domingo, 8 de dezembro de 2013

O LIVRO-BOMBA – “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” - Romeu Tuma Jr.


O LIVRO-BOMBA – Tuma Jr. revela os detalhes do estado policial petista. Partido usa o governo para divulgar dossiês apócrifos e perseguir adversários. Caso dos trens em SP estava na lista. Ele tem documentos e quer falar no Congresso. Mais: diz que Lula foi informante da ditadura, e o contato era seu pai, então chefe do Dops

Romeu Tuma Júnior conta como funciona o estado policial petista
Romeu Tuma Junior conta como funciona o estado policial petista

O “estado policial petista” não é uma invenção de paranoicos, de antipetistas militantes, de reacionários que babam na gravata dos privilégios e que atuam contra os interesses do povo. Não! O “estado policial petista” reúne as características de todas as máquinas de perseguição e difamação do gênero: o grupo que está no poder se apropria dos aparelhos institucionais de investigação de crimes e de repressão ao malfeito — que, nas democracias, estão submetidos aos limites da lei — e os coloca a seu próprio serviço. A estrutura estatal passa a servir, então, à perseguição dos adversários. Querem um exemplo? Vejam o que se passa com a apuração da eventual formação de cartel na compra de trens para a CPTM e o metrô em São Paulo. A questão não só pode como deve ser investigada, mas não do modo como estão agindo o Cade e a PF, sob o comando de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. As sentenças condenatórias estão sendo expedidas por intermédio de vazamentos para a imprensa. Pior: as mesmas empresas investigadas em São Paulo se ocuparam das mesmas práticas na relação com o governo federal. Nesse caso, não há investigação nenhuma. Escrevi a respeito nesta sexta.

Quando se anuncia que o PT criou um estado policial, convenham, não se está a dizer nenhuma novidade. Nunca, no entanto, alguém que conhece por dentro a máquina do governo havia tido a coragem de vir a público para relatar em detalhes como funciona o esquema. Romeu Tuma Junior, filho de Romeu Tuma e secretário nacional de Justiça do governo Lula entre 2007 e 2010, rompe o silêncio e conta tudo no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, publicado pela Editora Topbooks (557 págs., R$ 69.90). O trabalho resulta de um depoimento prestado ao longo de dois anos ao jornalista Cláudio Tognolli. O que vai ali é de assustar. Segundo Tuma Junior, a máquina petista:

1: produz e manda investigar dossiês apócrifos contra adversários políticos;
2: procura proteger os aliados.
O livro tem um teor explosivo sobre o presente e o passado recente do Brasil, mas também sobre uma história um pouco mais antiga. O delegado assegura que o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva — que nunca negou ter uma relação de amizade com Romeu Tuma — foi informante da ditadura. A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre o livro e uma entrevista com o ex-secretário nacional da Justiça. Ele estava lá. Ele viu. Ele tem documentos e diz que está disposto a falar a respeito no Congresso. O delegado é explícito: Tarso Genro, então ministro da Justiça, o pressionou a divulgar dados de dossiês apócrifos contra tucanos. Mais: diz que a pressão vinha de todo lado, também da Casa Civil. A titular da pasta era a agora presidente da República, Dilma Rousseff.
Segue um trecho da reportagem de Robson Bonin na VEJA desta semana. Volto depois.

(…)
Durante três anos, o delegado de polícia Romeu Tuma Junior conviveu diariamente com as pressões de comandar essa estrutura, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder — um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que sio considerados inimigos.
(…)
Segundo o ex-secretário, a máquina de moer reputações seguia um padrão. O Ministério da Justiça recebia um documento apócrifo, um dossiê ou um informe qualquer sobre a existência de conta secreta no exterior em nome do inimigo a ser destruído. A ordem era abrir imediatamente uma investigação oficial. Depois, alguém dava urna dica sobre o caso a um jornalista. A divulgação se encarregava de cumprir o resto da missão. Instado a se explicar, o ministério confirmava que, de fato, a investigação existia, mas dizia que ela era sigilosa e ele não poderia fornecer os detalhes. O investigado”, é claro, negava tudo. Em situações assim, culpados e inocentes sempre agem da mesma forma. 0 estrago, porém, já estará feito.

No livro, o autor apresenta documentos inéditos de alguns casos emblemáticos desse modus operandi que ele reuniu para comprovar a existência de uma “fábrica de dossiês” no coração do Ministério da Justiça. Uma das primeiras vítimas dessa engrenagem foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Senador época dos fatos, Perillo entrou na mira do petismo quando revelou a imprensa que tinha avisado Lula da existência do mensalão. 0 autor conta que em 2010 o então ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, entregou em suas mãos um dossiê apócrifo sobre contas no exterior do tucano. As ordens eram expressas: Tuma deveria abrir urna investigação formal. 0 trabalho contra Perillo, revela o autor, havia sido encomendado por Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula. Contrariado, Tuma Junior refutou a “missão” e ainda denunciou o caso ao Senado. Esse ato, diz o livro, foi o primeiro passo do autor para o cadafalso no governo, mas não impediu novas investidas.
(…)
Celso Daniel, trens, mensalão…
Vejam o que vai acima em destaque. Qualquer semelhança com os casos Alstom e Siemens, em São Paulo, não é mera coincidência. O livro traz revelações perturbadoras sobre:
a: o caso do cartel de trens em São Paulo:
b: o dossiê para incriminar Perillo;
c: o dossiê para incriminar Tasso Jereissati (com pressão de Aloizio Mercadante);
d: a armação para manchar a reputação de Ruth Cardozo;
e: o assassinato do petista Celso Daniel, prefeito de Santo André;
f: o grampo no STF (todos os ministros foram grampeados, diz Tuma Junior);
g: a conta do mensalão nas Ilhas Cayman…

Tuma - grampo Gilmar
E muito mais. Tuma Júnior está com documentos. Tuma Junior quer falar no Congresso. Tuma Junior tem de ser ouvido. Abaixo, seguem trechos de sua entrevista à VEJA.
(…)
Por que Assassinato de Reputações?
Durante todo o tempo em que estive na Secretaria Nacional de Justiça, recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. 0 PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei. (…) Havia uma fábrica de dossiês no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram até mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação. Assassinaram minha reputação. Mas eu sempre digo: não se vira uma página em branco na vida. Meu bem mais valioso é a minha honra.

De onde vinham as ordens para atacar os adversários do PT?

Do Palácio do Planalto, da Casa Civil, do próprio Ministério da Justiça… No livro, conto tudo isso em detalhes, com nomes, datas e documentos. Recebi dossiês de parlamentares, de ministros e assessores petistas que hoje são figuras importantes no atual governo. Conto isso para revelar o motivo de terem me tirado da função, por meio de ataque cerrado a minha reputação, o que foi feito de forma sórdida. Tudo apenas porque não concordei com o modus operandi petista e mandei apurar o que de irregular e ilegal encontrei.
(…)

O Cade era um dos instrumentos da fábrica de dossiês?

Conto isso no livro em detalhes. Desde 2008, o PT queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suíça para atingir os tucanos na eleição municipal. O ministro da Justiça, Tarso Genro, me pressionava pessoalmente para deixar isso vazar para a imprensa. Deputados petistas também queriam ver os dados na mídia. Não dei os nomes no livro porque quero ver se eles vão ter coragem de negar.

O senhor é afirmativo quando fala do caso Celso Daniel. Diz que militantes do partido estão envolvidos no crime.

Aquilo foi um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André e não queriam matar, mas assumiram claramente esse risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.

(…)

O senhor também diz no livro que descobriu a conta do mensalão no exterior.

Eu descobri a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia, porque a VEJA tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas dos petistas no exterior. O que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo.
(…)

O senhor afirma no livro que o ex-presidente Lula foi informante da ditadura. É uma acusação muito grave.

Não considero uma acusação. Quero deixar isso bem claro. O que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. Conto esses fatos agora até para demonstrar que a confiança que o presidente tinha em mim no governo, quando me nomeou secretário nacional de Justiça, não vinha do nada. Era de muito tempo. 0 Lula era informante do meu pai no Dops (veja o quadro ao lado).

O senhor tem provas disso?

Não excluo a possibilidade de algum relatório do Dops da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba.
(…)
Tuma imagem mensalão

Encerro
Encerro por ora. É claro que ainda voltarei ao tema. Tuma Junior estava lá dentro. Tuma Junior viu e ouviu. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) quer que o delegado preste depoimento à Câmara sobre o que sabe.

O estado policial petista tem de parar. E parte da imprensa precisa deixar de ser o seu braço operativo.
Por Reinaldo Azevedo

Programa Primeiro Emprego – Eles querem pôr Dirceu no bom caminho: tijolo por tijolo num desenho lógico

 

Presidiários em ação: tijolo por tijolo num desejo lógico, como diria aquele... (Foto: Cristiano Mariz)
Presidiários em ação: tijolo por tijolo num desejo lógico, como diria aquele… (Foto: Cristiano Mariz)

Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
“Aqui nós não vamos discriminar ninguém. Vimos neles a situação de pessoas que cometeram erros e estamos aqui para lhes dar novas oportunidades. A nossa função é somar”. A declaração é de Fernando de Figueiredo, coordenador da Cooperativa Sonho de Liberdade, entidade que oferece trabalho para presidiários em regime semiaberto no Distrito Federal. Ex-detento, Figueiredo conhece bem a rotina que os condenados no julgamento do mensalão cumprem no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas reprova a tentativa do mais ilustre dos mensaleiros encarcerados, o ex-ministro José Dirceu, de ser contratado como gerente de hotel, com salário de 20 000 reais mensais: “Vinte mil reais é o que eu pago para vinte funcionários. Se forem para um emprego bom, fica difícil mudar de vida. Vão continuar na mesma situação de regalias. Aqui são todos iguais”.

Criada em 2005, mesmo ano em que o Brasil descobriu o maior esquema de corrupção já arquitetado no coração de um governo, a cooperativa hoje emprega 80 trabalhadores, metade deles presos por crimes como tráfico de drogas, homicídio e roubo. Fica numa área de cinco hectares – 50 000 metros² – na Cidade Estrutural, vizinha a um lixão, numa região pobre do Distrito Federal – água encanada e energia elétrica são conquistas recentes. O espaço é dividido em núcleos de serviços: a marcenaria e a confecção de bolas de futebol fica em um espaço de madeira e chão de cimento queimado. Um lamaçal, repleto de cachorros, separa os galpões.

Na última quinta-feira, a Sonho de Liberdade encaminhou à Justiça propostas de emprego para o trio petista formado por Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino – este provisoriamente em prisão domiciliar por problemas de saúde. Ao contrário do que pleiteavam Dirceu e Delúbio, que quer dar expediente na Central única dos Trabalhadores (CUT), com salário de 4 500 reais mensais, a cooperativa apresentou uma oferta de trabalho nos moldes daquela enfrentada pela grande maioria dos detentos do país que conseguiram autorização judicial para deixar o presídio durante o dia e retornar no período noturno. O salário é pago de acordo com a produtividade e corresponde a cerca de um salário mínimo. A cooperativa oferece café da manhã e um lanche à tarde – o almoço custa de 5 reais a 7 reais. O deslocamento, da Papuda até o local de trabalho, é feito por conta do detento, mas os agentes de segurança checam o comparecimento.

A Lei de Execução Penal prevê a possibilidade de trabalho externo para condenados que cumprem pena no regime semiaberto, mas sair do presídio durante o dia não é direito automático, como a defesa de Dirceu, por exemplo, sustentou. O condenado tem de apresentar uma carta com a proposta de emprego e, na sequência, um grupo de assistentes sociais analisará o local de trabalho e a possibilidade de as atividades auxiliarem na ressocialização do condenado. Segundo o artigo 37 da Lei de Execução Penal, o trabalho externo só é autorizado quando o condenado tiver cumprido, no mínimo, um sexto da pena, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem jurisprudência que autoriza o trabalho independentemente deste tempo transcorrido. O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, tem decisões em sentido contrário, exigindo a comprovação de cumprimento prévio de parte da sentença. A cada três dias de trabalho, o preso tem direito a redução de um dia da pena. Na cooperativa Sonho de Liberdade, os trabalhadores mais antigos já conseguiram abater um ano de pena.

Além dos petistas, a cooperativa também estendeu o convite aos demais detentos do mensalão. Uma empresa de engenharia enxergou no ex-tesoureiro do extinto PL (hoje PR), Jacinto Lamas, habilidade para trabalhar como gerente administrativo, para ganhar 1 200 reais. Já o ex-deputado Romeu Queiroz quer atuar em seu próprio empreendimento, a RQ Participações S/A.


Expertise

 
A cooperativa informa que a oferta de emprego aos mensaleiros foi feita com base na experiência do trio. Para Dirceu, foi oferecido um cargo de administrador do setor que fabrica materiais de concreto, como manilhas e blocos de cimentos. Assim como os demais trabalhadores, o líder petista teria de usar uniforme (uma vestimenta azul), luvas e botas. E, mesmo na função de coordenador, não escaparia do trabalho pesado: “Aqui eu recebo as encomendas, coordeno a produção e resolvo todos os problemas. Mas sempre acabo me juntando ao resto do pessoal. Se o Dirceu vier, vai suar, vai andar na lama como todo mundo”, diz o encarregado-geral, Francisco César Lima, de 47 anos.

O valor cobrado por cada peça montada varia de 0,60 centavos a 5 reais. Metade do lucro fica para a cooperativa. O resto é dividido entre os demais funcionários e chega a render até 1 000 reais por mês para cada um.

Já ao ex-presidente do PT José Genoino a proposta foi ajustada à sua condição de saúde: por causa dos problemas cardíacos, a sugestão é que ele costure bolas de futebol – ofício que pode exercer sentado e não lhe exigiria esforço físico, conforme relatam os próprios profissionais. “Não tem desgaste. Aqui acaba sendo uma terapia, temos de ter muita paciência para costurar mais de 1 400 furos por bola”, afirma Josué Carneiro de Souza, de 29 anos, que cumpre pena de 19 anos e um mês de prisão.

Genoino tenta obter aposentadoria por invalidez da Câmara dos Deputados e a autorização para cumprir pena em regime domiciliar, apesar de pareceres médicos elaborados a pedido do STF e da própria Câmara atestarem que sua cardiopatia não é grave. “Aqui nós temos cadeirantes, pessoas em tratamento de câncer e com depressão. Ele tem toda a condição para vir”, diz o coordenador da cooperativa.

A seleção de Delúbio Soares foi a mais difícil. Embora seu currículo indique experiência em finanças, a entidade não o considerou “confiável” para ocupar um posto que envolvesse recursos financeiros. Restou o cargo de assistente de marcenaria. Em um galpão mal iluminado e entulhado de madeiras, o assistente de marceneiro tem desde varrer o chão a ajudar a manusear facas e serras. O excesso de poeira misturado ao forte odor de verniz impede a permanência prolongada no local. “Quem não está acostumado, vai querer sair correndo no primeiro dia”, afirma Francisco de Souza, que trabalha no galpão. Mas, ao admitir a dificuldade, o marceneiro oferece solidariedade aos colegas presidiários: “Se eles vierem, nós vamos abraçá-los”.

Por Reinaldo Azevedo

O que inspira Paulo Nigro à frente da Tetra Pak Brasil


Presidente da fabricante de embalagens diz se espelhar no presidente do STF, Joaquim Barbosa, devido à sua "voz ativa para mudança"

Divulgação
Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak Brasil

Paulo Nigro: presidente da Tetra Pak Brasil se inspira em filme sobre Mandela para administrar empresa

São Paulo - Originalmente, Paulo Nigro é formado em engenharia mecânica, mas especializou-se em gerência e administração de negócios, pelo IMD Institute, em Lausanne, na Suíça. Ele começou sua carreira como estagiário da Philips. Depois, trabalhou na Goodyear e na Agar. Na Tetra Pak, ele está desde 1997, chegando à presidência da companhia no Brasil em 2007. 

Focado em sustentabilidade, Nigro defende que o sucesso de uma empresa dependende do engajamento entre as pessoas e que isso "só é possível se o líder se aproxima, se envolve e há um verdadeiro alinhamento com os valores individuais". Veja o que mais o inspira à frente da Tetra Pak Brasil. 

Livro: “A riqueza na base da pirâmide: erradicando a pobreza através do lucro", de C.K. Prahalad
 
A riqueza na base da pirâmide: erradicando a pobreza através do lucro, de C.K. Prahalad
 
O livro reúne casos de empresas bem-sucedidas que vendiam ou prestavam serviços para as camadas mais pobres da população. A intenção é mostrar como é possível lucrar e obter resultados e, ao mesmo tempo, ajudar a reduzir os problemas de desigualde social. 

"A obra aborda o desenvolvimento de produtos e serviços para as pessoas de baixa renda, que ganham de US$2 a US$8 por dia, e hoje ocupam uma classe constituída por mais de dois bilhões no mundo.
Recentemente participei de um estudo global, desenvolvido pela Tetra Pak, que mostra como é possível aproveitar essa oportunidade de atender esse potencial mercado intocado com mais profundidade. 
Acredito que, além de agregar muito aprendizado, o livro ajuda a praticar o exercício de sempre ter uma visão diferenciada sobre os cenários e de trilhar caminhos novos e inovadores."

Líder: Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa
 
Primeiro negro a se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Barbosa é agora o presidente da Instituição. Este ano, o jurista entrou para a lista das cem personalidades mais influentes do mundo, eleitas pela Time. 

"Admiro principalmente sua história de superação, saindo de uma infância simples no interior de Minas Gerais e buscando formação em Brasília, se sustentando com seu próprio trabalho. Buscando conquistar melhores posições e conhecimento, alcançou o cargo atual. 

Com um forte perfil de liderança, tendo voz ativa para mudança, e até por vezes enfrentando opiniões divergentes, Joaquim mostra que sua atuação a frente do STF é um divisor de águas nos julgamentos da corrupção e de escândalos políticos."

Filme: Invictus, dirigido por Clint Eastwood, com Morgan Freeman e Matt Damon
 
Invictus, de Clint Eastwood
 
O filme conta a história real de como Nelson Mandela, recém eleito presidente da África do Sul, reuniu brancos e negros no país ainda racista, por meio da Copa do Mundo de Rúgbi, em 1995.

"O filme Invictus, que narra parte da história de Nelson Mandela, representado pelo ator Morgan Freeman, no início do seu mandato como presidente da África do Sul, é traz diversas lições de uma liderança inspiradora.

Mesmo a frente de um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid, o longa metragem mostra um líder corajoso, disposto a enfrentar as adversidades e mudar positivamente o cenário, independente do histórico das situações.

Por trás do enredo principal, que mostra o desafio de unificar a população, em torno dos jogos do campeonato mundial de rúgbi, nas cenas do cotidiano aperece um líder cuidados e servidor, que genuinamente se preocupa com as pessoas.

Eu me identifico bastante com essa mensagem, porque o sucesso de qualquer organização ou empresa depende do engajamento e relacionamento com as pessoas. E isso, cada vez mais, só é possível se o líder se aproxima, se envolve e há um verdadeiro alinhamento com os valores individuais."

Veja o trailer do filme, em inglês:

 http://www.youtube.com/watch?v=RZY8c_a_dlQ

Atrasos em voos leva Anac a multar Gol e notificar TAM


Companhias tiveram falhas na prestação de assistência a passageiros com voos atrasados na sexta-feira no aeroporto de Guarulhos e nesta manhã em Brasília

Divulgação/EXAME
Avião da GOL

GOL:  multa pode variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por infração à Resolução 141/2010 da Anac.

São Paulo -  Brasília - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou hoje (7) que vai autuar a Gol Linhas Aéreas por falhas na prestação de assistência a passageiros com voos atrasados ontem (6) no aeroporto de Guarulhos, e nesta manhã, no aeroporto de Brasília. A multa pode variar de R$ 4 mil a R$ 10 mil por infração à Resolução 141/2010 da Anac.

Segundo nota divulgada pela agência, a TAM Linhas Aéreas será notificada e terá dez dias para comprovar a prestação de assistência aos passageiros em decorrência de problemas observados ontem em Guarulhos. Se a agência constatar que houve irregularidades, a TAM também será autuada.

Pela Resolução 141/2010, é dever da empresa informar aos passageiros sobre atrasos e cancelamentos de voos, além de explicar os motivos. A companhia aérea deve ainda facilitar a comunicação do passageiro (com ligações telefônicas e internet, por exemplo) para atrasos superiores a uma hora, alimentação adequada para atrasos superiores a duas horas, acomodação, traslado e, quando necessário, serviço de hospedagem para atrasos superiores a quatro horas.

Caso o passageiro se sinta prejudicado, deve procurar a empresa aérea contratada para reivindicar seus direitos. Se a medida não apresentar resultado, o usuário poderá encaminhar a demanda à Anac, aos órgãos de defesa do consumidor e à Justiça.

Os consumidores podem contatar a Anac pelo site www.anac.gov.br e pelo telefone 0800 725 4445 (que está disponível 24 horas, sete dias por semana, com atendimento em português, inglês e espanhol). Cabe à agência analisar cada caso e autuar a companhia, quando houver irregularidade.

Graça Foster vê possíveis reajustes de combustíveis em 2014


Em entrevista à Folha, presidente da Petrobras adverte mercado de risco de reajuste por conta de nova metodologia

Nacho Doce/Reuters
Graça Foster, presidente da Petrobras

Graça Foster, presidente da Petrobras: "É possível, pela metodologia, que nós possamos praticar novos aumentos"

SÃO PAULO - Os preços da gasolina poderão subir em 2014 com a aplicação da metodologia elaborada pela Petrobras para os reajustes de preços de combustíveis no país, disse a presidente da estatal Maria das Graças Foster em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Questionada sobre novos aumentos em 2014, ano eleitoral em que o tema inflação centraliza os debates, a presidente da estatal, afirmou que os reajustes poderão ocorrer.

"É possível, pela metodologia, que nós possamos praticar novos aumentos", disse ao jornal.
A presidente disse que nunca houve planos para reajustes automáticos nos preços dos combustíveis, acrescentando que a decisão "passa pelo poder discricionário da diretoria da Petrobras".

A Petrobras reajustou os preços da gasolina em 4 por cento e do diesel em 8 por cento no final de novembro, já em linha com os princípios de uma nova política de preços da estatal.

A nova metodologia, é mantida em sigilo por decisão da companhia, após ponderação do Conselho de Administração de que nenhuma outra fórmula de precificação é levada ao mercado, disse ela.

"Não havia de fato a previsão de levar detalhes da metodologia, nem na sua versão inicial", argumentou.
No primeiro dia útil após o anúncio do reajuste, as ações da Petrobras despencaram 10 por cento, puxando o principal índice da Bovespa, em meio à avaliação negativa de analistas que criticaram a falta de transparência sobre a metodologia.

Graça Foster reconheceu que a forte queda das ações foi muito ruim para a companhia, e acrescentou que "é preciso tempo para explicar e quantificar os efeitos da metodologia".

A executiva disse que houve "intensa discussão" para a definição do reajuste, e negou notícias sobre brigas ou embates entre ela e o ministro da Fazenda e presidente do Conselho da estatal, Guido Mantega, sobre a questão.

"Briga, embate, eu não confirmo de forma alguma", disse. "Não é uma discussão trivial. Mas queda de braço não houve." (Por Fabíola Gomes)

Brasileiros estão divididos ideologicamente, diz Datafolha


Enquanto metade defende mais benefícios do governo, outra metade prefere não contar com programas

Germano Lüders/EXAME.com
Multidão no Centro de São Paulo

Multidão caminha no Centro de São Paulo: Brasil tem divisão ideológica

São Paulo - A população brasileira está dividida em suas opiniões sobre qual o papel econômico do estado, aponta uma pesquisa do Datafolha divulgada hoje.

47% afirmam que "quanto mais benefícios do governo eu tiver, melhor estará minha vida". A exata mesma proporção acredita que "quanto menos eu depender do governo, melhor estará minha vida."

Em relação a impostos, 49% preferem pagar menos e contratar saúde e educação particulares, enquanto 43% preferem pagar mais e receber serviços gratuitos nas mesmas áreas.

No que se refere a intervenção estatal, 67% concordam que "o governo deve ser o maior responsável por investir para a economia crescer" e 58% apoiam que o governo atue com força "para evitar abusos das empresas".


Valores


Em alguns temas de comportamento, o brasileiro tende a posições conservadoras: 87% acham que acreditar em Deus torna as pessoas melhores e 83% concordam que o uso de drogas deve ser proibido.

Em outros, exibe tendências mais progressistas: 67% apoiam que a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade e 68% defendem a proibição da posse de armas.

A pesquisa entrevistou 4.557 pessoas em 194 municípios nos dias 28 e 29 de novembro.

Incertezas cobram seu preço na dívida pública

 
 
 
Por Claudia Safatle
 
 
Importantes interlocutores que estiveram com a presidente Dilma Rousseff na semana passada saíram das conversas convencidos de que ela estaria ciente da importância de o governo dar um sinal mais claro da política fiscal para 2014.

Esse sinal deveria, inclusive, ser antecipado para este ano na forma de um compromisso amplamente anunciado com uma meta de superávit primário de até 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o último ano do mandato de Dilma. Esse patamar seria um esforço suficiente para manter praticamente estável a dívida bruta como proporção do PIB.

Com a divulgação da pesquisa Datafolha no domingo, que mostrou o favoritismo da presidente na disputa pela reeleição e a difícil decolagem dos candidatos da oposição, o entusiasmo desses interlocutores transformou-se em dúvida.


Receio do mercado é que, se reeleita, Dilma dobre a aposta 


É a incerteza que está na cabeça dos empresários do setor produtivo e da área financeira, dos economistas, dos formadores de preços, do mercado em geral, que corrói os ânimos dos investidores e compromete o crescimento econômico no futuro. Vai aos poucos se firmando a percepção de que, se reeleita, a presidente não vai mudar. Ao contrário, vai dobrar a aposta na forma e no conteúdo que marcou sua primeira gestão. Isso significa, para o mercado, que a presidente continuaria intervencionista, centralizadora e em permanente flerte com a heterodoxia.

Dúvidas, incertezas, custam caro. Nas últimas semanas isso está se refletindo no aumento dos prêmios de risco cobrados pelos investidores para financiar a dívida do Tesouro Nacional. O preço da incerteza acaba sendo pago por todos os contribuintes na forma de maior remuneração dos títulos públicos

É certo que a falta de segurança não deriva apenas das idas e vindas do governo brasileiro. Há toda uma expectativa em relação à redução dos estímulos monetários e como a política do Federal Reserve (Fed), quando começar a ser implementada, vai impactar os preços dos ativos nos mercados emergentes. Mas não é prudente minimizar o fator interno.

Em leilão primário, ontem, o Tesouro Nacional vendeu NTN-F/ 2023 pagando 13,18%. Há um ano atrás, esse mesmo título era negociado a 9,20%. Pela primeira vez desde março de 2012 o prêmio desse papel em relação ao DI foi de 0,40 ponto-base acima do interbancário, indicando pouca demanda pelo título que mais atrai os investidores estrangeiros. No fim de outubro, quando o governo anunciou o péssimo resultado fiscal de setembro, esse prêmio equivalia a 28 pontos-base abaixo do DI.

É importante que se diga que o quadro não é dramático, não há uma fuga em massa dos estrangeiros, mas há diminuição do apetite por títulos da dívida pública.

Incertezas também pautam o trabalho do Comitê de Política Monetária (Copom). A ata da última reunião, que elevou para 10% ao ano a taxa Selic, divulgada ontem, deixa clara a visão do comitê de que "o jogo, agora, está em aberto", como disse uma fonte qualificada. "Tudo pode acontecer, exceto nada", completou uma autoridade do governo.

Para reduzir o leque de possibilidades na condução da política monetária, de agora em diante, seria de grande utilidade um sinal do governo quanto às suas pretensões fiscais para 2014. Principalmente por se tratar de um ano de eleições onde, rezam os hábitos e costumes, o gasto público tende a crescer substancialmente.

O compromisso com uma meta de superávit primário de 2% do PIB nas contas consolidadas do setor público, ou de algo em torno desse percentual, seria muito bem recebido pelos mercados, pela diretoria do Banco Central e funcionaria como um antídoto para desinflar os prêmios de risco dos títulos públicos.

O que os agentes econômicos demandam da presidente Dilma Rousseff, na macroeconomia, são alguns compromissos que, quando foram cumpridos, o governo teve resultados melhores do que os que apresenta hoje. Isso se traduziria, por exemplo, em ter uma meta fiscal clara, factível e produzida de forma transparente; e em retomar a meta de inflação de 4,5% como a essência da política monetária, ou, pelo menos apontar um prazo para fazer a inflação convergir para a meta.

Outro sinal que se esperava da presidente era do seu governo abdicar de políticas de congelamento de preços, como fez com a Petrobras e como sugeriu que os prefeitos das capitais fizessem com as tarifas de ônibus. Ou abdicasse do uso da discricionariedade para reajustar os preços da gasolina e do diesel, independentemente das cotações internacionais do petróleo ou da fragilidade financeira da Petrobras frente a seu programa de investimentos, como pretende fazer de agora em diante com a estatal.

Das múltiplas experiências tentadas nos últimos dois anos, da nova matriz econômica ao corte no preço da energia, da redução dos juros à desvalorização da taxa de câmbio, o governo não atingiu seu objetivo maior, de gerar crescimento econômico, nem colocou a inflação na meta. Pior: os prognósticos que o mercado começa a fazer para 2014 indicam que a variação do PIB pode ficar aquém de 2% no último ano do atual mandato de Dilma.

A inflação caiu do teto da meta, mas ainda prossegue resistente. O IPCA de novembro, que será divulgado hoje, não deve ser muito menor do que o de novembro do ano passado (0,60%). As estimativas do BC não mostram a inflação convergindo para a meta pelo menos até meados de 2015.

"O problema das consequências é que elas vêm depois", costuma citar o experiente político pernambucano Marco Maciel, parodiando o sábio Conselheiro Acácio, da obra de Eça de Queiroz, "O Primo Basílio".

Claudia Safatle é diretora adjunta de Redação e escreve às sextas-feiras

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sábado, 7 de dezembro de 2013

UE vê acordo na OMC como "salvação" da organização




Bruxelas, 7 dez (EFE).- As instituições da União Europeia comemoraram neste sábado o histórico acordo firmado na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em Bali, na Indonésia, ao afirmarem que o pacto salva a organização e é um sucesso para a comunidade mundial, pois desbloqueia a Rodada de Doha, estagnada desde 2008.

"Salvamos a Organização Mundial do Comércio (OMC)", afirmou o comissário europeu de Comércio, Karel de Gucht, para quem o acordo representa "a volta da organização da escuridão da irrelevância multilateral à luz da ação multilateral e o êxito", segundo declarações divulgadas pela Comissão Europeia (CE).

Segundo De Gucht, o acordo permitirá aos países em via de desenvolvimento economizar em torno de 325 bilhões de euros por ano, enquanto as economias maduras poderão reduzir seus custos comerciais em 10% aproximadamente.

"Todo mundo ganha" com este compromisso, disse De Gucht, que explicou que a União Europeia (UE) cobrirá grande parte das necessidades de financiamento dos países em desenvolvimento com 400 milhões de euros ao longo de cinco anos.

Sobre a segurança alimentar, De Gucht declarou que a UE apoia plenamente as medidas introduzidas para garantir que os "pobres deste mundo possam comer".

O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, felicitou por sua vez em mensagem em sua conta no Twitter os 159 países-membros da OMC por terem superado suas diferenças para fechar um acordo que permite avanços na liberalização do comércio internacional.

"É um êxito para a comunidade internacional. A UE acredita firmemente na política comercial multilateral", disse.