O Banco Central (BC)
melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2025 a 2,3%, ante
patamar de 2,0% estimado em setembro, conforme Relatório de Política
Monetária divulgado nesta quinta-feira, revisando ainda a previsão de
crescimento em 2026 de 1,5% para 1,6%.
O Ministério da Fazenda previu em novembro uma expansão de 2,2% para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025, com alta de 2,4% no ano que vem.
Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,25% em 2025 e 1,80% em 2026.E a inflação?
Segundo
o relatório, a inflação deverá atingir o centro da meta de 3% apenas em
2028, permanecendo acima do alvo durante período decisivo de 2027.
O
BC estimou que a inflação no país estará em 3,2% no terceiro trimestre
de 2027. O período é considerado chave por agentes do mercado porque
passará a ser considerado o horizonte relevante para atuação da política
monetária na reunião que decidirá o nível da taxa Selic no início de
2026.
“O
compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3%, e suas
decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido ao longo do
horizonte relevante de política monetária”, disse o BC no relatório.
O
documento ressalta que a inflação corrente e as expectativas de
inflação recuaram desde o relatório de setembro, mas permanecem acima da
meta de 3%.
De acordo com a autoridade monetária, um fator que
evitou uma revisão mais forte para baixo das projeções de inflação foi
uma estimativa “ligeiramente mais alta do hiato” do produto –diferença
entre o nível de crescimento e a capacidade produtiva do país.
O
BC decidiu manter neste mês a taxa Selic em 15% ao ano, sem indicar
quando poderá iniciar um ciclo de corte nos juros e mantendo mensagem de
“firme compromisso” com a meta de inflação, afastando parte das apostas
de mercado de que a flexibilização na Selic poderia começar já em
janeiro.
Expansão do crédito
O Banco Central prevê um
crescimento do crédito no país de 9,4% este ano, ante estimativa de 8,8%
feita em setembro, conforme o relatório, prevendo um ritmo de alta de
8,6% em 2026, contra 8,0% previstos antes.
Agora, a expectativa é
que o crédito às famílias suba 10,4% em 2025, contra expectativa
anterior de 9,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, mesmo
nível do último relatório.
Para 2026, a expectativa da autarquia é
que o crédito a pessoas físicas cresça 9,0% (8,3% antes), enquanto as
empresas devem registrar alta de 7,9% (7,4% antes).
Para o estoque
de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos
e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 8,1% em 2025 (+8,4%
antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros
estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 11,3% (+9,5%
antes).
Em 2026, a autoridade monetária vê uma alta de 7,8% no crédito livre (7,7% antes) e de 9,7% no crédito direcionado (8,3% antes).