terça-feira, 11 de março de 2025

Cocamar terá unidade de recebimento de grãos no MS

 


O investimento está orçado em cerca de R$ 65 milhões 
 
 
Unidade situada em Anaurilândia tem projeção de ficar pronta em janeiro do próximo ano

 

Uma estrutura ampla, moderna e com capacidade estática para armazenar 80 mil toneladas de grãos. Esta é, em resumo, a unidade que a Cocamar Cooperativa Agroindustrial começa a construir em Anaurilândia (MS) e que tem projeção de ficar pronta em janeiro do próximo ano para receber a safra de verão 2025/26. Recentemente, o superintendente de operações, Osmar Liberato, e o gerente executivo de logística integrada, Ezequiel Scopel, estiveram reunidos na cidade com o prefeito Rafael Hamamoto para oficializar o início das obras em uma área de 12 hectares. O investimento está orçado em cerca de R$ 65 milhões e a estrutura consta de um armazém graneleiro para 60 mil toneladas e dois silos para 10 mil toneladas cada e fluxo de secagem de 240 toneladas por hora.

Para garantir a agilidade na entrega da produção, os produtores vão contar com três moegas, sendo um deles com tombador de bitrem, um tombador de carreta e uma de basculante, além de duas balanças automatizadas. Estão previstos, ainda, uma loja de atendimento ao produtor com 400 metros quadrados e um armazém de insumos com dois mil metros quadrados, pátio de triagem com banheiros para motoristas, armazém de cavacos, oficina, vestiário e refeitório.

A Cocamar amplia assim sua presença no Mato Grosso do Sul, onde já opera no recebimento de grãos e comercialização de insumos em Nova Andradina, Ivinhema e Itaquiraí e possui lojas em Naviraí, Campo Grande e Chapadão do Sul. Em ritmo de expansão, no mês de janeiro último a cooperativa inaugurou a sua maior estrutura de recebimento, localizada em Água Boa (MT). Ao todo, são 115 unidades distribuídas pelos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, que atendem a cerca de 20 mil produtores cooperados.

A Cocamar é a 22ª maior empresa da região e também a nona maior do Paraná, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC Brasil. A cooperativa de Maringá também ocupa a quinta posição no ranking exclusivo que revela quem são as maiores do cooperativismo do Sul (veja o ranking completo aqui e o anuário digital completo clicando neste link).


Brasil tenta ampliar cota de exportação de açúcar aos EUA em tratativa sobre tarifa do etanol

 

O governo brasileiro colocou na mesa de negociação com os Estados Unidos a possibilidade de ampliar a cota de exportação de açúcar para o país norte-americano sem incidência de imposto, com o objetivo de minimizar danos ao setor diante da chance de implementação de tarifa adicional sobre o etanol, disseram à Reuters duas fontes a par das tratativas.

A busca pelo aumento da cota para o açúcar é um pleito histórico do setor e já havia sido proposto sem sucesso em anos anteriores, mas o governo decidiu fazer uma nova tentativa após a abertura de rodadas de negociação nas últimas semanas, segundo as fontes.

Após assumir a presidência dos EUA, Donald Trump passou a propor elevações de tarifas para a importação de produtos. Em fevereiro, ao anunciar cobranças recíprocas contra países que taxam os Estados Unidos, a Casa Branca mencionou o etanol brasileiro como possível alvo. A medida ainda não foi implementada, mas pode vir em um novo pacote de taxações que o governo norte-americano promete para 2 de abril.

O Brasil tem hoje uma cota de cerca de 147 mil toneladas de açúcar que pode ser exportado para os EUA sem incidência de imposto de importação. O restante é taxado por tonelada, o que resulta em cobranças médias que ficam em torno de 80%.

Açúcar como contrapartida nas negociações

Apesar da tarifa extracota, a exportação de açúcar do Brasil para os Estados Unidos não foi desprezível em 2024, somando 1,1 milhão de toneladas, de um total de 38,2 milhões embarcadas para todos os destinos, segundo dados governo brasileiro.

De acordo com as fontes, a ampliação da cota permitiria que produtores brasileiros reorientassem suas cadeias para ampliar a fabricação de açúcar em caso de uma eventual redução de demanda de etanol com a taxação do combustível pelos norte-americanos.

Os primeiros contatos para discutir as questões tarifárias foram feitos na semana passada, entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de comércio norte-americano, Howard Lutnick, e em seguida entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer.

Depois dessas conversas, ficou acertado que grupos técnicos devem começar um diálogo para tratar das questões tarifárias. A expectativa do governo brasileiro é de inserir novos produtos e pautas de interesse do país na mesa de negociação.

Em entrevista à rádio CBN na terça-feira, Alckmin reconheceu que a tarifa imposta sobre o etanol pelo Brasil, de 18%, é maior que a dos EUA, de 2,5%, mas ponderou que é necessário avaliar em conjunto com o açúcar, citando cobrança elevada pelos norte-americanos para o volume que ultrapassa a “pequena cota”.

Quando a possibilidade de ampliar a taxação do etanol foi citada pela Casa Branca em fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que para ter um plano “justo e recíproco” seria necessário zerar as alíquotas de importação para o açúcar brasileiro, já que os dois países sempre negociaram açúcar e etanol de forma conjugada.

“A medida adotada pelo presidente Trump é desarrazoada, uma vez que não se fala em contrapartida na ampliação da exportação de açúcar brasileiro para os norte-americanos”, afirmou em nota na ocasião.

A discussão sobre inclusão do açúcar nas negociações para evitar uma tarifa maior para o etanol brasileiro nos EUA, contudo, acontece em um momento em que o Brasil tem uma produção crescente do combustível produzido a partir do milho, mesma matéria-prima utilizada pelos norte-americanos.

Com vários projetos em desenvolvimento ou em construção, a produção anual de etanol de milho do Brasil deverá quase dobrar para cerca de 16 bilhões de litros até 2032, afirmou o banco de investimentos Citi em uma nota publicada nesta terça-feira, citando a rápida expansão do setor.

As exportações de etanol do Brasil para os EUA no ano passado somaram 310 milhões de litros, de um total de 1,9 bilhão de litros exportados para todos os destinos, segundo dados publicados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). Já as importações totalizaram 192 milhões de litros em 2024, sendo 110 milhões vindo dos EUA.

Uma das fontes do governo acrescentou que também será feita uma tentativa de ampliar a cota de exportação de carne para os Estados Unidos, em pauta não ligada diretamente ao etanol, mas que atenderia ao agronegócio brasileiro.

Stellantis anuncia contratação de 400 engenheiros para desenvolvimento de carros híbridos

 

A Stellantis anunciou a contratação de 400 engenheiros para o centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos, cuja inauguração acontece nesta quinta-feira, 11, em Betim (MG). Participam do evento o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Em discurso na solenidade de inauguração do centro de desenvolvimento, o presidente do conselho (chairman) da montadora, John Elkann, ressaltou o compromisso do grupo com o Brasil, onde a Stellantis planeja investir R$ 30 bilhões até 2030.

“O Brasil ocupa um lugar cada vez mais importante no conjunto dos negócios globais da Stellantis. Nossa empresa deu início neste ano a um novo ciclo de investimentos de R$ 30 bilhões aqui no Brasil, que vai estender até 2030. Esse é o maior volume de investimento na história da Stellantis no País e vai impulsionar a inovação tecnológica, a transição energética de nossos veículos em uma nova era de mobilidade. O Brasil nos inspira muito a buscar novas soluções tecnológicas”, declarou Elkann em discurso feito em português. Na infância, o empresário viveu quatro anos no Brasil e disse que estudou e aprendeu a admirar a cultura brasileira no período.

Já o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, destacou em sua fala a aprovação da reforma tributária, que renovou incentivos tributários dados a montadoras com fábricas no Nordeste – caso da Stellantis, que produz automóveis em Pernambuco.

Além da contração de 400 engenheiros para reforçar o centro de desenvolvimento de tecnologia, Cappellano lembrou, conforme anunciado em janeiro, que a montadora está contratando 1,5 mil funcionários para reforçar sua capacidade de produção no Brasil. São 1,2 mil vagas no polo automotivo de Betim, onde são montados carros da Fiat, e 300 na fábrica da Citroën em Porto Real, no sul do Rio de Janeiro.

*O repórter viajou a convite da Stellantis

Gás natural pode ajudar a integrar a América Latina, diz CEO da Petrobras

 

O gás natural pode ajudar a integrar a América Latina, em um cenário onde há crescimento de produção na Argentina e continuação das vendas da Bolívia ao Brasil, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, nesta terça-feira, 11, ao participar da conferência CERAWeek, em Houston.

A fala vem após a diretora de exploração e produção, Sylvia dos Anjos, ter dito no mesmo evento que a Petrobras analisa oportunidades potenciais na Argentina, enquanto avança em projetos na Colômbia e na África.

O gás da região de Vaca Muerta seria interessante para a Petrobras, já que um gasoduto que conecta Argentina, Bolívia e Brasil poderia ser usado para transportá-lo, afirmou a executiva, nos bastidores da conferência em Houston.

Ela acrescentou que a empresa também poderia procurar oportunidades de petróleo na Argentina, já que a Petrobras busca ativamente reabastecer suas reservas de petróleo e enfrenta dificuldades para obter licenças ambientais para perfurar em novas fronteiras no Brasil.

Na Colômbia, a empresa está atualmente elaborando o plano de desenvolvimento de um projeto marítimo onde foram descobertos 6 trilhões de pés cúbicos de gás, enquanto aguarda uma licença do governo.

Cerca de 13 milhões de metros cúbicos por dia de gás do projeto seriam fornecidos à Colômbia por meio de um gasoduto, disse Anjos.

Na África, a empresa espera que poços exploratórios sejam perfurados entre julho e agosto em um bloco no qual tem participação em São Tomé e Príncipe. Outra área na África do Sul deve ser perfurada no segundo semestre, acrescentou a executiva.

INB contrata empresa da Rosatom para converter e enriquecer urânio extraído na Bahia

 

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinou contrato com a Internexco GmbH, do grupo russo Rosatom, para a exportação de até 275 mil kg de concentrado de urânio (U308) produzidos na Unidade de Concentração de Urânio em Caetité, na Bahia. O volume passará por duas etapas de beneficiamento no exterior: conversão e enriquecimento.

Para a contratação foi realizada uma licitação internacional, que tinha como critério de julgamento o melhor preço global, respeitando os pré-requisitos técnicos que garantam o pleno atendimento das necessidades da INB, informou a estatal.

O produto final beneficiado será devolvido, até dezembro de 2027, na forma de UF6 enriquecido a 4,25%, e será utilizado na fabricação do combustível nuclear, que abastece as unidades da central nuclear de Angra dos Reis.

O urânio será transportado de Salvador, na Bahia, para a Rússia, e, segundo o presidente da INB, Adauto Seixas, já está em andamento o planejamento logístico das operações terrestres no Brasil, a contratação do transporte marítimo internacional e o licenciamento da exportação.

“A INB tem planos para aumentar a frequência destas contratações mediante futuras licitações internacionais, seguindo a bem sucedida retomada da produção de urânio em Caetité”, disse Seixas em nota nesta terça-feira, 11.

A conversão é a única etapa do ciclo do combustível nuclear que a INB não realiza, e consiste na transformação do yellow cake em hexafluoreto de urânio (UF6), um sal que tem como propriedade passar para o estado gasoso em baixas temperaturas.

Na forma de gás é realizada a etapa de enriquecimento. A Usina de Enriquecimento da INB está sendo implantada em etapas na Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende/RJ, e atualmente tem a capacidade de produzir 70% da quantidade média anual de urânio enriquecido necessária para abastecer Angra 1.

Após projetos na Colômbia e na África, Petrobras vê oportunidades de exploração de gás na Argentina

 

A Petrobras está analisando oportunidades potenciais na Argentina, enquanto avança em projetos na Colômbia e na África, disse a diretora de exploração e produção Sylvia dos Anjos nesta terça-feira, 11.

O gás da região de Vaca Muerta seria interessante para a Petrobras, já que um gasoduto que conecta Argentina, Bolívia e Brasil poderia ser usado para transportá-lo, afirmou a executiva, nos bastidores da conferência CERAWeek, em Houston.

Ela acrescentou que a empresa também poderia procurar oportunidades de petróleo na Argentina, já que a Petrobras busca ativamente reabastecer suas reservas de petróleo e enfrenta dificuldades para obter licenças ambientais para perfurar em novas fronteiras no Brasil.

Na Colômbia, a empresa está atualmente elaborando o plano de desenvolvimento de um projeto marítimo onde foram descobertos 6 trilhões de pés cúbicos de gás, enquanto aguarda uma licença do governo.

Cerca de 13 milhões de metros cúbicos por dia de gás do projeto seriam fornecidos à Colômbia por meio de um gasoduto, disse Anjos.

Na África, a empresa espera que poços exploratórios sejam perfurados entre julho e agosto em um bloco no qual tem participação em São Tomé e Príncipe. Outra área na África do Sul deve ser perfurada no segundo semestre, acrescentou a executiva.

PlatôBR: Como a tensão na economia dos EUA afeta a inflação no Brasil

Cada vez que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça tarifar parceiros comerciais e os países sinalizam retaliação aos americanos, uma perna importante da estratégia do governo brasileiro para reduzir a inflação dos alimentos em 2025 fica fragilizada. A volatilidade da cotação do dólar afeta diretamente o preço de insumos para agricultura, como fertilizantes, e encarece a comida no Brasil.

Depois da taxa de câmbio ter batido R$ 6,30 no final de 2024, para os preços caírem este ano o governo conta com um recuo da cotação da moeda estrangeira que, no início do ano passado, estava mais perto dos R$ 5 e, no final, rompeu a barreira dos R$ 6. Esse valor, segundo análise de técnicos da equipe econômica, não traduz a realidade dos indicadores do Brasil, mas um momento de estresse.

Embora o governo aposte que o estresse será menor neste ano, o ambiente permanece tensionado com as ameaças e intimidações de Trump de iniciar uma guerra comercial. Isso se reflete na cotação do dólar, o principal canal de contágio da economia brasileira pela volatilidade externa. Além da cotação do dólar, o governo brasileiro conta com um recorde da safra atual, com menos impacto de eventos climáticos, para obter uma oferta maior de produtos este ano.

Volatilidade financeira

A semana começou refletindo tensão nos mercados financeiros. Em entrevista, Trump deu sinais de que a economia americana pode entrar em recessão. São crescentes as especulações nesse sentido, pois as taxações de produtos de outras economias, como o Canadá, por exemplo, foram acompanhadas de anúncios de retaliação aos Estados Unidos.

As medidas ainda não entraram em vigor, mas os analistas já fazem as contas. Os Estados Unidos não têm como abastecer sozinho o seu próprio mercado. Com isso, a política de tarifaços de Trump vai encarecer produtos no mercado interno, pressionando a inflação, que, por sua vez, reduz o poder de compra. Resultado: mais inflação e menos crescimento.

Menos crescimento nos Estados Unidos geram impacto no resto do mundo, especialmente porque, na atual conjuntura, ele se soma à alta generalizada dos preços americanos e à expectativa de alta dos juros por parte do FED, o banco central de lá. Diante dessas possibilidades, a cotação do dólar no Brasil subiu e a bolsa de valores, caiu.

Fora a volatilidade já instalada nos mercados diante da ameaça de uma guerra comercial, a estratégia econômica do governo americano de acuar parte do mundo tem efeitos ainda não mensurados caso seja implementada, pois dependerá da reação dos países atingidos.

No caso do Brasil, a taxação do aço e do alumínio pelo governo Trump está prevista para entrar em vigor nesta quarta-feira, 12. O vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, negocia com representantes do governo americano alternativas que amenizem o impacto para a indústria brasileira.

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