O primeiro fundo Criatec, lançado em 2007, com patrimônio de R$ 100 milhões, dos quais R$ 80 milhões do BNDES, está concluindo a fase de investimentos
Wilson Dias/ABr
Até o fim deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) pretende concluir o Criatec 2, fundo de investimentos de
capital semente (seed capital), destinado à aplicação em empresas
emergentes que se caracterizem pelo aspecto inovador. No início de 2014,
deverá ser lançado o Criatec 3, disse hoje (31) o presidente do banco,
Luciano Coutinho, após abrir o primeiro dia de trabalhos do evento Clean
and Cool Mission Brazil 2013, no Rio, cujo objetivo é promover o
intercâmbio entre empresas brasileiras e britânicas nas áreas de
inovação e sustentabilidade.
O primeiro fundo Criatec, lançado em 2007, com patrimônio de R$ 100
milhões, dos quais R$ 80 milhões do BNDES, está concluindo a fase de
investimentos. Em dez anos, o fundo investiu em 36 empresas.
Coutinho destacou, em sua palestra aos empresários estrangeiros, que o
banco tem como “prioridade máxima” a inovação e, também, a inovação
relacionada à sustentabilidade social e ambiental. Para apoiar pequenas
empresas que se distinguem pela inovação e por novos conceitos voltados
para a sustentabilidade, O BNDES dispõe de várias ferramentas. Entre
elas, citou o fundo de capital semente Criatec 1, “que já foi
bem-sucedido”. Segundo ele, o banco pretende investir nessas empresas
iniciantes, por meio de fundos de seed capital, pelo menos US$ 200
milhões nos próximos três a quatro anos. “O número de oportunidades está
se multiplicado rapidamente”, disse.
O presidente do BNDES não tem dúvidas que a tecnologia inovadora
adotada pelas empresas britânicas poderá ser transferida para as
empresas nascentes brasileiras, por meio de cooperação e parceria, em
setores como tratamento de efluentes e resíduos sólidos, construções
inteligentes, redução de emissão de carbono, em especial nos centros
urbanos, além da área da agricultura. “Precisamos olhar com inovação
para tornar a nossa agricultura mais competitiva e sustentável em baixo
carbono. Isso tem a ver com gestão e otimização de equipamentos”,
declarou.
Coutinho espera que as empresas do Brasil possam vir a trabalhar
junto com as companhias britânicas nesse sentido, em um estágio mais
adiante. “Espero que esse seja o início de uma cooperação de longo
prazo”, declarou. Por meio de vários mecanismos de financiamento, o
BNDES apoia mais de 32 fundos ativos no país, disse.
“Nós esperamos que esses jovens brilhantes inovadores empresários
possam conhecer bem o Brasil, travar relacionamento com gestores e
empresas brasileiras, conhecer as linhas de apoio que o BNDES tem para
inovação, associada à sustentabilidade, e trazer tecnologia com
cooperação. Hoje, os processos de inovação no mundo não são solitários”.
Para Coutinho, a complexidade da inovação tecnológica exige o aporte de
muitos conhecimentos de várias disciplinas científicas. “E isso é feito
em cooperação”.
O presidente do BNDES informou aos jornalistas que da primeira leva
de capital semente, algumas empresas nascentes já mostram condições de
serem aceleradas, isto é, de se transformarem em médias empresas. “Sair
da escala de uma empresa micro para uma empresa maior”.
Coutinho lembrou que o Criatec é um fundo formado pelo BNDES com
gestores privados, sob a supervisão do banco de fomento federal. “A
busca aqui é apoiar mais uma geração de empresas inovadoras”. Ressaltou
que a instituição deseja fazer isso dentro de um padrão de inovação de
classe mundial. “Queremos inovação que esteja articulada a outros
grandes centros de inovação”. Nesse sentido, avaliou que a interação com
empresas inglesas que estejam no mesmo estágio “é muito salutar e
enriquecedor”.