terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Feminicídio: o quão alto temos que gritar?

 

 

Não é possível que mulheres, além de vítimas, tenham que ser as responsáveis por mudar, sozinhas, um cotidiano de machismo e violência.”Parem de nos matar! Parem de nos matar!” É muito triste que, em 2025, nós, mulheres, tenhamos que tomar as ruas do Brasil com esse grito. Estamos acabando o ano pedindo para continuarmos vivas. Simples e terrível assim. Nossos gritos estão sendo altos e entoados por milhões. No fim de semana, milhares de mulheres tomaram as ruas do Brasil denunciando a violência contra mulher no país.

Temos, mais do que nunca, muitos motivos para gritar. Nas últimas semanas, o Brasil foi atingido por uma avalanche de crimes cruéis contra mulheres.

É importante lembrar seus nomes. Allane de Souza Pedrotti Mattos e Layse Costa Pinheiro, funcionárias públicas do Cefet, no Rio de Janeiro, foram mortas por um colega que não aceitava “ter uma chefe mulher “. Tainara Souza Santos foi atropelada e arrastada por um quilômetro por um carro dirigido por um ex-parceiro, Douglas Alves da Silva. Ela teve as duas pernas amputadas. Em uma pastelaria no interior de São Paulo, Evelin de Souza Saraiva foi atacada com pelo menos seis tiros por um ex-companheiro. No Recife, Isabele Gomes de Macedo e seus quatro filhos morreram carbonizados depois que seu ex, Aguinaldo José Alves, ateou fogo na própria casa.

Esses são apenas alguns exemplos de números de guerra. A cada dez minutos, uma mulher é vítima de feminicídio no mundo. No Brasil, quatro mulheres são assassinadas por dia. Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio no país , um número recorde e que deve aumentar em 2025, como mostram dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. No estado, foram registrados 207 casos de feminicídio de janeiro a outubro deste ano.

Não conheço nenhuma mulher que não tenha passado as últimas semanas com raiva, tristeza e cansaço, tudo ao mesmo tempo. Mas não podemos nos dar ao luxo de parar. Por isso, no domingo, milhares de nós foram às ruas.

Os “levantes” femininos aconteceram em várias cidades do Brasil e juntaram milhões. Acho que nunca tinha visto manifestações que juntassem tantas “categorias” de mulheres. Ali estavam ativistas anônimas jovens, senhoras, feministas famosas, políticas e celebridades.

Nem todo homem

Tivemos também uma grata surpresa: muitos homens participaram das manifestações. E a violência começou a ser chamada de “violência dos homens contra as mulheres”. Essa justa chamada de responsabilidade foi ecoada até pelo presidente Lula: “O combate ao feminicídio é tarefa de todos nós, especialmente dos homens. Precisamos agir na causa, prevenir novos casos. Conscientizar, denunciar e garantir punição rigorosa para todos os agressores”, escreveu o presidente na rede X.

É importantíssimo que o presidente se manifeste pelo fim da violência contra as mulheres. E mais ainda que ele, ao contrário de muitos dos seus colegas de gênero, não tire o corpo fora e repita o mantra: “mas nem todo homem, eu não sou assim”. Agora, presidente, esperamos que essa indignação se traduza também em mais políticas públicas para combate da violência.

Nós, mulheres, não vamos sair dessa sozinhas. Estamos exaustas e queremos que os homens também assumam sua parte de responsabilidade nesse conto de terror que é ser mulher no Brasil. Não é possível que mulheres, além de vítimas, tenham que ser as responsáveis por mudar, sozinhas, um cotidiano de machismo e violência, onde elas vivem com medo de tudo: de andar na rua de noite a pegar um uber, só para citar exemplos banais.

A saída não é nada fácil, sabemos. Em tempos de redes sociais, o discurso de ódio a mulheres se organiza em comunidades misóginas lucrativas , meninos se identificam com ideias red pill e muitos homens feitos ainda acham que fazer piadas machistas é “liberdade de expressão”.

Nesse cenário, repetimos que é preciso educar os meninos e os apoiar para que eles não virem misóginos. É verdade. Mas essa tarefa de educação não pode ser obrigação só das mulheres. E os pais? Eles vão educar os filhos, ou vão ter a cara de pau de agir como se ensinar às crianças fosse obrigação materna e depois vão bater no peito dizendo que “não são parte do problema, porque afinal, nem todo homem é violento”.

É muito legal ver amigos em manifestações contra a violência às mulheres, mas será que finalmente eles vão parar de falar com aquele homem que é acusado de ter batido na namorada? Vão levantar da mesa quando aquele camarada disser que transou com uma menina “muito bêbada” (o que é estupro)? A lista de coisas que os homens podem fazer para tentar combater a violência contra as mulheres é imensa. E pode nos ajudar a não ficar por mais mil anos tendo que gritar nas ruas: “parem de nos matar”, “parem de nos matar”.

Sim, nós somos incríveis e gritamos tão alto que parece que muita gente agora está prestando atenção no que falamos. Isso é ótimo. Mas precisamos combater o machismo e a misoginia todos os dias. E, para isso, “vamos precisar de todo mundo”. Nós, mulheres, não temos a escolha de parar. Nossas vidas estão em jogo. Mas os homens, repito, também podem continuar em movimento. Há muito o que fazer. E vocês nem precisam esperar que a gente marque atos para tentar mudar esse horror…

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Nina Lemos é jornalista e escritora. Escreve sobre feminismo e comportamento desde os anos 2000, quando lançou com duas amigas o grupo “02 Neurônio”. Já foi colunista da Folha de S.Paulo e do UOL. É uma das criadoras da revista TPM. Em 2015, mudou para Berlim, cidade pela qual é loucamente apaixonada. Desde então, vive entre as notícias do Brasil e as aulas de alemão.

O texto reflete a opinião da autora, não necessariamente a da DW.

Alckmin diz acreditar que Selic vai começar a cair ‘se não agora, na próxima reunião’

 

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a redução da taxa básica de juros, a Selic, deve vir em breve, mas salientou que o governo Lula também precisa fazer um esforço fiscal maior. Ele concedeu entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, no programa ReConversa, transmitido pelo YouTube.

“Eu estou confiante na questão dos juros, porque a indústria é a mais afetada pela taxa de juros muito alta. (…) Acredito que vai começar a cair a taxa de juros se não agora, na próxima reunião”, disse Alckmin, fazendo referência à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre nesta quarta-feira.

Ele justificou que o dólar caiu e o clima e a “supersafra” deste ano favoreceram o recuo no preço dos alimentos. “Os juros caindo, a economia floresce mais rápido”, completou.

Em seguida, ele destacou os dados de desemprego e de inflação no País. “Nós estamos num momento importante, porque quando a inflação está baixa, o desemprego está alto; quando o desemprego está baixo, a inflação está alta. Nós estamos neste momento com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”.

Ele ponderou: “Claro que a gente não deve ficar em berço esplêndido, não. Nós temos que fazer um esforço fiscal maior, a questão das despesas, mas eu diria que o cenário é um cenário positivo”.

Por fim, ele afirmou que “muita gente” que critica a questão fiscal do atual governo não vê os déficits feitos pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL). “O governo do nosso Paulo Guedes, o ‘Chicago boy’, conseguiu fazer um déficit de 9,7% [do PIB]”, criticou. “Nós temos que começar a fazer superávit agora, para estancar o crescimento da dívida e depois ela começar a cair”.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Trump autoriza envio de chips H200 da Nvidia para a China e sinaliza extensão para AMD e Intel

 Donald Trump: 3 freios para a expansão do seu poder nos EUA ...

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 08, que informou ao presidente chinês, Xi Jinping, que os Estados Unidos permitirão que a Nvidia envie seus chips H200 para clientes aprovados na China e em outros países, sob condições que permitam a continuidade de uma forte segurança nacional.

“O presidente Xi respondeu positivamente! 25% será pago aos Estados Unidos da América”, escreveu Trump, na Truth Social, sem detalhar se a alíquota refere-se a tarifas ou cobrança a parte sobre as exportações dos chips. Segundo ele, essa política apoiará empregos americanos, fortalecerá a manufatura nos EUA e beneficiará os contribuintes, além de garantir a liderança do país em inteligência artificial (IA).

Trump também explicou que os modelos mais avançados de chips da Nvidia, como o Blackwell e Rubin, não fazem parte do acordo e continuam com fornecimento apenas para clientes americanos.

“O Departamento de Comércio está finalizando os detalhes, e a mesma abordagem se aplicará à AMD, Intel e outras GRANDES Empresas Americanas”, acrescentou a postagem, também sem fornecer informações sobre como o acordo será estendido a outras empresas.

Os papéis das fabricantes de semicondutores americanas citadas operavam em alta firme no after hours em Nova York.

Juro deveria começar a cair em janeiro, diz CEO do Magazine Luiza

 

Para o CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a taxa de juros deveria começar a cair em janeiro e chegar aos 11% ao ano no final de 2026. “No entanto, esperamos que a demanda siga aquecida e os juros ainda altos no ano que vem”, disse, durante o lançamento da Galeria Magalu, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Com as condições atuais de custo de capital, o investimento para novas lojas é um desafio em especial, diz o executivo.

A presidente do Conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena, destaca que os juros no patamares atuais são especialmente prejudiciais para os pequenos empreendedores. Ela critica a meta de inflação em 3% ao ano. “Esperávamos ao menos um sinal de queda dos juros”, afirmou.

Nova megaloja

Apenas com a receita de anúncios dentro da nova loja na Avenida Paulista, o chamado retail media, o Magazine Luiza espera recuperar o investimento para lançar a unidade, segundo o CEO Frederico Trajano. “Com o custo de capital que temos, o mais caro do mundo, tínhamos o desafio para este investimento.”

A Galeria Magalu, que abre nesta terça-feira, 9, já tem mais de 150 marcas.

De acordo com o executivo, outra solução para viabilizar a loja física nesta conjuntura é garantir fluxo de pessoas no espaço. Para isto, a estratégia é ter uma agenda constante com influenciadores digitais com atividades dentro da unidade. Em vários locais da loja há áreas para realização de transmissões ao vivo (streamming), além do Teatro Youtube. O auditório terá agenda de espetáculos teatrais e também eventos com os criadores de conteúdo.

A expectativa do Magazine Luiza é ter uma circulação de 90 mil a 100 mil pessoas por mês na galeria. A companhia espera que a unidade seja a recordista em vendas de todas as 1,3 mil lojas, de acordo com Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e de operações.

Há pretensões de transformar lojas existentes para o formato da Galeria Magalu, mas ainda não há um cronograma fixado. Segundo Garcia, a estratégia para potenciais mudanças será traçado em 2026.

Anvisa publica registro da vacina contra a dengue do Butantan

 Anvisa lança nota técnica que orienta a comunicar lesões por ...

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira (8) no Diário Oficial da União o registro da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan.

O registro do imunizante já havia sido anunciado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no fim de novembro. A intenção da pasta é começar a aplicação das doses em 2026, de forma gratuita, via Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, a Anvisa informou que a publicação oficializa a conclusão do processo regulatório e permite a produção e a comercialização do imunizante — que será ofertado exclusivamente pela rede pública.

“O registro é um marco para o enfrentamento da dengue no Brasil. A vacina passou por todas as etapas de análise técnica e regulatória previstas na legislação sanitária, garantindo sua segurança, qualidade e eficácia”, destacou a agência.

O comunicado cita ainda que a vacina é tetravalente e combate os quatro sorotipos da dengue, além de ser aplicada em dose única. “Essa é a primeira vacina contra a dengue a ser produzida por um laboratório nacional”, completou a Anvisa.

A nota ressalta que, mesmo com o registro do imunizante, o Instituto Butantan deve dar continuidade aos estudos adicionais da vacina e realizar o monitoramento ativo de seu uso pela população em geral.

“A tecnologia utilizada pelo novo imunizante é a de vírus vivo atenuado, que é segura e já empregada em diversas outras vacinas em uso no Brasil e no mundo”, destacou a agência.

A indicação da dose aprovada pela Anvisa é para pessoas na faixa etária de 12 a 59 anos, perfil que, segundo a nota, ainda pode ser ampliado no futuro, a depender de novos estudos.

Em novembro, o Instituto Butantan informou que já havia 1 milhão de unidades da vacina prontas para distribuição. A estimativa do Butantan é ter disponível mais de 30 milhões de doses em meados de 2026.

Entenda

A Butantan-DV é o primeiro imunizante contra a dengue em dose única no mundo. A vacina foi desenvolvida pelo Instituto do Butantan a partir de uma parceria articulada pelo Ministério da Saúde com a empresa chinesa WuXi Vaccines.

A nova dose utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado, já utilizada em outros imunizantes em uso no Brasil e no mundo, como a vacina tríplice viral, a vacina contra a febre amarela, a vacina contra a poliomielite e algumas vacinas contra a gripe. 

De acordo com a avaliação técnica da Anvisa, a Butantan-DV apresentou eficácia global de 74,7% contra dengue sintomática na população de 12 a 59 anos. Isso significa que, em 74% dos casos, a doença foi evitada por conta da vacina.

A dose também demonstrou 89% de proteção contra formas graves da doença e contra formas de dengue com sinais de alarme, conforme publicação na The Lancet Infectious Diseases.

Boeing conclui aquisição da Spirit e Airbus incorpora operações em 4 países

 Até R$ 2,3 bilhões: Conheça as quatro famílias de aviões da ...

A Boeing e Airbus anunciaram nesta segunda-feira, 8, a conclusão de operações distintas envolvendo a Spirit AeroSystems. A empresa, uma das maiores fabricantes de estruturas aeronáuticas do mundo, foi adquirida integralmente pela Boeing, enquanto a Airbus comprou plantas e linhas de produção específicas. O movimento ocorre em meio a desafios enfrentados pela cadeia produtiva da aviação.

Com a compra, a Boeing internaliza toda a produção da Spirit destinada aos seus programas, incluindo as fuselagens do 737 e estruturas principais dos modelos 767, 777 e 787, além das fuselagens usadas nas aeronaves militares P-8 e KC-46. A transação também leva para dentro da companhia seu maior fornecedor de peças de reposição, ampliando o portfólio global de serviços de manutenção, reparo e troca de componentes.

Partes das operações em Belfast (Irlanda do Norte) também passam ao controle da Boeing, que as administrará como subsidiária independente sob a marca Short Brothers, a Boeing Company.

Outras unidades nos Estados Unidos, como Wichita (Kansas), Dallas (Texas) e Tulsa (Oklahoma), serão integradas diretamente, assim como o Aerospace Innovation Center em Prestwick (Escócia), somando cerca de 15 mil funcionários ao quadro da fabricante americana.

“Este é um momento crucial na história da Boeing e para seu sucesso futuro, à medida que começamos a integrar as operações comerciais e de pós-venda da Spirit AeroSystems e a estabelecer a Spirit Defense”, afirmou o presidente e diretor executivo da Boeing, Kelly Ortberg.

Airbus

Já a Airbus passa a controlar seis operações da Spirit distribuídas por quatro países. Nos EUA, assume a planta de Kinston, dedicada a seções do A350. Na França, incorpora a unidade de Saint-Nazaire, também voltada à fuselagem do A350. Em Casablanca (Marrocos), fica com a fábrica que produz componentes do A321 e do A220.

No Reino Unido, a empresa passa a operar as unidades de Belfast, responsável por asas e parte da fuselagem do A220, e de Prestwick, fabricante de componentes de asas do A320 e do A350. A Airbus também transferirá a produção dos pylons do A220 de Wichita (EUA) para Saint-Eloi, em Toulouse (França).

Pelo acordo, a fabricante receberá uma compensação de US$ 439 milhões, “com os ajustes típicos do preço de compra e sujeita à revisão pós-fechamento de praxe”, segundo nota da companhia. Além disso, a Airbus receberá valores adicionais para liquidar passivos previstos nos contratos de compra.

A divisão da Spirit entre as duas gigantes do setor aeroespacial atende a uma exigência da União Europeia (UE), para garantir a continuidade do fornecimento de peças à Airbus e a manutenção da competitividade nos mercados globais de estruturas aéreas.

Paramount desafia a Netflix com oferta de US$ 108,4 bi pela Warner; entenda

 

A Paramount lançou, nesta segunda-feira (8), uma oferta pública de aquisição da Warner Bros. Discovery (WBD) a 30 dólares por ação, desafiando um acordo previamente anunciado entre a empresa e a Netflix.

A oferta avalia a gigante do entretenimento em 108,4 bilhões de dólares (578,8 bilhões de reais) e representa um bônus de 139% sobre o preço das ações da Warner em setembro, afirmou a Paramount em um comunicado que classificou a oferta da Netflix como “inferior e incerta”.

“Os acionistas da WBD merecem a oportunidade de considerar a nossa oferta superior em dinheiro”, disse David Ellison, presidente e CEO da Paramount.

Ao contrário da Netflix, que propõe adquirir apenas o estúdio Warner Bros e a plataforma de streaming HBO Max, a Paramount Skydance quer adquirir toda a WBD, incluindo sua carteira de canais de televisão.

Antes de considerar uma venda, a Warner Bros Discovery planejava separar esses canais do restante do grupo – entre eles estão CNN e Discovery – considerando seu menor potencial de crescimento em um contexto de retração da televisão a cabo nos Estados Unidos.

A Paramount Skydance foi, de fato, a primeira a manifestar interesse pela Warner Bros Discovery e apresentou pelo menos cinco ofertas antes da desta segunda-feira, mas o conselho da WBD preferiu a Netflix, que também superou a operadora de cabo Comcast.

Competição

“Nossa oferta é a mais alta entre as que estão na mesa”, afirmou Ellison durante uma entrevista ao canal CNBC.

A proposta da Netflix avaliava a Warner Bros e a HBO Max em 83 bilhões de dólares (443 bilhões de reais), incluindo a dívida.

Para tentar convencer o conselho de administração da WBD e seus acionistas, a Paramount Skydance está disposta a financiar sua oferta inteiramente em dinheiro, enquanto a Netflix inclui uma parte do pagamento em ações.

O grupo conseguiu reunir essa soma colossal apoiando-se, em parte, no patrimônio da família Ellison, cujo patriarca, Larry, é o segundo homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 270 bilhões de dólares (1,4 trilhão de reais), segundo o site da revista Forbes.

“Temos mais certeza de obter a aprovação dos reguladores” do que a Netflix, argumentou David Ellison.

No domingo, à margem de uma cerimônia em Washington, o presidente Donald Trump expressou dúvidas sobre a conveniência de uma união entre a Netflix e a Warner Bros.

A Netflix já tem “uma fatia de mercado muito grande”, lembrou, o que “poderia ser um problema”, sustentou.

Essa fusão reuniria duas das três maiores plataformas de vídeo do mundo (excluindo a Amazon Prime por seu modelo híbrido), com mais de 300 milhões de assinantes para a Netflix e 128 milhões para a HBO Max.

“Permitir que o primeiro serviço mundial de streaming se funda com o terceiro é ruim para a concorrência”, argumentou David Ellison.

Ellison conta com o apoio de Trump, que é próximo de seu pai. Larry Ellison contribuiu financeiramente para as campanhas eleitorais do presidente americano.

O diretor da Skydance obteve, em julho, a aprovação do regulador americano de telecomunicações e televisão, a FCC, para adquirir a Paramount após prometer uma modificação na linha editorial da CBS, canal do grupo muito criticado por Trump.