segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A fábrica da BRF não vai sair do papel



FÁBRICA DA BRF: projeto cancelado por corte de custos

A gigante de alimentos BRF decidiu cancelar o projeto de uma fábrica de laticínios que seria construída em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. 

O objetivo da empresa é cortar custos, mas a decisão está reverberando no mundo político. A pedra fundamental da obra foi lançada pelo vice-governador, Luiz Fernando de Souza, o Pezão. Agora, a BRF está enfrentando a ira do governador, Sérgio Cabral. 

Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF, chegou a ir para o Rio para tentar acalmá-lo. Oficialmente, tanto o governo quanto a BRF afirmam que estão avaliando alternativas para o projeto.

Mercado aposta em IPCA maior e reduz previsão para alta do PIB em 2014

Por Ana Conceição | Valor
 
SÃO PAULO  -  Os analistas de mercado voltaram a elevar suas previsões para a inflação neste ano, enquanto mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), que consulta semanalmente cerca de cem instituições.

A mediana das estimativas para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 saiu de 5,89% para 5,93%. Em 12 meses, a estimativa para o indicador subiu de 6% para 6,05%. Para 2015, a previsão seguiu em 5,70% pela terceira semana consecutiva.  

 Os analistas mantiveram suas expectativas para o aumento IPCA de fevereiro em 0,65%.
As previsões para a taxa básica de juros foram mantidas em 11,25% no fechamento deste ano e em 12,0% no fim do próximo. A Selic está, atualmente, em 10,50% ao ano. No dia 26 de fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão sobre os juros e terá de levar em conta uma atividade econômica em desaceleração e uma inflação ainda resistente.

Com relação ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de um crescimento de 1,79% em 2014, em vez de 1,90%, e de 2,10% em 2015, no lugar de 2,20%.

O grupo Top 5 – dos que mais acertam as previsões – também não mexeu nas projeções. A mediana de médio prazo para o IPCA neste ano seguiu em 5,86% e, para 2015, em 5,80%. No caso da Selic, a estimativa continuou em 11,75% no encerramento deste ano e em 12,25% no fim do próximo. 
(Ana Conceição | Valor)

Balança comercial brasileira caminha para o primeiro déficit em 13 anos


17 de fevereiro de 2014

commodities

Brasília (DF) – O ano de 2014 tem potencial para ser um período de surpresas negativas para a balança comercial brasileira. Isso porque, após 13 anos de superávits consecutivos, o saldo poderá ser negativo este ano, em decorrência da falta de controle sobre parte das exportações.

Reportagem desta segunda-feira (17) do jornal O Globo diz que  o setor mais afetado são as chamadas commodities, matérias primas como soja, café, açúcar, minério de ferro e etanol. A exportação desses itens foi responsável por 65,3% de tudo que foi vendido no exterior em 2013, o equivalente a US$ 158 bilhões.

Para o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), integrante da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, a desestruturação das relações comerciais brasileiras é vista com tristeza.

“[O saldo negativo] demonstra que estamos caminhando para um processo de recessão, por conta de um governo que não prioriza o planejamento, que não realiza o corte de gastos públicos, que não investe em infraestrutura. Enfim, um governo de improvisação”, avaliou o parlamentar.

De acordo com especialistas, ouvidos pela publicação, a vulnerabilidade do país às oscilações internacionais de preço era evidente já no ano passado. Em 2013, o saldo da balança comercial, US$ 2,56 bilhões, foi o pior desde 2000. Só não foi pior em razão de uma manobra contábil do governo, que incluiu na conta de exportações sete plataformas vendidas a empresas estrangeiras e alugadas para a Petrobras. Na prática, elas nunca saíram do país.

 
Manufaturados

Tebaldi lembrou que a queda na cotação de exportações não atinge exclusivamente as commodities, principal fonte de receitas da balança comercial brasileira, mas também os produtos manufaturados. Somente no ano passado, o país teve um déficit de US$ 35 bilhões no setor de eletroeletrônicos, bens de informática e comunicações.

“Toda essa imperícia que vemos por parte do governo federal na condução de importações e exportações dá nisso: na perda do controle econômico, na desaceleração do crescimento industrial e na necessidade de recorrer a manobras contábeis para não atingir um fracasso ainda mais evidente”, acrescentou o tucano.


Brahma lança edição especial com cevada da Granja Comary


Patrocinadora da Fifa lançou uma edição comemorativa com cevada plantada e colhida no centro de treinamento do time do Brasil


Divulgação/Brahma
Brahma lança edição especial com cevada da Granja Comary
Brahma lança edição especial com cevada da Granja Comary: assinatura de Felipão na embalagem

São Paulo - Em agosto de 2013, a Brahma anunciou que estava plantando cevada na Granja Comary, em Teresópolis, centro de treinamento do time do Brasil antes e durante a Copa do Mundo de 2014.

O objetivo era lançar uma cerveja comemorativa com ingredientes plantados e colhidos lá. A campanha contou até com um Felipão garoto-propaganda fazendeiro. 

Agora, a marca anuncia que a Brahma Seleção Especial tomou forma. Na próxima semana será aberta uma pré-reserva do kit especial, com apenas 2014 garrafas numeradas e assinadas pelo Felipão junto à taça exclusiva, com compra feita via hotsite. Em março, o produto chega ao mercado. 

A Brahma, que é patrocinadora da Fifa, escolheu uma edição especial e limitada com garrafas de alumínio pretas com detalhes em verde e amarelo, que deixam de lado o vermelho da marca. Felipão também assina as embalagens.

“A Granja Comary, abriga a Seleção Brasileira há quase três décadas. Queremos que o torcedor brinde com a nossa garrafa, que é inspirada na história do futebol brasileiro”, afirma Bruno Cosentino, diretor de marketing de Brahma.

A criação do projeto é da agência Africa.
Divulgação/Brahma
Brahma lança edição especial com cevada da Granja Comary
 

BNDES liberou R$ 2,5 bilhões para setor sucroenergético


50% dos recursos foram liberados pelo banco oficial e os outros 50% pela Finep

Ricardo Leopoldo, do
Dado Galdieri/Bloomberg
Trator colhe cana de açúcar para a produção de etanol em uma fazenda da Louis Dreyfus na cidade de Colômbia, no Brasil
Trator colhe cana de açúcar: foi lançada hoje a segunda fase do programa

São Paulo - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que já liberou quase R$ 2,5 bilhões do PAAIS Industrial, programa de apoio para o desenvolvimento tecnológico do setor sucroenergético. Cinquenta por cento dos recursos foram liberados pelo banco oficial e os outros 50% pela Finep.

"Sendo que, da nossa metade, um pedaço importante foi em crédito e outro em equity, especialmente em projetos de inovação avançada, onde o risco é muito mais alto", destacou. Esse plano foi lançado em março de 2011.

O BNDES e a Finep lançaram nesta segunda-feira, 17, a segunda fase desse programa, chamado de PAISS Agrícola, que terá como foco Inovação agrícola para aumentar a produtividade do setor sucroenergético em várias frentes, entre elas, o melhoramento genético da cana. Será liberado o total de R$ 1,48 bilhão de financiamentos para tais iniciativas entre 2014 e 2018.

As empresas interessadas em ter acesso aos recursos públicos precisarão encaminhar seus planos de negócios até 16 de maio e passarão por um processo de seleção, cujo resultado final deverá ser anunciado em 10 de julho. De acordo com o BNDES, os primeiros desembolsos deverão ocorrer ainda neste ano.

"Esperamos que nos próximos meses, num período curto, possamos avaliar e contratar os projetos já no segundo semestre de 2014, para que possamos concretizar essas iniciativas", comentou Luciano Coutinho.

"Dados os riscos de percepção de retorno privado, daí a iniciativa do PAISS Agrícola, fechar a brecha de percepção de retorno, oferecendo a possibilidade de investir em grande escala em tecnologia para um avanço substancial da área agrícola", afirmou.

"É preciso ir para novas variedades de canas transgênicas, adaptadas a novos solos. É preciso lembrar que a fronteira agrícola se moveu. Abrangeu terras de natureza diferente", destacou o presidente do BNDES. "Mas hoje nós temos uma nova fronteira no Centro-Oeste, é preciso ter variedades adaptáveis", disse.

Marco Civil pode representar a volta à era do chip lascado?


O resultado da votação do projeto de lei que regula a internet nesta terça-feira pelo Congresso poderá variar do ruim ao catastrófico

Ricardo Anderáos, do
Lionel Bonaventure/AFP
Homem acessa a internet
Internet: os maiores inimigos da neutralidade são as grandes empresas de telefonia e os provedores de conexão, que querem cobrar mais de quem acessa vídeos ou arquivos de música

Tudo indica que o Marco Civil da Internet será votado pelo Congresso nesta terça-feira (18). O resultado final é imprevisível, podendo variar do simplesmente ruim ao francamente catastrófico.

Nada garante que o projeto de lei vai atingir um dos principais objetivos de seus criadores: manter a neutralidade da rede, para que continuemos acessando qualquer tipo conteúdo online com a mesma velocidade e pelo mesmo preço.

Sem acordo entre as lideranças políticas, o resultado deve ser definido pela loteria da votação em plenário. Para tentar salvar o princípio da neutralidade, o relator Alessandro Molon (PT-RJ) procurou equilibrar as fortes pressões que recebeu de setores que vão dos evangélicos à Polícia Federal, das empresas nacionais de telefonia às gigantes multinacionais da internet.

O resultado é uma colcha de retalhos que, ao contrário do que motivou a reação da presidente Dilma contra o Grande Irmão Obama diante das revelações de Edward Snowden, tem grandes chances de diminuir ainda mais nossa privacidade online. De quebra, pode espantar do país investimentos e inovação. 

Dependendo do que o Congresso votar amanhã, o Brasil pode retroceder à era do chip lascado em que vivíamos nos anos 80, com a malfadada reserva de mercado de informática.

Os maiores inimigos da neutralidade são as grandes empresas de telefonia e os provedores de conexão, que querem cobrar mais de quem acessa vídeos ou arquivos de música que não os que eles mesmos fornecem, por exemplo. 

E o maior crítico do projeto apresentado pelo petista Alessandro Molon (que tem a neutralidade como ponto central) é o líder do PMDB na Câmara, o deputado carioca Eduardo Cunha, que conseguiu colocar todo seu partido em pé de guerra contra a proposta governista.

Outro ponto extremamente polêmico, criado pelo governo como "resposta" à espionagem cibernética norte-americana, é o que obriga qualquer empresa de internet do mundo a manter no Brasil servidores para armazenamento dos dados de seus usuários.

Não interessa se estamos falando do Facebook ou de um aplicativo de paquera para smartphones criado por uma startup na França: segundo a proposta de Molon, todos terão de manter aqui uma custosa estrutura de datacenters duplicando seus bancos de dados de usuários.

A questão dos datacenters une a legítima necessidade do Ministério Público e da polícia em acessarem dados de usuários brasileiros que cometem crimes -- nem sempre atendidas com a rapidez necessária por gigantes como Google e Facebook -- com uma certa demagogia do governo federal na "luta" contra a ciberespionagem dos EUA, além de uma enorme ignorância técnica.

Como bem revelou Edward Snowden, pouco importa onde estão armazenados os dados: os sistemas da NSA, a agência nacional de inteligência norte-americana, podem invadir qualquer computador do planeta.

O argumento econômico a favor da "nacionalização" dos datacenters, segundo o qual isso geraria mais negócios no país, é anulado pela verdadeira fuga de capitais, investimentos e inovação que causaria entre empresas estrangeiras que planejam operações por aqui.

É a versão século 21 da reserva de mercado de informática dos anos 80, que na tentativa de dar para empresas brasileiras exclusividade no nascente negócio da tecnologia, nos jogou no atraso da onda de expansão experimentada na década seguinte por países como a Coréia do Sul, entre outros.

Nossa privacidade também pode ficar ainda mais ameaçada. Um dos dispositivos do projeto de lei obriga qualquer site "profissional" a guardar os logs de acesso de seus usuários, incluindo todas as interações deles com suas páginas, pelo prazo de 6 meses, para entrega à policia e outras autoridades mediante solicitação judicial _prazo que pode ser estendido pelo Ministério Público.

Agora só nos restam poucas horas de pressão sobre nossos representantes no Congresso. Um último esforço para evitar a conclusão trágica para um processo que começou com a melhor das intenções, através de ampla consulta popular em 2009, promovida pelo Ministério da Justiça em parceria com a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, sob liderança do advogado Ronaldo Lemos, e que depois tramitou a passo de tartaruga no Congresso desde 2011, até ser catapultado à posição de projeto-chave, trancando a pauta do Legislativo, quando o governo Dilma quis dar uma "resposta de impacto" à espionagem cibernética norte-americana, revelada por Edward Snowden.

Um triste mas autêntico retrato de nossa cultura. Uma sociedade que não respeita leis sistematicamente, e elege políticos que, para fazer de conta que exercem suas funções, criam pencas de leis de afogadilho, sem ouvir os anseios da sociedade, sintonizados a lobies ou estratégias de marqueteiros que prometem garantir sua reeleição.

Brasil é o nº 1 em medidas protecionistas, diz OMC

O Brasil foi o país que adotou o maior número de medidas contra importados em 2013 no mundo, com um total de 39 aberturas de ações de antidumping

Jamil Chade e correspondente, do
AFP
Cartaz da OMC em sua sede, na cidade de Genebra
Cartaz da OMC em sua sede, na cidade de Genebra: nos últimos dois anos, o Brasil já vem sendo duramente questionado na OMC por sua política comercial

Genebra - O Brasil foi o país que adotou o maior número de medidas contra importados em 2013 no mundo, com um total de 39 aberturas de ações de antidumping. Os dados fazem parte de um informe preparado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e que alerta que o volume de novas barreiras no mundo no ano passado foi 30% superior ao número de 2012.

Os dados serão debatidos nesta segunda-feira, 17, em Genebra, numa reunião convocada para tratar do protecionismo no mundo. A OMC não acredita que exista um "surto" de protecionismo na economia mundial. Mas vai apelar aos governos para que coloquem o combate às barreiras como uma prioridade.

No total, 407 barreiras foram implementadas no mundo, 100 mais que em 2012. A OMC não entra numa avaliação se as medidas são ilegais ou não. Mas insiste em que governos precisam continuar alertas diante das pressões protecionistas. No total, um fluxo de comércio equivalente a US$ 240 bilhões foi afetado pelas barreiras.

No que se refere ao Brasil, a OMC aponta que 39 novas investigações de dumping foram abertas pelo País em 12 meses. O segundo lugar ficou para a Índia, com 35 casos. Os americanos vêm na terceira posição, com 34 casos. O quarto lugar é da Argentina, com 19 casos.

Nos últimos dois anos, o Brasil já vem sendo duramente questionado na OMC por sua política comercial. Na semana passada, a Europa deu claras indicações de que vai recorrer aos juízes internacionais para julgar a política de incentivos fiscais do Brasil, numa ação que pode contar até mesmo com o apoio de Washington. 

Bruxelas alertou que programas como o de redução de IPI foram anunciados como medidas provisórias, mas acabaram se transformando em políticas industriais permanentes no Brasil.

De fato, outra preocupação generalizada da OMC é de que as barreiras adotadas desde o início da crise, em 2008, não venham sendo retiradas com o mesmo ritmo das novas medidas protecionistas.

No mundo, as medidas adotadas por governos para facilitar o fluxo de bens despencaram em 2013, somando apenas 107 casos pelo mundo e 50 a menos que em 2012.

No mesmo período, o número de países que atenderam ao pedido da OMC para detalhar as medidas comerciais adotadas no ano caiu de 39 em 2012 para 35 em 2013. Quatro de cada cinco membros da OMC nem sequer comunicou à entidade o que tem feito em termos de medidas comerciais.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no fim de 2013, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, já havia afirmado que um dos problemas desde o início da crise mundial em 2008 é que 80% das medidas para barrar o comércio e declaradas como iniciativas "temporárias" na realidade jamais foram desmontadas. O temor de especialistas é que, uma vez implementadas, as barreiras não serão mais eliminadas.

O que a OMC também constatou é que o número de acordos bilaterais e regionais de comércio continua em plena expansão. Apenas em 2013, houve 23 novos tratados, fazendo com que o total atingisse 250.

Segundo a entidade, um número elevado continua sendo negociado, no que pode ser um obstáculo para a OMC continuar a ser o foco do comércio mundial e do estabelecimento de regras.
Comércio


No que se refere ao fluxo de bens em 2013, a OMC não esconde que a taxa de expansão ficou abaixo de 2,5%, sua previsão inicial para o ano. Segundo a entidade, se não fosse pelos países emergentes, o comércio global teria encolhido, um cenário que teria repetido a crise de 2009.

Para 2014, a OMC destaca uma aceleração nos fluxos de bens. Mas diz que a taxa deve ficar abaixo da média dos últimos 25 anos, quando o crescimento foi de 5,5%. Para este ano, o melhor cenário aponta uma expansão de 4,5%. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.