terça-feira, 27 de outubro de 2015

“Conversa fiada” ajuda nos negócios"


Sabe aquela história de falar sobre o clima? Ela pode ser decisiva antes de uma reunião

Carreira ; ambiente de trabalho ; como conversar com a equipe ; executivo ; executiva ; escritório ; coffee break ; intervalo no trabalho ;  (Foto: Dreamstime)


A gíria é antiga e quer descrever aquela conversa à toa, sem objetivos concretos. Pois estudo da Ludwig-Maximilians-Universität e da Technische Universität, de Munique, e da Kogod School of Business, dos Estados Unidos, mostra que, antes de uma negociação, a tal conversa fiada pode ter grande impacto em percepções e resultados. 

Mas também descobriu uma diferença de gênero: os melhores resultados apareciam em conversas entre homens, enquanto que para as mulheres esse tipo de “prólogo” não fazia a menor diferença. 

Para os autores, há um viés inconsciente nisso: normalmente as mulheres são vistas como mais sociáveis e gregárias, o que normalmente já inclui esse tipo de conversa. Então os homens, para não parecerem frios e objetivos, se esforçam em se aproximar do interlocutor justamente para desfazer esse tipo de percepção.


Um bate-papo antes da reunião não tem tanto efeito entre as mulheres
 
 
Dois experimentos das universidades demonstraram que isso produz bons resultados na negociação. 

Em um deles, 112 universitários deveriam responder a um questionário baseado em trocas hipotéticas. Para parte deles, porém, os autores incluíram algumas conversas fiadas prévias sobre sua cidade de origem ou o clima daquele dia. 

Resultado: os homens deste grupo mostraram-se mais cooperativos, obtiveram maior índice de satisfação e se qualificaram para participar de outras negociações. No caso das mulheres, essa conversa não teve o mesmo efeito. 

Recessão no Brasil derruba resultados de multinacionais dos Estados Unidos


A piora da economia brasileira, com mercado interno mais fraco, redução dos investimentos e desvalorização do real, vem sendo citada em dezenas de balanços corporativos e teleconferências de resultados

O dólar chegou a valer R$ 3,45 no câmbio . A moeda americana vive um período de alta, com a crise econômica (Foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas)


O Brasil vem sendo o vilão para muitas grandes empresas multinacionais dos Estados Unidos na atual temporada de divulgação de resultados trimestrais. A recessão e a desvalorização do real estão afetando os números de empresas tão diferentes como a montadora General Motors, a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, a companhia aérea American Airlines, a Coca-Cola, a 3M e a fabricante de equipamentos Caterpillar.

Apesar de muitas das grandes multinacionais dos EUA não divulgarem números específicos de países onde operam, preferindo dados consolidados por região, a piora da economia brasileira, com mercado interno mais fraco, redução dos investimentos e desvalorização do real, vem sendo citada em dezenas de balanços corporativos e teleconferências de resultados como uma das responsáveis pela queda do faturamento destas companhias.

 
'Situação desafiadora'


Na teleconferência de resultados da GM, a presidente executiva (CEO) da montadora, Mary Barra, destacou que o mercado brasileiro encolheu 27% no terceiro trimestre em comparação a igual período do ano passado. "A situação na América do Sul é desafiadora", disse ela. A empresa teve um prejuízo na região de US$ 217 milhões no terceiro trimestre, acima da perda de US$ 32 milhões do mesmo período do ano anterior.

A American Airlines também ressaltou a contribuição negativa do Brasil para seus números, sobretudo por causa da forte desvalorização do real em relação ao dólar. A receita unitária consolidada por passageiro (Prasm, na sigla em inglês) teve queda de 25% no trimestre, número só menor na América Latina do que o da Venezuela, com retração de 46%. "Não há sinais de melhora para as receitas na América do Sul. Não esperamos, de forma realista, que os dados da região melhorem até que a economia do Brasil mude", disse na teleconferência de resultados o presidente da AA, J. Scott Kirby, destacando que a companhia cortou 30% da capacidade no Brasil.

Apesar de a situação dos países emergentes estar complicada de forma geral, com piora da perspectiva de crescimento em vários mercados e desaceleração da China, a 3M anunciou crescimento de 13% no México e de 1,5% na Europa, Oriente Médio e Ásia. No Brasil, porém, reportou queda de 2%.

"O Brasil passa por um momento duro", disse na teleconferência de resultados o presidente executivo da 3M, Inge G. Thulin.
 

Máquinas
 
 
"O Brasil está em recessão, com um ambiente econômico difícil. E as nossas vendas certamente refletem essa dificuldade", disse, na teleconferência para comentar o balanço da Caterpillar o vice-presidente da empresa, Michael Lynn DeWalt, mencionando a piora na América Latina no faturamento com equipamentos para o setor de construção. A desvalorização do real também teve impacto no balanço. "Tivemos perdas no trimestre de US$ 135 milhões (com moedas). E muito dessa perda veio do Brasil e da China, onde as divisas se enfraqueceram."

Influenciado pelo desempenho fraco de grandes mercados fora dos Estados Unidos, como Brasil e China, a queda do preço do petróleo e a valorização do dólar, os analistas projetam uma queda de 5,1% nos ganhos das companhias abertas dos EUA no terceiro trimestre, segundo estimativa calculada pela FactSet.

Das 173 companhias que fazem parte do índice S&P 500 que divulgaram números até a última sexta-feira, 77% tiveram lucro acima do esperado, mas não porque conseguiram números muito bons. Os analistas do FactSet lembram que várias companhias vinham alertando para ganhos mais fracos, o que fez Wall Street reduzir as estimativas, ficando mais fácil bater as projeções. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embraer tem prejuízo 16 vezes maior que há um ano e atinge R$ 388 milhões no 3° trimestre


Apesar do resultado, a companhia teve alta de 62% na receita líquida do período, para R$ 4,577 bilhões

 

Jato Phenom 300, produzido pela Embraer (Foto: Divulgação)


A fabricante de aviões Embraer teve prejuízo líquido atribuível a acionistas de R$ 387,7 milhões no terceiro trimestre ante resultado negativo um ano antes de R$ 24,3 milhões.

Apesar do resultado, a companhia teve alta de 62% na receita líquida do período, para R$ 4,577 bilhões. Enquanto a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu para R$ 570,3 milhões, ante R$ 311,3 milhões um ano antes.

O resultado da empresa foi impactado por variação cambial, com a dívida líquida da companhia subindo de R$ 685,2 milhões no final do terceiro trimestre de 2014 para R$ 2,558 bilhões ao fim de setembro deste ano.

A companhia informou no balanço que mantém estimativas de desempenho financeiro para 2015.

A Embraer entregou 21 aviões comerciais e 30 executivos no terceiro trimestre ante 19 jatos comerciais e 15 executivos no mesmo período de 2014. A carteira de pedidos firmes atingiu US$ 22,8 bilhões ante US$ 22,1 bilhões ao final de setembro de 2014.

BTG Pactual vê expansão no México diante de dificuldades no Brasil


O BTG lançou operações no México em 2013 e expandiu-se para serviços de corretora, gestão de ativos e private banking

O ex-diretor do Banco do México e atual CEO do BTG Pactual no país, Guillermo Ortiz (Foto: Getty Images/Arquivo)

O BTG Pactual, maior banco independente de investimento da América Latina, planeja se expandir em renda fixa e no setor de energia do México, afirmou o novo presidente do conselho da unidade.

Guillermo Ortiz, 67, que foi indicado presidente do conselho da unidade do BTG no México na semana passada e inicia no posto em 2016, tem grandes planos para o banco no país, em um momento em que a instituição se diversifica fora do turbulento mercado brasileiro.

O BTG lançou operações no México em 2013 e expandiu-se para serviços de corretora, gestão de ativos e private banking. Apesar disso, a unidade tem apenas 40 funcionários e não aparece no lucro global do banco, que somou cerca de US$ 291 milhões no segundo trimestre.

"O desafio aqui é crescer os negócios para um tamanho que seja compatível com o do país", disse Ortiz sobre as operações mexicanas do BTG, que ele afirmou que já são lucrativas sob o comando do presidente-executivo Javier Artigas.

Ele afirmou que o México é parte da estratégia global do BTG para tornar-se um "banco global e competidor dos principais bancos de investimentos no mundo".

Ortiz foi presidente do banco central do México até o final de 2009, presidente do conselho do Banorte, quarto maior banco do México; e vai continuar sendo conselheiro do Banorte até o final do ano. Ele afirmou que recentemente trabalhou em projetos para a petrolífera estatal Pemex e para a elétrica mexicana CFE, e vê mais oportunidades no setor de energia.

Ortiz também citou potencial sobre o recém-lançado veículo de investimento em infraestrutura do México, conhecido como "Fibra E", que permite que companhias emitam títulos garantidos por ativos de infraestrutura.

"O novo setor para o BTG no México deve ser o setor de energia, que está aberto", disse Ortiz, acrescentando que a Pemex em particular precisa vender ativos para lidar com dívida elevada.

Cade aprova compra da Saraiva pela Somos Educação




Wikimedia Commons
Livraria Saraiva
Livraria Saraiva: grupo também tem atividades de comércio varejista, incluindo o comércio eletrônico, de produtos ligados à cultura, entretenimento e lazer, que não serão adquiridas pela Somos Educação
 
Da REUTERS


São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição dos negócios de conteúdo para educação da editora Saraiva pela Somos Educação, atual denominação da Abril Educação.

De acordo com parecer do Cade, a operação está estruturada pela aquisição por meio da Editora Ática, subsidiária da Somos Educação, de todas as cotas da Saraiva Educação detidas pela Saraiva e Siciliano.

A Somos Educação é controlada indiretamente pela gestora de recursos Tarpon e possui, junto com suas subsidiárias, atividades dedicadas à educação básica, ao ensino de idiomas e à formação ao mercado de trabalho.

Já a Saraiva edita e comercializa conteúdo voltado à educação. O grupo também tem atividades de comércio varejista, incluindo o comércio eletrônico, de produtos ligados à cultura, entretenimento e lazer, que não serão adquiridas pela Somos Educação.

"A operação permitirá a entrada da Somos Educação no segmento de conteúdo voltado para a educação superior, no qual a Saraiva tem presença", disse o Cade no parecer, completando que as empresas entendem que a integração poderá criar eventual oportunidade de exploração de sistema de ensino superior.

O Cade identificou que a operação poderá resultar em integrações verticais nas atividades de sistemas de ensino, livros didáticos cursos de idiomas e edição de livros, gráfica, entre outros. No entanto, o órgão concluiu que a operação não gera preocupações concorrenciais relevantes.

A transação de 725 milhões de reais, anunciada em junho, será financiada por caixa próprio da Somos Educação assim como por empréstimos, após absorver dívida de cerca de 250 milhões de reais da Saraiva Educação, valor a ser confirmado no fechamento da operação.

Mitsui quer ficar entre 10 maiores seguradoras do Brasil




Getty Images
Sede do Sumitomo Mitsui Banking Corporation
Mitsui: "estamos dispostos a estudar eventuais candidatos no Brasil", diz a empresa
Da REUTERS

São Paulo - O grupo segurador japonês Mitsui Sumitomo mira oportunidades de aquisições no Brasil, dentro de seu plano de expansão global, que inclui ser um dos maiores no país, disse nesta quarta-feira o presidente mundial do grupo, Yasuyoshi Karasawa.

"Estamos dispostos a estudar eventuais candidatos no Brasil", disse o executivo a jornalistas. "O Brasil é extremamente importante para expandirmos nossos negócios internacionais."

O Mitsui Sumitomo, companhia central da MS&AD Insurance Group Holdings, comprou quase 170 milhões de dólares em ativos fora do Japão no primeiro semestre e outra rodada de aquisições do mesmo porte deve acontecer até março de 2016.

Isso sem contar a compra em setembro, por 3,5 bilhões de libras, da Amlim, segunda maior seguradora no mercado Lloyd's de Londres, um dos maiores mercados do ramo do mundo.

Embora esteja celebrando 50 anos no Brasil, a participação da seguradora, especializada em segmentos como automotivo e catástrofes naturais, é modesta, não aparecendo nem entre as 20 maiores em volume de prêmios no país.

Mas desde outubro de 2014, quando fez uma injeção de 350 milhões de reais no capital, a companhia deu um claro sinal de que pretende mudar essa realidade.

"Queremos ser um dos 10 maiores no país", disse Karasawa, sem definir prazos. "Estudamos parceria com alguma companhia que tenha forma e filosofia parecida com a nossa." Segundo o executivo, apesar do momento turbulento, com recessão econômica e crise política, o Brasil segue no caminho para ser a quinta maior economia do mundo até 2050, o que justifica a aposta.

Com 303 funcionários em 12 cidades do Brasil, o Mitsui Sumitomo cresceu 23 por cento o volume de prêmios emitidos no primeiro semestre no país, ante mesma etapa de 2014. A aposta em mercados internacionais acontece no momento em que o governo japonês tem ampliado medidas de expansão monetária para tentar dar fôlego à economia doméstica, o que deixa maior margem para investimentos em ativos considerados de maior risco.

O Mitsui Sumitomo havia definido já em 2013 um plano de quatro anos para expansão para fora do Japão. A companhia tem como meta elevar dos atuais 25 para 45 por cento a fatia não japonesa de suas receitas. Antes da compra da Amlim, esse percentual era de 10 por cento.

Lula responsabiliza Dilma por busca na casa do seu filho




Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação
 
O ex-presidente Lula parabeniza a presidenta reeleita, Dilma Rousseff, em Brasília
Ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff: "A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção", afirmou Lula
 
Vera Rosa, do Estadão Conteúdo
Tânia Monteiro, do Estadão Conteúdo
Isadora Peron, do Estadão Conteúdo


Brasília - Na véspera de completar 70 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a mágoa com Dilma Rousseff e responsabilizou a sucessora pela operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a Luís Cláudio, seu filho mais novo.

Em conversa com pelo menos três amigos, nesta segunda-feira, 26, em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e disse que a situação "passou dos limites".

Para o ex-presidente, Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que, na sua avaliação, quer apenas "aparecer" -, e não entende que, em nome do combate à corrupção, pode destruir o projeto político do PT.
Em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou ontem pôr panos quentes na crise e acalmar Lula. Não conseguiu. "O governo não tem qualquer interferência nas investigações. Agora, nem a Operação Lava Jato nem a Zelotes podem ser a agenda do País", disse Wagner. "Precisamos virar essa página."

Lula estará na quinta-feira em Brasília, para participar da reunião do Diretório Nacional petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de "ofensiva" para destruir o PT e o seu legado. Na ocasião, receberá a solidariedade dos correligionários.

Além de Luís Cláudio, o presidente do Sesi, Gilberto Carvalho - chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010 e ministro da Secretaria-Geral da Presidência no primeiro mandato de Dilma - também foi citado no relatório da Operação Zelotes.

Braço direito de Lula, apelidado por ele de "Gilbertinho", Carvalho prestou depoimento ontem no inquérito que investiga a denúncia de compra de medidas provisórias para favorecer o setor automotivo.
 

"Mentirão"


Um dos amigos que conversaram com Lula contou que ele estava "furioso" e chegou a chamar a delação premiada feita em outras operações, como a Lava Jato, de "mentirão premiado".

Disse, ainda, que o governo Dilma "perdeu o controle" das investigações e que ilações são vazadas, sem prova, para enfraquecê-lo e impedir uma nova candidatura dele, em 2018.

No diagnóstico de Lula, a Polícia Federal está cometendo "abusos", com desrespeito à Constituição, e os acusados não têm acesso às acusações para se defender. "A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção", afirmou.

Abatido, ele disse não querer impedir nenhum inquérito e lembrou que, em 2007, até seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi investigado pela PF na Operação Xeque Mate. Comentou, porém, que, à época, não havia "perseguição".

O ex-presidente disse ter perdido até mesmo o ânimo para comemorar, hoje, o seu aniversário, mas o Instituto Lula vai organizar uma reunião para lembrar a data.

Os amigos queriam promover uma festa para Lula, na quinta-feira, no restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo (SP). Na semana passada, porém, ele pediu para cancelar a confraternização.

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "não têm qualquer fundamento" as informações de que o ex-presidente responsabilizou Dilma pela ação da Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.