segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

“Quatro anos de mais do mesmo é perigoso”


O ex-presidente considera esgotado o projeto político do PT e acredita que seja necessária a entrada de ar fresco: “Chegou o momento da mudança e de gente com uma nova visão”

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. / Bosco Martín

Pai do Plano Real, que acabou com o dragão da inflação e que completa agora 20 anos, e arquiteto, junto com o seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, do período de maior prosperidade e democracia da história do Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 1931) repassa, em conversa com o EL PAÍS, a encruzilhada brasileira neste ano de Copa do Mundo e eleições, enquanto o idílio dos mercados com o gigante sul-americano parecer ter definitivamente acabado.

De uma elegância pessoal e intelectual pouco frequente entre os políticos, o líder histórico do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) considera esgotado, apesar de reconhecer seus méritos, o projeto político do Partido dos Trabalhadores (PT), acredita que seja necessária a entrada de ar fresco nos palácios do poder – “chegou o momento da mudança, e é necessária gente com uma visão diferente” – e expressa sua preocupação de que o Brasil perca espaço no cenário internacional e na América Latina em particular.

Pergunta. Há algum tempo parece que acabou o idílio dos mercados com o Brasil, que a confiança se perdeu. O que está acontecendo?
Resposta. Exageraram sobre os sucessos, como agora estão exagerando com as dificuldades. Nem antes voávamos tão alto, nem agora estamos tão mal. Perdeu-se o ímpeto das condições externas favoráveis e das reformas anteriormente feitas, que na verdade não aprofundamos. Não percebemos que vivíamos uma janela de oportunidade, não um estado permanente. O Governo Lula teve um erro estratégico e outro de gestão. O primeiro foi a crença de que haveria um declínio do Ocidente, o que, salvo o caso da China, é discutível. Acho ótimo que as relações Sul-Sul tenham sido fortalecidas, mas não em detrimento das relações com o mundo ocidental. Além disso, houve também uma espécie de grande ilusão, como se a pedra filosofal tivesse sido descoberta, com o crédito e o consumo como chaves do crescimento. E isso é metade verdade, a outra metade é que falta investimento. Foram paralisadas as reformas e existiu também um temor metafísico das privatizações, o que paralisou o investimento em infraestruturas enquanto havia abundância de capitais.
No Brasil não há nada de socialismo
P. Pelo que o senhor diz, parece que o país está sequestrado pelos preconceitos ideológicos do PT.
R. Sim, acredito que haja algo assim. Não tanto no sentido do socialismo, mas no sentido da ingerência estatal. Aqui não há nada de socialismo. O que há é a visão de que a alavanca governamental pode tudo. Criaram realmente um casamento entre as empresas e os bancos públicos. Eu sempre digo que o que importa é que existam regras de mercado, não de negócios. Negócios não são algo que o governo tenha que fazer.

P. O que além do mais costuma gerar corrupção...
R. A corrupção foi mais grave antes, durante o Governo anterior. A novidade é que a corrupção agora é grupal, e antes era individual, e isso causa uma espécie de absolvição: se é para o partido, então não é pecado. Porém, o mais grave é o descrédito crescente da classe política. O Congresso dá a impressão para o povo de que não discute nada relevante, e que os temas são tratados pelo Executivo. A agenda política nacional é um pouco semelhante à do tempo do regime militar, quando o Governo anunciava projetos de impacto para a sociedade, e o Congresso era mantido à margem.
A novidade é que a corrupção agora é grupal e isso causa uma espécie de absolvição: se é para o partido, então não é pecado
P. Alguns analistas afirmam que o PT confunde partido e Estado.
R. Pois é. A diferença entre o PSBD e o PT não é a política econômica, é a política. A ideia de se a sociedade civil deve ter um papel maior ou menor. Estamos voltando a uma situação que tem raízes profundas no Brasil e no mundo ibérico. No México, quando o PRI assumiu, tinha uma frase que resumia isso, aquela de que “fora do orçamento não há salvação”. Aqui estamos nos aproximando disso. Todos querem ter um pedaço do orçamento, que não é de esquerda nem de direita. É corporativismo e clientelismo.

P. No entanto, parece haver quem queira outra coisa.
R. Sim, as manifestações populares vão nessa direção. Não têm consciência plena de seus objetivos, mas expressam um mal-estar. Não tenho certeza de que o Governo ganhará as eleições. Tem chances de ganhar, tem poder, tem recursos e tudo isso, mas há um sentimento de mal-estar que não é exatamente um sentimento antigoverno ou anti-PT. É um sentimento mais generalizado. Há tanta propaganda de que o Brasil é uma maravilha, do Brasil oficial…, mas existe o Brasil real, que tem problemas. Não é tão mau como antes, melhorou, mas as pessoas querem mais. Querem uma coisa que antes não queriam com tanta ênfase: qualidade e justiça. Não sou pessimista, mas, como pano de fundo, há uma crise mundial da democracia representativa. É uma situação delicada, que exige uma liderança com mais visão.
há um sentimento de mal-estar que não é exatamente um sentimento antigoverno ou anti-PT
P. Recentemente, a diretora do IBOPE nos dizia que há um desejo de mudança na opinião pública, mas que a oposição não conseguia representar esse sentimento.

R. Em um determinado momento, as ideias políticas precisam ter alguém que as expresse. Agora não é possível expressá-las, porque a televisão só informa sobre o Governo. Além disso, há outro fenômeno que ainda não sabemos avaliar, que são as redes sociais, que criam correntes de opinião, com as quais os partidos ainda não sabem lidar.

P. Também existe a sensação de que falta um projeto nacional.
R. É um pouco isso que ocorre. Falta alguém que formule o projeto, de maneira acessível, para a população. É preciso usar uma linguagem mais verdadeira. Aqui as pessoas estão acostumadas a um discurso que não é sincero. A crise não nos afeta, a culpa é do estrangeiro etc. Não. Temos problemas, podemos vencê-los, mas temos problemas. Tomara que algum candidato, espero que do meu partido, tenha a coragem de dizer as coisas com sensatez, de uma maneira que convença as pessoas de que há um caminho. E não é fácil, porque perdemos um bom momento para continuar ajustando o Brasil.

P. O senhor acredita que o Brasil entrará em recessão neste ano?
R. O crescimento será pequeno. Acredito que chegará o momento em que, quem quer que seja o ganhador das eleições, deverá ser feito um ajuste. Provavelmente em 2015. E, seja quem for o governante, passará por momentos difíceis, porque o ajuste sempre é duro. Não sou pessimista sobre o Brasil, porque as bases da economia são boas... Mas isso não significa que o Governo não tenha que tomar medidas. Em termos comparativos, o México está melhor agora porque está vinculado aos Estados Unidos, e os mexicanos estão fazendo algumas reformas. Demoraram muito para fazê-las, mas agora estão fazendo. Há energia e espírito para fazê-las. A Colômbia também.

P. Inclusive o Peru.
R. Sim, os países do Pacífico. O Brasil perdeu importância na América Latina. O que está acontecendo agora na Venezuela. Qual é a palavra do Governo do Brasil?
P. Houve uma declaração do Mercosul…

R. Foi uma vergonha. O Brasil não tem essa posição, não pode ter essa posição. Perde relevância assim. O Governo, desde a época do Lula, tem sido muito temeroso com o que acontece no arco bolivariano, sem se dar conta de que o outro arco, o do Pacífico, está avançando e nós estamos isolados. Acredito que chegou o momento de mudar quem manda hoje. Não digo que eles não possam voltar, nem acredito que tudo o que foi feito estava errado. Não estava. Mas chegou a hora. Quatro anos de mais do mesmo é perigoso. Ainda que nos próximos quatro anos o Governo entenda que precisa fazer coisas, fará contra o seu sentimento mais profundo, e isso não funciona bem.

P. Por que a oposição ainda não consegue se mostrar como algo distinto, como uma verdadeira alternativa?
R. Acho que faltou a convicção de que o que diziam era correto. Houve uma espécie de rebaixamento ideológico. As pessoas acreditaram muito na palavra do PT. É preciso ser mais frontal. Agora há possibilidades porque eles estão agindo mal. Agora há mal-estar, é o momento no qual todos podem escutar outra voz. Tomara que ela exista e que seja ouvida. Hoje, pela primeira vez, vamos para eleições em que setores importantes do Governo passaram para a oposição: Marina Silva e Eduardo Campos. Os dois foram ministros do Lula. Isso significa que provavelmente a diferença de votos tão forte que Dilma obteve no Nordeste e no Norte do país não irá se repetir. Primeiro porque Campos é do Nordeste, de Pernambuco, e tem força ali. Segundo porque a oposição ganhou na Bahia, em Alagoas, em Sergipe, no Piauí, no Pará e no Amazonas. Isso provavelmente diminui a votação de Dilma por lá, e de São Paulo para o Sul nós sempre ganhamos. Aécio Neves tem a vantagem de ter Minas Gerais, que é um Estado forte. A briga estará em São Paulo e, até certo ponto, no Rio de Janeiro. Há melhores oportunidades. Se serão concretizadas ou não depende não só da economia, mas da Copa do Mundo, do sentimento das pessoas, do desempenho dos candidatos. Porque em países como o Brasil, em que os partidos contam pouco, o que conta são as pessoas.

P. Que reformas são prioritárias?
R. A primeira reforma é a política. É difícil imaginar que seja possível um país funcionar com 30 partidos no Congresso e 39 ministérios, é uma receita para a paralisia do sistema. Esse sistema precisa mudar, mas não há força no interior dos partidos que se mova nessa direção. Quando fizemos a Constituição, nunca imaginamos que existiriam 30 partidos, que não são partidos, mas grupos de interesse que buscam participar do saque ao Estado.

P. Já faz 15 anos que se fala de reforma política...
R. A presidenta Dilma tentou fazê-la durante as manifestações de junho, porém não houve uma articulação, houve somente um ímpeto presidencial positivo. Acho que agora é tarde, porque já estamos em campanha eleitoral. É preciso fazê-la antes ou depois. E exige grandeza.

P. Como romper esse isolamento do Brasil na América Latina de que o senhor falou antes?
R. Deve ser rompido com ações, não com palavras, e acho que chegou o momento de uma mudança de Governo. É preciso gente com uma visão distinta. Seria positivo para o Brasil que a oposição ganhasse, não necessariamente o meu partido, mas a oposição. O Mercosul foi positivo, permitiu que ao menos Brasil e Argentina superassem sua relação de tensão, o comércio foi intensificado entre os dois países, mas se estancou. E agora é realmente uma camisa de força, porque a economia brasileira cresceu muito, superando o Mercosul. Teríamos que mudar, mas envolve outra visão estratégica. Que vai acontecer nos próximos 20 anos? Acredito que haverá uma consolidação da relação entre China e EUA, e Europa, e o tabuleiro mundial terá mais jogadores. O problema é que o Brasil tem tudo para entrar nesse jogo, mas também tem tudo para perdê-lo se não se consolidar, atuando, tomando posição na América Latina, por exemplo. Por que não dizer uma palavra sobre a Venezuela, nem a favor nem contra, mas de diálogo, de entendimento?

P. Na relação de Brasil com Cuba, o que pesa mais? A busca de benefícios ou as razões ideológicas?
R. Existem as duas coisas. O que mais me preocupa é por que as coisas não são feitas com mais clareza, por que os acordos são tão secretos. Por si só, que o Brasil esteja se posicionando no Caribe não é ruim. Nunca tive posição anticubana, nunca apoiei o embargo norte-americano. Mas o modo como as coisas são feitas dá a impressão de que há algo mais ideológico do que pragmático.

P. Foi perdida a oportunidade de se entender com Obama?
R. Acredito que sim, mas sou crítico com muitas coisas, por exemplo, com a questão da espionagem, que é inaceitável. Acho que Dilma teve razão quando não foi aos EUA naquele momento, mas eu teria adiado a viagem, e não cancelado. E, em seguida, tomou a decisão sobre os aviões de combate. Na minha época, a Força Aérea era favorável aos aviões suecos, mas por que fazer isso imediatamente depois? Não são gestos construtivos, e isso não quer dizer que o Brasil tenha que se alinhar com os EUA, mas não precisa ter uma atitude antiamericana, porque não corresponde ao mundo atual.

P. O que deve mudar no PSDB para que o Brasil se case novamente com o partido?
R. Acreditar que tem algo de melhor qualidade para oferecer ao povo. Os brasileiros querem padrão global, melhor saúde, melhor educação, melhor segurança, melhor transporte… É preciso demonstrar que é melhor modernizar em benefício do povo do que não fazer nada e fazer demagogia. O candidato deve inspirar confiança. O que falta a Dilma é essa confiança de que ela é capaz de levar o país adiante. Agora por parte dos setores altos e médios, amanhã do povo.

Fundo Gávea já tem R$ 2 bi para comprar Fleury, diz jornal


A fatia do laboratório em posse do grupo de médicos é avaliada em R$ 1,5 bilhõ, mas compra pode ser feita por até o dobro, diz Valor Econômico


Germano Lüders/EXAME
Laboratório do Fleury
Laboratório do Fleury: fundo Gávea já angariou R$ 2 bilhões para comprar a rede

São Paulo - O consórcio formado pelo fundo Gávea, o laboratório Hermes Padini e a Apax já tem 2 bilhões de reais para comprar a rede de laboratórios Fleury, diz jornal Valor Econômico.

A fatia de 41,2% da empresa que está sendo vendida pelo grupo de médicos fundadores do Fleury é estimada em 1,5 bilhão de reais, mas o consórcio está levantando mais dinheiro porque a compra pode ser fechada por mais que o dobro desse valor.

Além do Gávea, os fundos Carlyle, KKR e o Patria, em parceria com a Blacksone, estão interessados na compra. O Bradesco Saúde já possui 16,4% da companhia, mas as chances de adquirir todo o resto são pequenas.

Os médicos fundadores decidiram vender sua participação depois de uma série de resultados ruins apresentadas pelo laboratório. que não está dando a rentabilidade esperada por eles.

Zuckerberg afirma que deixará novas aquisições por um tempo

Sem dúvida, Zuckerberg foi hoje a estrela do congresso mundial de celulares realizado em Barcelona

David Paul Morris/Bloomberg
Mark Zuckerberg , do Facebook
Mark Zuckerberg: o executivo está convencido que, pelas mãos do Facebook, o Whatsapp crescerá até fazer com que o negócio seja rentável

Barcelona - O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu nesta segunda-feira a compra do Whatsapp, um serviço que considera valer "muito mais" que os US$ 19 bilhões pagos, mas assegurou que a companhia deixará as aquisições por um tempo.

"Após gastar US$ 19 bilhões acho que terminamos por um tempo", disse perante um abarrotado auditório no Mobile World Congress (MWC), onde lhe prestigiaram inclusive o príncipe Felipe, herdeiro da Coroa espanhola, e sua esposa, a princesa Letizia.

Sem dúvida, Zuckerberg foi hoje a estrela do congresso mundial de celulares realizado em Barcelona.
Ali o executivo-chefe do Facebook afirmou que a compra do Whatsapp faz sentido porque as duas empresas compartilham o objetivo de conectar o mundo, mas também por seu valor estratégico.

"Vale muito mais" que o dinheiro pago, comentou.
Zuckerberg está convencido que, pelas mãos do Facebook, o Whatsapp crescerá até fazer com que o negócio seja rentável. 

"Posso estar errado? Não acredito (...) Será um negócio enorme ", assegurou.

O executivo insistiu que a aquisição não se traduzirá em nenhuma mudança para os usuários do Whatsapp e reiterou que seus dados e conversas continuarão não sendo armazenados em servidores e que nenhuma publicidade será introduzida. 

Comercial da CoverGirl ressalta poder feminino


O trabalho foi criado pela agência Grey, de Nova York. A força do anúncio está na credibilidade das figuras que endossam o discurso da marca

Reprodução/YouTube/COVERGIRL
Comercial da CoverGirl ressalta poder feminino
Comercial da CoverGirl ressalta poder feminino: no Youtube, em pouco tempo, o vídeo conta com mais de 100 mil visualizações e 3 mil curtidas

São Paulo - Quem disse que belas mulheres não têm atitude e força interior? A marca de maquiagem CoverGirl criou a campanha # GirlsCan, que ressalta o poder feminino com uma mensagem forte e algumas das personalidades femininas mais influentes da atualidade.

O trabalho foi criado pela agência Grey, de Nova York. A força do anúncio está na credibilidade das figuras que endossam o discurso da marca.

"Ouvi dizer que as meninas não podiam fazer rap. Eu posso", diz Queen Latifah. "As meninas não podiam possuir seus próprios negócios? Eu possuo o meu próprio negócio".

O comercial conta também com estrelas como Ellen DeGeneres, Katy Perry e a cantora de soul Janelle Monáe. O filme estreou durante a cerimônia de encerramento dos Jogos de Inverno de Sochi, na NBC. Já no Youtube, em pouco tempo, o vídeo conta com mais de 100 mil visualizações e 3 mil curtidas.

A hashtag #GirlsCan também parece ter pegado rapidamente no Twitter, principalmente por ter sido compartilhada pelas celebridades que fazem parte do anúncio, além de outros famosos que “compraram” a ideia, como a experiente jornalista Chris McKendry, da ESPN, que escreveu: "Foi-me dito há 25 anos que as meninas não podiam fazer esportes na TV. Oh, # girlscan".

Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=KmmGClZb8Mg

Plano 2030 da Petrobras deve conviver com quinquenal


Segundos fontes, objetivo do plano estratégico 2030 é dar previsibilidade maior aos investimentos

Sabrina Lorenzi, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Frentista abastasse carro em um posto de gasolina da Petrobras no Rio de Janeiro
Posto da Petrobras: companhia vai divulgar junto com resultado trimestral um planejamento estratégico de longo prazo

Rio de Janeiro - A Petrobras vai divulgar na terça-feira juntamente com o resultado trimestral um planejamento estratégico de longo prazo, com objetivos e metas inéditas para esta e a próxima década, em um plano que conviverá com seu programa de investimentos quinquenal.

O objetivo do Plano Estratégico 2030, como foi chamado, é dar previsibilidade maior aos investimentos, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto.

A petroleira enviou no final da noite de sexta-feira um convite a investidores para a apresentação de resultados financeiros do quarto trimestre do ano passado e a divulgação do Plano Estratégico 2030.

Paralelamente, a Petrobras manterá seu plano de negócios para um período mais curto, de cinco anos, com previsão de recursos para o período de 2014 a 2018, disseram as duas fontes, na condição de anonimato.

As fontes não informaram se este plano de negócios, de prazo mais curto, será divulgado juntamente com o planejamento para o período mais longo, na terça-feira.

A Petrobras atualiza anualmente o plano de negócios com investimentos previstos para cinco anos.

O Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 previu investimentos de 236,7 bilhões de dólares, com um valor de 207 bilhões de dólares referentes à carteira de projetos em implantação.

Agora, a companhia poderá estabelecer no plano de negócios mais uma faixa de Capex, segundo reiterou nesta segunda-feira do Itaú BBA em relatório.

Desta vez, segundo o banco, haverá uma terceira referência, provavelmente, um nível mínimo excluindo os projetos com flexibilidade para adiamento.

Os analistas sugerem que a execução do plano deverá levar em conta a evolução da relação entre a dívida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Petrobras, o aumento da produção e a paridade de preços.

"Esta poderia ser uma solução adequada do ponto de vista das agências de classificação de crédito", disse o Itaú BBA em relatório recente, acrescentando que desta forma a empresa poderia estabelecer patamares em relação aos níveis de dívida e aos gastos futuros.

A Petrobras deverá apresentar melhora nos resultados operacionais do último trimestre de 2013, devido aos preços maiores do petróleo e derivados, mas a expectativa é de redução do lucro líquido, afetado pelo câmbio e aumento das despesas com juros da dívida.

A média das cinco estimativas de bancos de investimentos obtidas pela Reuters apontam para um lucro líquido da Petrobras de 5,41 bilhões de reais no quatro trimestre, 30 por cento menor que o registrado no mesmo período de 2012.

Brasil lidera fraude em compra corporativa, aponta estudo

Levantamento com executivos que atuam no Brasil aponta que o índice de fraudes na área de compras supera a média mundial e de regiões com perfil semelhante, segundo pesquisa global de crimes econômicos divulgada pela PwC, grupo que presta serviços de auditoria e consultoria. Entre os cinco primeiros crimes apontados no ranking, a fraude em aquisições corporativas foi apontada por 44% dos 132 entrevistados, à frente da taxa global (29%), latino-americana (27%) e de mercados emergentes (36%).

A pesquisa ouviu mais de 5 mil pessoas em 95 países. Mais da metade (54%) eram empresários de organizações com mais de mil funcionários. O desvio de bens de empresas, que ocupa o topo da lista da PwC, tem índice de 72% no Brasil, semelhante à média geral (69%) e de outras regiões. Suborno e corrupção estão em terceiro lugar. Enquanto esse tipo de delito foi lembrado por 28% dos entrevistados no país e 27% dos ouvidos no mundo, a taxa em mercados emergentes chegou a 38%.

Entre os crimes mais citados, a ocorrência de cibercrimes fez o Brasil ficar com a menor taxa: 17%, enquanto o índice global foi de 24%. Na América Latina e em mercados emergentes, a porcentagem para o mesmo crime foi de 20% e 22%, respectivamente.

Da amostragem, 27% das companhias com atividades no país disseram já ter sofrido algum tipo de crime econômico. Mais de 30% dos empresários estimaram que as fraudes geraram prejuízo entre US$ 100 mil a US$ 1 milhão. A maioria deles disse ainda que o inimigo está próximo: 64% acreditam que o fraudador atua dentro da própria empresa.

Consultor Jurídico


Com informações da Global Economic Crime Survey 2014 da PwC.

GE gastará outros US$10 bilhões em pesquisa até 2020


Companhia quer intensificar a pesquisa focada em projetos energéticos complexos como extração de gás de xisto sem água e eficiência de turbinas a gás

Joe Raedle/Getty Images
Logotipo da General Electric
General Electric: projeto "ecoimaginação", formado em 2005 para focar de maneira ampla em sustentabilidade e outras questões ambientais e que já custou por volta de US$15 bilhões, tinha previsão de acabar no ano que vem

São Paulo - A General Electric quer intensificar a pesquisa focada em projetos energéticos complexos como extração de gás de xisto sem água e eficiência de turbinas a gás, ao reservar mais 10 bilhões de dólares até 2020 para orçamento de "ecoimaginação".

Os novos gastos devem ser anunciados pelo presidente-executivo Jeff Immelt ainda nesta segunda-feira.

O orçamento de pesquisa mostra quão dependente a GE se tornou da indústria de energia, sua área com crescimento mais rápido, ao passo que busca se tornar uma fornecedora dominante de equipamento e serviços para companhias de petróleo, gás natural e fontes alternativas de energia, num momento que os Estados Unidos passam por um boom energético sem precedentes.

Mesmo sem detalhar sobre quanto planeja gastar em seu orçamento principal de capital nos anos futuros, o novo compromisso da GE dá a investidores uma pista sobre quais serão as prioridades da companhia na próxima década.

O projeto "ecoimaginação", formado em 2005 para focar de maneira ampla em sustentabilidade e outras questões ambientais e que já custou por volta de 15 bilhões de dólares, tinha previsão de acabar no ano que vem. Os executivos estenderam o programa até 2020 com 10 bilhões de dólares adicionais.

Embora os objetivos gerais do projeto permaneçam, uma porcentagem maior dos recursos será direcionada a projetos relacionados a energia, um reconhecimento de onde Immelt e outros executivos veem o futuro da companhia fundada por Thomas Edison em 1892.