quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Exportações do Brasil a sócios do Mercosul somaram US$ 23,8 bi de janeiro a novembro, diz Secom

 DECLARAÇÃO SOBRE O ESTATUTO DA CIDADANIA DO MERCOSUL - MERCOSUL

As exportações do Brasil para sócios do Mercosul somaram US$ 23,8 bilhões de janeiro a novembro de 2025, alta de 30% em relação ao mesmo período de 2024, sobretudo em decorrência do aumento nas exportações para a Argentina. A informação consta em documento distribuído pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) à imprensa, às vésperas da 67 Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que será realizada em Foz do Iguaçu (Paraná) no próximo sábado, 20.

Já as importações dos sócios do Mercosul para o Brasil totalizaram US$ 16,9 bilhões nos 11 primeiros meses de 2025, queda de 4,1% ante igual período de 2024.No mesmo documento, consta que as trocas comerciais dentro do bloco se multiplicaram mais de dez vezes desde sua criação, evoluindo de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 49 bilhões em 2024, apesar de representar uma ligeira queda de 1,6% em relação a 2023.

BC melhora projeção para PIB em 25 e 26, mas vê inflação no centro da meta só em 2028

 

O Banco Central (BC) melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2025 a 2,3%, ante patamar de 2,0% estimado em setembro, conforme Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, revisando ainda a previsão de crescimento em 2026 de 1,5% para 1,6%.

O Ministério da Fazenda previu em novembro uma expansão de 2,2% para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025, com alta de 2,4% no ano que vem.

Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,25% em 2025 e 1,80% em 2026.E a inflação?

Segundo o relatório, a inflação deverá atingir o centro da meta de 3% apenas em 2028, permanecendo acima do alvo durante período decisivo de 2027.

O BC estimou que a inflação no país estará em 3,2% no terceiro trimestre de 2027. O período é considerado chave por agentes do mercado porque passará a ser considerado o horizonte relevante para atuação da política monetária na reunião que decidirá o nível da taxa Selic no início de 2026.

“O compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3%, e suas decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido ao longo do horizonte relevante de política monetária”, disse o BC no relatório.

O documento ressalta que a inflação corrente e as expectativas de inflação recuaram desde o relatório de setembro, mas permanecem acima da meta de 3%.

De acordo com a autoridade monetária, um fator que evitou uma revisão mais forte para baixo das projeções de inflação foi uma estimativa “ligeiramente mais alta do hiato” do produto –diferença entre o nível de crescimento e a capacidade produtiva do país.

O BC decidiu manter neste mês a taxa Selic em 15% ao ano, sem indicar quando poderá iniciar um ciclo de corte nos juros e mantendo mensagem de “firme compromisso” com a meta de inflação, afastando parte das apostas de mercado de que a flexibilização na Selic poderia começar já em janeiro.

Expansão do crédito

O Banco Central prevê um crescimento do crédito no país de 9,4% este ano, ante estimativa de 8,8% feita em setembro, conforme o relatório, prevendo um ritmo de alta de 8,6% em 2026, contra 8,0% previstos antes.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 10,4% em 2025, contra expectativa anterior de 9,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, mesmo nível do último relatório.

Para 2026, a expectativa da autarquia é que o crédito a pessoas físicas cresça 9,0% (8,3% antes), enquanto as empresas devem registrar alta de 7,9% (7,4% antes).

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 8,1% em 2025 (+8,4% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 11,3% (+9,5% antes).

Em 2026, a autoridade monetária vê uma alta de 7,8% no crédito livre (7,7% antes) e de 9,7% no crédito direcionado (8,3% antes).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Ouro sobe em movimento de busca por segurança; prata salta mais de 5% e renova recorde

 

O ouro encerrou a sessão desta quarta-feira, 17, em alta, com investidores em busca de ativos de segurança após a escalada das tensões globais e renovados temores sobre tecnologia, enquanto calibram as expectativas de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para 2026. Enquanto isso, a prata subiu acima de US$ 67 pela primeira vez na história.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em alta de 0,96%, a US$ 4.373,9 por onça-troy. A prata para março avançou fortemente, em 5,7%, a US$ 66,901 por onça-troy, depois de bater máxima a US$ 67,180.

O metal dourado ganhou impulso frente ao acirrar das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, aponta o BBH. Na terça pela noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o bloqueio total dos navios petroleiros sancionados que estejam entrando ou saindo do país latino-americano, além de classificar o governo de Nicolás Maduro como organização terrorista.

No cenário macro, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, prevista para a quinta-feira. Caso existam sinais de desinflação, os rendimentos dos Treasuries podem cair, enfraquecendo o dólar a permitindo que o ouro renove recordes de preço, afirma o DHF Capital. Mesmo com os dados divergentes de emprego divulgados na terça, os analistas apontam que a expectativa ainda é de dois cortes nos juros no primeiro semestre de 2026.

Assim, o Swissquote vê múltiplos fundamentos que dão suporte à alta dos preços continua, em meio às expectativas de um Fed mais brando, menor apetite pelos Treasuries e persistente tensão geopolítica. Para o banco suíço, o rali dos metais preciosos ainda tem espaço para continuar.

*Com informações de Dow Jones Newswires

Diretor-geral da PF critica redução de penas aos condenados pelo 8 de Janeiro

 Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues | Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, criticou nesta quarta-feira, 17, a discussão do PL da Dosimetria durante a posse do novo superintendente da corporação no Distrito Federal, Alfredo Junqueira. Ele classificou a proposta como incoerência no discurso de endurecimento penal defendido no Congresso Nacional.

Segundo Andrei, autoridades dos Três Poderes precisam alinhar discurso e prática quando tratam de política criminal. Para ele, não há coerência em defender penas mais duras e, ao mesmo tempo, apoiar medidas que flexibilizam punições.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o projeto nesta tarde. O texto vai ao plenário.

“Nós, autoridades públicas dos Três Poderes, temos que ter coerência entre o discurso e a prática. Não vale pregar mais endurecimento de pena, proibir benefícios constitucionalmente previstos e, na hora da prática, fazer outra coisa, como, por exemplo, propor anistia ou afrouxamento de penas para quem comete crime e crime organizado”, afirmou o diretor-geral da PF.

O projeto, já aprovado na Câmara, modifica parâmetros de dosimetria aplicados aos condenados por tentativa de golpe de Estado e pode abrir caminho para a redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje fixada em 27 anos e três meses de prisão.

Depois que aprovar a PEC da Segurança Pública, vamos recriar o ministério, diz Lula

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que não discute segurança pública por falta de competências previstas ao governo federal. Segundo Lula, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública para definir as atribuições do Planalto sobre o tema. Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública caso a emenda constitucional passe pelo Congresso.

“Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal porque a Constituição não dá ao governo federal o direito de se interferir na segurança pública. (…) Por isso que eu quero aprovar a PEC, porque depois que aprovar a PEC, que definir o papel da União na questão da segurança pública, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública”, afirmou o presidente.

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher. Segundo o petista, os ministros homens não conseguem discutir o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

O presidente também declarou que os possíveis adversários dele em 2026 não possuem novidades para oferecer aos eleitores. “Quero saber quais as novidades que eles vão propor”, declarou Lula.

Não há negociação ou acordo no Senado envolvendo PL da Dosimetria, diz Gleisi no X

 

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira, 17, pelo X, que não há negociações ou acordos no Senado que envolvam o PL da Dosimetria. O projeto, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve ser votado na Casa nesta quarta-feira, 17.

“Não há nenhuma negociação ou acordo no Senado envolvendo o projeto de lei da redução de penas para os golpistas condenados pelo STF. O governo é contra essa proposta e orienta sua base a votar contra, por razões já conhecidas: quem atentou contra a democracia tem de pagar por seus crimes e, além disso, o projeto aprovado na Câmara beneficia condenados por vários outros crimes”, afirmou Gleisi.

Nesta terça, senadores passaram a afirmar que o projeto de dosimetria fazia parte de um acordo firmado entre governo e oposição, em troca da aprovação do projeto sobre benefícios tributários.

Além de Gleisi, outras lideranças do governo negam que haja uma negociação para a aprovação do projeto que reduz as penas impostas ao ex-presidente.

Orizon compra Vital e passa a deter 18% no mercado de gestão de resíduos

 

A incorporação da Vital pela Orizon Valorização de Resíduos tem efeito “transformacional” para a companhia, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor-presidente da empresa, Milton Pilão. Segundo ele, o grupo consolidará a liderança do segmento e poderá se beneficiar de ganhos de escala.

A transação anunciada na manhã desta quarta-feira, 17, foi feita totalmente em troca de ações, sem desembolso em dinheiro, e tem enterprise value, que inclui dívidas, de R$ 3 bilhões da Vital. O múltiplo da transação ficou em 5,75 vezes o Ebtida.

Na nova configuração, os controladores da Orizon, acionistas de referência e a gestora EbCapital, ficam com 30,4% da empresa, enquanto os controladores da Vital terão 30%. Já as ações restantes ficam no free float.

Avaliada hoje em R$ 6 bilhões, a Orizon registrou R$ 281 milhões em receita e um lucro líquido de R$ 27,3 milhões no terceiro trimestre. A combinação das companhias cria um grupo com R$ 9 bilhões em valor de mercado.

Segundo Pilão, a união das companhias ampliará em 62% a capacidade de gestão de resíduos da Orizon, e adicionará 12 ecoparques (aterros com usina de biogás e tratamento dos resíduos) à companhia, abrindo também espaço em locais onde a empresa ainda não atua, como Belo Horizonte, São Luís do Maranhão e São Paulo, a maior concessão da América Latina.

A integração desses ativos fará com que, após a combinação de negócios, o grupo alcance 34 ecoparques, incluindo quatro em licenciamento. “Isso resulta num poder de fogo gigantesco para compra de insumos como manta para tratamento de chorume”, explica o executivo, ao mencionar também a possibilidade de ganhos com a escala da operação.

Além disso, segundo Pilão, essa experiência será utilizada para criar e agregar serviços de gestão integrada nas unidades que hoje são operadas pela companhia.

Com isso, a empresa verá sua participação de mercado saltar dos atuais 11% para 18%, chegando a 14 milhões de toneladas sob gestão, o que representa o lixo gerado por cerca de 40% da população do País.

Além disso, a Orizon amplia sua atuação em gestão integrada, incluindo coleta e concessões municipais, o que multiplica receitas e cria oportunidades de crescimento orgânico, explicou o executivo. “Esse lado traz escala, eficiência, e estrutura de capital que possibilita a empresa crescer”, destaca.

Já o responsável pelo portfólio de investimentos da família Queiroz Galvão, André Câncio, avalia que a combinação dos negócios permitirá a obtenção de sinergias com foco em crescimento sustentável no segmento de biometano.

“Participar desse novo ciclo, com atuação ativa na governança, reforça o compromisso com a estratégia de longo prazo”, disse ele.

A fusão ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos municípios onde as duas empresas têm concessões.