segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Financial Times: “Idiotia e Progresso”

 

“Idiotia e Progresso”. É esse o título de um artigo publicado hoje em um blog do Financial Times em relação ao drama de Santa Maria. As mortes no Sul do Brasil repercutiram em todo o mundo e artigos em diversos jornais passaram a questionar os progressos de fato realizados pelo País nos últimos anos.

Mas, para o jornal que serve de pilar nas finanças internacionais, está claro que o incidente irá aumentar a pressão sobre o Brasil no que se refere a sua capacidade de realizar grandes eventos esportivos, como a Copa em 2014.

Assinado pelo jornalista Jonathan Wheatley, o artigo não poupa críticas ao Brasil. “Para um país que sobe em termos econômicos e está se preparando para mostrar seus progressos com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, a lista de erros e fracassos que levaram ao incêndio de sábado promove a pior das publicidades”.

O artigo chega a questionar se é justo culpar a administração de um país por conta de um ato de um “idiota isolado”. O FT também admite que outros países vivem a mesma sitação.
O artigo cita os diversos fatores da tragédia, inclusive o fato de que muitos morreram no banheiro, achando que era uma das portas de saída. “Regulamentos dos mais básicos, propriamente aplicados, teriam evitado a tragência e salvo a via de 231 jovens. As autoridades enfrentarão questionamentos”, escreveu.

Descrevendo o membro da banda de “idiota” por ter usado pirotecnia dentro do local, o FT deixa claro que idiotas não existem apenas no Brasil e aponta para um desastre similar nos EUA em 2003.  “Idiotas existem em todo o mundo e é muito difícil de legislar contra eles. Até sábado, o Brasil não teve uma tragédia dessa escala por mais de meio século. Se o evento horrosoro do fim de semana resultar em aplicações mais duras da lei, o Brasil terá feito mais progresso”, conclui.

Financial Times.

PROJETO FORTALECE PAGAMENTO EM MOEDAS LOCAIS NO COMÉRCIO DO MERCOSUL



A intenção do governo brasileiro de estimular o comércio em moedas locais entre os países do Mercosul poderá ser fortalecida por meio da aprovação do PLC 117/2012, que está em tramitação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). O projeto do Executivo autoriza o Banco Central brasileiro a abrir crédito ao Banco Central do Uruguai sob a forma de "margem de contingência reciprocamente concedida" no âmbito do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML).

O crédito a ser concedido ao Banco Central do Uruguai será de até US$ 40 milhões. O projeto modifica a Lei 11.803/2008, que já estabelece crédito semelhante ao Banco Central da Argentina, no valor de até US$ 120 milhões. O funcionamento da margem de contingência, estipula ainda a proposta, "obedecerá à disciplina contida em convênios bilaterais" com os dois países do bloco.

Após ser aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto chegou ao Senado em dezembro de 2012. Será examinado inicialmente pela CRE, onde tem como relator o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), e depois pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes de ser submetido ao Plenário.

Segundo exposição de motivos elaborada pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central, o projeto é um passo a mais em direção à implantação, no bloco, do Sistema de Pagamentos em Moeda Local. No caso do comércio com a Argentina, de acordo com a exposição de motivos, houve um aumento do nível de participação de pequenos e médios exportadores e importadores de ambos os países após a adoção do mecanismo. Ao possibilitar o comércio bilateral em moedas dos dois países, prossegue o texto, houve uma redução dos custos das transações comerciais entre os dois maiores países do Mercosul.

(Fonte: Agência do Senado)

Mercosul e União Europeia retomam negociação de acordo comercial

Mercosul e União Europeia retomam negociação de acordo comercial

Brasília (28 de janeiro) - Ministros dos paises do Mercosul e da União Europeia decidiram, neste sábado (26), retomar as negociações de um acordo comercial entre os dois blocos econômicos, suspensas desde 2010. Reunidos em Santiago, onde ocorreu a I Cúpula dos Países da América Latina e do Caribe e da União Europeia, as autoridades do Mercosul propuseram apresentar uma oferta à União Europeia no quarto trimestre de 2013.

A oferta de bens é o termo técnico usado nas negociações para designar a lista dos produtos a serem contemplados no acordo. Os representantes do Brasil nas discussões foram o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, e o chanceler Antonio Patriota. 

A apresentação da oferta ficou para o segundo semestre para permitir a participação do Paraguai nas discussões. O país estará suspenso do Mercosul até a posse do presidente que será eleito em abril, prevista para agosto. Agora, as conversações foram retomadas com a participação da Venezuela, que passou a integrar o Mercosul no ano passado.

Assessoria de Comunicação Social do MDIC

Quatro países da AL decidem cortar tarifas comerciais


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 10:01 BRST
 
 
  
SANTIAGO, 28 Jan (Reuters) - Chile, Peru, Colômbia e México decidiram no domingo eliminar as tarifas sobre o comércio de 90 por cento dos produtos até 31 de março, como forma de abrirem ainda mais seus crescentes mercados.

Os quatro países, que compõem a chamada Aliança do Pacífico, um grupo voltado para o livre-mercado, já têm pactos comerciais com algumas das maiores economias mundiais, com tarifas preferenciais para estimular suas exportações.

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, disse que seu objetivo é eliminar totalmente as tarifas para produtos feitos nos quatro países, posição que contrasta com a dos países do Mercosul, que têm mercados mais fechados.

"Isso significa que pelo menos 90 por cento dos produtos serão liberados de qualquer tipo de tarifa no comércio entre nossos países", disse Piñera a jornalistas durante uma cúpula de governantes latino-americanos e europeus no Chile, dominada por questões comerciais.

"Haverá um cronograma para trabalhar nos restantes 10 por cento, até chegarmos a 100 por cento", acrescentou.
Grosso modo, a América Latina está dividida entre os países do Pacífico, que são defensores do livre-comércio, e as nações do Mercosul, no lado atlântico, mais relutantes em eliminarem barreiras comerciais.

Tanto o Brasil quanto a Argentina, que dominam o Mercosul, vêm tomando medidas de estímulo à indústria local que são consideradas protecionistas pelos críticos.

Mas, durante os dois dias de cúpula, os dois países concordaram em retomar as negociações de livre-comércio com a União Europeia, o que seria um grande prêmio para a Europa no momento em que o continente emerge de uma grave crise. 

(Reportagem de Moises Avila e Antonio De La Jara)

Em busca de negócios, Europa muda de tom na América Latina

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 10:01 BRST
 

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Por Robin Emmott


SANTIAGO, 28 Jan (Reuters) - Há cinco anos, durante os discursos de encerramento de uma cúpula no Chile, o rei da Espanha repreendeu o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com o famoso "¿por qué no te callas?", numa discussão que passou a simbolizar os infrutíferos encontros entre governantes europeus e latino-americanos naquela época.

Dominadas pela retórica esquerdista e pela instabilidade nos Andes, essas cúpulas pouco acrescentavam a uma Europa que crescia rapidamente desde a implantação do euro como moeda corrente, uma década antes.

Mas a crise da dívida europeia pôs de ponta-cabeça a relação das antigas potências imperiais com suas ex-colônias. Os líderes da União Europeia presentes no fim de semana a uma cúpula em Santiago foram francos a respeito do seu interesse em pegar carona no impressionante crescimento econômico latino-americano.

"Essa é agora uma relação estratégica entre parceiros iguais", disse a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, comandando uma enorme delegação de políticos e empresários europeus.
Em meio a várias reuniões bilaterais durante os dois dias de cúpula, Merkel mal havia terminado de proferir seu discurso e já saiu apressada para o centro financeiro de Santiago, em busca de acordos comerciais e de investimentos.

"Convidamos vocês a investirem na Alemanha", disse ela, ecoando o apelo feito na véspera por seu colega espanhol, Mariano Rajoy, no palácio presidencial chileno.
Num momento em que 60 por cento dos jovens espanhóis estão desempregados e em que a Alemanha, maior economia europeia, luta contra o impacto de uma crise de dívidas públicas que quase solapou a zona do euro no ano passado, a América Latina claramente está em posição de vantagem.

A economia da região deve crescer quase 4 por cento neste ano, ao passo que o PIB conjunto dos 17 países da zona do euro deve se contrair. A Europa espera que mais companhias latino-americanas sigam o exemplo do magnata mexicano Carlos Slim, que investiu na empresa holandesa de telecomunicações KPN.   

Os governos europeus também desejam que suas empresas ganhem lucrativas concorrências para obras portuárias, rodoviárias e aeroviárias na América Latina, inclusive para a Copa de 2014 a e Olimpíada de 2016 no Brasil.

"NUNCA FOI MELHOR"

Diplomatas na cúpula de Santiago disseram que o clima entre os mais de 60 países participantes estava agora mais relaxado, em parte por causa da maior humildade dos europeus.

"A América Latina gosta da ideia de que a União Europeia também tem problemas", disse um diplomata europeu que trabalhou com colegas chilenos durante a cúpula.
Claramente ansiosos por passar seu recado, dois dos mais graduados funcionários da UE, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, proferiram cinco discursos em menos de dois dias, louvando os êxitos latino-americanos e falando dos "destinos entrelaçados" das duas regiões.

Isso caiu bem com líderes latino-americanos como a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que elogiou o novo tom da UE. "Os europeus finalmente perceberam que precisamos de uma relação em que ambos os lados ganhem".

Reuters Brasil
(Reportagem adicional de Alejandro Lifschitz)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Argentina anula travas à importação de produtos do Mercosul

O governo da Argentina eliminou as travas às importações de vários segmentos de produtos -- 17 ao todo --, segundo um comunicado publicado nesta sexta-feira (25/01) no Boletim Oficial. A anulação das licenças não-automáticas era um desejo de empresários brasileiros, que viam nas normas uma forma de protecionismo dos argentinos.

O Ministério da Economia da Argentina extinguiu as licenças não-automáticas para a importação de papel, utensílios domésticos, brinquedos, calçados, motocicletas, bicicletas, produtos têxteis, manufaturas diversas, produtos metalúrgicos, tecidos, pneumáticos, autopeças, entre outros.

Os setores brasileiros mais afetados eram o da indústria automobilística, a de máquinas agrícolas e a de partes e peças para veículos automotores. As travas fizeram as exportações brasileiras para a Argentina caírem 20% de janeiro a outubro de 2011, enquanto as importações de produtos argentinos caíram 5%.
As normas derrogadas foram ditadas entre 1999 e 2011, apesar de a maioria só ter sido colocada em prática desde 2007 em diante. "Por questões de oportunidade, mérito e conveniência, no cumprimento dos objetivos oportunamente fixados, tornamos procedendo a derrogação", disse o comunicado.

À importação de vários desses bens a Argentina impôs nesta quinta-feira uma tarifa de 35%, em linha com uma resolução adotada pelo Mercosul para se proteger dos desequilíbrios no comércio internacional pelo impacto da crise.

Panorama

Em dezembro de 2011, o Mercosul decidiu que cada sócio poderia aumentar suas tarifas em até 100 produtos provenientes de mercado externos ao bloco sul-americano, sem ultrapassar o máximo consolidado na OMC (Organização Mundial do Comércio). O grupo adotou essa medida alegando "razões de desequilíbrios comerciais derivados da conjuntura econômica internacional".

A balança comercial argentina registrou ano passado um superávit de 12,690 bilhões de dólares, 26,7% mais que em 2011. Segundo dados oficiais, as exportações argentinas totalizaram em 2012 81.205 bilhões de dólares, uma queda interanual de 3%, enquanto as importações somaram 68.514 bilhões de dólares, 7% menos que em 2011. Para 2013, a previsão do governo é alcançar um superávit de 13.325 bilhões de dólares, com a exportação registrando 110.763 bilhões de dólares.

* Com informações da Agência Efe, da Ansa e do jornal argentino Clarín
De Opera Mundi.

A Transformação da Gestão do Comércio Exterior nas Empresas no Brasil


 26/01/2013


 
Em Setembro de 2012, quando apresentamos nossa palestra sobre o mesmo tema no “Global Customs Forum” realizado em São Paulo, simbolizamos o assunto com uma borboleta.  A despeito das brincadeiras feitas pelos bons amigos presentes na ocasião, a comparação foi em nosso entender muito bem feita, já que o processo de metamorfose equivale à transmutação vivida pelas sérias empresas com operações no Brasil no que tange à gestão do comércio exterior.
 
Historicamente vimos de um país fechado ao comércio exterior, política protecionista advinda de governos ditatoriais militares que impunham a reserva de mercado e substituição das importações. Naqueles tempos, anteriores à abertura havida nos anos 90, todas importações dependiam de autorização específica para que fosse emitida uma Guia de Importação. Mesmo as empresas industriais que dependiam de insumos tecnológicos não encontrados no Brasil, tinham que recorrer aos representantes da caserna para conseguir realizar as importações necessárias ao suprimento de sua linha de produção. Isso fez com que fossem desenvolvidos nas empresas departamentos de comércio exterior muito mais ligados ao relacionamento governamental do que propriamente às rotinas técnicas da área de compras e vendas internacionais. 
 
Esse tipo de relação serviu também para fortalecer a imagem de que o Setor Privado não costuma exigir do Governo o devido cumprimento das contraprestações previstas na legislação, como é próprio de um Estado Democrático de Direito. Além disso, a forma de abordagem desenvolvida favoreceu comentários quanto à falta de transparência no Brasil nas atividades de comércio exterior, algo que até hoje combatemos em luta árdua.
 
O modelo anterior prejudicava a discussão aberta do comércio exterior como uma atividade nobre, cercada de desafios técnicos e comerciais, a ser vencidos por profissionais de grande capacidade intelectual e de relacionamento pessoal, dedicação, persistência, domínio de idiomas e valentia. Nessa linha, mesmo nossas universidades não formavam profissionais aptos a atuar no comércio exterior, exatamente pela falta de espaço no mercado de trabalho.
 
Passados 20 anos da abertura de mercado perpetrada nos anos 90, é sensível a ascensão da nova geração incumbida da gestão do comércio exterior nas empresas no Brasil. Fruto do processo natural de abertura do mercado advindo das mudanças no Brasil e mundialmente da acentuação da globalização. Essa nova geração em nossa simbologia é retratada pela borboleta, cuja beleza e aprimoramento a diferencia do status anterior.
 
Formada por competentes gestores treinados para cumprir tecnicamente todos os requisitos esperados de uma função tão desafiadora quanto a gestão corporativa do comércio exterior, esses executivos têm desafios muito maiores que seus antecessores tinham. Tratam-se de gerentes corporativos vinculados ao negócio global, que respondem pelas metas comuns da operação, pela gestão de pessoas muitas vezes em diversos países em que a empresa internacional que representam possui operações e pelas políticas corporativas do grupo de que fazem parte. 

São profissionais destacados, muitas vezes trilíngues ou poliglotas, que têm o cumprimento absoluto e irrestrito das normas aduaneiras e a conduta anticorrupção como ponto de partida necessário e irrestrito para qualquer análise de plano de negócios.
 
Fruto de trabalho incessante e dedicação pessoal, esses profissionais – a quem objetivamos brindar, enaltecer e congratular pelo importante mérito próprio e pelo serviço prestado à nação brasileira – são pessoas que estão sempre em busca de aprimoramento, pelas suas leituras, pensamentos e esforços acadêmicos. O Brasil se rejubila pela presença cada vez maior dos novos gestores corporativos do comércio exterior, fruto de um processo tão bonito de transmutação quanto a transformação da larva em borboleta.