quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Bayer diz que oferta pela Algeta foi bem-sucedida


Companhia fez proposta de comprar 97,28% das ações da fabricante norueguesa de medicamentos para câncer

Bloomberg/Algeta
Algeta

Algeta: a transferência das ações à Bayer e o pagamento do preço da oferta acontecerá nos próximos dias, não passando do dia 12 de março

Frankfurt - A Bayer fechou um acordo de 2,9 bilhões de dólares para adquirir o controle da Algeta depois de receber uma proposta para comprar 97,28 por cento das ações da fabricante norueguesa de medicamentos para câncer, disse a companhia alemã de medicamentos nesta quarta-feira.

A Bayer disse que a transferência das ações à companhia e o pagamento do preço da oferta acontecerá nos próximos dias, não passando do dia 12 de março.

Depois disso, a Bayer tem a intenção de se tornar a única acionista da Algeta, entrando com um pedido para tirar a Algeta da bolsa de valores de Oslo.

A Bayer fez uma oferta pela Algeta no final do ano passado para ganhar o controle direto sobre a inovadora droga para câncer de próstata Xofigo, que as duas companhias desenvolveram em conjunto desde 2009 e começaram a vender nos Estados Unidos em 2013. O medicamento recebeu aprovação europeia em novembro.

Prejuízo da Vale aumenta 146,7% no 4º trimestre


Empresa voltou a apresentar prejuízo trimestral, agora devido à adesão ao Refis no fim do ano passado

Fernanda Guimarães, do
Divulgação/Vale
Mina da Vale
Vale: em 2013, a companhia acumulou um lucro líquido de US$ 584 milhões, ante um lucro de US$ 5,454 bilhões em 2012

São Paulo - Depois de um ano, a Vale voltou a apresentar prejuízo trimestral, agora devido à adesão ao Refis no fim do ano passado, o que trouxe um forte baque aos números da companhia. Nesta quarta-feira, 26, a mineradora brasileira reportou um prejuízo líquido de US$ 6,451 bilhões no quarto trimestre.

Essa perda significa um aumento de 146,7% em relação àquela vista no mesmo trimestre de 2012, que marcou o primeiro prejuízo trimestral da Vale em 10 anos. Já no terceiro trimestre do ano passado a Vale apresentou um lucro líquido de US$ 3,5 bilhões. Em 2013, a companhia acumulou um lucro líquido de US$ 584 milhões, ante um lucro de US$ 5,454 bilhões em 2012.

No último trimestre do ano passado a Vale aderiu ao Refis, o programa de refinanciamento de dívidas tributárias do governo federal, e desde lá deixou claro ao mercado que o lucro seria fortemente impactado com essa decisão, que colocou fim a um peso sobre a empresa.

Com o acordo, a empresa terá de desembolsar, ao todo, R$ 22,325 bilhões, sendo R$ 5,965 bilhões que foram pagos à vista no fim de novembro e mais R$ 16,360 bilhões em 179 parcelas mensais, corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic.

Apesar de grande parte do valor ser pago a prazo, a empresa informou na ocasião que o impacto da dívida em seu lucro apurado em 2013 seria de R$ 20,725 bilhões. Ainda na oportunidade a companhia explicou que os pagamentos seriam feitos com caixa próprio, sem a necessidade de tomar novas dívidas.

A receita operacional líquida, por sua vez, alcançou US$ 13,406 bilhões, aumento de 9,4% na relação anual e de 5,7% na trimestral. No ano o Ebitda foi de US$ 22,679 bilhões, alta de 18,3%. No mesmo intervalo a receita cresceu 0,75%, para US$ 48,050 bilhões.

Embora a Vale tenha adotado desde o primeiro trimestre do ano passado o padrão contábil IFRS e abandonando, assim, o USGAAP, grande parte do mercado segue acompanhando os números da mineradora a partir de seus dados em dólar.

Além da adesão ao Refis e o seu consequente forte desembolso, o ano de 2013 também foi marcado pela continuidade do programa de desinvestimentos, no qual a Vale vendeu ativos fora de seu negócio principal.

Ao longo do ano a companhia acumulou mais de US$ 6 bilhões em venda de ativos, como, por exemplo, a Log-in, a norueguesa fabricante de alumínio Norsk Hydro e uma fatia da VLI.

As vendas foram bem recebidas pelo mercado já que, para o entendimento dos analistas, o ganho com as vendas ajudaria a empresa a financiar o seu maior projeto, o Serra Sul, no Pará, orçado em US$ 20 bilhões e que adicionará 90 milhões de toneladas à sua capacidade.

Esse é o maior projeto da Vale em curso, que acrescentará maiores volumes a partir de 2016, quando a companhia contará com um minério de baixo custo e de ótima qualidade.

Para 2014, o mercado aguarda novos desinvestimentos, assim como a busca de parceiros estratégicos para alguns projetos. Entre os projetos onde são esperados anúncios para este ano estão o corredor Nacala e os projetos de fertilizantes.

No caso do corredor logístico na África, a Vale chegou a afirmar que deverá anunciar até o fim do primeiro semestre deste ano a venda da metade da sua fatia de 70% de Nacala. Outro projeto que pode sair, de vez, do guarda-chuva da mineradora e o de potássio no Rio Colorado, na Argentina.

BRF venderá Batavo e Elegê


FÁBRICA DA BRF: a empresa contratou o Itaú-BBA


A gigante de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, está dando o passo mais ousado de seu processo de reestruturação. Segundo EXAME apurou, a empresa contratou o banco de investimento Itaú-BBA para coordenar a venda de sua divisão de lácteos — que inclui marcas poderosas como Batavo e Elegê. 

A operação será oferecida para grandes grupos internacionais do setor, como Danone, Nestlé e Lactalis, além de fundos de private equity. A contratação do Itaú-BBA é uma forma de criar competição pela divisão, que já vinha sendo alvo de sondagens há meses. A unidade de lácteos representa 10% do faturamento da BRF — cerca de 3 bilhões de reais por ano. 

Apesar do tamanho, a empresa nunca conseguiu ganhar dinheiro de verdade no mercado de leite e derivados. Entre investir um caminhão de dinheiro na área e passá-la adiante, a cúpula da BRF decidiu pela segunda opção. Em novembro, a empresa vendeu sua unidade de carne bovina para o frigorífico Minerva. Procurada, a BRF não comentou.


(Nota publicada na coluna Primeiro Lugar, da edição 1060, que estará disponível para assinantes e nas bancas a partir desta quinta-feira)

Fundos de renda fixa ganham da poupança com folga


Fundos de renda fixa ganham da caderneta de poupança agora que a Selic foi elevada mais uma vez

Getty Images
Cofrinhos
Cofrinhos: rendimento da poupança só supera a rentabilidade de fundos mais caros, com taxa de administração acima de 2,0% ao ano

São Paulo - Com a elevação da Selic de 10,50% para 10,75% ao ano, os fundos de renda fixa ganharam ainda mais atratividade, batendo a poupança na maior parte das situações.

A caderneta, contudo, permanece mais vantajosa que os fundos mais caros, cuja taxa de administração supera os 2,00% ao ano. A taxa de administração média dos fundos DI para o público de varejo em dezembro (data do último dado) era de 1,18% ao ano, enquanto que para os fundos de renda fixa era de 1,06% ao ano.

Quando a taxa Selic é maior ou igual a 8,50% ao ano, a remuneração da caderneta de poupança permanece em 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR), a mesma remuneração atribuída aos depósitos feitos até 4 de maio de 2012, que seguem a antiga regra da poupança.

A nova regra da caderneta de poupança, de rendimento de 70% da Selic mais TR, só se aplica quando a taxa básica de juros é inferior a 8,50%.

Além disso, a poupança é isenta de imposto de renda, enquanto que os fundos de investimento sofrem tributação conforme a tabela regressiva do imposto de renda: quanto menor o prazo de aplicação, maior a alíquota do IR.

Assim, apesar de os fundos terem capacidade de ganhar bem mais que a poupança, a taxa de administração e o imposto de renda "comem" parte da sua rentabilidade. Dessa forma, os fundos mais caros são capazes de perder da poupança, principalmente em cenários de Selic mais baixa.

A estimativa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) é de que, no atual cenário de Selic, a rentabilidade da poupança seja de 0,55% ao mês.

A tabela a seguir traz uma simulação da Anefac com a rentabilidade mensal simulada para fundos de renda fixa com diferentes taxas de administração e diferentes prazos. Os rendimentos em azul ganham da poupança, e aqueles em vermelho perdem dela.


Prazo de Resgate 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Até 6 meses 0,63% 0,59% 0,56% 0,52% 0,49% 0,45%
Entre 6 meses e 1 ano 0,65% 0,62% 0,58% 0,54% 0,51% 0,47%
Entre 1 ano e 2 anos 0,67% 0,64% 0,60% 0,57% 0,53% 0,49%
Acima de 2 anos 0,70% 0,66% 0,62% 0,59% 0,55% 0,52%
 

Fonte: Anefac

Celular custará 58 reais, com configuração similar ao iPhone


No entanto, o aparelho da Mozilla será muito mais lento do que o iPhone, lançado em 2007, e há uma gama muito menor de aplicativos para o sistema Firefox OS

Lucas Agrela, de
Reprodução
Smartphone com o sistema Firefox OS, da Mozilla
Smartphone com o sistema Firefox OS, da Mozilla: para viabilizar o aparelho, a fundação se aliou a empresa chinesa Spreadtrum

A Mozilla Foundation anunciou durante a Mobile World Congress, em Barcelona, que planeja um smartphone com o sistema Firefox OS que custará 25 dólares, ou seja, cerca de 58 reais — valor sem impostos.

O interessante é notar que o aparelho tem uma configuração similar à do iPhone original, lançado em 2007.
O smartphone contará com processador single core, tela de 3,5 polegadas com resolução de 320p por 480p, Bluetooth, Wi-Fi, 2G (nada de 3G) e uma única câmera de 2 MP, assim como o primeiro iPhone.

No entanto, o aparelho da Mozilla será muito mais lento do que o iPhone e há uma gama muito menor de aplicativos para o sistema Firefox OS, que foi lançado no ano passado.

Não há, por exemplo, apps do WhatsApp ou do Instagram. Apesar disso, é possível acessar aplicações web escritas em HTML5. A construção também não será tão refinada quanto a do dispositivo da Apple.

Para viabilizar o aparelho, a fundação se aliou a empresa chinesa Spreadtrum, que foi a responsável por criar um chip voltado para um projeto de smartphone de baixo custo. O objetivo é vender o dispositivo em mercados emergentes.

Ainda não há data de lançamento do aparelho, nem uma confirmação oficial de que ele chegará ao Brasil ou quanto ele realmente custará por aqui.

Mas se ele chegar ao mercado nacional custando tão pouco conforme anunciado, ele pode ser um sério concorrente para a linha Nokia Asha, que também oferece celulares básicos com recursos avançados.

Lula leva Maggi a Cuba para aconselhar Castro sobre soja

26 de fevereiro de 2014 | 19h 44


MARCELO DE MORAES - Agência Estado
Menos de um mês depois de a presidente Dilma Rousseff passar por Cuba para inaugurar o Porto de Mariel, construído na sua maior parte com financiamento do BNDES, agora foi a vez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitar a ilha. Lula se encontrou com o líder cubano Raúl Castro, a quem entregou uma camisa da seleção brasileira, como mostrou o blog de Marcelo de Moraes no estadão.com.

Além das amenidades de sempre, o tema das conversas passou pelo compartilhamento de experiências brasileiras na área de energia, especialmente com a ampliação do uso da biomassa em Cuba, sobretudo o cultivo de cana-de-açúcar.

Mas a grande novidade nas conversas foi a presença do senador Blairo Maggi (PR-MT), em Havana, para dar conselhos ao regime cubano sobre os segredos do plantio de soja. Trata-se de uma cena inimaginável até alguns anos atrás, quando Blairo era muito criticado por petistas e outros partidos de esquerda por suas atividades como um dos principais expoentes do agronegócio, justamente no plantio de soja.

Com o passar do tempo, Blairo, dono de um dos maiores grupos agroindustriais do País, se aproximou de Lula e do seu governo, se transformando em parceiro político. E, agora, se tornou uma espécie de consultor informal de Lula nas conversas com Raúl Castro e os cubanos.

No fim de janeiro, a presidente Dilma esteve em Cuba para inaugurar a primeira etapa do Porto de Mariel, resultado de um empréstimo de US$ 682 milhões do BNDES. A iniciativa rendeu, à época, muitas críticas da oposição e uma defesa veemente de Dilma, que acusou uma "visão pequena" dos críticos. Na ocasião, a presidente anunciou um novo financiamento de US$ 290 milhões para a implantação de uma Zona de Desenvolvimento Especial no porto cubano.


Para Gilberto Carvalho, apoio do governo a evento do MST é 'legítimo'

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência afirma que órgãos do governo também financiam o agronegócio e considera dever ajudar a agricultura familiar

26 de fevereiro de 2014 | 12h 18
 
 
Lisandra Paraguassu
 
 
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu o financiamento do governo ao Congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizado há dez dias em Brasília. Gilberto classificou de "ideológica e política" a revelação de que Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobrás haviam patrocinado uma feira agroecológica realizada durante o congresso e comparou o financiamento ao que é dado a feiras agropecuárias em diversas cidades do País.
Nesta quarta, o Estado revelou que a Petrobrás patrocinou o congresso com R$ 650 mil e a Caixa Econômica Federal e o BNDES colaboraram com um total de R$ 550 mil para o evento, por meio de patrocínios para a Associação Brasil Popular (Abrapo). O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) aplicou R$ 448,1 mil para montar a estrutura da feira agroecológica.

"A Caixa Econômica, o BNDES e qualquer órgão público financiaram simplesmente o apoio à produção legítima de agricultores que estão contribuindo muito para a melhoria da qualidade do produto que chega à mesa do brasileiro", afirmou o ministro ao chegar no Itamaraty para um evento sobre política externa. "E vamos seguir fazendo, seja com agronegócio, financiando em centenas de milhões por ano, seja financiando a agricultura familiar. É disso que se trata. O resto é tentativa de uso ideológico e político de uma ação que, ao nosso juízo, é legítima".

Para o ministro, é um dever do governo financiar ações que estimulem a "organização da cidadania e da produção" e é próprio de um governo democrático fazê-lo. "Portanto nós repelimos qualquer tentativa de dizer que estamos financiando a baderna ou a violência", disse.

Gilberto defendeu o MST, afirmando que o governo considera o movimento legítimo e não o vê como um mal e defendeu as ações. "Eu quero dizer de maneira clara que não se pode confundir o MST com baderneiros. O MST não é um movimento de baderneiros, é um movimento legítimo e responsável por uma realização importante no País no processo de reforma agrária e, mais do que isso, hoje responsável pela produção de alimentos orgânicos, em cooperativa em todo o País".