segunda-feira, 3 de novembro de 2025

 

 Imagem destaque: Kibon faz maior investimento dos últimos 10 anos no verão

   

 A Kibon, hoje o principal nome da The Magnum Ice Cream Company, quer utilizar a estação mais quente do ano como um motor de crescimento. A estratégia se baseia em aumentar os números de produtos, pontos de venda e ativações promocionais. Além disso, a companhia aposta em novas ocasiões de consumo, reforça sua presença em categorias premium e investe fortemente em inovação. Contemplando esta estratégia, a Kibon criou o "sorvetaço" — evento em que distribuiu 5.000 picolés em menos de uma hora. “Temos expectativa de fazer o maior verão de todos os tempos. É ousado, mas temos intenção de demonstrar isso dentro da companhia. É o maior investimento dos últimos 10 anos”, afirma Teo Figueiredo, diretor-geral da empresa no Brasil. A meta é utilizar o verão como alavanca para ampliar a penetração dos seus produtos.

Inovação como carro-chefe

 A companhia anunciou o lançamento de sete produtos e prepara a chegada de outras novidades ao longo da temporada, totalizando 51 itens no portfólio. Entre os lançamentos, estão o Cornetto Choco Mix, de volta em edição limitada, o Fruttare Tangerina e o Frutilly Chiclete Pinta-Língua, que promete pintar a língua de azul. A linha de indulgência também foi ampliada com o lançamento dos bombons Magnum Pistache e Cookies & Cream, e duas novas versões em pote. “A gente quer criar novas ocasiões de consumo. O Magnum Bombom, por exemplo, é um snack indulgente, congelado e que pode ser compartilhado. Fomos pioneiros nessa categoria e seguimos líderes absolutos nesse segmento”, diz Teo. Esse movimento atende a uma meta de fazer com que os brasileiros tomem mais sorvetes, mais vezes por ano. Só metade da população consome o produto pelo menos uma vez por ano.

Verão é campo de testes

 O verão virou um campo de prova para a nova fase da Kibon como parte da The Magnum Ice Cream Company. No Brasil, o foco é ganhar espaço, seja conquistando novos consumidores, aumentando a frequência de consumo ou expandindo a presença física nos pontos de venda. A companhia deve usar os próximos seis meses para consolidar o novo momento da marca. As informações são da Exame.

 

 https://gironews.com/informacoes-de-fornecedores/kibon-quer-utilizar-verao-como-motor-de-crescimento/

Banco Central endurece atuação de fintechs com novo conjunto de regras; veja mudanças

 

O Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiram novas regras de capital mínimo de instituições financeiras e endureceram a norma para o funcionamento de fintechs, impactando um grupo de aproximadamente 500 instituições, que serão demandadas a elevar em conjunto o aporte exigido de R$ 5,2 bilhões para R$ 9,1 bilhões, informou a autarquia nesta segunda-feira, 3.

O conjunto de regras, que, segundo avaliação do BC, pode levar à saída de instituições do mercado, também busca fechar brechas em contas que dificultam a identificação dos beneficiários finais, após operações policiais detectarem uso de fintechs para atividades criminosas.

O novo regramento aumenta o valor mínimo de capital das instituições de pagamento, as chamadas fintechs, de R$ 1 milhão para R$ 9,2 milhões. As instituições de serviço terão exigência mínima ampliada de R$ 400 mil para R$ 5,6 milhões.

No caso de corretoras e custodiantes, o aumento será de R$ 245 mil para R$ 8 milhões. A exigência será ampliada de R$ 1 milhão a R$ 9,8 milhões para sociedades de crédito e de R$ 7 milhões a R$ 56 milhões para bancos.

Em entrevista à imprensa, o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, disse que a mudança pode levar a uma saída organizada de instituições do sistema, reorganizações societárias ou incorporação de instituições.

“Esta não é uma norma para reduzir o universo supervisionado, é uma norma muito clara para equilibrar o jogo”, disse Aquino.

Segundo ele, o endurecimento da regra não acaba com a agenda de inovação da autarquia, que reforçará uma evolução do sistema que seja associada a um cuidado com segurança.

Ao defender que essas instituições tenham estrutura e recursos suficientes para funcionar com qualidade, o diretor afirmou que “chegamos ao absurdo” de ter fintechs que eram baseadas em escritórios compartilhados, conhecidos como “coworking”.

“Para uma empresa de tecnologia, a garagem pode ser algo importante. Agora, para uma instituição financeira, que precisa ter confiança e estruturas robustas, penso que não é o melhor modelo”, disse.

De acordo com o BC, a definição dos novos valores mínimos de capital social e de patrimônio líquido passa a levar em conta principalmente as atividades efetivamente exercidas, e não mais o tipo de instituição, além de prever uma parcela do capital para cobrir custos associados a serviços intensivos em tecnologia.

A exigência exata para cada instituição dependerá de fatores relacionados ao formato da operação, ao tipo de investimento e à forma de captação de recursos.

Segundo a autoridade monetária, a nova regulação ainda requer uma parcela adicional de capital às instituições que utilizem em sua nomenclatura a expressão “banco” ou qualquer termo que o sugira.

A regra passa a valer imediatamente, mas haverá um processo de transição para que as instituições atualmente em funcionamento possam se adaptar. A norma prevê aplicação de 25% dos novos valores exigidos até dezembro de 2026, 50% até junho de 2027, 75% até dezembro de 2027 e 100% a partir de janeiro de 2028.

Aquino enfatizou que “o sistema financeiro nacional é muito bem capitalizado”, ressaltando que o objetivo da medida é reforçar a resiliência do sistema.

Em relação às chamadas contas-bolsão, que são abertas por fintechs em bancos tradicionais, mas com difícil rastreio do cliente detentor do recurso, a norma deve forçar o fechamento de parte das contas existentes.

Haverá obrigatoriedade de encerramento quando for identificado que o cliente utiliza a conta para prestar serviços financeiros ou de pagamento sem respaldo legal, com objetivo de ocultação ou substituição de obrigações financeiras de terceiros, inviabilizando sua identificação.

A vigência dessa regra valerá a partir de dezembro deste ano e os critérios de identificação serão de responsabilidade da instituição.

As novas normas representam mais um conjunto de iniciativas voltadas a evitar o uso de fintechs pelo crime organizado, como detectado pela operação Carbono Oculto, que investiga lavagem de dinheiro de facções criminosas por meio de contas em instituições de pagamento.

Em outra área, problemas em prestadores de serviço de tecnologia levaram a invasões do sistema de pagamentos com desvio de recursos.

Kimberly-Clark desembolsa US$ 48,7 bilhões e compra Kenvue

 

Imagem destaque: Kimberly-Clark desembolsa US$ 48,7 bilhões e compra Kenvue


 Em uma transação mista de dinheiro e ações avaliada em US$ 48,7 bilhões, a Kimberly-Clark adquiriu a Kenvue, dona das marcas Tylenol, Listerine, O.B., Neutrogena e Carefree. De acordo com o comunicado divulgado pelas empresas, o objetivo da transação é formar uma líder global em saúde e bem-estar, com forte presença internacional e foco em produtos essenciais, ciência aplicada e cuidados cotidianos. "Estamos entusiasmados em unir duas empresas icônicas para criar uma líder global em saúde e bem-estar", disse Mike Hsu, presidente do Conselho e CEO da Kimberly-Clark. Segundo Larry Merlo, Presidente do Conselho da Kenvue, o acordo "proporciona um valor inicial significativo para nossos acionistas e um substancial potencial de crescimento por meio da participação na empresa combinada".

 Mike Hsu será o Presidente do Conselho e CEO da empresa resultante da fusão. Após a conclusão da transação, três membros do Conselho da Kenvue integrarão o colegiado da Kimberly-Clark. A empresa combinada manterá a sede da Kimberly-Clark em Irving, Texas, e continuará a ter uma presença significativa nas localidades da Kenvue. A conclusão da transação está prevista para o segundo semestre de 2026, sujeita à aprovação dos acionistas, às aprovações regulatórias e ao cumprimento de outras condições usuais de fechamento.

 

 https://gironews.com/informacoes-de-fornecedores/kimberly-clark-desembolsa-us-487-bilhoes-e-compra-kenvue/

Bancos promovem mutirão para negociar dívidas bancárias em atraso

 

Consumidores que têm dívidas no cartão de crédito, cheque especial, consignado e outras modalidades de crédito contraídas de bancos e instituições financeiras e que queiram negociar esses débitos têm até o próximo dia 30 para participar do Mutirão de Negociação e Orientação Financeira.

Mais de 160 instituições participam da ação, além de parceiros como o Banco Central, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons. Financiamentos de veículos, motocicletas e imóveis não entram no mutirão.

As negociações poderão ser feitas diretamente com as instituições participantes em seus canais oficiais ou pelo portal ConsumidorGovBr, um serviço público e gratuito que conecta consumidores e empresas para que encontrem alternativas para conflitos de consumo.

Para solicitar a negociação pela plataforma é necessário que o consumidor tenha conta Prata ou Ouro no aplicativo Gov.br. Podem ser negociadas dívidas desde que estejam em atraso e não tenham bens dados em garantia, ou prescritas.

Segundo a Febraban, o mutirão é uma oportunidade para negociar os débitos em condições especiais, como parcelamento, descontos no valor total da dívida ou taxas de juros reduzidas para refinanciamento.

Também será possível solicitar apoio presencial aos Procons que aderiram ao mutirão para negociar diretamente nos canais digitais dos bancos.

“Para as pessoas superendividadas o fluxo de negociação é diferente, pois exige um maior entendimento das dívidas e apoio do Procon para criação de um plano de pagamento”, explica a entidade.

Adesão

Todas as informações sobre o mutirão, assim como a relação completa das instituições participantes e os canais oferecidos pelos bancos para a negociação das dívidas, estão disponíveis na plataforma Meu Bolso em Dia Febraban. Para aderir ao mutirão é possível acionar diretamente o canal digital do seu banco.

Outra maneira de aderir é fazer o cadastro no site www.consumidor.gov.br, fazer o login, selecionar a instituição com a qual deseja negociar e seguir as orientações. A empresa tem até dez dias para analisar e responder sua solicitação.

Para verificar se tem dívidas em atraso, o consumidor pode acessar um relatório atualizado mantido pelo Banco Central, chamado Registrato.

Se a dívida não for com uma instituição financeira, é possível procurar o Serasa, que também promove o Feirão Serasa Limpa Nome, por meio do qual o consumidor tem a oportunidade de quitar dívidas não bancárias em atraso, e com descontos, contraídas de empresas de varejo, telecomunicações, concessionárias de energia, saneamento, universidade e financeiras.

Outra possibilidade é negociar as dívidas atrasadas nas agências dos correios participantes do feirão.

Kimberly-Clark compra Kenvue, dona do Band-Aid e Cotonetes, por US$ 48 bilhões

 

A Kimberly-Clark, que fabrica produtos de higiene, anunciou a aquisição da Kenvue – empresa fruto de um spin-off da Johnson & Johnson – pela cifra de US$ 48,7 bilhões, em uma transação de dinheiro e ações envolvendo dívidas.

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Em comunicado, a Kimberly-Clark declarou que o intuito da aquisição é formar o maior player de saúde e bem-estar do mundo – segundo o CEO, Mike Hsu, as marcas de ambas as empresas somadas chegam à ‘quase metade da população mundial’.

A Kenvue é dona de marcas como Tylenol, Band‑Aid, Neutrogena e Cotonetes, ao passo que a Kimberly-Clark é dona da Scott (papel higiênico), Huggies e Kotex.

A visão da gestão é que são portfólios de consumo ‘altamente complementares e estrategicamente alinhados’, com 10 marcas de valor superior a US$ 1 bilhão.

Além disso a empresa, em comunicado, declarou que o M&A deve ampliar investimentos em marketing, inovação e capacidades de P&D para fortalecer as vantagens exclusivas da nova empresa, que tem sinergias totais projetadas de US$ 2,1 bilhões.

Hsu seguirá como CEO da companhia resultante da aquisição, ao passo que três conselheiros da Kenvue integrarão o colegiado da nova empresa.

 

 


 

 

Como ficam os acionistas da Kenvue e Kimberly-Clark

Segundo o acordo, os acionistas da Kenvue receberão US$ 3,50 por ação em dinheiro e 0,14625 ação da Kimberly-Clark por cada ação da Kenvue, totalizando US$ 21,01 por ação.

Assim, os atuais acionistas da Kimberly-Clark devem ficar com cerca de 54% da empresa combinada, enquanto os acionistas da Kenvue terão aproximadamente 46%, em base totalmente diluída. A operação recebeu aprovação unânime dos Conselhos de Administração de ambas as empresas.

A transação é baseada em múltiplos financeiros de 14,3 vezes o EBITDA ajustado da Kenvue nos últimos 12 meses – ou 8,8 vezes considerando sinergias esperadas de US$ 2,1 bilhões, líquidas de reinvestimentos.

As sinergias de custo estimadas somam US$ 1,9 bilhão, e as de receita cerca de US$ 500 milhões, com reinvestimento de US$ 300 milhões previsto. A Kimberly-Clark estima que serão necessários US$ 2,5 bilhões em investimentos de caixa nos primeiros dois anos para alcançar essas sinergias.

De acordo com a Kimberly-Clark, a empresa combinada deve gerar receitas líquidas de aproximadamente US$ 32 bilhões em 2025 e EBITDA ajustado de US$ 7 bilhões.

A empresa informou que manterá perfil de ‘crédito robusto e flexibilidade financeira para investimentos estratégicos de longo prazo’.

A operação inclui financiamento comprometido do JPMorgan e será parcialmente financiada com recursos próprios da Kimberly-Clark, emissão de nova dívida e receita da venda de 51% da unidade International Family Care and Professional (IFP).

A conclusão da transação está prevista para o segundo semestre de 2026, sujeita à aprovação de acionistas, órgãos regulatórios e cumprimento de condições usuais de fechamento.

Impacto nas ações

As ações da Kimberly-Clark recuam 12,6% por volta das 14h (horário de Brasília), negociadas a US$ 104,62. No acumulado do ano, os papéis caem 19%.

Já os papéis da Kenvue disparam 16%, negociados a US$ 16,71. Desde o início deste ano, a companhia soma uma desvalorização de 21%, contudo.

Mesmos sem ida de CEOs, grandes empresas se preparam para participar da COP30

 

As empresas do setor privado estão nos ajustes finais para marcar presença em mais uma Conferência das Partes. Mas nem todo alto escalão as maiores companhias do país demonstram disposição em participar da COP30, em Belém. Muitos CEOs do ranking TOP 50 maiores empresas do Brasil não comparecerão ao evento e estão delegando a tarefa a seus subordinados das áreas ESG, sustentabilidade e afins.

Seja para assumir algum compromisso público ou dar publicidade a seus produtos e projetos, as COPs sempre foram encaradas pelo setor privado como uma vitrine importante quando se trata de sustentabilidade. Não é incomum ver parcerias entre grandes empresas serem anunciadas ou mesmo metas ambientais e sociais divulgadas, seja por pressão social ou por estratégia comercial.

Na COP30, em Belém, não será diferente. Muitas empresas de diferentes portes e setores já estão nos preparativos finais para embarcar para a capital paraense nos próximos dias e iniciar mais uma rodada de prospecção e promoção, mesmo que muitas dificuldades e barreiras ainda precisem ser superadas.

De modo geral, o setor privado está otimista. Uma recente pesquisa da Ipsos-Ipec mostrou que para 56% dos brasileiros, a próxima Conferência das Partes trará mais benefícios do que prejuízos para o Brasil. Apenas 18% disseram acreditar que as perdas serão maiores do que os ganhos. A maior parte das pessoas, contudo, disse que Belém está pouco ou nada preparada para receber a COP, devido a todas as dificuldades logísticas e de infraestrutura já amplamente conhecidas.

COP30
Cidade de Belém no Pará, Capital da Cop30 Amazônia. Foto: Rafa Neddermeyer/Cop30 Amazônia

Menos retórica e mais prática

Ainda assim, as expectativas sobre a participação do setor privado são elevadas. Na agenda de ação desenhada pela presidência da COP30 para este ano está exatamente a expectativa de uma mobilização dos atores não estatais. E é exatamente o que o setor privado almeja: menos retórica diplomática e mais execução prática.

Para Caio Victor, especialista em políticas climáticas do Instituto Talanoa, integrante do Observatório do Clima, considera que para as empresas que possuem efetivamente compromissos climáticos e sustentáveis, a COP é a oportunidade para promover seus produtos e buscar alianças estratégicas.

“Os últimos surveys globais sobre as ações do clima indicam que 75% dos consumidores estão ativamente preocupados com os efeitos das mudanças climáticas nas suas próprias vidas. Isso significa uma mudança gradual, porém exponencial, de padrão de consumo. Então, se os CEOs das maiores empresas do Brasil não pretendem estar aqui, CEOs de outras empresas aqui estarão e trarão os seus produtos, falarão de suas soluções, conseguirão fechar contratos e conseguirão atrair investimentos, dado que não existe ausência de oportunidade”, disse Victor.

A International Chamber of Commerce do Brasil (ICC-Brasil) chegou a elaborar um documento intitulado Como impulsionar uma nova era de ação climática e o entregou ao governo federal com algumas propostas de implementação de projetos que criem condições propícias ao investimento privado. Entre as ideias estão a revisão das regras de Basileia III, harmonização das taxonomias verdes, expansão dos mecanismos de blended finance e o apoio à criação do Fundo Tropical das Florestas.

Estímulo para investimentos

Nessa mesma linha, 54 empresas membros do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) apoiaram publicamente uma chamada à ação em favor de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) mais ambiciosas. No documento, as companhias defendem a criação de mecanismos que estimulem os investimentos e a participação do setor privado.

Apesar das ações conjuntas por meio de entidades de classe ou associações setoriais para que o governo crie e defenda estímulos ou incentivos, são poucas as empresas que se posicionam claramente sobre o que querem, mas, principalmente, sobre o que vão se comprometer a fazer na COP de Belém.

A IstoÉ Dinheiro entrou em contato com as 50 companhias com maior receita do país perguntando se elas participariam de alguma forma do evento, qual o tamanho das comitivas, se o CEO estaria presente em algum dia e quais os compromissos que seriam assumidos.

Das cinco maiores empresas do Brasil – Petrobras, JBS, Raízen, Vale e Vibra – nenhuma delas respondeu aos questionamentos. Faltando pouco mais de uma semana para o início da Conferência das Partes, ainda não é possível saber se os grandes grupos do país estarão representados, por quem e se pretendem assumir algum novo compromisso ou apenas fazer publicidade sobre novas ações ou mesmo sobre as que já estejam em andamento.

COP30
Embaixador André Correa do Lago, presidente da COP30 (Fotos: Rafael Medelima)

CEOs de grandes empresas já disseram que não estarão presentes em Belém. Muitos optaram por participar em São Paulo e outras capitais do Sudeste de eventos que antecedem a COP30, mas que debatem os mesmos temas.

Para o especialista do Instituto Talanoa, a mudança do clima é uma centralidade do mercado contemporâneo e tende a selecionar os participantes do mercado no futuro. “Se, por voluntarismo, alguns dos CEOs deixam de participar, outros, um pouco mais afetos aos ganhos de mercado e também às transições concretas rumo a uma economia de baixo carbono, ocuparão esse espaço. Isso é completamente natural. Outra vez, é a concorrência mercadológica dando o seu, enfim, dando o seu tom”, afirma.

Ainda que grandes empresas não tenham deixado claro suas estratégias de participação na COP30, há quem já esteja com tudo pronto. Grupos como MBRF, Brasken, WEG, Nestlé, Hitachi Energy, Mapfre, Siemens Energy, Saint-Gobain, Yara, Caixa Seguridade, Cubo Itaú, ISA Energia, Itaú BBA, estão nos preparativos finais para embarcar a Belém.

Cada uma dessas empresas tem sua estratégia. Na MBRF, por exemplo, o CEO da empresa, Miguel Gularte, não irá a Belém. No entanto, entre os nomes que representarão a empresa de alimentos está o de Marcella Molina, filha do controlador da MBRF, Marcos Molina, e considerada nos bastidores da empresa e do próprio mercado para suceder seu pai à frente dos negócios da família no futuro.

Já a Nestlé quer ocupar todos os espaços possíveis. O principal executivo da companhia, Marcelo Melchior, estará presente, assim como Barbara Sapunar, diretora de business transformation no Brasil, e outros executivos globais. A maior empresa de alimentos do mundo tem planos para estar na Blue Zone, onde as negociações oficiais entre os países-membros acontecem, na Green Zone, onde as entidades e organizações climáticas realizam seus debates, e na Agri Zone, onde as conversas ficarão mais centradas em aspectos da cadeia produtiva do agronegócio.

Seja com a presença dos principais executivos ou apenas com representantes de escalões inferiores, espera-se que o setor privado tenha um papel central nas discussões sobre implementação e financiamento da agenda climática, com uma forte presença por meio de delegações, pavilhões de exposição e propostas concretas.

Os desafios logísticos da COP30 podem fazer com que a participação dos altos executivos das grandes empresas nacionais e internacionais seja menor ou mais seletiva do que o ideal, mas espera-se que o setor privado tenha um papel central nas discussões sobre implementação e financiamento da agenda climática.

“A participação na implementação [das ações], precisa contar com as empresas, porque são os agentes econômicos que fazem a economia acontecer no nosso modelo de desenvolvimento. Agora, seus compromissos são verificáveis, críveis, alcançáveis e efetivos? Eles estão alinhados com o que a ciência está dizendo que esses setores precisam fazer ou é só maquiagem verde para conseguir enganar por um tempo mais os investidores e os consumidores? Essas são as grandes perguntas”, afirma Victor.

 

Brasil dá início a semanas de eventos climáticos da COP30; veja desafios

 

O Brasil inicia nesta segunda-feira, 03, três semanas de eventos ligados à cúpula climática COP30, na esperança de mostrar um mundo ainda determinado a enfrentar o aquecimento global, mas isso pode ser difícil em um ano marcado por turbulências econômicas e compromissos cancelados dos Estados Unidos.

Os líderes empresariais reunidos em São Paulo estão pressionando por políticas mais fortes para financiar a transição energética, com uma carta aberta nesta segunda-feira pedindo aos governos incentivos “urgentes” para a adoção de energia renovável em vez de combustíveis fósseis.

“É um reconhecimento dos grupos empresariais da importância do multilateralismo e da importância de aumentar a ambição”, disse a presidente-executiva Maria Mendiluce da We Mean Business Coalition, que coordenou a carta de 35 grupos que representam 100.000 empresas.

No Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, prefeitos, governadores e outros líderes subnacionais participarão de uma cúpula de líderes locais, que ameaça ser ofuscada por protestos contra uma megaoperação policial na semana passada que deixou 121 mortos.

Separadamente, o príncipe William, do Reino Unido, presidirá uma cerimônia no Rio para o Prêmio Earthshot, que reconhece as contribuições ao ambientalismo no ano passado.

Entretanto, os países e as empresas podem ter dificuldades para projetar o mesmo otimismo que marcou a diplomacia climática nos últimos anos.

Atualmente, a cooperação global está estagnada em meio a tensões geopolíticas e várias guerras. Uma série errática de tarifas dos EUA abalou a estabilidade econômica em todo o mundo, enquanto as reviravoltas dos Estados Unidos em relação à política de energia limpa e à ciência climática abalaram os investidores. E, embora os custos da energia renovável tenham caído para níveis inferiores aos dos combustíveis fósseis, muitos países estão fazendo malabarismos com metas concorrentes, como a segurança alimentar ou o desenvolvimento de inteligência artificial.

Os líderes empresariais ainda esperam impulsionar as políticas de energia limpa como uma prioridade. “Isso faz muito sentido para os negócios e garante a segurança energética e a competitividade”, disse Gonzalo Sáenz de Miera, presidente do Grupo de Crescimento Verde da Espanha.

Cúpula das florestas tropicais

O fato de o Brasil ser o anfitrião deste ano marca 33 anos desde a Cúpula da Terra no Rio, onde os países assinaram pela primeira vez o tratado das Nações Unidas que se compromete a combater as mudanças climáticas.

Desde então, a cúpula se transformou em um importante fórum multilateral, reunindo países ricos e pobres, cientistas e a sociedade civil para enfrentar a ameaça climática. Mas, até o momento, ela não conseguiu interromper o aumento das emissões de carbono, embora o ritmo tenha diminuído. Cerca de 40% das emissões da era industrial na atmosfera foram liberadas desde que o tratado foi assinado.

Ao participar da cúpula anual, os líderes geralmente têm como objetivo confirmar o compromisso de seus países e responsabilizar uns aos outros. Mas é provável que a COP30 tenha a menor participação de líderes mundiais desde 2019, quando cerca de 50 chefes de Estado foram a Madri para a COP25.

Para a cúpula de líderes de 6 e 7 de novembro na cidade amazônica de Belém, “menos de 60” líderes haviam confirmado com a presidência brasileira até sábado. Mais de 80 participaram da COP29 do ano passado em Baku, depois de mais de 100 nas três cúpulas anteriores em Dubai, Sharm el-Sheikh, Egito, e Glasgow.

A principal cúpula de 10 a 21 de novembro em Belém também teve menos pessoas registradas do que nas COPs do passado recente. Com a capacidade limitada dos hotéis e os altos preços dos quartos em Belém, apenas cerca de 12.200 pessoas haviam se registrado até 8 de outubro, de acordo com dados preliminares da agência climática da ONU.

A COP29 do ano passado em Baku teve mais de 54.000 participantes, enquanto a COP28 de Dubai atraiu quase 84.000. O Brasil havia dito que esperava mais de 45.000.

O planejamento da COP30 causou meses de ansiedade entre os países que tiveram dificuldades para encontrar acomodações a preços acessíveis, e alguns acabaram planejando reduzir suas delegações.

Isso também levou mais pessoas aos eventos com foco em finanças nesta semana em São Paulo ou à cúpula de líderes locais no Rio.

“É ótimo ver tantos líderes empresariais e prefeitos convergirem para o Brasil às vésperas da COP30, apresentando suas ações climáticas e buscando oportunidades de colaborar e ir mais longe mais rapidamente”, disse Dan Ioschpe, presidente do conselho da Ioschpe-Maxion, fabricante de autopeças sediada no Brasil, que está liderando os esforços da COP30 para acelerar a ação de empresas e outros atores não estatais.

O Brasil disse que a localização de Belém tinha o objetivo de agitar as coisas, colocando as comunidades indígenas no centro das negociações.

Uma flotilha com líderes e ativistas indígenas está descendo o rio Amazonas até Belém, onde os grupos planejam entregar uma lista de exigências de conservação aos líderes mundiais no final desta semana. Durante a conferência, muitos grupos indígenas planejam acampar na floresta tropical ao redor da cidade.

Crise dos chips: China concorda em abrir diálogo com indústria brasileira para evitar escassez

 

O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, relatou ao governo brasileiro que Pequim vai abrir canais de diálogo com a indústria automotiva do Brasil para evitar o desabastecimento de chips necessários à produção de carros no país, disse o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, neste sábado, 1º de novembro.

“Seguindo as orientações do presidente @LulaOficial, vamos seguir o caminho do diálogo com nossos parceiros, gerando emprego, renda e oportunidades compartilhadas”, disse Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na rede social X.

O risco para a oferta de chips ocorreu após o governo da Holanda ter tomado, em outubro, o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa, gerando a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil.

A empresa chinesa que opera na Holanda e detém 40% do mercado mundial de chips essenciais para carros flex.

Em nota separada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou a abertura de diálogo com a China “para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil”.

Segundo a Anfavea, o governo chinês concordou em analisar a concessão de autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A medida abre caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da Nexperia que poderia levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país e à consequente paralisação da indústria automotiva, disse a Anfavea.

As empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederia a licença para importação a partir da análise de cada caso, segundo a Anfavea.

Trump diz que China e outros países não podem ter melhores chips de IA da Nvidia

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os chips mais avançados da gigante da inteligência artificial Nvidia serão reservados para empresas norte-americanas, sendo mantidos fora da China e de outros países.

Durante uma entrevista gravada que foi ao ar no domingo no programa “60 Minutes”, da CBS, e em comentários a repórteres a bordo do Força Aérea Um, Trump disse que apenas os clientes dos EUA deveriam ter acesso aos chips Blackwell de última geração oferecidos pela Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo em valor de mercado.

“Os mais avançados, não permitiremos que ninguém além dos Estados Unidos os tenha”, disse ele à CBS, repetindo declarações feitas anteriormente a repórteres ao retornar a Washington após um fim de semana na Flórida. “Não damos o chip (Blackwell) a outras pessoas”, afirmou durante o voo.

As declarações sugerem que Trump pode impor restrições mais rígidas em torno dos chips de IA norte-americanos de ponta do que as autoridades dos EUA haviam indicado anteriormente. A China e o resto do mundo podem ser proibidos de acessar os semicondutores mais sofisticados.

Em julho, o governo Trump divulgou um novo plano de inteligência artificial buscando flexibilizar as normas ambientais e expandir consideravelmente as exportações de IA para os aliados, numa tentativa de manter a vantagem norte-americana sobre a China nessa tecnologia crucial.

Na última sexta-feira, a Nvidia anunciou que forneceria mais de 260.000 chips de IA Blackwell para a Coreia do Sul e algumas das maiores empresas do país, incluindo a Samsung Electronics.

Trump disse à CBS que não permitirá a venda dos processadores Blackwell mais avançados para empresas chinesas, mas não descartou a possibilidade de elas obterem uma versão menos potente do chip.

“Vamos permitir que negociem com a Nvidia, mas não em termos dos mais avançados”, disse ele durante a entrevista ao programa “60 Minutes”.

A possibilidade de qualquer versão dos chips da Blackwell ser vendida para empresas chinesas gerou contestações de críticos da China em Washington, que temem que a tecnologia fortaleça as capacidades militares da China e acelere seu desenvolvimento em inteligência artificial.

O congressista republicano John Moolenaar, que preside o Comitê Seleto da Câmara sobre a China, disse que tal medida “seria equivalente a fornecer urânio enriquecido para armas ao Irã”.

Trump havia insinuado que poderia discutir os chips com o presidente chinês Xi Jinping antes da cúpula entre os dois países na Coreia do Sul, na semana passada, mas acabou afirmando que o assunto não foi abordado.

A Nvidia não solicitou licenças de exportação dos EUA para o mercado chinês devido à posição de Pequim em relação à empresa, afirmou o presidente-executivo Jensen Huang na semana passada.

“Eles deixaram bem claro que não querem a Nvidia lá agora”, disse ele durante um evento para desenvolvedores, acrescentando que a empresa precisa de acesso à China para financiar pesquisa e desenvolvimento nos EUA.

Mercado reduz projeção para inflação pela 6ª semana e vê IPCA em 4,55% em 2025

 

O mercado financeiro reduziu a expectativa para a inflação neste ano pela sexta semana seguida, passando a ver o IPCA de 2025  próximo do teto da meta, mostra o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 3.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 4,55% para este ano e o próximo, ante 4,56% na semana anterior.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2026 a expectativa para a inflação permaneceu em 4,20%, mas para os dois anos seguintes as projeções também foram reduzidas — 3,80% em 2027 e 3,50% em 2028, de 3,82% e 3,54% respectivamente antes.

Projeções atualizadas do Focus
Projeções atualizadas do Focus (Crédito:Reprodução/Instagram)

PIB e Selic

Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados seguem vendo crescimento de 2,16% este ano e de 1,78% no próximo.

Também não houve alterações na pesquisa semanal com uma centena de economistas para a política monetária, com a taxa Selic calculada em 15,0% ao final de 2025 e em 12,25% ao fim de 2026.

Dólar

A pesquisa semanal mostrou ainda que a perspectiva para o dólar se manteve em R$ 5,41 ao final de 2025, e em R$ 5,50 para 2026.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Com informações da Reuters


Petrobras anuncia novo plano de demissão voluntária com meta de 1,1 mil adesões

 

A Petrobras disse nesta segunda-feira, 03, que seu conselho de administração aprovou um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), com um público-alvo potencial de aproximadamente 1.100 empregados.

Segundo o comunicado da estatal, serão elegíveis os empregados da Petrobras Controladora que estejam em atividade na companhia e que tenham se aposentado pelo INSS antes da promulgação da Emenda Constitucional nº 103/2019.

Os desligamentos deverão ocorrer ao longo de 2026, acrescentou a companhia.


Omoda & Jaecoo: como se pronuncia o nome da marca chinesa que já soma 50 lojas no Brasil

 

A Omoda & Jaecoo é mais uma marca chinesa que chegou ao Brasil com muitos planos para o mercado nacional. Mas alguns consumidores, antes de decidir se há algum interesse no veículo, primeiro podem ter a dúvida sobre como pronunciar o nome da marca.

Procurada por IstoÉ Dinheiro, a marca explicou que pronúncia é O-mô-da e JEI-ku (soando como “DJÊI-ku”). Segundo a chinesa, Omoda vem da combinação de duas ideias, sendo o “O” para ‘oxygen’ (oxigênio) e “moda”, no sentido de moda e estilo, ou fashion. Já Jaecoo quer dizer algo como alegria e elegância com atitude descolada.

A Omoda & Jaecoo é uma fabricante e distribuidora de veículos sediada em Wuhu, na província de Anhui (China). Os veículos carregam as marcas separadamente, podendo ser Omoda ou Jaecoo.

O planejamento da marca é chegar a 70 concessionárias abertas em todo o Brasil até o fim deste ano. Até 2028, a projeção chega até 150 lojas.

A submarca, que pertence ao grupo Chery, nomeou mais de 30 grupos representantes para uma rede de concessionárias, que atuarão em 17 estados e cerca de 40 cidades. A lista engloba: Amazonas, Andreta, Barigui, Carrera, Euroamericas, Felice, Germanica, Marajó, Primavia, Sinal e Toriba.

A marca anunciou um investimento de R$ 200 milhões no mercado brasileiro para os próximos três anos. O montante permitirá a contratação de pessoas e fornecedores no país, a presença de um escritório central, além de outras atividades essenciais.

O Brasil promete ser um país estratégico para a submarca, como um dos pilares da América do Sul e polo de exportação.

Outro detalhe é que ela ficará posicionada como premium e não vieram atreladas ao grupo Caoa – como ocorreu com a marca Chery.

Fábrica no Brasil

Hu Peng, country manager da marca no país, afirmou que há uma possibilidade de que a fábrica da chinesa esteja funcionando no Brasil em 2026. “O melhor seria no próximo ano”. Sobre a planta desativada da Caoa Chery em Jacareí (SP), o executivo disse que ela é “uma das opções.”

De acordo com a equipe da Omoda & Jaecoo do Brasil, a unidade fabril a ser escolhida ainda está sendo tratada na China pelo Grupo Chery.

Motor Flex

Sobre a motorização flex no mercado brasileiro, a chinesa ainda não tem um conjunto pronto, mas está em conversas avançadas para desenvolver um.

Cada 1% de avanço do mercado ilegal de cigarros gera 5 mil outros crimes no Brasil

 

A cada 1% de crescimento no mercado ilegal de cigarros no Brasil, são cometidos por ano mais 5.008 outros crimes no país: 892 novas ocorrências de tráfico de drogas, 239 homicídios dolosos, 9 roubos a banco, 629 apreensões de armas de fogo, 30 latrocínios, 339 roubos de carga, 2.868 roubos de veículos e duas mortes de agentes do Estado.

A relação direta entre esse mercado ilícito e o aumento da criminalidade foi apontada em uma pesquisa inédita da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada neste domingo, 2.

Para chegar às conclusões, os pesquisadores cruzaram análises de dados da Pesquisa Instituto Ipec – Pack Swap (2024); do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp); com relatórios do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP); da Receita Federal e do Tesouro.

A pesquisa mostrou que o mercado ilegal de cigarros, que responde por 32% do mercado nacional, gera R$ 10,2 bilhões por ano ao crime organizado — cerca de 7% do total de faturamento dessas organizações criminosas.

Cerca de 24% do que é movimentado no mercado ilegal chega ao país por contrabando, principalmente do Paraguai. No ano passado, a evasão fiscal foi estimada em R$ 7,2 bilhões.

De acordo com o estudo, a recuperação de 50% dessa evasão representaria mais R$ 1,3 bilhão à arrecadação federal, o equivalente a 11,8% do déficit primário de 2024. Estados e municípios recuperariam receitas da ordem de R$ 1,4 bilhão e R$ 810 milhões, respectivamente.

“A correlação aponta para um dos maiores desafios econômico e institucional de nosso tempo. Toda essa engrenagem que abastece o crime é resultado da combinação entre demanda constante, fragilidades na fiscalização fronteiriça e urbana e regulação altamente restritiva, pressionando o setor produtivo — fatores que abrem ainda mais caminho ao mercado ilícito”, afirmou Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

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CEO do Banco Volkswagen avalia que entendimento do STF sobre Marco das Garantias será revisto

 

Para o CEO da Volkswagen Financial Services, Rodrigo Capuruço, o novo entendimento do ministro do STF Dias Toffoli sobre o Marco Legal das Garantias (Lei nº 14.711/2023) não deverá prevalecer.

“Quem mais ganha com o marco das garantias é o cliente. O que que falta é oferecer mobilidade a um custo ainda mais baixo”, afirma Capuruço.

Ele alerta que, caso não haja segurança nesse processo, o crédito ficará mais caro. “Mas a segurança legal, a segurança dos participantes é essencial. Se a gente não tiver segurança, teremos um risco mais alto, e, por consequência, precificar o risco mais alto.”

Rodrigo Capuruço, CEO da VWFS
Rodrigo Capuruço, CEO da VWFS – Foto: Divulgação/VWFS (Crédito:Divulgação/VWFS)


O que aconteceu?

O Marco Legal das Garantias foi sancionado em 2023, no entanto, em julho deste ano, ao reexaminar o caso sobre o Marco Legal das Garantias, Toffoli, relator, reviu o posicionamento anterior e reconheceu que o dispositivo cria “um sistema paralelo de execução extrajudicial de bens móveis”, sem a necessária fiscalização do poder judiciário.

A mudança ocorreu após uma ação de inconstitucionalidade apresentada pela Associação Federal dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais.

O julgamento virtual foi iniciado no dia 10 de outubro e terminaria no dia 17. No entanto, foi interrompido por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu o julgamento por até 90 dias. Até o momento, Toffoli foi acompanhado pelo ministro Cristiano Zanin.

A fotografia mostra carros estacionados um ao lado do outro. São todos do mesmo modelo, indicando se tratar de automóveis à venda em uma concessionária
Carros à venda – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil (Crédito:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O que diz o STF sobre o Marco Legal das Garantias?

De acordo o relator, os Detrans não têm atribuição jurídica nem estrutura para conduzir execuções extrajudiciais. O ministro também destacou que a Resolução Contran 1.018/25, sobre os procedimentos de execução extrajudicial de veículos automotores com contratos de alienação fiduciária, não assegura o direito de defesa perante autoridade pública, já que a contestação da dívida ocorre apenas perante o próprio credor, sem análise por autoridade imparcial.

Toffoli propôs o reconhecimento da inconstitucionalidade do artigo 8º-E e a fixação de tese que reafirma a competência dos cartórios para a execução extrajudicial, garantindo os direitos à privacidade, à honra e à inviolabilidade de dados do cidadão.

A Fenassojaf (Associação Nacional dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais) ressalta que as execuções devem ser exclusivas dos oficiais de Justiça, pois, somente esses servidores “garantem lisura, legalidade e independência no cumprimento das ordens judiciais”.

“Somente o oficial de Justiça, servidor concursado e devidamente preparado para o exercício da função, possui a qualificação técnica e ética necessária para realizar diligências de maneira imparcial e segura — preservando não apenas os direitos do credor e do devedor, mas também a integridade e a proteção de dados sensíveis do cidadão.”

Para a Fenassojaf, a tentativa de transferir atribuições típicas de Estado para órgãos administrativos ou privados compromete o devido processo legal e coloca em risco a própria confiança do cidadão na Justiça e na efetividade das decisões judiciais.

 

Automotivo
Fábrica de carros em Taubaté (SP) – Foto: REUTERS/Roosevelt Cassio (Crédito:REUTERS/Roosevelt Cassio)

Acrefi

A Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), por sua vez, se manifestou com preocupação sobre o julgamento do novo Marco Legal de Garantias, que considera inconstitucional a atuação dos Detrans na recuperação extrajudicial de veículos. A medida visa agilizar a recuperação de ativos, reduzir fraudes e evitar a judicialização.

“Para que esse objetivo seja alcançado e os consumidores tenham acesso a melhores condições de financiamento, é fundamental que a competência dos Detrans no processo seja resguardada, juntamente com a dos cartórios e do próprio Judiciário. Na condição de órgãos públicos responsáveis pelo registro e controle das garantias fiduciárias, os Detrans exercem papel técnico e de segurança jurídica, assegurando rastreamento e transparência nas operações. Sua participação é etapa conclusiva de um fluxo legal que vem reduzindo custos e litígios judiciais, com benefícios diretos à economia e à democratização do crédito”, afirmou a associação em nota.

A Acrefi ressalta que segue atuando institucionalmente como “amicus curiae” no processo para que o Supremo Tribunal Federal reavalie o entendimento e preserve a segurança jurídica e a eficiência do sistema de crédito.

Equilíbrio é o melhor caminho?

Na visão de Armin Lohbauer, advogado especialista em contencioso cível do Barcellos Tucunduva Advogados, o STF não está revogando o Marco Legal das Garantias, mas apenas ajustando os limites de um ponto específico da lei, o artigo 8º-E, que autoriza os Detrans a conduzirem a execução extrajudicial de contratos de alienação fiduciária de veículos.

“Interessante que o que está em discussão é praticamente a adoção de um regime mais liberal, como o americano, ou o europeu, em que há uma restrição maior à execução extrajudicial. Nos Estados Unidos, a execução privada de garantias é admitida com amplitude (self-help). O credor pode retomar o bem diretamente, desde que sem “breach of the peace”, isto é, sem conflito ou coação. Caso surja resistência, o procedimento deve ser judicializado. A lógica é pragmática: rapidez, mas com freios. O devedor, por sua vez, é notificado e pode purgar a mora antes da venda.”

Ele explica que na Europa o cenário é outro. Alemanha, Espanha e Portugal adotam modelos registral e judicializados, em que a retomada coercitiva depende de título executivo e intervenção estatal. Já o Reino Unido, embora mais liberal, também impõe barreiras: se o comprador já tiver quitado mais de um terço do valor do bem, ele se torna “protected goods”, exigindo ordem judicial para a retomada.

“O Brasil ensaiava algo híbrido, unir a celeridade americana à formalidade europeia, ao permitir que os Detrans processassem a execução extrajudicial. A objeção do ministro Toffoli, entretanto, é no sentido da falta de controle, uniformidade e salvaguardas para o devedor. Contudo, a solução não precisa ser o veto absoluto.”

Para Lohbauer, seria possível criar gatilhos objetivos: permitir a execução administrativa apenas em hipóteses de inadimplemento inequívoco, com notificação prévia, prazo de purga e registro eletrônico auditável. E reservar a via judicial para situações de conflito ou contestação material relevante. Assim, pode ser preservada a eficiência sem abdicar da legalidade.

“Em suma, não se trata de escolher entre o direito do credor e as garantias do devedor, mas de desenhar um procedimento equilibrado, que una a velocidade do sistema americano à prudência institucional do europeu. O desafio do STF, acredito, é encontrar esse ponto de equilíbrio, sob pena de o novo marco legal acabar por envelhecer antes de amadurecer.”

Ministros devem votar ainda esse ano?

O advogado diz que uma votação do STF sobre o tema ainda esse ano é incerta. No entanto, o caso está em pauta virtual e pode ser retomado a qualquer momento, dependendo da devolução da vista. Gilmar Mendes tem 90 dias para a restituição.

“Na prática, o STF tem priorizado julgamentos de impacto fiscal e eleitoral neste fim de ano, o que pode adiar a conclusão para início de 2026. Ainda assim, o tema tem alta relevância econômica, e há pressão institucional, especialmente de bancos, para que o STF defina logo o alcance da decisão, a fim de reduzir o atual clima de insegurança jurídica no crédito com garantia fiduciária.”

Governo Trump deve pagar benefícios do auxílio-alimentação dentro de dias, diz juiz

 

Um tribunal federal de Rhode Island ordenou no sábado que o governo Trump efetuasse o pagamento integral dos benefícios de auxílio-alimentação até segunda-feira, ou pagamentos parciais até quarta-feira, reconhecendo o “dano irreparável” que a ausência de pagamento em tempo hábil acarreta.

O caso de Rhode Island é uma das duas ações judiciais movidas para bloquear a suspensão, pelo Departamento de Agricultura dos EUA, dos benefícios do Programa de Assistência Nutricional Suplementar, conhecido como Snap ou vale-alimentação.

Em uma decisão emitida na sexta-feira, o juiz John J. McConnell, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Rhode Island, rejeitou o argumento do USDA de que não poderia financiar o SNAP devido à paralisação federal em andamento.

A ordem de McConnell no sábado deu ao governo do presidente Donald Trump um prazo até segunda-feira para apresentar um plano para pagar os benefícios integrais naquele dia, ou pelo menos pagamentos parciais dois dias depois.

No final da audiência de sexta-feira, McConnell disse que a decisão do governo de não utilizar US$ 5,25 bilhões em fundos de contingência para financiar os benefícios de novembro foi arbitrária.

Ele disse que a agência deve distribuir o dinheiro de emergência “o mais rápido possível” e, se o dinheiro for insuficiente, a agência deve determinar se pode usar o dinheiro de um fundo separado que tem cerca de US$23 bilhões.

Os benefícios do Snap estão disponíveis para os norte-americanos cuja renda é inferior a 130% da linha federal de pobreza, ou US$ 1.632 por mês para um domicílio de uma pessoa e US$ 2.215 para um domicílio de duas pessoas em muitas áreas. Os Estados são responsáveis pela administração cotidiana dos benefícios, que são pagos mensalmente.

A prolongada paralisação do governo, pela qual ambos os partidos se culparam mutuamente, colocou os benefícios do Snap em risco.

O USDA afirmou que não há fundos suficientes para pagar os benefícios integrais a 42 milhões de norte-americanos de baixa renda, pois eles custam de US$8,5 bilhões a US$9 bilhões por mês.

O governo disse que a agência não tinha autoridade para pagá-los até que o Congresso aprovasse uma lei de gastos para encerrar a paralisação do governo que começou em 1º de outubro.

Ibovespa ultrapassa marca dos 150 mil pontos e renova máxima intradia

 

O Ibovespa ultrapassou nesta segunda-feira, 3, a marca dos 150 mil pontos, renovando recordes, com os investidores de olho na agenda da semana, que traz mais balanços e a decisão de juros do Copom.

Às 10h55, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,40%, a 150.135,71 pontos, tendo marcado 150.266,79 pontos na máxima até o momento, novo teto intradia.

Já o dólar à vista caía 0,42%, a R$5,347 na venda. Veja cotações

Mais cedo, o boletim Focus revelou que a mediana das projeções dos economistas do mercado para o dólar no fim de 2025 seguiu em R$5,41 e no final de 2026 permaneceu em R$5,50. A expectativa de inflação para este ano foi de 4,56% para 4,55% e para o próximo ano seguiu em 4,20%.