quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Oi e Portugal Telecom assinam acordo para unir atividades

 
 
 
 
Por Renato Rostás | Valor
Divulgação

SÃO PAULO  -  (Atualizada às 10h28) A Oi e a Portugal Telecom assinaram memorando de entendimento para unir suas atividades, informou a operadora brasileira em fato relevante. Com a fusão, será criada uma companhia chamada CorpCo, com as duas empresas atuando como suas subsidiárias. A união combinará as atividades e negócios desenvolvidos pela Oi no Brasil e pela Portugal Telecom em Portugal e na África.

A previsão é que o novo grupo tenha sinergias de aproximadamente R$ 5,5 bilhões. Segundo o documento, essa economia virá do aumento de escala das atividades e dos ganhos advindos da união das duas grandes empresas de telecomunicações. A operação será finalizada no primeiro semestre de 2014.

A intenção das duas é listar a CorpCo no Novo Mercado da BM&FBovespa, na bolsa de Nova York e na Nyse Euronext Lisbon, que é a bolsa de Lisboa. O fato relevante diz que o capital da nova companhia será pulverizado e não haverá um acionista ou grupo de acionistas com maioria do capital.

Oi e Portugal Telecom serão incorporadas pela nova operadora. A relação de troca entre suas ações será de 1 para 1 da CorpCo no caso da portuguesa e dos papéis ordinários da brasileira; e cada 1,0857 ação preferencial da Oi dará direito a uma nova da CorpCo.

Com relação à estrutura administrativa, a CorpCo terá como presidente Zeinal Bava. O executivo já comandou o grupo português e atualmente ocupava a presidência da brasileira e das operações da Portugal Telecom em seu mercado natal.

O conselho de administração da nova empresa será formado por 11 membros titulares e 11 suplentes. Para sua primeira formação, foi escolhido José Mauro Mettrau da Cunha como presidente e Henrique Manuel Fusco Granadeiro como vice. Mettrau chefiou a Oi logo após a saída de Francisco Valim, enquanto Granadeiro presidia o conselho da Portug al Telecom.

Segundo o fato relevante da Oi, serão mais de 100 milhões de clientes conjuntamente. “A operação permitirá que a CorpCo se beneficie da presença única da Oi no Brasil e a experiência da Portugal Telecom no mercado português, permitindo-lhe, assim, cristalizar oportunidade de crescimento em convergência e mobilidade no Brasil.”

Em meio à reorganização societária dos sócios controladores da Oi para a criação da CorpCo, a Portugal Telecom deixará de ser acionista da empresa de call center Contax.

(Renato Rostás | Valor)

Altos executivos são os menos engajados, diz estudo


Por Letícia Arcoverde | Valor
Simon Dawson/Bloomberg


SÃO PAULO  -  Um dos grandes desafios das empresas hoje é garantir que seus melhores talentos não deixem a companhia – e, para muitos, a falta de comprometimento é a marca das gerações mais jovens. 

Mas um novo estudo de professores das escolas de negócios Wharton, nos Estados unidos, e IE Business School, da Espanha, indica que membros do alto escalão como CEOs e vice-presidentes executivos estão entre os mais dispostos a ir atrás de um novo emprego quando confrontados com a oportunidade.

Com base nos dados de dois mil altos executivos do mercado financeiro americano, os professores analisaram as respostas dadas a headhunters que os procuraram para oferecer uma chance de participar do processo seletivo para uma vaga em outra empresa. Mais da metade (52%) aceitaram se tornar candidatos no contato inicial dos recrutadores, quando ainda não tinham muitas informações sobre a vaga. Para o professor da Wharton e diretor do Centro de Recursos Humanos da escola, Peter Capelli, o número é "maior do que o esperado", colocando os comandantes entre os menos engajados nas organizações.

Os pesquisadores também descobriram que  os cargos mais altos entre os participantes do estudo – CEOs, vice-presidentes executivos e vice-presidentes seniores – estavam entre os mais propensos a aceitar uma proposta de um headhunter. Além disso, aqueles com experiência mais variada, como passagens em diversas cidades, países ou áreas da empresa, também estavam mais dispostos a ir atrás das novas oportunidades. "Com a mobilidade, os executivos não desenvolvem laços fortes com a organização, e ir embora se torna mais fácil para eles", sugere Capelli.

(Letícia Arcoverde | Valor)

A psicologia da infraestrutura

02 de outubro de 2013 | 2h 31
O Estado de S.Paulo
 
 
Confiança tem sido um insumo escasso na economia nacional, admitiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante seminário em São Paulo. Talvez ele tenha reconhecido mais do que pretendia ao acrescentar: essa confiança está em recuperação e o pessimismo será revertido mais velozmente com o sucesso das concessões no setor de infraestrutura. 

Segundo a avaliação ministerial, esse tipo de licitação, no Brasil, tem hoje, portanto, dupla função. A primeira é observada em países com padrões mais saudáveis de gestão pública: facilitar investimentos em logística e energia, para tornar a economia mais eficiente e permitir um crescimento equilibrado. A segunda tem sentido na atual paisagem brasileira: restabelecer a boa disposição dos consumidores e, principalmente, dos empresários industriais, depois de uma longa estagnação e de sérios tropeços na política de investimentos. 

Como principal atração do 10.º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, o ministro da Fazenda anunciou nada menos que um "novo ciclo de desenvolvimento" nos anos de 2013 a 2022. No fim desse período o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante deverá ter aumentado 40%, em termos reais, segundo o panorama apresentado. 

Para isso, o PIB terá de crescer em média 4% ao ano, mas o investimento em capital fixo, isto é, em máquinas, equipamentos, obras civis e infraestrutura, deverá aumentar à taxa anual média de 7%. Não há muito mistério nesses números. Com a combinação apresentada, o investimento corresponderá, em 2022, a 24% do PIB, proporção verificada nos anos 70 e adotada há algum tempo como objetivo pelo governo da presidente Dilma Rousseff. 

Quanto à expansão econômica de 4%, pode parecer modesta, quando comparada com o desempenho de outros países emergentes. Mas o pessoal do Ministério da Fazenda parece ter levado em conta, em suas projeções, as sérias limitações atuais da economia brasileira. Muitos economistas estimam um potencial de crescimento bem abaixo da média apresentada pelo ministro. Mas isso deverá mudar, dentro de alguns anos, com mais investimentos públicos e privados e ganhos de produtividade e inovação. 

O ministro chegou a mencionar, em sua apresentação, o investimento em capital humano. Só falta decidir como essas condições serão preenchidas. Nos últimos dez anos a administração petista menosprezou quase todas as políticas necessárias à elevação da eficiência da economia nacional. Na maior parte dos casos, seguiu o caminho oposto. Exemplo: deu prioridade à ampliação do número de universitários, por meio de políticas obviamente populistas, quando as maiores e mais danosas deficiências estavam na educação fundamental e no ensino médio. A escassez de mão de obra para a indústria é uma das muitas provas desse erro, assim como a permanência de uma enorme taxa - 18,5% em 2012 - de analfabetos funcionais na população com idade igual ou superior a 15 anos. 

A taxa de investimento continua baixíssima. Na melhor hipótese, poderá superar ligeiramente 19% do PIB neste ano. As primeiras licitações de infraestrutura, um ano depois de lançado o plano de logística, foram, para dizer o mínimo, decepcionantes. O ministro da Fazenda prometeu boas condições de rentabilidade, nas próximas ofertas de concessões, mas isso ainda será conferido. Na semana passada, depois da reunião com investidores potenciais em Nova York, nenhum empresário manifestou grande entusiasmo e muitos manifestaram dúvidas. 

Técnicos e ministros andaram revendo os critérios das concessões, em mais uma tentativa de falar a língua dos investidores privados. Muito tempo já foi perdido e o governo gastou quase três anos com resultados abaixo de pífios. 

Velhos preconceitos petistas, somados a muita teimosia, explicam a maior parte dos fracassos. Irrealismo e voluntarismo têm dificultado o entendimento do governo com o setor privado. Mas têm atrapalhado igualmente a articulação com as estatais. O problema dos preços dos combustíveis, importantíssimo para a Petrobrás, continua sem solução. Esse é só um exemplo de uma política de insistência no erro.


Rei da cachaça cria cabras e cobras e sonha em distribuir seu dinheiro pelo mundo


RAFAEL ANDERY
DE SALINAS (MG)



Uísque ou água de coco, cerveja ou Coca-Cola. Bebe-se de tudo, menos cachaça no bar São Geraldo. A ausência da "marvada" pode passar despercebida entre os frequentadores, mas chama a atenção dos forasteiros que se aventuram pelo estabelecimento. Isso porque o bar se encontra em Salinas (MG), a capital mundial da cachaça, mais precisamente no bairro São Geraldo, epicentro da noite salinense. 

Localizada no norte de Minas Gerais e com uma população de cerca de 40 mil habitantes, Salinas conta com mais de 60 marcas artesanais que produzem aproximadamente 5 milhões de litros da bebida por ano. A cidade abriga anualmente um Festival Mundial da Cachaça e é sede de um enorme museu da bebida. 

A cachaça, contudo, não está em alta entre os moradores. "O povo aqui é tranquilo, só bebe socialmente." Quem explica é Antonio Rodrigues, 64, consumidor de nove doses diárias da bebida. "São três doses pela manhã, três pela tarde e três pela noite", explica "o maior produtor artesanal de Salinas, do Brasil e do mundo" ou o "grande rei da cachaça", como diz ser conhecido.

Antonio Rodrigues, o rei da cachaça

Carlos Cecconello/Folhapress
 
Conhecido como Toni, o mineiro é o maior produtor de cachaça artesanal do Brasil


O reinado de Toni, como de fato é conhecido, impressiona. Dono das marcas Seleta, Saliboa e Boazinha, ele começou a trabalhar no ramo aos 27 anos, por influência do sogro, dono de uma fábrica da bebida. A produção própria só começou em sua fazenda depois de dez anos. O motivo para entrar no ramo era simples: "Eu sempre gostei de ganhar dinheiro". 

Hoje, Toni produz cerca de 1,3 milhão de litros por ano e exporta para países como EUA e China. Mas o que realmente chama atenção é sua figura. 

Toni recebeu a Serafina vestido de branco da cabeça (chapéu) aos pés (sapatos). "Quando estou de branco, a alma fica limpa e o espírito aberto", diz. "Por isso, gosto de usar branco às segundas, quartas e sextas-feiras, começo, meio e fim da semana", explica o cachaceiro, que encontrou a reportagem em uma terça-feira. 

Sua marca registrada é uma longa barba branca, que acaba de completar 15 anos de idade. A grande e grisalha cabeleira, que a acompanha invariavelmente, escorre por debaixo de algum dos chapéus que compõem sua vasta coleção. Toni tem três guarda-roupas e três sapateiras. "Uso uma roupa por no máximo três horas e tomo de seis a oito banhos por dia", diz. 

Por baixo do chapéu Marcatto, de R$ 77 --ele não tira as etiquetas das roupas--, Toni leva um galho de arruda atrás da orelha. Orgulhoso proprietário de 500 pés da planta, garante que não usa a erva para espantar o mau-olhado. "Eu finjo ser supersticioso", conta. "Faço isso para chamar a atenção." Mas não gosta de maldizer a sorte. "É melhor ter sorte que ser filho de pai rico", diz. "E eu tenho." 

Toni não gosta de dirigir --conseguiu atolar o carro e estourar um encanamento subterrâneo em sua fazenda nos poucos minutos em que levou a reportagem para um passeio. Seu meio de locomoção favorito é a mula. Sempre que pode, ele lança a sela em uma de suas 36, de preferência na que é seu xodó, Pirraça. Mas tem algumas de nomes mais sugestivos, como Sua Mãe e Seu Cuzinho. 

Fascinado por animais, ele diz ter adestrado pessoalmente todas as mulas e os 84 cachorros que moram em suas duas fazendas. 

Em sua casa na cidade, conta com a companhia de uma simpática cabra, de nome Arapuca, e o visitante ainda pode tomar um susto com Catarina, uma jiboia de seis metros que rasteja placidamente pelos aposentos. A cabra e a cobra, garante Toni, são amigas. 


FAVOR NÃO BATER NO PORTÃO

 
Surpreendentemente simples para o dono de uma empresa que fatura "bem mais de 10 milhões por ano" (a política da companhia é não divulgar números), a casa de Toni não recebe estranhos de portas abertas. 

Em cima de um muro amarelo, uma coleção de carrancas sugere uma recepção pouco calorosa. Na porta, um aviso afixado passa o recado mais diretamente: "Patrocínio já era, doações também. Favor não bater no portão". 

Dentro do imóvel, fotos ampliadas dos seus seis filhos e cinco netos dividem as paredes com frases de autoajuda e piadas, impressas em folhas de papel sulfite e coladas com fita adesiva. 

"Pai alho, mãe cebola, o filho não tem como cheirar bem", prega uma. "Cachaça só faz duas coisas com seu coração partido: ou arregaça estraçalhando tudo de vez, ou remenda", diz outra, para deleite do mineiro banguela, que ri alto, exibindo um buraco recente (fruto de um acidente gastronômico que lhe vitimou um pivô) e 25 dentes de ouro. "Tenho uma boca rica", brinca. 

E, se depender dele, ela tem tudo para ficar mais rica ainda. "Não ganhei dinheiro o suficiente", resmunga o cachaceiro. "Mas estou mexendo com um segundo negócio muito promissor, que é uma lavra de pedras preciosas, de turmalina rosa", conta. 

"Dentro de cinco anos, vou ganhar R$ 500 bilhões", prospecta, muito otimista (o quilate da pedra, em sua variedade mais valiosa, vale R$ 617. Para efeito de comparação, o preço do quilate de esmeralda mais valioso é 20 vezes maior). 

E mantém a humildade para ajudar o repórter. "São 16 números, se você precisar escrever depois." Embora prestativo, o mineiro embaralha as contas, talvez inebriado pelo efeito da cachaça com Gatorade que beberica ao longo da entrevista. Quinhentos bilhões se escrevem com 12 números (14, se contar os dois zeros depois da vírgula). 

Esse detalhe não incomoda o empreendedor, que possui questões mais prementes a tratar. Toni tem planos para sua empresa até 2048, ano em que completará seu centenário. Até lá, pretende formar um sucessor. "Quem sabe algum neto ou bisneto." 

Gastar toda a bolada que sonha ganhar com a turmalina rosa não será problema. "Vou ficar só com 1% e doarei 99%, o que dá R$ 495 bilhões, para 13.500 pessoas que eu escolherei", diz. É bom correr. Você só tem mais 36 anos para cair nas graças de Toni Rodrigues. 


Cliente nenhum suporta a arrogância


“Clientes suportam a soberba dos seus fornecedores enquanto precisam deles. Mas, na primeira oportunidade, dão o merecido troco”

Por Eloi Zanetti*

Na hora do almoço, ao passar em frente a um restaurante outrora famoso, fiquei triste ao constatar que quase não havia movimento algum. Havia poucos carros no estacionamento, o salão estava vazio e os garçons, encostados.  Por instantes, tive pena em ver aquele estabelecimento, antes tão conceituado e bem frequentado, em tal estado de abandono. Outros congêneres na mesma região estavam lotados.

arrogancia-350O que teria acontecido para tal perda de fregueses? Notei, então, que há muito tempo eu mesmo não entrava naquela casa. Por que só agora eu havia percebido sua decadência? Ando mais algumas quadras e a memória me refresca: talvez, a consequência fora a dos seus proprietários e atendentes terem assumido um dos piores pecados do ser humano – a arrogância.

Clientes suportam a soberba dos seus fornecedores enquanto precisam deles por uma dependência qualquer. Mas, na primeira oportunidade, dão o merecido troco. Aconteceu com esse restaurante e acontecerá com tantas outras empresas que, quando estão vendendo bem, começam a atender com desprezo e desatenção e a fazer exigências absurdas àqueles que as ajudaram a subir.

Manter clientes vinculados a suas empresas por meio de processos, sistemas de vendas, produtos, máquinas, equipamentos e serviços exclusivos pelo maior tempo possível é o sonho de todos os empresários. Justamente por isso, tratar mal e de forma arrogante os clientes não é uma boa política comercial. Hoje, o acesso a novos fornecedores está mais fácil. Substituições podem ser feitas a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo.

A história geralmente começa assim: com a casa lotada ou com a carteira cheia de pedidos, o pessoal do atendimento começa a fazer corpo mole e a colocar os clientes em filas e esperas sem necessidade. Muitos assumem ares e comportamentos prepotentes e mal-educados. Não dão atenção às reclamações, não querem conversa, não respondem a pedidos de informações, desprezam com empáfia os clientes e subestimam os concorrentes.

É só fazer um pouco de sucesso que algumas empresas aproveitam a oportunidade para aumentar preços e a impor condições draconianas. “Quer ou não quer? Se não, procure outro lugar”, dizem, do alto das suas vaidades, sabendo que o pobre cliente, naquela ocasião, não tem mais opções de escolha. O sucesso cega qualquer um.

O tempo passa e o velho slogan de uma transportadora paulista – “O mundo gira. A Lusitana roda” – ainda é válido para explicar as muitas mudanças da vida: novas opções aparecem, concorrentes se instalam oferecendo produtos e serviços melhores e mais baratos. O cliente maltratado vê a oportunidade da desforra e migra para outros lugares. O orgulhoso só perceberá a perda com o correr do tempo. A decadência se instala de forma lenta e gradual.

Por isso, cuidado: quando sua empresa estiver por cima, vendendo bem e  com a casa cheia, faça um exercício de humildade. Fique atento em como o seu pessoal anda tratando a freguesia. Observe você mesmo como os seus compradores estão se comportando, converse com eles, pergunte suas opiniões sobre o atendimento e tente descobrir o que o seu pessoal está fazendo de errado. Bom restaurante é aquele em que o dono anda por entre as mesas conversando com seus clientes, os garçons ficam mais atentos e o pessoal da cozinha capricha mais.

Até o papa tem um assistente para ajudá-lo a se lembrar de sua condição mortal. Com frequência, ele sussurra ao ouvido do pontífice: Sic transit gloria mundi – ou seja, “a glória é passageira”. Por que, então, nós não refletimos sobre o nosso comportamento? A arrogância, a soberba e a vaidade são pecados capitais da mesma categoria. Uma das características do arrogante é não querer ouvir o que os outros têm a dizer. É, também, o primeiro passo para a derrocada.

* Consultor na área de marketing e comunicação

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Petróleo cai ao menor nível desde julho devido aos EUA


Na plataforma eletrônica ICE, o barril de petróleo do tipo Brent para novembro caiu US$ 0,43 (0,40%), encerrando a sessão a US$ 107,94

Bloomberg
Exploração de petróleo no Egito

Petróleo: contrato de petróleo mais negociado, com entrega para novembro, recuou US$ 0,29 (0,28%), fechando a US$ 102,04 o barril, menor nível desde começo de julho

Nova York - Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) fecharam em queda nesta terça-feira, 01, sob os efeitos da incerteza relacionada com o possível impacto que a paralisação do governo dos Estados Unidos possa ter na demanda pela commodity.

O contrato de petróleo mais negociado, com entrega para novembro, recuou US$ 0,29 (0,28%), fechando a US$ 102,04 o barril, o menor nível desde o começo de julho. 

Na plataforma eletrônica ICE, o barril de petróleo do tipo Brent para novembro caiu US$ 0,43 (0,40%), encerrando a sessão a US$ 107,94.

O mercado de petróleo também sentiu a pressão vinda da expansão modesta nos indicadores oficiais e privados de setor manufatureiro da China e uma queda na leitura final do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial em relação ao resultado preliminar.

Para analistas, continua sendo esperada uma resolução mais rápida para o impasse que resultou na paralisação do governo norte-americano, "por isso os efeitos na demanda por petróleo devem ser apenas limitados", afirmaram os economistas do Commerzbank em nota aos clientes.

Ainda assim, ninguém tem como dizer quanto tempo a paralisação vai durar ou seu impacto no crescimento econômico dos EUA, observou Matthew Parry, analista de petróleo da Agência Internacional de Energia. 

Fonte: Dow Jones Newswires.

Exportações de petróleo contribui para superávit


A queda das exportações do combustível chega a 34,6% no acumulado de janeiro a setembro

Mariana Branco, da
Bloomberg
Exploração de petróleo no Mar do Norte
Exploração de petróleo: queda das exportações do combustível chega a 34,6% no acumulado de janeiro a setembro

Brasília – A reação da balança comercial, que teve superávit de US$ 2,147 bilhões em setembro, teve relação com a retomada das exportações de petróleo.

O aumento na produção do combustível, aliado ao câmbio favorável, ao volume histórico das vendas de soja em grão devido à safra recorde e à elevação do preço do minério de ferro, puxou o saldo positivo. 

Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Daniel Godinho, o resultado mensal reforça a expectativa do governo de encerrar 2013 com superávit.

“O aumento das exportações de petróleo gerou impacto positivo na balança como um todo. Nós mantemos expectativa de superávit comercial. O governo não divulga estimativa de número”, disse Godinho, ao comentar os dados de setembro. 

Em 2013, a balança ficou deficitária em quatro de nove meses. 

Os piores desempenhos foram registrados em janeiro, fevereiro, abril e julho, negativos em US$ 4 bilhões, US$ 1,279 bilhão, US$ 994 milhões e US$ 1,899 bilhão. Impactada por esses resultados, a balança permanece deficitária em US$ 1,622 bilhão no acumulado de janeiro a setembro.

O principal responsável pelas exportações fracas foi o petróleo. Em função da parada programada para manutenção de plataformas, as vendas externas brasileiras do combustível caíram e as importações aumentaram.

A queda das exportações do combustível chega a 34,6% no acumulado de janeiro a setembro.

No mês passado, no entanto, o petróleo mostrou a primeira reação do ano, com alta de 4,6% nas vendas externas ante setembro de 2012, segundo o critério da média diária. Com relação a agosto deste ano, a elevação no comércio do item foi ainda maior, atingindo 45%.

Paralelamente, o dólar em alta contribuiu para uma queda nas importações de bens de consumo (produtos que satisfazem necessidades de consumo do comprador, como cosméticos e roupas), o que também favoreceu a balança.

“É uma tendência [a queda nas importações desses produtos] quando o dólar sobe. Esse efeito decorre no curto prazo”, explicou Daniel Godinho. Ele acredita que o câmbio também contribuiu para o resultado positivo das exportações de automóveis, que cresceram 60,4% em setembro ante o mesmo mês de 2012 e 46,2% de janeiro a setembro de 2013 na comparação com igual período do ano passado. "Eu atribuiria [o resultado dos automóveis] ao aumento da competitividade e ao câmbio, que ajuda um pouco", declarou o secretário de Comércio Exterior.

Os principais compradores foram a Argentina, o Chile e o Peru.

As vendas de soja em grão e minério de ferro impactaram igualmente o resultado de setembro. As primeiras tiveram crescimento de 65,9% em setembro e de 30% no acumulado do ano. O minério de ferro, que vinha enfrentando queda de preços, registrou recuperação no mês passado.

A tonelada da commodity, que custava US$ 87,9 em setembro de 2012 e US$ 84,7 em agosto de 2013, chegou ao valor de US$ 96 em setembro deste ano.

Foram vendidos 29 milhões de toneladas ao novo preço no último mês, com crescimento de 14,7% no volume financeiro exportado ante setembro do ano passado. Para todo o ano de 2013, a expectativa é comercializar 327 milhões de toneladas.