domingo, 20 de janeiro de 2013

Os países que mais devem contratar em 2013; Brasil lidera

Executivos brasileiros lideram ranking de expectativa de aumento do número de contratações; veja quais as áreas mais demandadas nas principais economias do mundo

 

1. Brasil

São Paulo – A freada econômica do ano passado e a onda de incerteza sobre 2013 não foram suficientes para colocar um ponto final no otimismo dos executivos brasileiros. Entre 6 mil empresas das principais economias do mundo, as brasileiras são os que mais projetam aumento no número de contratações para os próximos meses, segundo pesquisa do Career Builder.
 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.
A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 

As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.

A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 
As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 

2. Índia

Contratações: 67% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 81% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Marketing e Serviços ao consumidor

3. China

Contratações: 52% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 67% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Pesquisa & Desenvolvimento, Produção

4. Rússia

Contratações: 48% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 63% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, serviços ao consumidor, engenharia

5. Reino Unido

Contratações: 30% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 50 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Administrativa e Serviços ao consumidor 

6. Alemanha

Contratações: 29% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 45% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Vendas e Produção

 7. Estados Unidos

Contratações: 26% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 62% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação e Serviços ao Consumidor

8. França

Contratações: 24 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 38 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação (relacionada com Serviços ao Consumidor)

9. Japão

Contratações: 22 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 34 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Engenharia e Serviços ao consumidor

10. Itália

Contratações: 19 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 25 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, Vendas e Administrativo


Talita Abrantes - Exame

As dificuldades que os imigrantes altamente qualificados encontram para se estabelecer nos Estados Unidos podem estar minando a inovação, a geração de empregos e o crescimento


Mariana Segala e Ana Santa Cruz, de
Joanne Rathe/The Boston Globe/Getty Images
Formatura na Universidade de Boston 
Formatura na Universidade de Boston: para especialistas, imigrantes criam, e não roubam, vagas

São Paulo - A história do indiano Kunal Bahl poderia ter sido mais um exemplo de conquista do sonho americano. Com quase 20 anos, o imigrante deixou Nova Délhi para estudar engenharia na Universidade da Pensilvânia, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. De lá, Bahl seguiu para um MBA na escola de negócios Wharton.

O currículo consistente o levou para a Microsoft, onde o engenheiro se dedicava ao desenvolvimento de negócios em mercados emergentes. Bahl trilhava uma carreira de sucesso quando foi surpreendido por um revés: em 2007, seu visto de trabalho em solo americano expirou e ele não conseguiu a renovação. Sem a perspectiva de conquistar uma permissão permanente — um green card — no curto prazo, Bahl foi obrigado a voltar para a Índia.

Como muitos estrangeiros bem formados e educados nos Estados Unidos, o sonho americano do engenheiro acabou sendo interrompido na mesa de burocratas da imigração do país. A história de Bahl, porém, tem um final feliz — e irônico. De volta à Índia, Bahl começou a estudar os modelos de negócio vencedores da internet e lançou, em 2010, o site de compras coletivas Snapdeal, uma espécie de Groupon indiano.

O sucesso do negócio foi estrondoso. Em três anos, o site já é considerado o líder do comércio eletrônico do país, com 18 milhões de usuários. A cada dia, 25 000 itens são vendidos pelo portal e distribuídos em 4 000 vilas e cidades. A ironia disso tudo é que o único emprego protegido pela imigração americana — a vaga de Bahl na Microsoft — se transformou em 1 500 postos criados pela Snapdeal na Índia.

Os Estados Unidos sempre foram um país aberto a estrangeiros. No final do século 19, 12 milhões de imigrantes desembarcaram na "terra da oportunidade". Foi essa mão de obra que ajudou a impulsionar a industrialização americana e fomentou o surgimento de inúmeros negócios. Esse ambiente instigante de prosperidade perdurou por décadas. Mas, desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos têm endurecido as regras para o trabalho de estrangeiros.

Um erro descomunal, como tem afirmado Vivek Wadhwa, professor da Universidade Duke e um dos mais entusiasmados defensores da teoria segundo a qual os Estados Unidos, para progredir e sair da crise, deveriam facilitar, e não dificultar, a entrada e a permanência de estrangeiros altamente qualificados no país. Wadhwa é, ele mesmo, um imigrante indiano, formado em ciências da computação pela Universidade de Camberra, na Austrália, e radicado nos Estados Unidos desde a década de 80.

Trabalhou em companhias como a Xerox — na época, tida como uma das mais inovadoras — e abriu duas empresas de software antes de se tornar professor e consultor. Suas­ ideias são discutidas no livro The Immigrant Exodus (“O êxodo dos imigrantes”, numa tradução livre), que, lançado no fim do ano passado, botou mais lenha em um debate que há anos pega fogo no país.

"Alguns líderes políticos se esforçam para manter os melhores do mundo fora dos Estados Unidos, acreditando que imigrantes qualificados roubam o trabalho dos americanos", diz ele. "Mas a verdade é exatamente o contrário. Os imigrantes criam empregos."

Em tempos de crise e de alto desemprego, é natural que os imigrantes sejam encarados como uma ameaça ao emprego de nativos — e isso de fato ocorre nos postos menos qualificados e com menores salários. Mas novas evidências mostram que o impacto dos imigrantes no mercado de trabalho é positivo.

Uma pesquisa conduzida pelo professor William Kerr, da Universidade Harvard, por exemplo, concluiu que a chegada de imigrantes qualificados ao país não provoca nenhum impacto no nível de emprego de cientistas ou engenheiros nascidos nos Estados Unidos. Por outro lado, o estudo prova que os estrangeiros capacitados têm um papel importante no nível da inovação produzida no país.

Segundo Kerr, um aumento de 10% na concessão de vistos do tipo H-1B — permissões temporárias para trabalhadores que possuam ao menos diploma de graduação — resulta em um crescimento de 1% no número de invenções patenteadas. As conclusões do pesquisador dão suporte aos estudos de Wadh­wa.

 Segundo ele, 262 empregos são criados para cada 100 estrangeiros que empreendem nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Uma prova disso vem de uma ilha de excelência americana: no Vale do Silício — berço de gigantes como a Apple e o Google —, 44% das companhias fundadas desde 2006 tinham pelo menos um estrangeiro como sócio. O que preocupa é que, não muito tempo atrás, essa parcela chegava a 52%.

Uma parte da explicação para o problema está nas dificuldades crescentes para os estrangeiros se estabelecerem no país. Um levantamento do instituto de pesquisa Brookings mostra que o número de vistos H-1B concedidos em 2011 foi 20% menor do que dez anos antes, embora o número de pedidos tenha crescido 17%. No período, o governo americano reduziu o limite de emissão de novos vistos desse tipo de 195.000 para 85.000 por ano.

Além disso, obter um green card por motivo de trabalho pode tomar mais de uma década. Nos Estados Unidos, o limite de emissão de novos vistos de residência nessa categoria é de 140 000 por ano. Na Austrália, que tem um décimo da população americana, são 126.000 por ano. Países como Canadá e Singapura também têm recrutado estrangeiros altamente qualificados no exterior.

Enquanto estão no limbo entre a permissão temporária e a permanente, por motivos óbvios, os imigrantes evitam se arriscar. Não estabelecem raízes, não compram imóveis, não começam um negócio próprio. Isso tem alertado gente de peso no cenário político americano. Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, tem dito que não há saída mais "rápida e barata" para a crise do que atrair imigrantes qualificados para o país.

Nas próximas semanas, o presidente Obama deverá lançar um plano para reformar o sistema de imigração do país que criaria um caminho para que boa parte dos 11 milhões de trabalhadores ilegais obtivesse a cidadania. A reforma também beneficiaria os estrangeiros qualificados, facilitando a permanência no país. O tema vem sendo tratado pelo presidente democrata desde a época da campanha para sua reeleição.

"Nosso sistema diz para os melhores estudarem aqui, mas depois os manda embora, para abrir suas empresas em qualquer outro lugar", disse Obama. Afastar essas mentes brilhantes é o que o país não deve fazer para voltar a crescer fortemente. 

ANP exigirá aumento de produção da Petrobrás em campos com queda.

Por Cláudia Schüffner
Leo Pinheiro/Valor
RIO - As exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para aprovar o novo plano de desenvolvimento da produção do campo de Roncador, e um dos maiores produtores do país, deverão se repetir em outros da estatal que estão apresentando queda drástica da produção nos últimos dois anos.
 
No dia 7 de janeiro a ANP fez uma série de exigências à Petrobras para aprovar o novo plano de Roncador, um gigante descoberto em 1996 e que começou a produzir em 1999. Além de requerer estudos ainda este ano para a instalação de uma quinta FPSO na área, a ANP determinou a perfuração de três novos poços para avaliação de arenitos e carbonatos, mais quatro poços produtores e um número não determinado de poços para aumentar a injeção de água. 
Além de Roncador, um dos maiores campos da Petrobras (com uma área de 400 quilômetros quadrados) a ANP também está insatisfeita com a queda drástica da produção dos campos de Marlim, Marlim Sul, Caratinga, Albacora, Albacora Leste, Caratinga e Espadarte, só para citar alguns na Bacia de Campos. 
 
Uma fonte da ANP ouvida pelo Valor PRO lembrou  que as exigências são uma prerrogativa da agência. "O objetivo é que esses campos grandes e ainda longe de atingir seu pico de produção, se mantenham perto do que se imagina que seja uma curva de produção condizente", explicou a fonte. "E em Roncador chamava a atenção a redução da produção em um horizonte que nem de longe estava perto do pico de produção".
 
A agência reguladora também quer que a  Petrobras mantenha em Roncador a FPSO Brasil, "uma vez que resta clara a necessidade de mais do que as quatro plataformas previstas [para o desenvolvimento da produção]" e determinou ainda a instalação de um novo manifold de gás lift (conjunto de válvulas que controla a injeção de gás em cada poço) para maximizar a produção da plataforma P-52 até dezembro de 2014.
 
Atualmente as plataformas instaladas em poços de Roncador são a P-54, P-62, P-52, além da FPSO Brasil. Uma quinta unidade, a FPSO-55, está sendo construída no Brasil, com entrada em operação prevista para setembro de 2013. Os investimentos necessários devem ser da ordem de bilhões de dólares.
 
A queda da produção de petróleo do país tem efeitos sobre segurança energética e a balança comercial do país, sem considerar a perda de receita da Petrobras. Segundo um estudo da Bradesco Corretora publicado pelo Valor , a taxa de declínio da produção do país, onde a Petrobras opera 91% da produção, foi de 40% entre agosto de 2011 e agosto de 2012. Em volume, a queda representou uma perda de 679 mil barris de petróleo por dia.

Valor Econômico

Mudança traz mais estrangeiros a Jundiaí - Brasil :

Projeta flexibilização de regras para Imigração de especialistas e cidade é um dos alvos.




JOSÉ ARNALDO DE OLIVEIRA
arnaldo.oliveira@bomdiajundiai.com.br

Os estudos do governo federal para facilitar a entrada no Brasil de profissionais qualificados de outros países deve ter reflexos em Jundiaí, na opinião de diversos analistas.
“Não temos tempo hábil para formar a atual demanda de mão de obra, principalmente das nossas indústrias. Temos que aproveitar a oferta que existe em países que enfrentam dificuldades”, afirma o presidente do Ciesp Jundiaí (Centro das Indústrias do Estado), Mauritius Reisky.
Entretanto, ele destaca que a medida deve ser limitada e não criar concorrência com os postos de trabalho existentes, processo chamado de “canibalização” do mercado.

Um dos motivos da atenção é que a AUJ (Aglomeração Urbana de Jundiaí) é um dos atuais polos econômicos do país e também de sua globalização. Na região do Ciesp, formada por 11 cidades, há empresas de 30 países e apenas no município são 22 nacionalidades (veja quadro na página 3).
Investimento / O economista Everton Ubirajara Araújo da Silva (Baiano) avalia que o baixo crescimento do ano passado no PIB (Produto Interno Bruto) mostra que o consumo interno não puxa sozinho a economia.
“A mão de obra deixou de ser um gasto e já é tratada como investimento, porque os demais dependem dele”, explica.
 
Para ele, o risco está em repetir erros do passado. O avanço de empresas acaba gerando novas demandas de competitividade em toda a sua cadeia produtiva.
“Vamos precisar de um trabalho de melhoria da educação como um todo para evitar que essa concorrência do momento vire algo permanente”, diz.

Análise de dados / Na administração pública, o assunto já começa a ser estudado. Para Gilson Pichioli, diretor de fomento industrial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, um levantamento da situação atual é imprescindível para o debate de políticas adequadas em um novo cenário.
“Esse tema da mão de obra não é um desafio recente, tanto que as empresas investem em treinamentos da mão de obra que chega de cidades vizinhas. Mas vamos detalhar melhor com a chegada do novo secretário, no dia 21”, afirma sobre o titular, Marcelo Cereser, que já tinha compromisso internacional antes de iniciar o governo do prefeito Pedro Bigardi.

Para o setor privado, até lentidão de programas governamentais como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tem entre causas a falta da mão de obra qualificada.
Núcleo ligado à Presidência cuida de estudos finais

As propostas de flexibilização para estrangeiros qualificados, com anúncio previsto para março, estão sendo discutidas no Projeto Imigração, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. De acordo com nota do órgão, os estrangeiros chegaram a 7,3% da população em 1900 e equivalem a apenas 0,3% em 2012, uma das taxas mais baixas do continente americano.

Para o economista Everton Araújo da Silva (Baiano), essa analogia deve reforçar ainda mais a necessidade da qualificação educacional do país. “E, com isso, uma disputa mais valorizada da mão de obra nacional”, diz ao lembrar o programa Ciência sem Fronteiras, que pretende destinar 100 mil bolsas de estudo de brasileiros o exterior em dez anos.  Jundiaí teve primeira onda com a ferrovia

Formada pela base de povos ibéricos, indígenas e africanos entre os séculos 16 e 19, a cidade recebe na segunda metade dos anos 1800 o “know-how” dos ingleses com a ferrovia e até máquinas têxteis. Na época, o governo investiu mais em imigração do que em educação dos nativos.
Indústria vai investir R$ 100 mi até 2015

Dados do Ciesp Jundiaí mostram que o sistema Sesi-Senai (que inclui a rede de escolas e cursos do setor na região) prevê receber R$ 100 milhões em recursos nos próximos três anos, a maior parte para educação de base.

www.terra.com.br

Por que queremos Imigrantes ?

O Brasil já foi, no fim do século 19 e início do século 20, um país amplamente receptivo a todos os tipos de imigrantes. Italianos, espanhóis, alemães, japoneses, coreanos, africanos, judeus e árabes, grupos originários de todas as partes do mundo desembarcaram por aqui em busca de nova vida.

Criaram raízes, construíram riquezas, desenvolveram empresas, trouxeram ao Brasil novas ideias, experiências de vida e formas de lidar com o trabalho. E, sobretudo, deram a cara que a nação tem hoje. Ao longo de um século, no entanto, o país perdeu sua capacidade de atração de estrangeiros.
Em 1900, o total de imigrantes como proporção da população brasileira correspondia a 7,3%. Desde então, esse porcentual vem declinando: passou a 5,2% já em 1920 e, no fim do século, em 2000, atingiu 0,4%. Os últimos dados do IBGE indicam que, em 2010, a participação era de 0,3%.

O Brasil deve aos imigrantes, por exemplo, a transformação da USP na maior e mais reconhecida universidade da América Latina, como parte de uma bem-sucedida política migratória no início do século 20. Os europeus trouxeram para o Brasil novos métodos, técnicas e conhecimentos que foram fundamentais para o desenvolvimento da universidade — o mais lembrado, até hoje desses pesquisadores é Claude Lévi-Strauss, fundamental nas primeiras décadas de existência da USP.

Da mesma forma que no início do século, atrair trabalhadores estrangeiros e facilitar sua entrada e fixação em terras brasileiras significaria suprir uma lacuna em várias áreas que não dispõem de profissionais em quantidade e na qualidade que o país necessita para desenvolver-se, especialmente nos segmentos ligados a serviços de engenharia. Calcula-se que o Brasil forme, hoje, cerca de 40 mil engenheiros por ano, ante uma demanda de 60 mil profissionais.

Para os países de origem desses trabalhadores, a transferência para terras brasileiras também seria benéfica, pois o Brasil utilizará seus conhecimentos enquanto vai investindo para criar uma geração nova de engenheiros, e o trabalhador voltará depois ao país de origem com mais experiência. Significaria dar a profissionais capacitados uma chance que não conseguem oferecer em seus mercados de trabalho domésticos — casos de Portugal e Espanha, que enfrentam altos índices de desemprego.

O país também poderia atrair mais estudantes. Em países como os Estados Unidos, é comum os alunos aproveitarem as férias de verão para buscar trabalhos que lhes permitam ganhar experiência e adquirir conhecimento, os chamados summer jobs. Dados do Relatório de Talentos da BRAiN indicam que, para cada mil habitantes, menos de um estudante entra ou sai do país. Nos Estados Unidos, esse índice é de 2,2 estudantes; na Coreia do Sul, de três, e na Austrália, campeã mundial de intercâmbio, de sete estudantes.

Um trabalho para o aprimoramento da política brasileira de imigração vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, em parceria com a Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN). O grupo vai avaliar, entre outros aspectos, o fluxo imigratório no Brasil, o potencial de atração do país, as vantagens e desvantagens, assim como os impactos que uma política de imigração para trabalhadores qualificados e não qualificados podem ter sobre o desenvolvimento nacional.
Robert John Dijk
(Diretor estatutário da Brasil Investimentos & Negócios – BRAiN)
(SAE – 16/01/2013)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Indústria nacional terá prioridade nas obras do PAC

 

Pelo menos 80% dos produtos manufaturados utilizados em obras de mobilidade urbana do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e 100% dos serviços contratados deverão ser nacionais. O percentual, definido por decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União da última terça-feira, tem por objetivo estimular o desenvolvimento da matriz industrial brasileira e do setor de serviços.

“O que está sendo feito no Brasil é o mesmo que fazem os países desenvolvidos: utilizar o poder de compra dos governos para estimular a indústria e o setor de serviços”, afirma a secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloísa Menezes. Outra medida já adota pelo governo federal com o mesmo objetivo é a adoção da margem de preferência nas compras governamentais, que permite o pagamento de até 25% a mais por produtos nacionais nas compras feitas pelo governo.

A obrigatoriedade nacional para serviços e produtos em obras do PAC deve ser descrita nos editais de licitação e contratos de execução das obras. Entre os produtos manufaturados que fazem parte do decreto estão materiais rodantes e sistemas embarcados, sistemas funcionais e de infraestrutura de vias e sistemas auxiliares de plataformas, estações e oficinas. Dentre os serviços estão os de engenharia, de arquitetura, de planejamento urbano e paisagismo.

A mobilidade urbana foi escolhida por ter um grande potencial de aquisição de produtos importados, de acordo com a Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento. , Esther Dweck. “Quando vimos essa possibilidade, e como tem um aporte de recursos do governo muito forte, constatamos que precisávamos de alguma maneira garantir que esses investimentos fossem para própria economia brasileira”, disse Esther Dweck, chefe da Assessoria. O orçamento previsto para as obras no setor é de R$ 32 bilhões.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC

Você sabe o que é Pegada Hídrica?





Não se trata de um frisson na banheira ou de uma sorrateira enchente que te pega de surpresa numa rua qualquer. Em tempos anunciados de escassez da água, você não comprará nem um cafezinho, roupa ou carro, sem verificar antes os valores da pegada hídrica embutidos neles.

Esse indicador de sustentabilidade influenciará, como nunca, o modo de fazer negócios, como os países vão produzir e a forma do nosso próprio consumo. A água se tornará, literalmente, uma espécie de joia transparente.

O cenário é preocupante. A população mundial avança a casa dos 7 bilhões sedenta pelo consumo. Por outro lado, as cidades crescem desordenadas e o aumento da poluição é uma triste realidade.
Apenas 2% de toda a água do planeta é disponível para consumo. O restante é água salgada ou está inacessível para uso.  70% da água potável utilizada vai para a agricultura.

Pensando nisso, o conceito de Pegada Hídrica foi criado pelo professor holandês  Arjen Y. Hoekstra como uma espécie de Raio-X hídrico. Trata-se de um indicador da quantidade usada de água doce em todo o processo produtivo de bens ou serviços, desde a matéria-prima até chegar às mãos do consumidor final.  No caso do feijão, por exemplo, leva em conta a água da irrigação, do fertilizante, do descarte, transporte e até da evaporação.

Para esclarecer as fontes de uso, a água foi classificada por diferentes cores. Verde, quando a água da chuva evapora ou é incorporada em um produto durante a sua produção. Azul, que calcula as águas superficiais ou subterrâneas que evaporam ou são incorporadas em produtos. Cinza, quando mede o volume de água necessário para diluir a poluição gerada durante o processo produtivo.

Os cálculos são assustadores. Segundo a organização internacional Waterfootprint, somente para a produção de um único litro de leite são utilizados cerca de mil litros de água. Uma xícara de cafezinho? 140 litros.  Vestir uma calça jeans? Gasta 10 mil litros de água. Um quilo de arroz? 2.500 litros de água. Para produzir carne, o número é ainda maior: um quilinho absorve 15.400 litros de água.

A metodologia é capaz de monitorar o impacto humano sobre o meio ambiente. É possível, por exemplo, calcular a água, implícita e explícita, contida num único produto, num processo, setor, individuo, cidades, até mesmo nações e todo o planeta.

Em busca de processos mais econômicos e corretos, sem desperdícios e poluição, cientistas, empresas e governos já discutem a norma ambiental ISO14046 prevista para 2013/2014, que certifica os procedimentos da Pegada Hídrica nos processos de produção.

O governo brasileiro terá um importante papel na elaboração das leis para melhor gestão dos recursos hídricos. Aliás, o Brasil tem muito a fazer. Está em 4° lugar entre os maiores consumidores de água do mundo, segundo estudo americano da Hoekstra publicado na revista National Academy of Sciences (PNAS).

A população também pode ajudar muito a combater a escassez do precioso líquido. Comprar produtos cujo ciclo produtivo envolva menor quantidade de água será a nova onda verde.
E você pode fazer mais. Estudos apontam que os hábitos alimentares absorvem grande parte da água consumida por um indivíduo. Assim, a escolha por uma dieta equilibrada com baixo teor de gordura, açúcar e carne vermelha contribui significativamente com a diminuição da Pegada Hídrica.

Outra prática que ajuda é o uso moderado da água durante atividades domésticas, tais como: limpeza da casa, lavagem de calçadas e automóveis, irrigação de plantas, higiene pessoal, preparo dos alimentos, entre outros.

Enfim, muita água ainda vai rolar debaixo da ponte se aplicarmos uma velha fórmula bem simples: se poupar, não vai faltar.

Mônica Martins é jornalista e cronista