quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

82% dos paulistanos são contra rolezinhos, diz Datafolha


Apesar do alto índice de rejeição ao encontro de jovens, 77% dos entrevistados também são contra a atitude dos shoppings de selecionar seus frequentadores

Reprodução/ Youtube
Jovens se encontram no rolezinho do shopping Metro Itaquera
Jovens em rolezinho no shopping Metrô Itaquera: para 77% dos paulistanos, encontros são apenas para provocar tumulto

São Paulo - A maior parte dos moradores de São Paulo não gostaram nada dos rolezinhos, nome pelo qual ficaram conhecidos os encontros de jovens de regiões periféricas da cidade em shoppings.

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 82% dos paulistanos se disseram contra os rolezinhos, enquanto apenas 11% que afirmaram ser a favor. A pesquisa foi feita com 799 pessoas maiores de 16 anos. 

Mesmo entre os mais novos, o índice de rejeição é alto: 70% dos paulistanos entre 16 e 24 anos se declararam contra o encontro dos jovens.

Mas é também nessa mesma faixa etária que se encontra o maior nível de aprovação, de apenas 18%.

Pode surpreender a muitos que os setores mais ricos da sociedade paulistana são os que encaram os rolezinhos de forma mais positiva: 16% dos entrevistados que tem renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos disseram concordar com os eventos. 

Além disso, ao contrário do que os participantes dizem, 77% dos paulistanos acham que o objetivo dos rolezinhos é apenas provocar tumulto. Apenas 18% acreditam que os jovens vão aos shoppings somente por diversão.


Polícia e discriminação


Em relação à ação da polícia, 73% afirmaram concordar que ela deve agir. Já em relação à atitude de alguns shoppings de selecionar seus frequentadores, 77% dos entrevistados disseram que os centros comerciais não têm esse direito.

No entanto, 80% não acreditam que os shoppings ajam com preconceito de cor de pele quando proíbem os eventos, que são frequentados principalmente por jovens negros e pardos.

No quarto ano, Dilma deixa de esnobar Davos


Após recusar os convites nos três primeiros anos de mandato, a presidente vai aparecer no pior momento do seu governo

Rolf Kuntz, do
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma Rousseff recebe cumprimentos durante sua chegada a Suíça
Dilma Rousseff recebe cumprimentos durante sua chegada a Suíça: a economia brasileira perdeu boa parte do brilho exibido até há alguns anos

Davos, Suíça - A presidente Dilma Rousseff terá, na sexta-feira, 24, uma sessão exclusiva de meia hora para falar ao público do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Ela será apresentada pelo fundador e presidente do Fórum, Klaus Schwab, e terá uma chance rara de expor sua política a uma audiência altamente qualificada e formada por empresários, profissionais e políticos de dezenas de países.

Poderá falar de oportunidades de negócios no Brasil e tentar atrair investimentos. Poderá, além disso, tentar recompor a imagem de um governo marcado por maus resultados econômicos e pressionado por agências de classificação de risco.

Seu antecessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi à reunião logo depois da primeira posse, em janeiro de 2003. Tentou vender a imagem de governante confiável e foi elogiado. Dilma preferiu esnobar o Fórum nos três primeiros anos de mandato e recusar os convites. Vai aparecer, agora, no pior momento de seu governo.

A inflação continua alta, com projeções na vizinhança de 6%. O balanço de pagamentos vai mal e a conta comercial teria fechado no vermelho, em 2013, sem os US$ 7,74 bilhões da exportação fictícia de sete plataformas de petróleo.

As contas públicas foram embelezadas no fim do ano com receitas atípicas e grande volume de pagamentos diferidos. Além disso, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial preveem para o Brasil, neste ano, crescimento inferior à média global.

Sessões especiais, como a programada para a presidente, são realizadas no principal e mais amplo auditório do centro de congressos de Davos.

O convidado geralmente expõe suas ideias sem debate, responde a algumas perguntas de Klaus Schwab e, havendo tempo, recebe questões da plateia. O bom resultado é quase garantido, se a pessoa estiver bem preparada e se os perguntadores forem mais ou menos moderados.

No ano passado, uma dessas sessões foi destinada ao primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev. Ele enfrentou um interrogatório preparado por especialistas, mas resistiu razoavelmente. Neste ano, sessões especiais foram programadas também para os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, e do Reino Unido, David Cameron.

A presidente Dilma Rousseff chega nesta quinta-feira, 23, à Suíça e passa o dia em Zurique. Tem encontros com o presidente da Fifa, Josef Blatter, e com os presidentes da Saab, fabricante do caça comprado pelo governo, da Unilever, da Novartis e do banco de investimentos Merrill Lynch.

Amanhã, em Davos, participará da sessão especial e de um encontro com um grande grupo de empresários. Faltaram lugares, segundo se informou na quarta-feira, 22, para alguns interessados. 


Sem brilho


Embora ainda possa atrair investidores, a economia brasileira perdeu boa parte do brilho exibido até há alguns anos. Cresceu muito menos do que a de outros emergentes e acumulou desequilíbrios maiores que os de outros países em desenvolvimento.

Durante os três primeiros anos da atual gestão, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter aumentado em média cerca de 2% ao ano, incluindo uma estimativa de 2,3% para 2013.

Nem esse desempenho fraco, visível desde o primeiro ano de governo, impediu a presidente e sua equipe de esnobar o Fórum. Davos é um lugar para quem busca projeção, disse no ano passado o chanceler Antônio Patriota, para explicar a ausência da presidente e de colegas da área econômica. Essa explicação foi dada a dois jornalistas brasileiros.

Ambos haviam participado no dia anterior de um encontro com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner. O representante americano para o comércio exterior, Ron Kirk, também se apresentou em Davos.

Como principal negociador comercial de seu governo, Kirk desempenhava uma das funções atribuídas no Brasil ao ministro de Relações Exteriores. Era, portanto, do lado americano, o interlocutor de Patriota. Por que Washington precisaria de dois ministros em Davos, quando Brasília se contentava com um?

Talvez Washington avalie o Fórum com mais entusiasmo. Quando o governo do presidente George W. Bush preparava a invasão do Iraque, o secretário de Estado, Collin Powell, foi a Davos para explicar a decisão de seu governo.

Falou numa sessão ampla a acadêmicos, políticos, empresários e especialistas de diversos setores e de várias nacionalidades. A opinião dessa gente importa? Para governos de grandes potências, sim. Não para o governo da presidente Dilma Rousseff - pelo menos até há poucos meses. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não há crise da meia-idade dos Brics, diz Mantega


Em Davos, o ministro da Fazenda atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos

Fernando Nakagawa e Fernando Dantas e enviados especiais, do
Abr
Guido Mantega
Mantega: "houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics", disse

Davos, Suíça - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega a avaliação de que os países emergentes dos Brics estão em "crise de meia-idade". Em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira, 23, o ministro brasileiro atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais compradores de produtos das nações emergentes.

"Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics. Houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics", disse Mantega.

Para o ministro, os grandes emergentes continuarão a liderar o crescimento da economia mundial pelos próximos anos. Mantega explica que a recuperação das economias desenvolvidas e as reformas em emergentes garantirão o papel deles no futuro da economia global.

"A economia mundial e os países avançados perto da recuperação. Essa recuperação externa ainda é gradual, ainda é lenta. Mas com essa recuperação teremos uma reativação do crescimento do comércio", disse Mantega.

Na avaliação de Mantega, o comércio global, que crescia a um ritmo anual entre 6% e 7%, deve desacelerar para um ritmo de até 5%. "O comércio global crescia entre 6% e 7% ao ano antes da crise, sem contar os preços das commodities. 

Daqui para frente, o comércio global vai crescer 4% ou 5%. Não será o mesmo do passado. Mas acho que os BRICS vão continuar liderando a crescimento da economia mundial", disse.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Relator propõe multas de R$ 3 bi por cartel de cimento


Conselheiro do Cade propôs multas que, somadas, totalizam R$ 3,113 bilhões para as empresas envolvidas no cartel do cimento no Brasil

Laís Alegretti e Eduardo Rodrigues, do
Marcos Rosa/VEJA
Votorantim Cimentos
Sacos de cimento Votoran, da Votorantim Cimentos: multa para a companhia é de R$ 1,565 bilhão

Brasília - O conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Alessandro Octaviani propôs multas que, somadas, totalizam R$ 3,113 bilhões para as empresas envolvidas no cartel do cimento no Brasil. Para as entidades de classe do setor envolvidas no esquema, a multa soma R$ 5,320 milhões.

A multa para a Votorantim é de R$ 1,565 bilhão. Para a Itabira Agro Industrial, R$ 411,669 milhões. Para a Cimpor do Brasil, R$ 297,820 milhões. No caso da InterCement Brasil (antiga Camargo Corrêa Cimentos), a multa proposta é de R$ 241,7 milhões. Para a Holcim, é de R$ 508,593 milhões. Para a Cia de Cimento Itambé, R$ 88,022 milhões. A Holcim é reincidente, pois já foi condenada no chamado cartel da brita. Por isso, sua multa foi dobrada.

A multa para as empresas referem-se a um porcentual confidencial que varia de 0,1% a 20% do valor do faturamento do grupo obtido no exercício de 2006, ano anterior à instauração do processo administrativo, em valores atualizados.

Para a Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP), a multa proposta foi de R$ 2,128 milhões. Para a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc), também R$ 2,128 milhões. A multa sugerida para o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento é de R$ 1,064 milhão.

As penas foram dadas pelo tamanho dos danos causados à economia e pela descaracterização da boa fé. "Os envolvidos na infração tinham consciência de sua conduta", afirmou Octaviani, relator do caso. Alguns dos critérios para definir a pena, segundo ele, são a gravidade da infração, a boa fé do infrator, a consumação ou não da infração, grau de lesão à concorrência, efeitos negativos ao mercado e reincidência.

Após o término da leitura do relatório, os demais conselheiros do Cade votarão a proposta do relator.

Grupos se preparam para disputa de megalicitação da Marinha


SisGAAz
Virgínia Silveira

Pelo menos dez grupos que atuam no setor de defesa e segurança sinalizaram à Marinha o interesse em participar da licitação do Sisgaaz, o bilionário programa de sistemas de gerenciamento da Amazônia Azul. Entre eles aparecem Embraer Defesa e Segurança, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Boeing.

Esse projeto, que está avaliado em US$ 10 bilhões, contempla o monitoramento das águas jurisdicionais brasileiras por meio de uma rede extensa de sensores terrestres, marítimos e espaciais, centros de controle e vigilância aérea e ambiental. O alvo dessa rede, segundo o chefe da diretoria de gestão de projetos estratégicos da Marinha (DGPEM), vice-almirante Antônio Carlos Frade Carneiro, é garantir a presença do Estado na proteção da riqueza marítima do país e a segurança das suas operações navais, incluindo o pré-sal (programa de exploração da Petrobras).

A Marinha pretende detalhar o processo da licitação ainda nesta semana, em evento que acontecerá na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. O Sisgaaz, segundo informou o almirante, já tem uma previsão orçamentária de R$ 9 milhões este ano para concluir a fase de contratação da empresa que será a responsável pela implantação do programa. Isso deve ocorrer a partir de 2015.

De acordo com Carneiro, durante o evento, as empresas interessadas em participar do Sisgaaz receberão a documentação ou pedido de propostas (da sigla em inglês RFP) do programa. Com isso, poderão responder os questionamentos feitos pela Marinha.

Empresas de menor porte, de acordo com o almirante, que detém tecnologias específicas de interesse do projeto, já estão se compondo com grupos maiores, como forma de integrar o Sisgaaz.

O processo de escolha da empresa vencedora, explica o almirante, será semelhante ao que foi executado na primeira etapa do programa Sisfron (Sistema de Monitoramente de Fronteiras), vencida pelo consórcio Tepro, formado pelas empresas Savis Tecnologia e Sistema e Bradar, ambas controladas pela Embraer Defesa e Segurança.

“De acordo com o que está previsto na Lei 12.598, aprovada em março de 2012, o processo do Sisgaaz irá privilegiar as empresas nacionais, que poderão participar sozinhas ou em consórcio com empresas estrangeiras, mas com foco em transferência de tecnologia de interesse do projeto”, ressaltou o almirante.

SisGAAZ - 2

As brasileiras poderão ainda usufruir das vantagens do status de empresa estratégica de defesa, concedido pelo governo federal a 26 empresas, no final do ano passado. Nessa lista, estão a Embraer, Avibras, Imbel, Engeprom, Nuclep e Odebrecht Defesa e Segurança, empresas que terão direito a redução de tributos para a venda de seus produtos para as forças armadas.

Para receber os benefícios da dessa lei as empresas precisam atender a algumas exigências como controle nacional majoritário, domínio brasileiro da tecnologia e compromisso de manter a linha de produção no país.

A Lei 12598, segundo o vice-almirante Frade, permitiu a criação de um ambiente propício no Brasil para as empresas, principalmente as pequenas, terem capacidade para absorver tecnologias estratégicas, além de mais oportunidades para participar de programas de grande porte como o Sisgaaz.

A concepção do Sisgaaz já foi concluída pela Fundação Ezute, a nova denominação da Fundação Atech. “O trabalho consistiu no delineamento da configuração operacional e sistêmica do Sisgaaz, que será responsável pelo monitoramento de uma área de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, sendo 3,5 milhões em Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e 911 mil de plataforma continental, por onde passam 95% do comércio exterior brasileiro e onde estão 80% do petróleo do país”, explicou o presidente da fundação, Tarcísio Takashi Muta.

O chefe dos projetos estratégicos da Marinha explica que a rede de sensores do Sisgaaz envolve um mix de tecnologias de última geração, composta por radares, veículos aéreos não tripulados (vants), sistemas de comunicação, de guerra eletrônica, meteorologia para a coleta de dados ambientais e meteorológicos, entre outras.

“Trata-se de um programa complexo, composto de vários projetos. O atual Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, por exemplo, precisará receber as informações do Sisgaaz. O processo de vigilância da costa brasileira estará todo interligado”, afirmou Muta.

A previsão é que o Sisgaaz seja concluído em sua totalidade dentro de um prazo de 10 a 12 anos, informou o almirante.

A empresa Odebrecht Defesa e Tecnologia admitiu, em entrevista no fim do ano passado ao Valor, sua intenção de firmar parcerias para participar de grandes projetos da Marinha, como o Sisgaaz, o Sisfron, que é comandado pelo Exército. Segundo o presidente da empresa, André Amaro, esses programas vão exigir a mobilização de competências brasileiras e internacionais.

“É uma excelente oportunidade para fortalecer a cadeia produtiva brasileira e para permitir o acesso a tecnologias estratégicas que ainda não são do domínio nacional”, ressaltou. Procurada, a Embraer informou que não faria comentários sobre o Sisgaaz.

FONTE: Valor Econômico
NOTA DO PODER NAVAL: baixe aqui uma apresentação do SisGAAz para conhecer mais detalhadamente os objetivos e os requisitos do sistema.

Em tradicional carta de janeiro, Bill e Melinda Gates defendem a caridade como forma de mudar o mundo


Segundo os Gates, ainda há inúmeros problemas no planeta, mas a vida para a maioria das pessoas vem melhorando substancialmente a cada ano

Redação, www.administradores.com,

Em vídeo, Gates fala sobre caridade
 
Melinda e Bill Gates, a cada janeiro, nos últimos 5 anos, publicam uma carta para informar o que foi realizado pela fundação criada pelo casal, a Fundação Bill e Melinda Gates. Neste ano, preocupados com o que chamaram de “mitos” sobre projetos de caridade mantidos por milionários como eles, os dois decidiram abordar o assunto por outra perspectiva. A carta de 2014 foi focada em “desmistificar” o que eles chamam de “os três principais mitos de ajuda externa”.

Segundo os Gates, ainda há inúmeros problemas no planeta, mas a vida para a maioria das pessoas vem melhorando substancialmente a cada ano. “Melinda e eu estamos revoltados pelo fato de que 6 milhões de criaças morreram no ano passado. Porém, estamos motivados pelo fato de que este número é o menor já registrado. Queremos garantir que ele continue diminuindo”, afirma Gates.

A ideia principal do texto é quebrar com a visão sombria que as pessoas têm do futuro e passar a mensagem de que, ao contário do que muitos pensam, o mundo está progredindo. Os três mitos apresentados e que eles argumentam para desconstruir: 1 – países pobres serão sempre pobres; 2 – caridade não funciona; 3 – salvar vidas contribui para a superpopulação (!).

A defesa das ações de caridade por parte de milionários, como o próprio Gates, é um dos pontos chave da carta. Coincidentemente, o texto foi publicado poucos dias após a ONG Oxfam divulgar um relatório criticando a concentração de renda e informando que a riqueza das 85 pessoas mais ricas do mundo (Gates é o número 1 da lista) é equivalente à das 3,5 bilhões mais pobres.

No vídeo abaixo, Bill Gates defende a caridade e explica seus motivos. Assista (legendado em português):

Rap para divulgar a carta

Aproveitando as novas linguagens da internet, Gates resolveu fazer um viral para divulgar sua carta: um rap cantado por ele próprio, em que repete exaustivamente: “Gates’Letter” (A carta dos Gates). Assista abaixo:

Vídeos:


CEOs latino-americanos estão menos otimistas em 2014

No mundo todo, a expectativa dos presidentes de empresa em relação ao aumento de receita cresceu de 36 para 39%. Na América Latina, houve queda de 53 para 43%


Getty Images
Dinheiro: notas de 50 e 100 reais
Dinheiro: No Brasil, 42% dos CEOs estão muito confiantes quanto ao aumento de receita em 2014, índice igual ao da Suíça

São Paulo - Enquanto no mundo todo os presidentes de empresa estão mais otimistas quanto ao aumento da receita de suas companhias este ano em relação a 2013, na América Latina essa expectativa diminuiu.

Segundo estudo divulgado na terça-feira pela consultoria PwC, dos 1,3 mil CEOs ouvidos pelo mundo, 39% dizem esperar aumento nas receitas, número 3 pontos percentuais acima do registrado no ano passado.

Porém, se levados em conta apenas os executivos latino-americanos, o número dos que esperavam aumento de entrada de capital caiu de 53%, no ano passado, para 43% em 2014. 

Na mesma linha, os presidentes de empresa africanos também estão menos otimistas. Apenas 40% deles estão muito confiantes no aumento da receita. Em 2013, a fatia era de 44% e, em 2012, de 57%. 

Na América do Norte, não houve mudanças de um ano para o outro. O número de CEOs acreditam no crescimento da receita de suas companhias se manteve em 33%. 

Os presidentes de empresa do Oriente Médio são os mais confiantes. Entre eles, 69% apostam em receitas maiores este ano, contra 53% que pensavam o mesmo no ano passado. Na região da Ásia Pacífico a fatia também cresceu de 36% para 35% este ano. Na Europa Ocidental, a confiança cresceu 8%, chegando a 30%. 


Por país


Em um recorte por país, o nível de otimismo é bem variado. O Brasil ocupa a 6ª posição, com 42% dos CEOs muito confiantes, índice igual ao da Suíça. 

No topo está a Rússia, com 53%, seguida pelo México, com 51% e a Coreia, com 50%. O resultado da Coreia merece destaque já que no ano passado, o índice de presidentes de empresa otimista no país era de apenas 6%.

Em último lugar está a Argentina, com um índice de 10% de executivos muito otimistas. Veja os dados completos na tabela:
País 2014 2013
Global 39% 36%
Rússia 53% 66%
México 51% 62%
Coreia 50% 6%
Índia 49% 63%
China/Hong Kong 48% 40%
Países do sudeste asiático (ASEAN) 45% 40%
Dinamarca 44% -
Suíça 42% 18%
Brasil 42% 44%
Romênia 39% 42%
EUA 36% 30%
Austrália 34% 30%
Alemanha 33% 31%
Escandinávia 30% 20%
Reino Unido 27% 22%
Canadá 27% 42%
Japão 27% 18%
Itália 27% 21%
Venezuela 25% 30%
África do Sul 25% 45%
Espanha 23% 20%
França 22% 13%
Argentina 10% 26%

Como chegar lá


Para conseguir os bons resultados esperados, 35% dos presidentes de empresa pesquisados apostam no desenvolvimento de novos produtos ou serviços. No ano passado, o número era de 25%.

Aquisições e fusões ou alianças estratégicas no próximo ano também estão no plano de 20% dos CEOs, contra 17% em 2013.

Segundo a pesquisa, os executivos também disseram que visam oportunidades de crescimento em outros países que não os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e que há boas perpectivas para a Indonésia, México, Turquia, Tailândia e Vietnã em um período de três a cinco anos.

Além desses, também estão na mira dos investimentos os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido.

O quadro de funcionários das empresas pesquisadas também deve crescer. Metade dos CEOs disseram que pretendem contratar mais pessoal nos próximos 12 meses. No ano passado, essa fatia era de 45%.

Os setores em que há melhores perspectivas de emprego são tecnologia (63%), serviços (62%) e gestão de ativos (58%).


Os desafios

Segundo a pesquisa, os CEOs também elencaram as principais tendências que devem transformar seus negócios em um período de três a cinco anos. Entre as principais estão o avanço tecnológico, citado por 81 deles; as mudanças demográficas (60%) e as mudanças no poder econômico global (59%).

Para enfrentar esses desafios, 93% apostam em mudanças nas estratégias de gestão, 91% investem em retenção e aumento da base de clientes, 90% em novas tecnologias, 89% em mudanças na estrutura organizacional e design, e 88% no uso de dados.