Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Empresa
disse que o pedido ocorreu "após a descoberta de acusações de
irregularidades" ligadas à "contratação de operações de swap pela
diretoria financeira e à renúncia abrupta do antigo diretor financeiro"
Ambipar (Crédito: Divulgação/Ambipar)
Reutersi
(Reuters)
-
A Ambipar anunciou um pedido de recuperação judicial na segunda-feira
na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de
Janeiro, após decisão do conselho de administração em caráter de
urgência em meio a uma crise de caixa e o risco de pagamento acelerado
de dívidas de bilhões de reais.
O pedido foi feito em conjunto com suas afiliadas, incluindo a Ambiental ESG Participações.
As
ações da companhia, que chegou a dizer no final de setembro à Justiça
do Rio de Janeiro que corria risco de se ver diante de vencimentos
antecipados de R$10 bilhões em dívidas, abriram em queda de quase 14% e
ampliavam a baixa para mais de 20%, valendo menos de cinquenta centavos
de real.
Em fato relevante, a Ambipar anunciou
também o auxílio pela Ambipar Emergency Response do processo de falência
nos termos do Capítulo 11 nos Estados Unidos.
A
empresa disse que o pedido ocorreu “após a descoberta de acusações de
irregularidades” ligadas à “contratação de operações de swap pela
diretoria financeira e à renúncia abrupta do antigo diretor financeiro”.
A
companhia adiantou ainda que estas ações resultaram em “pedidos de
antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores”, após
“forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar”.
As
ações da Ambipar sofreram forte queda no final de setembro, quando João
de Arruda deixou o comando da diretoria financeira da empresa, sendo
substituído por Ricardo Garcia, que acumulou estas funções com as de
relações com investidores.
No pedido de
recuperação judicial entregue na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, os
advogados da Ambipar afirmaram que já existe um inquérito criminal com o
objetivo de apurar as condutas do antigo CFO e de seus associados.
A
Ambipar disse que contratou a FTI Consulting para uma investigação, e
pediu também a realização de devidas penas e reparações civis pelos
prejuízos causados.
A busca da Ambipar
pela proteção obtida da Justiça do Rio de Janeiro teve como desencadear
uma operação de crédito da empresa com o Deutsche Bank, que exigia
garantias adicionais e que consumiu valores elevados na caixa da
companhia em poucos dias.
O pedido de recuperação judicial
da Ambipar é o segundo dos últimos anos envolvendo empresa de grande
porte que acusa ex-executivos de irregularidades. Em 2023, a Americanas
entrou com um dos maiores processos do tipo da história do país na
Justiça do Rio de Janeiro, acusando a antiga diretoria de fraude
contábil.
Haddad: governo definirá nesta terça solução para o rombo de R$ 36 bi no Orçamento de 2026
'Tudo que nós não queremos é chegar ano que vem com problema de emenda, de interrupção de obra', disse Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em cerimônia no Palácio do Planalto 25/08/2025 (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)
Da Reutersi
O
ministro do Fazenda, Fernando Haddad, disse que até o início da tarde
desta terça-feira (21) o governo deve ter uma definição sobre o
encaminhamento do Orçamento de 2026, após ter solicitado na véspera o
adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo
ano na Comissão Mista de Orçamento.
Em
conversa com jornalistas na chegada ao ministério nesta manhã, Haddad
disse que representantes da Casa Civil e da Fazenda estão reunidos para
“processarmos o que foi discutido com os líderes” do Congresso na
segunda-feira (20), após a perda da validade da Medida Provisória 1303,
que previa novas taxações a aplicações financeiras e bets, além de
medidas de cortes de despesas.
Cálculos
da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$14,8 bilhões em
2025 e de R$36,2 bilhões em 2026, e o governo busca agora formas de
recompor essas perdas.
“Essas leis todas têm que estar
harmonizadas, quanto vai ser de receita, de despesa, a LDO e o
Orçamento, no fundo é uma coisa só, essas coisas precisam dialogar uma
com a outra, senão teremos problemas de execução orçamentária”, disse
Haddad.
“Tudo
que nós não queremos é chegar ano que vem com problema de emenda, de
interrupção de obra. Não tivemos nada disso durante três anos, porque
nós vamos, em função do calendário eleitoral, trazer problemas para o
país?”
Questionado sobre críticas do presidente da CMO, senador
Efraim Filho (União-PB), à dificuldade do governo em cortar gastos,
Haddad afirmou que o União Brasil é o partido que “menos vota” propostas
de redução de despesas. Ele citou como exemplos propostas de alteração
na aposentadoria dos militares, restrições a supersalários e a indexação
do fundo do governo do Distrito Federal.
“Não estou querendo
apontar o dedo para ninguém, mas as pessoas precisam reconhecer que nós
mandamos para lá cortes de gastos, eles não votam”.
Novo
cartão é uma ação global da bandeira que foi lançado, por enquanto,
apenas nos Estados Unidos, o principal mercado da empresa, e agora no
Brasil, o terceiro maior
Ana Carolina Nunesi
Com foco no consumidor de altíssima renda, a Mastercard cria uma nova categoria de cartão e lança o World Legend. Até então, o Black, lançado em 2006, era a categoria top.
A
marca foca no seu conceito ‘Não tem preço’ e mira na oferta de
experiências mais que exclusivas para atrair essa renda altíssima.
Segundo a Mastercard, o critério para quem será convidado a ter o novo
cartão ficará a cargo do banco emissor, mas aponta como referência a
ponta da ponta da pirâmide, os 1% mais ricos, ou com uma renda média
mensal em torno de R$ 90 mil. A bandeira fechou acordo com sete
emissores até o momento: Banco do Brasil, Itaú, BTG, C6, PicPay, Sicoob e
SIS Prime.
O World Legend lançará em 2026 uma categoria ainda mais exclusiva, o World Legend Exclusive,
para o 0,1% da população do país, que teria uma renda média mensal em
torno de R$ 4,6 milhões. É um público que valoriza não só as
experiências, como que elas sejam na linha ‘luxo silencioso’, ou sem
ostentação, e extremamente exclusivo.
Segundo
dados da Mastercard, o estrato de altíssima renda no país cresce cinco
vezes mais rápido que o restante da população. O 1% mais rico, por
exemplo, concentra 27,4% da renda nacional. A bandeira leva também em
consideração que 40% dos gastos dos brasileiros estão concentrados no
cartão de crédito.
O novo cartão para super-ricos é uma ação
global da Mastercard, contudo, por enquanto, ele foi lançado, por
enquanto, apenas nos Estados Unidos, o principal mercado, e agora no
Brasil, o terceiro maior mercado para a empresa em receita. Segundo os
executivos da Mastercard, o país só perde para o Reino Unido a segunda
posição, pois concorre com um bloco de países (Inglaterra, Escócia,
Gales, Irlanda do Norte).
“O
Brasil está entre os três mercados mais importantes da Mastercard no
mundo. E também é um mercado de altíssima inovação, onde conseguimos
trazer tudo que tem de novo em pagamentos digitais. O Brasil também é um
dos mercados mais sofisticados. Além disso, o brasileiro é um ‘early
adopter’ em inovações e novas tecnologias”, afirma Marcelo Tangioni,
presidente da Mastercard Brasil.
Por aqui, a bandeira está
presente há 30 anos, dos 60 de existência, e há oito anos é líder do
setor de cartões e líder no segmento de alta renda.
Em maio, a concorrente Visa lançou sua versão para o público de altíssima renda, o Visa Infinite Privilege,
também emitido apenas para convidados e com oferta de experiências para
poucos, como transporte de helicóptero para o aeroporto ou fila
exclusiva na segurança e imigração, e uma sofisticada sala vip. E também na linha ‘luxo silencioso’.
O
público que a Mastercard quer convidar é movido mais por experiência
que pelo consumo de bens (talvez porque a aquisição de bens materiais
não seja uma dificuldade), e também é um planejador de longo prazo
(quase 80% deles) e participante de programas de fidelidade.
Exclusividade é cara, e não tem preço
A
exclusividade deverá estar presente nos três pilares que a Mastercard
vai atuar: gastronomia, viagens, entretenimento e arte. Para ajudar,
nomeou quatro embaixadores que farão parte das ações de exclusividade.
Alex Atala, Amyr Klink, Costanza Pascolato e Seu Jorge.
Os
clientes com o cartão na carteira poderão, por exemplo, não apenas ter
um jantar preparado pelo chef Alex Atala, mas jantar na casa dele.
Poderão ainda participar de uma sessão de conversa com Costanza
Pascolato, ou de um show intimista de Marisa Monte, na Casa Museu Ema
Klabin. Podem agendar ainda uma viagem para Inhotim, o maior museu ao ar
livre do mundo, que fica em Minas Gerais, com uma experiência ao
anoitecer no Clara Arte Resort.
Aliás, para os entusiastas das
artes, estão previstas uma série de outras exclusividades, como
curadoria da galerista Nara Roesler, consultoria com especialistas ou
visitas guiadas pelas principais e mais badaladas feiras de artes do
mundo, como Art Basel (Miami), Frieze (Nova York) ou SP Arte.
Vantagens também para hospedagens. A Mastercard fechou parceria com hotéis de luxo e alto padrão para que reservas com o World Legend tenham check-in e check-out flexíveis.
São hotéis como o citado Clara Arte, o Palácio Tangará, e o Unique em
São Paulo, o B de Brasília, o Copacabana Palace (Rio de Janeiro), o
Hotel das Cataratas (Foz do Iguaçu/PR), Botanique (Campos do Jordão/SP),
Pousada Maravilha (Fernando de Noronha), Unique Garden (Mairiporã/SP) e
o Vik Retreats no Chile e no Uruguai. É possível contar com curadoria
especial da plataforma de reservas de hotéis online Teresa Perez
Collection
A sala vip da marca ainda está em reforma e será
inaugurada em novembro, no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. “A
ideia é que o local, batizado de ‘Taste of Priceless‘,
seja um ‘dining’, ambiente para gastronomia, com degustação de vinhos e
cardápio do chef Atala. “O embarque para esse público deixa de ser um
momento de espera e passa a ser de experiência”, diz Leonardo Linares,
vice-presidente sênior de Produtos e Soluções da Mastercard.
A modalidade de empréstimo estará oficialmente disponível a partir do dia 3 de novembro
Matheus Almeidai
O
novo programa do governo federal com crédito para reforma da casa
própria irá disponibilizar R$ 40 bilhões por meio da Caixa Econômica
Federal. A modalidade de empréstimo, batizada Reforma Brasil, estará
oficialmente disponível a partir do dia 3 de novembro. As solicitações
deverão iniciar a partir de uma simulação feita no site ou aplicativo da Caixa após esta data.
“O
programa preenche uma lacuna relevante. Até então, o financiamento
habitacional brasileiro era voltado quase exclusivamente para a
aquisição ou construção, deixando de fora milhões de famílias que têm
casa própria, mas vivem em condições inadequadas”, analisa Thiago Yaak,
CEO da startup Liquid, que automatiza processos de crédito imobiliário.
Entenda a seguir como vai funcionar.
Quem tem direito aos empréstimos?
O
programa é destinado a moradores de áreas urbanas em capitais ou
municípios com mais de 300 mil habitantes. A casa que se pretende
reformar deverá ser própria e de uso residencial ou misto.
Cada
família poderá ter apenas uma operação de crédito por vez, e o valor das
parcelas não poderá exceder 25% na renda total familiar.
Qual o valor dos empréstimos e os juros cobrados?
As regras sobre quantia e taxas variam conforme a faixa de renda das famílias. O programa Reforma Brasil estabelece três:
Faixa 1: renda de até R$ 3.200 Poderá solicitar valores a partir de R$ 5 mil, com juros a partir de 1,17% ao mês
Faixa 2: renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil Poderá solicitar a partir de R$ 5 mil, com juros de 1,95% ao mês
Faixa 3: renda acima de R$ 9,6 mil Poderá solicitar a partir de R$ 30 mil, prazo de pagamento até 180 meses e taxa de acordo com o valor do crédito.
Como o dinheiro poderá ser utilizado?
“Os
recursos podem ser utilizados para aquisição de materiais, pagamento de
mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de
obras”, explica o planejador financeiro Harion Camargo, CFP pela
Planejar.
Thiago Yaak, da Liquid, adiciona que o banco deverá
criar formas para conseguir fiscalizar a destinação correta dos
recursos. Além disso, o empréstimo terá menos garantias do que o
tradicional financiamento para aquisição do imóvel próprio.
“Como o
crédito é voltado à reforma e não à aquisição, a operação muitas vezes
não tem o imóvel como lastro formal. Isso eleva o risco para os agentes
financeiros e exige mecanismos robustos de avaliação, monitoramento e
acompanhamento técnico das obras, a fim de assegurar que o recurso foi
corretamente aplicado e que o imóvel reformado de fato preserva seu
valor”, diz Yaak.
O que avaliar antes de solicitar o empréstimo?
Apesar
de se tratar de um programa do governo, o Reforma Brasil não é um
“dinheiro fácil”. “Mesmo com juros reduzidos, trata-se de uma operação
de crédito — e, portanto, de endividamento”, comenta Yaak. Assim, quem
deseja solicitar um financiamento, deve antes fazer uma ampla análise de
suas capacidade financeira e da real necessidade do dinheiro.
“Isso
inclui verificar a renda disponível, considerar dívidas existentes,
manter uma reserva para imprevistos e analisar se a reforma é mais
urgente do que outras demandas”, aconselha Harion Camargo. “Uma análise
cuidadosa garante que o financiamento seja uma ferramenta de melhoria da
moradia sem comprometer a estabilidade financeira familiar.”
Gestão
do porto espera que a malha ferroviária EF-118 passe pelo crivo do TCU
em breve e tenha fim dos trâmites burocráticos ainda no primeiro
trimestre de 2026, com previsão de início das operações entre 2033 e
2035
Eugenio Figueiredo, CEO do Porto do Açu (Crédito: Rafael Nobre\ CDI)
Eduardo Vargasi
O Porto do Açu, maior complexo portuário industrial da América Latina, localizado no Norte do Estado do Rio de Janeiro, deve
ter um fator ‘transformador’ logístico nos próximos anos, com potencial
de aumentar os volumes em dezenas de milhões de toneladas: a conexão de
uma ferrovia.
O projeto da EF-118, que conectará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, deve passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU)
nos próximos meses e finalizar todos os trâmites burocráticos ainda no
primeiro trimestre do ano de 2025, com a publicação do edital, segundo o
CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo.
“A
conexão do complexo industrial do Porto do Açu com uma malha
ferroviária eleva o nosso nível de capacidade de movimentação em N
vezes. Hoje a gente só tem o acesso rodoviário e traz todos os volumes
de caminhão, mas ele [projeto de malha ferroviária] descortina um leque
de potencial de volume e de capacidade bem maior. Essa ferrovia que está
sendo discutida, que potencialmente vai passar por um processo de
licitação e de concessão, pode trazer volumes em torno de 20 milhões de
toneladas”, diz o executivo em entrevista à IstoÉ Dinheiro.
Caso o trâmite transcorra conforme o esperado, a primeira primeira etapa dessa ferrovia deve começar a operar entre 2033 e 2035.
No
acumulado do ano de 2024 o Porto do Açu teve um volume de 78 milhões –
ou seja, a malha ferroviária poderá representar um incremento de 25,6%
ante esse volume, ou 1,26x.
Entenda o projeto da nova ferrovia
A ferrovia EF-118
terá extensão de 575 quilômetros, conectando Nova Iguaçu, no estado do
Rio de Janeiro, com o município de Santa Leopoldina, no estado do
Espírito Santo, promovendo a integração da malha ferroviária do Sudeste e
garantindo o acesso ferroviário a vários terminais portuários.
Do
total, 80 quilômetros – trecho entre Santa Leopoldina e Anchieta –
serão construído pela Vale, como contrapartida pela prorrogação
antecipada das suas ferrovias, e passará a integrar o contrato de
concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).
Já um trecho
de aproximadamente 170 quilômetros entre Anchieta e o Porto do Açu
integrarão uma nova concessão, alvo de estudo de viabilidade, podendo
contemplar ainda a construção do trecho de 325 quilômetros entre o Porto
do Açu e Nova Iguaçu. O trecho em questão está enquadrado na concessão
como um investimento contingente que será realizado por uma
concessionária.
Demanda (em milhões de toneladas): potencial de operação de aproximadamente 40 milhões de toneladas no longo prazo
Participação da União: R$ 3,28 bilhões
Critério de julgamento do leilão: maior Lance, atrelado ao menor valor do auxílio pré-determinado licitado
Porto do Açu quer ser ‘nova rota para o agro’
Eugenio Figueiredo relata também que o porto
começou a fazer o escoamento de parte da produção do agronegócio, com
um estreitamento de relacionamento com áreas produtoras de Minas Gerais,
Goiás e leste do Mato Grosso.
“O que a gente tem feito é mostrar
para os produtores que o Porto do Açu pode ser uma nova rota para escoar
a produção com eficiência e com competitividade versus o que eles fazem
hoje”, conta.
Conforme detalhado pela IstoÉ Dinheiro, o porto, que já é conhecido
como maior exportador de petróleo e gás do Brasil, quer começar uma
nova fase de olho no agronegócio, aumentando a participação no embarque
de fertilizantes e grãos.
A unidade foi inaugurada
em meados de 2015 e atua no agro desde 2020. No ano passado, foram
cerca de 550 mil toneladas de grãos transportadas, incluindo soja,
milho, café e trigo. A expectativa para 2025 é atingir 1 milhão de toneladas.
Atualmente
a gestão investe em uma estratégia que envolve um acordo de intenções
com o governo de Goiás e a inauguração de um terminal exclusivo para
grãos até 2028 – projeto que exigirá um investimento de R$ 500 milhões e
deve movimentar 1,8 milhão de toneladas no primeiro ano.
De 2023 até agora o porto transportou, em toneladas:
Soja – 242.939
Milho – 134.037
Trigo – 32.546
Café- 15.549
A
gestão focou, inicialmente, na importação de fertilizantes, visando ser
uma alternativa ao Porto de Vitória, uma unidade portuária que
historicamente sofre com longas filas de navios e custos de demurrage
– termo para descrever taxas cobradas pelo atraso na devolução de
contêineres após o período de tempo livre estabelecido no contrato de
transporte marítimo.
Todavia, para viabilizar o frete rodoviário
dos fertilizantes – muito caro caso fosse apenas importação – a gestão
mirou então a exportação de grãos como contrapartida, dado que o produto
que tem o maior fit com o fertilizante para otimizar os custos logísticos.
Após isso, o Porto do Açu passou a investir mais pesado no transporte de grãos e espera aumentar o share de participação no transporte dos produtos do setor que tem a maior participação no PIB brasileiro.
Ex-porto de Eike
A
unidade, localizada em São João da Barra, no norte do estado do Rio de
Janeiro, foi concebida pelo empresário Eike Batista em meados de 2007,
visando se tornar o maior porto do país e o maior estaleiro das
Américas, além de um polo industrial.
O porto abriga 28 empresas e 11 terminais de classe mundial.
Sete
anos após o início das obras, em 2014, foram iniciadas as operações
portuárias, em 2014, com o primeiro carregamento de minério de ferro.
O
custo total da obra até a entrada em operação foi de R$ 9 bilhões –
superando com folga o orçamento inicial, que era de R$ 1,4 bilhão.
Atualmente Eike não possui nenhuma relação com a gestão do Porto do Açu.
A gestora americana EIG assumiu o controle no fim do ano de 2013 e fez
um aporte de R$ 1,1 bilhão, passando a deter a fatia de 53% da então
LLX, rebatizada para Prumo Logística. Atualmente,
a Prumo Logística Global S.A. é controlada pela EIG Management Company
LLC (93,1%) e pelo fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala Development
Company (6,9%).
Novo
cartão é uma ação global da bandeira que foi lançado, por enquanto,
apenas nos Estados Unidos, o principal mercado da empresa, e agora no
Brasil, o terceiro maior
Ana Carolina Nunesi
Com foco no consumidor de altíssima renda, a Mastercard cria uma nova categoria de cartão e lança o World Legend. Até então, o Black, lançado em 2006, era a categoria top.
A
marca foca no seu conceito ‘Não tem preço’ e mira na oferta de
experiências mais que exclusivas para atrair essa renda altíssima.
Segundo a Mastercard, o critério para quem será convidado a ter o novo
cartão ficará a cargo do banco emissor, mas aponta como referência a
ponta da ponta da pirâmide, os 1% mais ricos, ou com uma renda média
mensal em torno de R$ 90 mil. A bandeira fechou acordo com sete
emissores até o momento: Banco do Brasil, Itaú, BTG, C6, PicPay, Sicoob e
SIS Prime.
O World Legend lançará em 2026 uma categoria ainda mais exclusiva, o World Legend Exclusive,
para o 0,1% da população do país, que teria uma renda média mensal em
torno de R$ 4,6 milhões. É um público que valoriza não só as
experiências, como que elas sejam na linha ‘luxo silencioso’, ou sem
ostentação, e extremamente exclusivo.
Segundo
dados da Mastercard, o estrato de altíssima renda no país cresce cinco
vezes mais rápido que o restante da população. O 1% mais rico, por
exemplo, concentra 27,4% da renda nacional. A bandeira leva também em
consideração que 40% dos gastos dos brasileiros estão concentrados no
cartão de crédito.
O novo cartão para super-ricos é uma ação
global da Mastercard, contudo, por enquanto, ele foi lançado, por
enquanto, apenas nos Estados Unidos, o principal mercado, e agora no
Brasil, o terceiro maior mercado para a empresa em receita. Segundo os
executivos da Mastercard, o país só perde para o Reino Unido a segunda
posição, pois concorre com um bloco de países (Inglaterra, Escócia,
Gales, Irlanda do Norte).
“O
Brasil está entre os três mercados mais importantes da Mastercard no
mundo. E também é um mercado de altíssima inovação, onde conseguimos
trazer tudo que tem de novo em pagamentos digitais. O Brasil também é um
dos mercados mais sofisticados. Além disso, o brasileiro é um ‘early
adopter’ em inovações e novas tecnologias”, afirma Marcelo Tangioni,
presidente da Mastercard Brasil.
Por aqui, a bandeira está
presente há 30 anos, dos 60 de existência, e há oito anos é líder do
setor de cartões e líder no segmento de alta renda.
Em maio, a concorrente Visa lançou sua versão para o público de altíssima renda, o Visa Infinite Privilege,
também emitido apenas para convidados e com oferta de experiências para
poucos, como transporte de helicóptero para o aeroporto ou fila
exclusiva na segurança e imigração, e uma sofisticada sala vip. E também na linha ‘luxo silencioso’.
O
público que a Mastercard quer convidar é movido mais por experiência
que pelo consumo de bens (talvez porque a aquisição de bens materiais
não seja uma dificuldade), e também é um planejador de longo prazo
(quase 80% deles) e participante de programas de fidelidade.
Exclusividade é cara, e não tem preço
A
exclusividade deverá estar presente nos três pilares que a Mastercard
vai atuar: gastronomia, viagens, entretenimento e arte. Para ajudar,
nomeou quatro embaixadores que farão parte das ações de exclusividade.
Alex Atala, Amyr Klink, Costanza Pascolato e Seu Jorge.
Os
clientes com o cartão na carteira poderão, por exemplo, não apenas ter
um jantar preparado pelo chef Alex Atala, mas jantar na casa dele.
Poderão ainda participar de uma sessão de conversa com Costanza
Pascolato, ou de um show intimista de Marisa Monte, na Casa Museu Ema
Klabin. Podem agendar ainda uma viagem para Inhotim, o maior museu ao ar
livre do mundo, que fica em Minas Gerais, com uma experiência ao
anoitecer no Clara Arte Resort.
Aliás, para os entusiastas das
artes, estão previstas uma série de outras exclusividades, como
curadoria da galerista Nara Roesler, consultoria com especialistas ou
visitas guiadas pelas principais e mais badaladas feiras de artes do
mundo, como Art Basel (Miami), Frieze (Nova York) ou SP Arte.
Vantagens também para hospedagens. A Mastercard fechou parceria com hotéis de luxo e alto padrão para que reservas com o World Legend tenham check-in e check-out flexíveis.
São hotéis como o citado Clara Arte, o Palácio Tangará, e o Unique em
São Paulo, o B de Brasília, o Copacabana Palace (Rio de Janeiro), o
Hotel das Cataratas (Foz do Iguaçu/PR), Botanique (Campos do Jordão/SP),
Pousada Maravilha (Fernando de Noronha), Unique Garden (Mairiporã/SP) e
o Vik Retreats no Chile e no Uruguai. É possível contar com curadoria
especial da plataforma de reservas de hotéis online Teresa Perez
Collection
A sala vip da marca ainda está em reforma e será
inaugurada em novembro, no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. “A
ideia é que o local, batizado de ‘Taste of Priceless‘,
seja um ‘dining’, ambiente para gastronomia, com degustação de vinhos e
cardápio do chef Atala. “O embarque para esse público deixa de ser um
momento de espera e passa a ser de experiência”, diz Leonardo Linares,
vice-presidente sênior de Produtos e Soluções da Mastercard.
Pesquisa
por petróleo na região gera críticas de ambientalistas e comemorações
de políticos de diferentes espectros, além de organizações de
trabalhadores
Foz do Amazonas (Foto: Agência Brasil)
Matheus Almeidai
Após
anos de diálogo e de uma tentativa frustrada em 2023, a Petrobras
conseguiu do Ibama o licenciamento ambiental para iniciar as perfurações
de poços de busca por petróleo na região da foz do Rio Amazonas, no
estado do Amapá. Agora, a empresa afirma ter cumprido os requisitos para
iniciar os trabalhos “imediatamente”.
A conquista da empresa recebeu reações mistas da sociedade. Enquanto por um lado houve comemorações dentro do governo
e até de movimentos de trabalhadores como a Federação Unificada dos
Petroleiros (FUP), ambientalistas criticam a atividade petroleira na
região pelos altos riscos oferecidos a uma zona sensível e por
constituir um avanço da indústria petroleira em um momento de agravamento das mudanças climáticas.
Em
nota, o Ibama defende suas ações e afirma que, após o indeferimento em
2023, o órgão e a empresa “iniciaram uma intensa discussão, que permitiu
significativo aprimoramento substancial do projeto apresentado,
sobretudo no que se refere à estrutura de resposta a emergência”.
O
licenciamento chega a poucos dias do início da COP-30, conferência da
ONU (Organização das Nações Unidas) que trata das mudanças climáticas e
tem como objetivo justamente buscar alternativas para reduzir o gás
carbônico emitido na atmosfera.
Onde está a Bacia da Foz do Amazonas?
A
Margem Equatorial é uma vasta área geológica no litoral brasileiro que
se estende por mais de 2,2 mil quilômetros, desde o estado do Amapá até o
Rio Grande do Norte. O epicentro do interesse e também da controvérsia
está na Bacia da Foz do Amazonas, a porção mais ao norte da Margem
Equatorial. É nesta região, especificamente no bloco FZA-M-59, que a
Petrobras planeja iniciar a perfuração de um poço exploratório.
Margem Equatorial (Crédito:Divulgação/Petrobras)
A
área é ambientalmente muito sensível devido à sua proximidade com
ecossistemas únicos, como os Corais da Amazônia, descobertos em 2016,
além de manguezais e da grande biodiversidade marinha influenciada pela
foz do maior rio do mundo.
O que mudou desde 2023?
Discussões
sobre a exploração de petróleo na região ocorrem há mais de uma década,
com debates nos governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair
Bolsonaro.
Há menos de três anos, durante o primeiro ano do
terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, um parecer do Ibama não
autorizou o início das pesquisas na região naquele momento.
“Isso
é muito normal para grandes obras”, analisa a advogada Priscila
Artigas, presidente da Comissão de Direito Ambiental do IASP (Instituto
dos Advogados de São Paulo). “Todas as grandes obras do Brasil passaram
por essas discussões. A Petrobras fez então um trabalho de aprimorar os
estudos e análises que o Ibama exigiu.”
O
projeto avançou em meio a forte pressão política. O presidente Lula
demonstrou em diversas ocasiões apoio a exploração de petróleo na
região, assim como nomes expressivos da política do Amapá como os
senadores Davi Alcolumbre (União Brasil – AP) e o líder do governo no
Senado, Randolfe Rodrigues (PT – AP).
Professor de direito
ambiental da PUC-SP, André Gerardes acredita no entanto que a decisão do
Ibama foi sobretudo técnica. “O Ibama é conhecido como uma instituição
que sempre conseguiu manter uma certa autonomia. Os técnicos têm a
garantia do funcionalismo público. Só quem preside o órgão é cargo de
confiança”, diz.
Entre as novidades entregues pela Petrobras para
obter o licenciamento estão mais estudos e até simulações de situações
de emergência realizadas ao longo dos últimos meses. Em uma delas, brinquedos foram utilizados para representar animais em risco durante um resgate noturno.
O
Ibama destaca que o licenciamento decorre de um Estudo de Impacto
Ambiental, formulado a partir de “três audiências públicas, 65 reuniões
técnicas setoriais em mais de 20 municípios dos estados do Pará e do
Amapá, vistorias em todas as estruturas de resposta à emergência e
unidade marítima de perfuração, além da realização de uma Avaliação
Pré-Operacional, que envolveu mais de 400 pessoas, incluindo
funcionários e colaboradores da Petrobras e equipe técnica do Ibama”.
“Houve,
portanto, um processo de amadurecimento institucional, que consolidou
práticas de precaução mais sofisticadas”, analisa a advogada Helena
Duarte Pereira, da área de direito regulatório do Gaia Silva Gaede
Advogados.
Entre as exigências do Ibama que foram atendidas pela empresa estão:
Construção
de Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte para
tratar animais vítimas de vazamento de óleo no município de Oiapoque
(AP). Já havia outro centro em Belém (PA);
Inclusão de três embarcações offshore dedicadas ao atendimento de fauna vítima de vazamentos;
Quatro embarcações de atendimento nearshore.
Licença ambiental ainda pode ser revogada?
O professor André Gerardes lembra que o Ibama é a última instância quando tratamos de licenciamento ambiental no país.
“Não
cabe um recurso para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nem o
próprio presidente Lula pode rever a decisão. O máximo que é possível
acontecer é o Ministério Público entender que a decisão não está
fundamentada e recorrer ao judiciário”, diz Gerardes.
Após a divulgação do licenciamento, organizações da sociedade civil já afirmaram que irão à Justiça contra a licença. Observatório do Clima, Greenpeace e Painel Científico para a Amazônia estão entre os críticos da medida.
“Essa
decisão contraria os compromissos com a transição energética e coloca
em risco as comunidades, os ecossistemas e o planeta”, afirmou Paulo
Artaxo, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) e especializado em crise climática e Amazônia.
“Precisamos de um acordo global para eliminar a extração de petróleo de
forma justa, equitativa e sustentável. Até lá, o mínimo que temos que
fazer é impedir sua ampliação”, disse.
É importante destacar que a
licença emitida pelo Ibama autoriza apenas a pesquisa na região para
averiguar se de fato há petróleo na bacia da Margem Equatorial. “A
própria pesquisa eventualmente pode me indicar que não tem petróleo, que
não tem viabilidade econômica ou técnica para a exploração”, diz
Priscila Artigas. Caso seja comprovado potencial econômico, outro
licenciamento, de exploração, deverá ser emitido.
O potencial da Margem Equatorial
Especialistas
acreditam que a região pode ser a próxima potência petrolífera
brasileira. A crença no potencial da Margem Equatorial decorre de sua
proximidade com a Guiana, país que na última década viveu um “boom”
econômico catapultado pela exploração de petróleo. Também nos arredores
está a Venezuela, com a maior reserva mundial desta commodity no mundo.
Mais próxima da região, a Guiana Francesa também planeja perfurar seu
solo.
A pesquisa que a Petrobras inicia agora será determinante
para definir o futuro, na visão do pesquisador João Victor Marques, da
FGV Energia.
“Será
possível dimensionar o volume existente no reservatório, bem como sua
qualidade e características físico-químicas, e, por fim, verificar a
viabilidade econômica para produção”, explica Marques.
“Finalmente,
declarada a comercialidade, tem-se início a fase de desenvolvimento,
quando o projeto de produção é desenhado, incluindo a unidade
estacionária de produção e o modelo logístico de escoamento do óleo”,
segue Marques. Ele destaca que, dado o contexto atual de enfrentamento
às mudanças climáticas, “o projeto precisa seguir estritamente as
condições de resiliência ambiental e econômica para ser competitivo,
ambientalmente responsável e socialmente justo”.