O Federal Reserve (Fed
– o banco central dos Estados Unidos), decidiu pelo corte na taxa de
juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 29, que agora fica a
faixa de 3,75% a 4,00%.
A
decisão não foi unânime. Dos 12 membros do Fomc (equivalente ao Comitê
de Política Monetária no Brasil), 10 votaram pelo corte de 0,25 ponto
percentual, incluindo o presidente Jerome Powell. Um dos membros votou
pela manutenção da taxa e outro pelo corte de 0,50 ponto.
O corte
nos juros vem em linha com a expectativa do mercado. Economistas
consultados pela Reuters foram quase unânimes em apontar que o banco
central dos Estados Unidos reduziria sua taxa básica de juros.
Os
membros do Comitê do BC americano justificam no comunicado sobre a
decisão que os “indicadores disponíveis sugerem” que a atividade
econômica tem se expandido a um ritmo moderado.
“A criação de
empregos desacelerou este ano, e a taxa de desemprego subiu
ligeiramente, mas permaneceu baixa até agosto; indicadores mais recentes
corroboram esses desenvolvimentos. A inflação aumentou desde o início
do ano e permanece um pouco elevada”.
EUA enfrentam paralisação no setor público
A paralisação do governo federal,
agora em seu 29º dia, significa que o banco central dos EUA não recebeu
o relatório oficial de emprego referente ao mês de setembro, um dado
importante para sua discussão no momento em que as autoridades se
concentram na força das contratações e na evolução da força de trabalho
sob as políticas de imigração mais rígidas do presidente Donald Trump.
Até
agosto, o último mês para o qual o Escritório de Estatísticas do
Trabalho publicou um relatório de empregos antes do início da
paralisação em 1º de outubro, a taxa de desemprego vinha aumentando
lentamente, passando de 4,0% em janeiro, quando Trump iniciou seu
segundo mandato na Casa Branca, para 4,3%.
No entanto, o ritmo de
contratações caiu drasticamente, com um declínio no número de pessoas
nascidas no exterior em busca de trabalho ajudando a atenuar o que, de
outra forma, poderia ter sido um aumento muito maior na taxa de
desemprego.
Embora as autoridades do Fed achem que o mercado de
trabalho permaneceu equilibrado entre a demanda e a oferta de
trabalhadores, elas também estão preocupadas com a possibilidade de as
empresas começarem a reduzir ainda mais as contratações ou recorrerem a
demissões devido às preocupações com o crescimento econômico – um risco
destacado pelos recentes anúncios de demissões na Amazon.com e um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego.
As
agências de emprego ainda estão coletando e publicando dados semanais
sobre pedidos de auxílio-desemprego, fornecendo um termômetro para a
saúde do mercado de trabalho.
Um relatório final sobre a inflação em setembro,
divulgado na semana passada por ordem da Casa Branca uma vez que ele é
incluído no cálculo dos aumentos dos benefícios da Previdência Social,
mostrou que o índice de preços ao Consumidor aumentou em um ritmo mais
lento do que o esperado no mês passado.
A combinação de notícias
relativamente positivas sobre a inflação e as preocupações contínuas com
o mercado de trabalho significa que “não houve muita base para mudar as
opiniões” desde que as autoridades indicaram em setembro que cortes de
um 0,25 ponto percentual nos juros eram prováveis nas reuniões de 28 e
29 de outubro e 9 e 10 de dezembro, escreveu Steven Englander, chefe de
estratégia macro da América do Norte no Standard Chartered.
*Com informações de Reuters