas marítimas para a Ásia, tanto para os produtos peruanos quanto para os brasileiros.

O porto controlado pela China, que será inaugurado por Xi quando ele estiver no Peru, tem despertado a preocupação dos EUA em relação à segurança regional, mas o mais importante é que ele turbinará a estrada comercial da região para a China.

O porto está levando a outros investimentos para impulsionar a conectividade, especialmente para os produtores de soja no Brasil, que estão interessados em reduzir os custos de transporte e o tempo de viagem para a Ásia, e evitar passar pelo Canal do Panamá ao norte.

Com isso, mais soja brasileira poderia ser transportada por terra para o Peru e depois seguir para a China. O Brasil tem visto o comércio com a segunda maior economia do mundo disparar nos últimos anos.

A maioria das autoridades e diplomatas locais, no entanto, adota um tom cauteloso. Eles dizem que tanto a China quanto os EUA são parceiros importantes. Mas, em particular, admitem que a China tem dado mais atenção concreta à América Latina.

O embaixador do Brasil em Lima, Clemente Baena Soares, disse que o porto de Chancay será um grande impulso para os produtores brasileiros de soja, reduzindo quase pela metade o tempo de viagem para a Ásia.

Ele pediu que o Peru alivie a burocracia para os transportadores brasileiros, como os limites de carga nas rodovias que ligam os países.

Chineses compram a Embu, uma das maiores pedreiras do Brasil

 


Pedreira Embu, uma das zonas da Pedreiras Embu

Pedreira Embu (Crédito: Reprodução/Predeiras Embu)

 

A Huaxin Cement — uma companhia chinesa que vale US$ 2,3 bilhões na Bolsa de Xangai — fechou a compra da Embu, uma das maiores pedreiras do Brasil, com capacidade produtiva de 8,8 milhões de toneladas de agregados por ano. A transação sai a US$ 186 milhões, o equivalente a pouco mais de R$ 1 bilhão no câmbio Lula.

A Embu é dona de quatro pedreiras na região metropolitana de São Paulo que produzem pedra britada e areia, usadas essencialmente na construção civil. No ano passado, produziu 6,3 milhões de toneladas e teve um lucro líquido de cerca de R$ 20 milhões.

A maior das quatro pedreiras é a de Itapeti, em Mogi das Cruzes, seguida pela de Embu, em Cotia, e a de Juruaçu, em Perus. Há ainda uma operação em Viracopos, em Itupeva.

Leia a reportagem completa em Brazil Journal.

Lula faz indicações de diretores da ANP e de outras agências reguladoras

 


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Senado a indicação de Artur Watt Neto, procurador federal da Advocacia-Geral da União (AGU) e especializado em Direito do Petróleo, para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Junto a ele, também foi indicado para cargo de diretor da ANP Pietro Sampaio Mendes, atual secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, que ocupa atualmente a presidência do conselho de administração da Petrobras.

Mendes seguirá como presidente do conselho de administração da Petrobras durante o processo, que envolve aprovação do Senado e posterior nomeação pelo presidente da República, disse a estatal em comunicado.

O governo ainda não apontou um nome para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que está desde maio sem um quinto diretor, uma situação que vem dificultando e atrasando a aprovação de matérias importantes para o setor elétrico. A partir de maio de 2025, mais uma vaga no regulador deverá ser aberta com o fim do mandato de Ricardo Tili.

Outras 15 indicações a cargos de direção de oito agências reguladoras foram feitas pelo presidente, segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente encaminhou os nomes de Leandro Pinheiro Safatle, do Ministério da Saúde, para o cargo de diretor-presidente. Para a diretoria do órgão, Lula ainda indicou Daniela Marreco Cerqueira e Diogo Penha Soares.

À Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), foram indicados Alessandro Facure Neves de Salles Soares para o cargo de diretor-presidente, além de Lorena Pozzo e Ailton Fernando Dias para posições na diretoria.

Para a diretoria da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o presidente fez a indicação de três nomes: Larissa de Oliveira Rêgo, Cristiane Collet Battiston e Leonardo Góes Silva.

José Fernando de Mendonça Gomes Júnior foi indicado ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Para a mesma posição na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Lula indicou o atual diretor do órgão, Guilherme Theo Rodrigues da Rocha Sampaio.

Já Wadih Nemer Damous Filho, atual chefe da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), foi indicado para diretor-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). E para a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o presidente indicou Patrícia Barcelos.

O presidente Lula trocou as indicações para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), segundo o comunicado. Para a posição de diretor-presidente, retirou a indicação do atual substituto, Tiago Sousa Pereira, para indicar o diretor da Infraero, Tiago Chagas Faierstein, ao cargo de chefia.

Lula também retirou a indicação de Mariana Olivieri Caixeta Altoé para a Anac para enviar desta vez o nome de Rui Chagas Mesquita.

(Por Letícia Fucuchima e Roberto Samora)

Dólar ultrapassa R$ 6,15 com ata do Copom e receio com cenário fiscal no foco

 


Nota de dólar

O dólar à vista subia mais de 1% frente ao real nesta terça-feira, com os receios do mercado sobre o cenário fiscal mais uma vez se sobrepondo ao impulso positivo de um leilão de dólares à vista realizado pelo Banco Central, enquanto investidores ainda digeriam a ata da mais recente reunião do Copom.

Às 10h16, o dólar à vista subia 1,08%, a R$ 6,158 na venda. Na máxima do dia até o momento chegou a R$ 6,169. Veja cotações.

Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,04%, cotado a 6,092 reais — o maior valor nominal de fechamento da história.

O Banco Central divulgou antes da abertura a ata da reunião de política monetária da semana passada, em que os membros decidiram acelerar o ritmo de aperto dos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude no próximo ano.

No documento publicado nesta terça, o BC disse que observa uma deterioração em componentes que afetam a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado, vendo os impulsos fiscal e de crédito no país como elementos que estão contribuindo para uma redução do efeito do aperto monetário.

A ata ainda reforçou a mensagem de que a percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal do governo afetou de forma relevante os preços de ativos e as expectativas de mercado, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.

“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

O cenário fiscal era justamente o foco do pessimismo dos investidores nesta sessão, com eles temendo a possibilidade de o governo não conseguir a aprovação de suas medidas de contenção de gastos até o fim do ano, uma vez que os parlamentares têm até sexta-feira para votá-las devido ao recesso.

Entre os principais obstáculos na tramitação do pacote fiscal estão a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações, à medida que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, e a questão do pagamento de emendas parlamentares, com investidores apostando que ambos devem travar as medidas.

“Atualmente, o que fortalece tendência de valorização da moeda norte-americana frente ao real é a grande expectativa do mercado para a votação do pacote de corte de gastos”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.

“A agenda da semana será apertada devido ao recesso parlamentar… Apesar do compromisso firmado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não temos garantias da concretização da votação”, completou.

Na curva de juros brasileira, as taxas futuras estavam sem direção única, com as taxas de alguns contratos de longo prazo recuando, em ajuste sobre as fortes altas acumuladas em sessões recentes.

Nova intervenção do BC

Em um determinado momento, a alta do dólar desacelerou de forma acentuada, com a divisa devolvendo a maior parte dos ganhos na esteira da realização de um novo leilão à vista pelo Banco Central, a terceira sessão consecutiva com uma operação desse tipo e o quarto dia de intervenção no câmbio.

A autarquia vendeu 1,272 bilhão de dólares à vista, aceitando sete propostas com uma taxa de 6,1005 reais por dólar, em leilão realizado entre às 9h36 e 9h41.

Logo após o leilão, o dólar atingiu a mínima da sessão, a 6,0964 reais (+0,07%), mas voltou a acelerar minutos depois.

No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,15%, a 106,950.