sexta-feira, 7 de março de 2014

Empresas perdem produtividade em conflitos de gerações


Estudo revela que um em cada três funcionários admite que sua companhia perde pelo menos 5 horas de trabalho semanais em conflitos entre pessoas de idade diferentes


Ilustração: Cris Vector
Executivo veterano com mãos nos ombros de executivos jovens
Executivo veterano acolhe os mais novos:  91% dos entrevistados dizem que suas companhias empregam funcionários de pelo menos três gerações diferentes

São Paulo -  Discordâncias como a necessidade da Geração Y de revolucionar o mercado e o receio dos mais velhos a mudanças podem não só afetar o clima corporativo, como também comprometer os resultados de uma empresa.  É o que aponta um recente estudo da ASTD Workforce Development, feito em parceria com a VitalSmarts.


Dos 1.348 pesquisados, um em cada três (35,39%) admite que sua companhia gasta pelo menos cinco horas de trabalho por semana em conflitos entre gerações —  o que representa uma perda de produtividade de cerca 12%. 

Outros 54,45% afirmam que as diferenças de ideias entre funcionários de idades diferentes consomem de 1 a 5 horas semanalmente em suas organizações. 

O dado é preocupante já que a maioria esmagadora dos respondentes (91%) dizem que suas companhias empregam funcionários de pelo menos três gerações diferentes. Mas, ao mesmo tempo, 79,99% deles afirmam que suas empresas não têm um programa ou estratégia definidos para lidar com as diferenças de idade da equipe. 

Os problemas de relacionamento são mais comuns entre os funcionários da Geração Y (que abrange indivídous de 13 a 33 anos) e os Baby Boomers (de 49 a 67 anos), segundo a maioria dos entrevistados (45%). O motivo disso é, provavelmente, a maior lacuna entre as idades das duas gerações. Porém, a professora Beatriz Braga, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), alerta que a questão pode ser mais complexa.

 "Geralmente, os mais velhos ocupam posições mais elevadas na empresa e os mais novos são subordinados. Pode sim haver um conflito porque as gerações pensam e querem coisas diferentes do trabalho, mas também pode ser uma questão hierárquica", afirma.


As reclamações


Independente da faixa etária, os pontos que aparecem com mais frequência na lista de queixas de uma geração em relação à outra são a falta de experiência anterior, a resistência e a falta de votade para inovar, a falta de respeito, a falta de disciplina e de foco.

Além dessas, segundo Rodrigo Lolato, diretor da VitalSmarts Brasil, muitas outras reclamações apontadas na pesquisa refletem estereótipos. "Para se defender e não ter que lidar com o problema, as pessoas acabam procurando justificativas como 'o fulano não sabe conversar por casa da idade dele'", exemplifica.

A tendência observada por Lolato é confirmada nos números da pesquisa. Entre os mais velhos, 67% dizem perceber alguma resistência das gerações seguintes em discutir sobre os desafios de convivência. Entre os mais jovens, 63,26% afirmaram notar o mesmo quanto às gerações anteriores.  


O que a empresa pode fazer?


Para proporcionar um diálogo eficiente entre as gerações, a empresa precisa estabelecer uma cultura em que as diferenças sejam valorizadas. De acordo com Beatriz Braga, quem ocupa cargos seniores —  os mais velhos, na maioria dos casos, por causa da experiência —  é que tem o dever de entender os mais novos.

"Os jovens chegam às empresas recém saídos da faculdade e cada companhia tem suas regras próprias, seus valores, seus costumes. É o mais velho (de casa) quem tem que ensinar essas coisas", afirma. 

Segundo a professora, também é função das gerações mais antigas se mostrarem dispostas ao diálogo e servirem de exemplo. "O gestor é quem tem que provar que não é inflexível. Quando há diferenças de propostas (entre as gerações), é ele quem tem que sentar e analisar o que vale a pena porque, em última análise, ele é o responsável pela equipe". 

Instituir um sistema de avaliação de desempenho que reconheça as interações de cada um com o restante da equipe também pode ser uma boa forma de estimular os funcionários a se comunicarem. "Se a empresa só avalia o colaborador com números e metas, não funciona. É interessante ter um indicativo de quanto o executivo cooperou, quanto ajudou outras áreas, o quanto participou de projetos alheios", considera Rodrigo Lolato. 

Esse tipo de informação é possível se obter, por exemplo, com a aplicação do feedback 360º —  aquele em que cada funcionário é avaliado por superiores, pares e subordinados. 

Outro investimento que pode ajudar na hora de engajar gerações diferentes é adotar um ambiente físico sem divisões. "A proximidade entre as pessoas favorece as conversas, a abertura, a transparência, a cooperação", diz Lolato. 


Nem todo conflito é ruim


Ter opiniões diversas dentro de uma empresa é algo essencial para que algumas mudanças aconteçam. Por isso, nem todo conflito entre gerações deve ser visto como um problema. "Discordar de algumas coisas é saudável. O conflito pessoal não é bacana, mas ter pontos de vistas diferentes é muito saudável. O gestor tem que saber aproveitar essas divergências para crescer", diz a Beatriz Braga. 

"É preciso ouvir as opiniões de pessoas de idades diversas. A Geração Y tem a visão do novo, mas não tem maturidade para enxergar o todo como os mais velhos", reforça Lolato. 

'Petróleo foi duplamente culpado pelo déficit na balança', diz José Augusto de Castro


Márcia De Chiara - O Estado de S.Paulo
 
O petróleo foi o responsável pelo resultado negativo da balança comercial. Em fevereiro, o déficit da conta petróleo e derivados foi de US$ 2,477 bilhões e a balança ficou no vermelho em US$ 2,125 bilhões, ressalta o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Ele ficou surpreso com o resultado e atribui o déficit ao acionamento dás usinas termoelétricas. Outra surpresa: o superávit com Argentina, apesar da crise. A seguir, os principais trechos.

O que o sr. achou do resultado da balança de fevereiro?
Esperava um saldo um pouco melhor, isto é, um déficit na balança de US$ 1,5 bilhão a US$ 1,8 bilhão.

Quem foi o responsável por esse resultado ruim?
O petróleo, que foi duplamente culpado: na exportação e na importação. A importação de petróleo está muito alta. A média diária em fevereiro possivelmente foi recorde. Claro, que isso deve ser em decorrência do acionamento das térmicas, o que demandou mais combustível. Também a exportação de petróleo foi muito baixa. Em fevereiro do ano passado, a exportação foi US$ 85,6 milhões, em janeiro deste ano tinha sido US$ 83,1 milhões e em fevereiro deste ano, US$ 81,8 milhões. Também o preço do petróleo caiu muito. Quando se compara com fevereiro de 2013, o preço caiu 9,8% e a quantidade recuou 23,1%. 

O efeito da crise argentina apareceu no resultado?
Apareceu de forma contrária. Em fevereiro, as importações da Argentina caíram 31,1% e as exportações para lá diminuíram 18,7%. Ou seja, importamos muito menos do que exportamos para a Argentina.

Então, a Argentina não foi responsável pelo resultado ruim?
Pelo contrário. No acumulado de janeiro e fevereiro, o Brasil tinha em 2013 um déficit de US$ 15 milhões com a Argentina. E agora em 2014 passou para um superávit de US$ 297 milhões. Isso foi uma surpresa. Se a Argentina tivesse o déficit que todos estavam esperando, inclusive eu, o déficit acumulado do ano seria maior ainda.

A recuperação de preço das commodities indica que o resultado da balança será melhor?
O resultado deverá ser positivo não só pela recuperação dos preços das commodities agrícolas, mas porque março, abril e maio são os principais meses de embarque de soja.

BNDES reforça em R$ 2 bilhões o caixa do Tesouro

Assinatura de contrato com o BID em 19 de março de 2009

Valor corresponde ao pagamento de dividendos do banco à União e deve ajudar a melhorar as contas do governo em fevereiro 


Adriana Fernandes e Renata Veríssimo - Agência Estado
 

BRASÍLIA - Após a frustração com o resultado das contas públicas em janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reforçou o caixa do governo federal em R$ 2 bilhões no mês passado com o pagamento de dividendos - a participação da União, como acionista majoritária, no lucro do banco de fomento. O dinheiro vai ajudar a melhorar as contas do governo federal em fevereiro, cujo resultado já está sob a mira de analistas econômicos antes mesmo de ser anunciado.

Defendido pela equipe econômica, uma vez que se trata de uma contribuição tradicional das empresas estatais aos cofres do Tesouro Nacional, o objetivo do reforço do BNDES é assegurar um resultado robusto em fevereiro. O governo vive, nos últimos meses, um cabo de guerra com o mercado sobre a credibilidade da contabilidade pública. 

No ano passado, a economia para pagamento de juros da dívida pública foi a menor desde 2009. Quase 80% do superávit primário de R$ 77,2 bilhões foram obtidos com receitas não recorrentes, como o pagamento do bônus para exploração do campo de Libra, no pré-sal, o refinanciamento de dívidas pelo Refis e os dividendos de estatais. O BNDES, com R$ 6,998 bilhões, foi a empresa pública que mais contribuiu individualmente para a meta. 

Para recuperar a credibilidade, o governo anunciou que buscaria em 2014 um superávit equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), o mesmo valor obtido em 2013. Para atingir o número, informou que deixaria de gastar R$ 44 bilhões previstos no Orçamento. O valor foi recebido com ceticismo, uma vez que inclui despesas obrigatórias, que o governo não pode deixar de fazer. 

Na semana passada, o Tesouro Nacional informou que o superávit primário caiu à metade em janeiro. O principal motivo foi uma explosão de 27,6% nos gastos federais no primeiro mês do ano em despesas represadas para não causar impacto nos dados de dezembro e frustrar a meta do ano passado. 

Lucro. 

O repasse dos dividendos publicado ontem no Diário Oficial foi feito com títulos do Tesouro Nacional que estavam na carteira do banco estatal. A injeção de R$ 2 bilhões representa 24,5% de todo o lucro obtido pelo banco de fomento no passado, quando teve resultado positivo de R$ 8,15 bilhões. 

Em janeiro, o governo não contou com receitas de dividendos, segundo o Tesouro. A autorização para o repasse indica que o governo fez um esforço para conseguir um resultado mais favorável em fevereiro. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, já havia antecipado, na semana passada, que o resultado de fevereiro seria positivo. 

O Tesouro informou que ainda avalia se haverá uma distribuição integral este ano do lucro apurado em 2013. "Teremos que ver no decorrer do ano. Não tem decisão sobre isso", informou o órgão. Mas, com pouco espaço fiscal e uma previsão de R$ 23,9 bilhões de receitas com dividendos para este ano, é pouco provável que o governo dispense o dinheiro do BNDES. Segundo o Tesouro, essa transferência de dividendos em fevereiro já estava na programação do órgão. 

O BNDES, que desde o início da crise já recebeu mais de R$ 324 bilhões em aportes do Tesouro Nacional na forma de títulos da dívida pública, tem sido o principal repassador de dividendos do governo. A equipe econômica ainda não definiu o montante de empréstimos que será feito ao BNDES em 2014.

quinta-feira, 6 de março de 2014

BC indica que deve elevar Selic de novo, apesar de inflação


Banco Central afirmou que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária bem como é preciso seguir "especialmente vigilante"

Patrícia Duarte, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Dinheiro: moedas de Real
Dinheiro: aumentaram as apostas de mais uma alta da Selic de 0,25 ponto percentual em abril, quando o BC de reúne novamente

São Paulo - A inflação, mesmo com os recentes sinais de arrefecimento, continua mostrando resistência e "ligeiramente acima" do esperado e, deste modo, o Banco Central afirmou que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária bem como é preciso seguir "especialmente vigilante", indicando nova alta na taxa básica de juros.

A avaliação foi feita por meio da ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária, divulgada nesta quinta-feira. Apesar de o Copom ter optado por desacelerar o ritmo de alta da Selic, a ata deste encontro tem muitas semelhanças com o documento anterior, de janeiro.

"Não obstante moderação observada na margem, a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência, que, a propósito, tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava", trouxe a ata divulgada nesta manhã. Na anterior, o BC não mencionava esse arrefecimento nos preços.

"Dessa forma, o Copom entende ser apropriada a continuidade do ajuste das condições monetárias ora em curso." O BC reduziu o ritmo de aperto monetário na semana passada, ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75 por cento ao ano. Nas seis decisões anteriores, havia optado por aumentos de 0,5 ponto da Selic. O atual ciclo de aperto monetário começou em abril passado, quando a taxa básica de juros estava na mínima histórica de 7,25 por cento.

"Não vi nenhuma sinalização de parar (o ciclo de aperto monetário)... A ata veio muito parecida com a anterior", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall, para quem a Selic será elevada em mais 0,25 ponto em abril e depois novamente em dezembro, com mais uma alta de 0,50 ponto, para encerrar o ano a 11,50 por cento.

No mercado de juros futuros, após a divulgação da ata, aumentaram as apostas de mais uma alta da Selic de 0,25 ponto percentual em abril, quando o BC de reúne novamente. Na véspera, elas estavam em 60 por cento, por volta das 11h, passavam a 80 por cento. O restante esperava manutenção da taxa.

O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acumulava alta de 5,65 por cento em 12 meses até fevereiro. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Pela ata, o BC informou também que suas projeções de inflação continuaram acima do centro da meta do governo, mas fez alguns ajustes, sem mostrar os números efetivamente. Para 2014, no cenário de referência, a conta se manteve "relativamente estável" e, para 2015, ela foi reduzida.

Ainda de acordo com a ata, o Copom manteve a projeção de estabilidade nos preços da gasolina em 2014, assim como a perspectiva de reajuste de 7,5 por cento na tarifa residencial de eletricidade.

Segundo a ata, o BC também voltou a defender que "a política monetária deve se manter especialmente vigilante", mas também ponderou que "os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens". Na ata anterior, neste trecho, ele não fazia menção aos efeitos "cumulativos". 

Tensão 

O BC também voltou a informar que os riscos para a estabilidade financeira global continuam "elevados", mesmo vendo baixa probabilidade de ocorrerem eventos extremos, mantendo as perspectivas de atividade global "mais intensa ao longo do horizonte relevante para a política monetária".

O BC também destacou que as perspectivas indicam moderação na dinâmica dos preços de commodities nos mercados internacionais, "bem como que, nos mercados de moeda, há evidências de tensão e de volatilidade".

O BC também voltou a afirmar que a política fiscal do governo, "no horizonte relevante para a política monetária", pode se deslocar para a neutralidade. No mês passado, o governo anunciou a nova meta de superávit primário deste ano, a fim de tentar resgatar a confiança dos agentes econômicos.

O Copom também voltou a afirmar que seu cenário central inclui expansão moderada do crédito e considera "oportunas" as ações para moderar os subsídios nas operações de crédito.

"A ata de hoje trouxe apenas pequenas alterações. Embora não seja um compromisso firme de elevar novamente, a ata claramente deixa a porta aberta para outra elevação em abril", afirmou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, ressaltando que a inflação projetada pelo BC permanece acima da meta até o final de 2015.

Nesta ata, o BC passou a retirar a parte "Sumário dos Dados Analisados pelo Copom", por considerá-la uma redundância das informações.

8 de Março – Dia da Mulher – Temos motivos para Comemorar ?





 
 Foto: 8 de Março – Dia da Mulher – Temos motivos para Comemorar 
por: Esilda Alcipreste

Histórico

Historicamente a luta da Mulher  começaram a partir da Revolução francesa, em 1789, onde as mulheres passaram a atuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando a melhoria das condições de vida e trabalho, a participação política, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos. 
É nessa época que surge o nome da francesa Olympe de Gouges. Em 1791, ela lança a "Declaração dos Direitos da Cidadã", onde reivindicava o "direito feminino a todas as dignidades, lugares e empregos públicos segundo suas capacidades". 
Afirmava também que "se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, poderia poder subir também à tribuna". Olympe de Gouges foi julgada, condenada à morte e guilhotinada em 3 de março de 1793, por "ter querido ser um homem de estado e ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo". À partir desse  mesmo ano, as associações femininas foram proibidas na França.
Surgiram também manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, na Primeira Guerra Mundial. Após a Guerra e a Segunda Revolução Industrial, as indústrias incorporaram as mulheres para mão-de-obra, e devido às condições insalubres de trabalho, os protestos eram freqüentes.
Assim, devido aos grandes protestos em nível mundial culminou que no dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram  melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. 
A manifestação foi violentamente reprimida. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Onde 130 mulheres tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano e covarde, uma verdadeira barbárie!
Podemos observar que através dos tempos a mulher veio reivindicando seu lugar na sociedade extremamente machista  e somente no ano de 1910, durante  a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro, sendo que o dia 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Atualmente, a data perdeu um pouco seu sentido original, e tem mais um caráter festivo e comercial.

Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. 
Mesmo com todos os avanços em pleno século XXI ,  ainda sofremos, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
 
Conquistas das Mulheres Brasileiras 

No Brasil podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
No entanto, expressivas desigualdades ainda perduram entre gênero e raça no mercado de trabalho no Brasil, principalmente quando o assunto é remuneração. Os salários chegam a ser entre 25% e 30% menores do que os homens para funções semelhantes.
De 1992 para cá, a participação de mulheres com emprego fora de casa evoluiu de 56,7% para 64%, representando expansão de sete pontos percentuais. Os dados são da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Entre o sexo feminino, o índice de desemprego é alto e ainda muito superior quando comparado ao dos homens. Fatia de 19% das mulheres está fora do mercado de trabalho, enquanto entre os homens esse número só chega a 10,2%.
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que na Região Metropolitana de São Paulo a taxa de desemprego feminino caiu pelo sexto ano consecutivo em 2009, para 16,2%, saindo de 16,5% em 2008.
Entre os homens, houve elevação de 10,7% para 11,6% no período. Segundo a OIT, a taxa de desocupação mundial entre as mulheres aumentou de 6% para 7% e no ano passado, alta pouco maior que a masculina.
"O crescimento da participação das mulheres no mercado não vem sendo acompanhada de redefinição das relações de gênero no âmbito das responsabilidades domésticas. Esse problema submete as mulheres a dupla jornada de trabalho", explica o sociólogo e consultor de relações humanas Jefferson Sebastião Fernandes.
"A mulher ainda é vista como aquela que pode dar mais trabalho do que o homem, no sentido de gerar gastos para a empresa, seja por causa de licença-maternidade ou de outra atribuição que lhe é confiada em casa", afirma a diretora da OIT Brasil, Laís Abramo.

CHEFES DE FAMÍLIA 

 De acordo com o relatório da OIT, o número de mulheres que são chefes de família chegou a 34,9% em 2008, quase dez pontos percentuais, se comparado a uma década atrás, quando elas representavam 25,9%. Assim, também acumulou, ao longo dos anos, jornada de trabalho exaustiva. Juntando a carga de horas trabalhadas fora com as atividades exercidas ao chegar em casa, as mulheres gastam, em média, 57,1 horas semanais.
"A mudança vital foi a transição feminina de ter emprego para construir carreira. Até a década de 1970 a maioria das mulheres parava de trabalhar antes dos 35 anos para cuidar da casa e dos filhos. Hoje, a maioria pretendem conciliar as atividades domésticas e profissionais.

PROGRESSOS

A raiz dessa mudança está na revolução social e cultural a partir da década de 1960. "As jovens daquela época lutavam pela igualdade com os homens e acabaram com o estigma de que lugar de mulher era em casa e passaram a educar suas filhas para pensar em uma carreira", diz.

FUTURO 

As mulheres têm se dedicado muito aos estudos, tanto é que o índice do público feminino nas faculdades é maior do que o masculino. Apesar de ainda ganharem menos, o futuro é bastante promissor .
Sendo assim, é necessário adaptar o mercado de trabalho e as políticas sociais aos valores e limitações próprios das mulheres e dos homens.
"As mudanças nos arranjos familiares, com mais mulheres chefes de família, o tempo médio de estudo do público feminino e o percentual crescente das que entram no mercado de trabalho são algumas das principais mudanças registradas entre 1998 e 2008, o que mostra que o futuro é promissor neste aspecto.

Violência Doméstica no Brasil – Lei Maria da Penha

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo onde  revela dados inéditos sobre a violência contra a mulher.  De acordo com o levantamento, o Brasil registrou, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios, ou seja, mortes de mulheres decorrentes de conflito de gênero, crimes geralmente cometidos por parceiros íntimos ou ex-parceiros das vítimas. O número indica uma taxa de 5,82 casos para cada 100 mil mulheres.
A pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, coordenada pela técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Leila Posenato Garcia, avaliou o impacto da Lei Maria da Penha sobre a mortalidade de mulheres por agressões. Infelizmente, o estudo mostra que não houve redução das taxas anuais de mortalidade, comparando o período antes e depois da Lei, que entrou em vigor em setembro de 2006. Entre 2001 e 2006, a taxa de mortalidade por 100 mil mulheres foi de 5,28. Já de 2007 a 2011, o número foi de 5,22. Conforme destaca o estudo, em 2007 houve uma ligeira queda, imediatamente após a vigência da Lei.
O Espírito Santo é o estado com maior taxa de feminicídios, com 11,24 para cada 100 mil mulheres, seguido pela Bahia (9,08) e Alagoas (8,84). O nordeste é a região com taxas mais altas, com média de 6,9.

A pesquisa, que foi realizada com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, ainda calcula que, em média, ocorrem 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia.
As mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Ou seja, mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
Outro fato revelado pela pesquisa é que as mulheres negras e pobres são as principais vítimas da violência. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.
A pesquisa do Ipea alerta para os dados preocupantes em relação à violência contra mulher. Mas destaca também que o óbito é a “ponta do iceberg”. “O ‘lado submerso do iceberg’ esconde um mundo de violências não-declaradas, especialmente a violência rotineira contra mulheres no espaço do lar”, diz o documento.
O estudo ressalta ainda a dificuldade de obtenção de informações acuradas sobre feminicídios: “Os sistemas de informação sobre mortalidade não documentam a relação entre vítima e perpetrador, ou os motivos do homicídio. Por isso, foi feita recomendação para a inclusão de um campo na declaração de óbito (DO), visando a permitir a identificação dos óbitos de mulheres decorrentes de situações de violência doméstica, familiar ou sexual e o monitoramento destes eventos”.

O que esperamos ?

Através dos dados acima mencionados “in totum” pelo IPEA, o Brasil tendo em seu comando uma mulher , várias ministras , secretarias que visam melhorias de políticas públicas para as mulheres, mas que até agora não fez nada de concreto e eficaz !  Assim cobramos e esperamos que sejam tomadas medidas urgentes, não podemos mais aceitarmos  tanta violência , precisamos de elaboração de novas legislações mais duras e que realmente sejam eficazes e  realmente cumpridas, afinal somos maioria no país e não podemos mais aceitarmos que homens, ajam como verdadeiros carrascos, decidam e determinem em relação aos nossos corpos e sobre as nossas vidas !    

por:Esilda Alciprete 
Advogada e Consultora Internacional
 
 

por: Esilda Alciprete

Histórico

Historicamente a luta da Mulher começaram a partir da Revolução francesa, em 1789, onde as mulheres passaram a atuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando a melhoria das condições de vida e trabalho, a participação política, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos.

É nessa época que surge o nome da francesa Olympe de Gouges. Em 1791, ela lança a "Declaração dos Direitos da Cidadã", onde reivindicava o "direito feminino a todas as dignidades, lugares e empregos públicos segundo suas capacidades".

Afirmava também que "se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, poderia poder subir também à tribuna". Olympe de Gouges foi julgada, condenada à morte e guilhotinada em 3 de março de 1793, por "ter querido ser um homem de estado e ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo". À partir desse mesmo ano, as associações femininas foram proibidas na França.

Surgiram também manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, na Primeira Guerra Mundial. Após a Guerra e a Segunda Revolução Industrial, as indústrias incorporaram as mulheres para mão-de-obra, e devido às condições insalubres de trabalho, os protestos eram freqüentes.

Assim, devido aos grandes protestos em nível mundial culminou que no dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi violentamente reprimida. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Onde 130 mulheres tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano e covarde, uma verdadeira barbárie!

Podemos observar que através dos tempos a mulher veio reivindicando seu lugar na sociedade extremamente machista e somente no ano de 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro, sendo que o dia 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Atualmente, a data perdeu um pouco seu sentido original, e tem mais um caráter festivo e comercial.

Objetivo da Data

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher.

Mesmo com todos os avanços em pleno século XXI , ainda sofremos, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

No Brasil podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

No entanto, expressivas desigualdades ainda perduram entre gênero e raça no mercado de trabalho no Brasil, principalmente quando o assunto é remuneração. Os salários chegam a ser entre 25% e 30% menores do que os homens para funções semelhantes.

De 1992 para cá, a participação de mulheres com emprego fora de casa evoluiu de 56,7% para 64%, representando expansão de sete pontos percentuais. Os dados são da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Entre o sexo feminino, o índice de desemprego é alto e ainda muito superior quando comparado ao dos homens. Fatia de 19% das mulheres está fora do mercado de trabalho, enquanto entre os homens esse número só chega a 10,2%.

Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que na Região Metropolitana de São Paulo a taxa de desemprego feminino caiu pelo sexto ano consecutivo em 2009, para 16,2%, saindo de 16,5% em 2008.

Entre os homens, houve elevação de 10,7% para 11,6% no período. Segundo a OIT, a taxa de desocupação mundial entre as mulheres aumentou de 6% para 7% e no ano passado, alta pouco maior que a masculina.

"O crescimento da participação das mulheres no mercado não vem sendo acompanhada de redefinição das relações de gênero no âmbito das responsabilidades domésticas. Esse problema submete as mulheres a dupla jornada de trabalho", explica o sociólogo e consultor de relações humanas Jefferson Sebastião Fernandes.

"A mulher ainda é vista como aquela que pode dar mais trabalho do que o homem, no sentido de gerar gastos para a empresa, seja por causa de licença-maternidade ou de outra atribuição que lhe é confiada em casa", afirma a diretora da OIT Brasil, Laís Abramo.

Chefes de Família

De acordo com o relatório da OIT, o número de mulheres que são chefes de família chegou a 34,9% em 2008, quase dez pontos percentuais, se comparado a uma década atrás, quando elas representavam 25,9%. Assim, também acumulou, ao longo dos anos, jornada de trabalho exaustiva. Juntando a carga de horas trabalhadas fora com as atividades exercidas ao chegar em casa, as mulheres gastam, em média, 57,1 horas semanais.

"A mudança vital foi a transição feminina de ter emprego para construir carreira. Até a década de 1970 a maioria das mulheres parava de trabalhar antes dos 35 anos para cuidar da casa e dos filhos. Hoje, a maioria pretendem conciliar as atividades domésticas e profissionais.

PROGRESSOS

A raiz dessa mudança está na revolução social e cultural a partir da década de 1960. "As jovens daquela época lutavam pela igualdade com os homens e acabaram com o estigma de que lugar de mulher era em casa e passaram a educar suas filhas para pensar em uma carreira", diz.

Futuro

As mulheres têm se dedicado muito aos estudos, tanto é que o índice do público feminino nas faculdades é maior do que o masculino. Apesar de ainda ganharem menos, o futuro é bastante promissor .
Sendo assim, é necessário adaptar o mercado de trabalho e as políticas sociais aos valores e limitações próprios das mulheres e dos homens.

"As mudanças nos arranjos familiares, com mais mulheres chefes de família, o tempo médio de estudo do público feminino e o percentual crescente das que entram no mercado de trabalho são algumas das principais mudanças registradas entre 1998 e 2008, o que mostra que o futuro é promissor neste aspecto.

Violência Doméstica no Brasil – Lei Maria da Penha

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo onde revela dados inéditos sobre a violência contra a mulher. De acordo com o levantamento, o Brasil registrou, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios, ou seja, mortes de mulheres decorrentes de conflito de gênero, crimes geralmente cometidos por parceiros íntimos ou ex-parceiros das vítimas. O número indica uma taxa de 5,82 casos para cada 100 mil mulheres.

A pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, coordenada pela técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Leila Posenato Garcia, avaliou o impacto da Lei Maria da Penha sobre a mortalidade de mulheres por agressões. Infelizmente, o estudo mostra que não houve redução das taxas anuais de mortalidade, comparando o período antes e depois da Lei, que entrou em vigor em setembro de 2006. Entre 2001 e 2006, a taxa de mortalidade por 100 mil mulheres foi de 5,28. Já de 2007 a 2011, o número foi de 5,22. Conforme destaca o estudo, em 2007 houve uma ligeira queda, imediatamente após a vigência da Lei.

O Espírito Santo é o estado com maior taxa de feminicídios, com 11,24 para cada 100 mil mulheres, seguido pela Bahia (9,08) e Alagoas (8,84). O nordeste é a região com taxas mais altas, com média de 6,9.

A pesquisa, que foi realizada com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, ainda calcula que, em média, ocorrem 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia.

As mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Ou seja, mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.

Outro fato revelado pela pesquisa é que as mulheres negras e pobres são as principais vítimas da violência. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.

A pesquisa do Ipea alerta para os dados preocupantes em relação à violência contra mulher. Mas destaca também que o óbito é a “ponta do iceberg”. “O ‘lado submerso do iceberg’ esconde um mundo de violências não-declaradas, especialmente a violência rotineira contra mulheres no espaço do lar”, diz o documento.

O estudo ressalta ainda a dificuldade de obtenção de informações acuradas sobre feminicídios: “Os sistemas de informação sobre mortalidade não documentam a relação entre vítima e perpetrador, ou os motivos do homicídio. Por isso, foi feita recomendação para a inclusão de um campo na declaração de óbito (DO), visando a permitir a identificação dos óbitos de mulheres decorrentes de situações de violência doméstica, familiar ou sexual e o monitoramento destes eventos”.

O que esperamos ?

Através dos dados acima mencionados “in totum” pelo IPEA, o Brasil tendo em seu comando uma mulher , várias ministras , secretarias que visam melhorias de políticas públicas para as mulheres, mas que até agora não fez nada de concreto e eficaz ! Assim cobramos e esperamos que sejam tomadas medidas urgentes, não podemos mais aceitarmos tanta violência , precisamos de elaboração de novas legislações mais duras e que realmente sejam eficazes e realmente cumpridas, afinal somos maioria no país e não podemos mais aceitarmos que homens, ajam como verdadeiros carrascos, decidam e determinem em relação aos nossos corpos e sobre as nossas vidas !

por: Esilda Alciprete
Advogada e Consultora Internacional
http://alciprete63.wix.com/esilda-alciprete
 
 
Foto: 8 de Março – Dia da Mulher – Temos motivos para Comemorar 
por: Esilda Alcipreste

Histórico

Historicamente a luta da Mulher  começaram a partir da Revolução francesa, em 1789, onde as mulheres passaram a atuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando a melhoria das condições de vida e trabalho, a participação política, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos. 
É nessa época que surge o nome da francesa Olympe de Gouges. Em 1791, ela lança a "Declaração dos Direitos da Cidadã", onde reivindicava o "direito feminino a todas as dignidades, lugares e empregos públicos segundo suas capacidades". 
Afirmava também que "se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, poderia poder subir também à tribuna". Olympe de Gouges foi julgada, condenada à morte e guilhotinada em 3 de março de 1793, por "ter querido ser um homem de estado e ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo". À partir desse  mesmo ano, as associações femininas foram proibidas na França.
Surgiram também manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, na Primeira Guerra Mundial. Após a Guerra e a Segunda Revolução Industrial, as indústrias incorporaram as mulheres para mão-de-obra, e devido às condições insalubres de trabalho, os protestos eram freqüentes.
Assim, devido aos grandes protestos em nível mundial culminou que no dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram  melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. 
A manifestação foi violentamente reprimida. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Onde 130 mulheres tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano e covarde, uma verdadeira barbárie!
Podemos observar que através dos tempos a mulher veio reivindicando seu lugar na sociedade extremamente machista  e somente no ano de 1910, durante  a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro, sendo que o dia 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Atualmente, a data perdeu um pouco seu sentido original, e tem mais um caráter festivo e comercial.

Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. 
Mesmo com todos os avanços em pleno século XXI ,  ainda sofremos, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
 
Conquistas das Mulheres Brasileiras 

No Brasil podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
No entanto, expressivas desigualdades ainda perduram entre gênero e raça no mercado de trabalho no Brasil, principalmente quando o assunto é remuneração. Os salários chegam a ser entre 25% e 30% menores do que os homens para funções semelhantes.
De 1992 para cá, a participação de mulheres com emprego fora de casa evoluiu de 56,7% para 64%, representando expansão de sete pontos percentuais. Os dados são da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Entre o sexo feminino, o índice de desemprego é alto e ainda muito superior quando comparado ao dos homens. Fatia de 19% das mulheres está fora do mercado de trabalho, enquanto entre os homens esse número só chega a 10,2%.
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que na Região Metropolitana de São Paulo a taxa de desemprego feminino caiu pelo sexto ano consecutivo em 2009, para 16,2%, saindo de 16,5% em 2008.
Entre os homens, houve elevação de 10,7% para 11,6% no período. Segundo a OIT, a taxa de desocupação mundial entre as mulheres aumentou de 6% para 7% e no ano passado, alta pouco maior que a masculina.
"O crescimento da participação das mulheres no mercado não vem sendo acompanhada de redefinição das relações de gênero no âmbito das responsabilidades domésticas. Esse problema submete as mulheres a dupla jornada de trabalho", explica o sociólogo e consultor de relações humanas Jefferson Sebastião Fernandes.
"A mulher ainda é vista como aquela que pode dar mais trabalho do que o homem, no sentido de gerar gastos para a empresa, seja por causa de licença-maternidade ou de outra atribuição que lhe é confiada em casa", afirma a diretora da OIT Brasil, Laís Abramo.

CHEFES DE FAMÍLIA 

 De acordo com o relatório da OIT, o número de mulheres que são chefes de família chegou a 34,9% em 2008, quase dez pontos percentuais, se comparado a uma década atrás, quando elas representavam 25,9%. Assim, também acumulou, ao longo dos anos, jornada de trabalho exaustiva. Juntando a carga de horas trabalhadas fora com as atividades exercidas ao chegar em casa, as mulheres gastam, em média, 57,1 horas semanais.
"A mudança vital foi a transição feminina de ter emprego para construir carreira. Até a década de 1970 a maioria das mulheres parava de trabalhar antes dos 35 anos para cuidar da casa e dos filhos. Hoje, a maioria pretendem conciliar as atividades domésticas e profissionais.

PROGRESSOS

A raiz dessa mudança está na revolução social e cultural a partir da década de 1960. "As jovens daquela época lutavam pela igualdade com os homens e acabaram com o estigma de que lugar de mulher era em casa e passaram a educar suas filhas para pensar em uma carreira", diz.

FUTURO 

As mulheres têm se dedicado muito aos estudos, tanto é que o índice do público feminino nas faculdades é maior do que o masculino. Apesar de ainda ganharem menos, o futuro é bastante promissor .
Sendo assim, é necessário adaptar o mercado de trabalho e as políticas sociais aos valores e limitações próprios das mulheres e dos homens.
"As mudanças nos arranjos familiares, com mais mulheres chefes de família, o tempo médio de estudo do público feminino e o percentual crescente das que entram no mercado de trabalho são algumas das principais mudanças registradas entre 1998 e 2008, o que mostra que o futuro é promissor neste aspecto.

Violência Doméstica no Brasil – Lei Maria da Penha

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo onde  revela dados inéditos sobre a violência contra a mulher.  De acordo com o levantamento, o Brasil registrou, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios, ou seja, mortes de mulheres decorrentes de conflito de gênero, crimes geralmente cometidos por parceiros íntimos ou ex-parceiros das vítimas. O número indica uma taxa de 5,82 casos para cada 100 mil mulheres.
A pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, coordenada pela técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea Leila Posenato Garcia, avaliou o impacto da Lei Maria da Penha sobre a mortalidade de mulheres por agressões. Infelizmente, o estudo mostra que não houve redução das taxas anuais de mortalidade, comparando o período antes e depois da Lei, que entrou em vigor em setembro de 2006. Entre 2001 e 2006, a taxa de mortalidade por 100 mil mulheres foi de 5,28. Já de 2007 a 2011, o número foi de 5,22. Conforme destaca o estudo, em 2007 houve uma ligeira queda, imediatamente após a vigência da Lei.
O Espírito Santo é o estado com maior taxa de feminicídios, com 11,24 para cada 100 mil mulheres, seguido pela Bahia (9,08) e Alagoas (8,84). O nordeste é a região com taxas mais altas, com média de 6,9.

A pesquisa, que foi realizada com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, ainda calcula que, em média, ocorrem 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia.
As mulheres jovens foram as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Ou seja, mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.
Outro fato revelado pela pesquisa é que as mulheres negras e pobres são as principais vítimas da violência. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.
A pesquisa do Ipea alerta para os dados preocupantes em relação à violência contra mulher. Mas destaca também que o óbito é a “ponta do iceberg”. “O ‘lado submerso do iceberg’ esconde um mundo de violências não-declaradas, especialmente a violência rotineira contra mulheres no espaço do lar”, diz o documento.
O estudo ressalta ainda a dificuldade de obtenção de informações acuradas sobre feminicídios: “Os sistemas de informação sobre mortalidade não documentam a relação entre vítima e perpetrador, ou os motivos do homicídio. Por isso, foi feita recomendação para a inclusão de um campo na declaração de óbito (DO), visando a permitir a identificação dos óbitos de mulheres decorrentes de situações de violência doméstica, familiar ou sexual e o monitoramento destes eventos”.

O que esperamos ?

Através dos dados acima mencionados “in totum” pelo IPEA, o Brasil tendo em seu comando uma mulher , várias ministras , secretarias que visam melhorias de políticas públicas para as mulheres, mas que até agora não fez nada de concreto e eficaz !  Assim cobramos e esperamos que sejam tomadas medidas urgentes, não podemos mais aceitarmos  tanta violência , precisamos de elaboração de novas legislações mais duras e que realmente sejam eficazes e  realmente cumpridas, afinal somos maioria no país e não podemos mais aceitarmos que homens, ajam como verdadeiros carrascos, decidam e determinem em relação aos nossos corpos e sobre as nossas vidas !    

por:Esilda Alciprete 
Advogada e Consultora Internacional

quarta-feira, 5 de março de 2014

Air France busca renovação de luxo após beirar a falência


Companhia aérea passará por uma transformação que vai abranger desde assentos de alta qualidade a telas de entretenimento maiores

Molly Schuetz, da
Pascal Le Segretain/Getty Images
Aviões da Air France
Aviões da Air France: companhia investirá € 1 bilhão em três ou quatro anos para aumentar o atrativo da sua frota de longa distância

Nova York - O Air France-KLM, a maior companhia aérea da Europa, passará por uma transformação que vai abranger desde assentos de alta qualidade a telas de entretenimento maiores, enquanto o CEO Alexandre de Juniac tenta recuperar a empresa que beirou a falência.

Juniac, que se tornou CEO em julho, vai combinar adicionais de luxo, como refeições gourmet, com um esforço de redução de gastos que eliminará quase 10.000 empregos entre 2011 e 2015. Como os viajantes estão prontos para gastar mais, o investimento na experiência do cliente está intimamente ligado às economias, disse ele.

“Não podemos concorrer com as companhias aéreas do Golfo e da Ásia se não fornecermos o melhor serviço e o melhor produto”, disse Juniac, 51, ontem em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York.

Apostar que o futuro da empresa está nas mãos dos viajantes premium faz com que Juniac enfrente concorrentes de longa distância — como a Etihad Airways PJCS, a Qatar Airways Ltd. e a Singapore Airlines Ltd. — que atualizaram seus jatos anteriormente. A Air France-KLM, com sede em Paris, registrou cinco perdas anuais em seis anos, pois o gasto em mão de obra superou o de combustível, uma reversão da situação na indústria dos EUA, que voltou a ser eficiente.

“Estávamos indo à falência”, disse Juniac, que assumiu a chefia da Air France-KLM após liderar a unidade da Air France por cerca de um ano e meio.

Após chegar tarde ao jogo dos equipamentos de luxo, que agora são o padrão em linhas aéreas como a Emirates e a Singapore Airlines, a Air France-KLM investirá 1 bilhão de euros (US$ 1,37 bilhões) em três ou quatro anos para aumentar o atrativo da sua frota de longa distância.


Assentos mais compridos


Os assentos totalmente reclináveis da classe executiva serão mais compridos do que os oferecidos pelos concorrentes, com travesseiros de pena e edredons, telas de mídia maiores e novos cardápios, disse Juniac. Ele disse que fez questão pessoalmente de que os passageiros tenham mais espaço para os pés.

 Acreditamos que as pessoas estão cansadas de ser maltratadas”, disse Juniac. “As pessoas estarão dispostas a pagar um pouco mais pela passagem aérea”.

O número de passageiros de voos internacionais em assentos da classe premium subiu 4,2 por cento em 2013 frente ao ano anterior, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo. O mercado do Atlântico Norte, o maior em receita e onde a Air France-KLM atua, aumentou 2,4 por cento após ganhar somente 0,6 por cento no ano anterior, quando a Europa estava atolada na recessão.

As taxas mais altas para os voos de longa distância fazem com que os passageiros premium sejam especialmente valiosos. Dos 15 milhões de viajantes desses voos da Air France no ano passado, 1,6 milhão de passageiros que usaram a classe executiva contribuíram com um terço da receita, disse a empresa.


Rali das ações


Os investidores estão começando a gostar dos planos de recuperação da Air France-KLM, elevando as ações 22 por cento até ontem nos últimos 12 meses. Foi o suficiente para deixá-la na 11° posição entre 30 companhias aéreas no índice Bloomberg World Airlines. O índice CAC All-Tradable da França subiu 20 por cento no mesmo período.

A Air France-KLM também começou a forjar parcerias comerciais para fortalecer sua posição nos mercados fora da Europa, onde o crescimento do tráfego de passageiros é lento e a concorrência dos rivais de baixo custo é feroz.

“A África estará na linha do horizonte”, disse Juniac. A Air France-KLM já possui um acordo para compartilhar códigos de reserva com a Kenya Airways Ltd., arranjo que permite que ambas as companhias aéreas coloquem passageiros nos voos da outra.

Para espalhar sua visão de uma nova cara para a Air France-KLM, Juniac disse que planeja dobrar ou triplicar o orçamento de publicidade. A companhia aérea conta com 150 funcionários trabalhando em redes sociais e anunciará este mês uma nova campanha publicitária global e uma estratégia de investimentos em comunicação, disse.

Justiça condena TAM a indenizar escritório de advocacia


O escritório perdeu três integrantes na tragédia do voo 3054

Elder Ogliari, do
Divulgação/Tam
Avião da TAM
Avião da TAM: a Edison Freitas de Siqueira Advogados Associados ajuizou ação por danos morais e materiais no valor de R$ 32,9 mil

Porto alegre - A 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou a TAM ao ressarcimento de danos materiais a escritório de advocacia que perdeu três integrantes na tragédia do voo 3054, ocorrida no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em 17 de julho de 2007.

A Edison Freitas de Siqueira Advogados Associados ajuizou ação por danos morais e materiais, no valor de R$ 32,9 mil, pela morte da sócia e diretora superintendente Fabiana Amaral, da gerente jurídica Nádia Bianchi Moyses e a da gerente de controladoria e estratégia nacional, Soraya Machado Charara, que iam a São Paulo participar de um seminário jurídico.

A decisão de primeiro grau negou o dano moral, por entender que o autor é pessoa jurídica que não sofreu abalo de honra e de seu bom nome, e determinou o pagamento dos danos materiais, no valor das passagens e dos três notebooks que as passageiras portavam.

Na defesa, a empresa argumentou que danos materiais são indenizados aos familiares das vítimas na forma do pagamento de despesas de funeral e alimentos aos herdeiros e que o autor não comprovou que as funcionárias portavam notebooks porque o equipamento não havia declaração de conteúdo da bagagem. As duas partes recorreram. O tribunal confirmou a sentença no final de fevereiro.