quarta-feira, 26 de março de 2014

Repórter estrangeiro vem conhecer o Rio – e é assaltado


Episódio foi mencionado em matéria do jornal inglês The Independent. Objetivo da viagem, paga pelo governo brasileiro, era promover imagem positiva do país


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Orla de Copacabana, no Rio de Janeiro
Orla de Copacabana, no Rio: a caminhada rápida entre restaurante e hotel de madrugada "provou-se uma má ideia - e talvez ingênua" por parte do grupo de repórteres estrangeiros no Brasil 

São Paulo – O jornalista inglês Ian Herbert veio ao Brasil para conhecer três cidades sede da Copa do Mundo 2014 e, naturalmente, escrever sobre elas no jornal em que trabalha, The Independent. A ironia é que a viagem, custeada pelo governo brasileiro para melhorar a imagem do país, acabou envolvendo uma desagradável tentativa de assalto na madrugada do Rio de Janeiro.

“A caminhada deste correspondente na praia de Copacabana com outras quatro pessoas às duas horas da manhã provou-se uma má ideia - e talvez ingênua - quando meia dúzia de jovens se materializou exigindo relógios e dinheiro e empunhando armas”, escreveu ele na reportagem, publicada no último domingo.

Apesar do susto, o repórter afirma que o grupo foi embora sem levar “nada”. Em entrevista ao UOL, que descobriu o caso, o jornalista disse que os profissionais gritaram para chamar atenção e que a chegada de um casal acabou dispersando os ladrões.

A viagem, que durou toda a semana passada, foi oferecida pelo governo brasileiro. Chamadas de "press trips", esses convites são usados rotineiramente pelo poder público e por empresas para apresentar a pessoas da imprensa novos produtos e lugares (e estimular que abordem o assunto em textos jornalísticos, se acharem interessante).

Outros cinco profissionais também vieram ao país. Mas um deles, do jornal The Guardian, não fez referência ao episódio em matéria publicada no último sábado.

A Embratur, órgão que promove o turismo nacional no Brasil e exterior, foi quem bancou a viagem, que incluiu ainda as cidades de Fortaleza e Manaus. O valor gasto não foi divulgado até o momento.

Apesar da tentativa de promoção, o titulo da matéria do The Independent – “É caos no Brasil, mas não entre em pânico” indica que a iniciativa acabou tendo efeito contrário.

Uma leitura atenta, porém, mostra que o jornalista Ian Herbert, apesar de mencionar todos os problemas envolvendo a organização do evento, teve olhos mais benevolentes e contextualizadores que a média do que é publicado lá fora.

“Nada disso significa que a Copa não funcionará”, salienta ele em determinado trecho, completado por uma fala do secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.

“Se as pessoas não tiverem uma visão mais generosa (em relação aos países em desenvolvimento), então esses eventos se tornarão festas de homens ricos", afirmou o segundo homem na hierarquia do Ministério do Esporte.

O Independent cita também que várias obras não teriam começado sem o Mundial, e que hoje é possível “enviar e-mail com um vídeo de um celular enquanto se navega no rio Amazonas, se você preferir não olhar para os jacarés Cayman”.

“O torneio que está para começar pode ter imperfeições, mas vai viver por muito tempo na memória”, encerra a reportagem do jornalista. E tudo isso apesar do assalto.

Corte de rating ameaça grau de investimento de 16 empresas


Companhias podem perder sua condição de grau de investimento atribuído pela Standard & Poor's se agência reduzir seus ratings de crédito

Mario Tama/Getty Images/AFP
Agência Standard %26 Poor's (S&P)
Standard & Poor's: agência anunciou ações imediatas de redução dos ratings de Petrobras, Eletrobras e Samarco já na segunda

São Paulo - Até 16 empresas não financeiras do Brasil, incluindo grandes grupos, podem perder sua condição de grau de investimento atribuído pela Standard & Poor's se a agência de classificação de risco reduzir seus ratings de crédito, após ter rebaixado a nota soberana do Brasil para "BBB-" no começo desta semana.

Na segunda-feira, quando rebaixou a nota do Brasil em moeda estrangeira na escala global citando preocupações com a política fiscal e o baixo crescimento econômico, a S&P anunciou ações imediatas de redução dos ratings de Petrobras, Eletrobras e Samarco. Todas elas ainda permaneceram, após o corte, dentro da escala de grau de investimento.

A S&P prosseguiu com os ajustes e reduziu na terça-feira os ratings atribuídos a 13 instituições financeiras no Brasil, também como consequência do rebaixamento da nota do país, segundo comunicado da agência de risco à imprensa nesta quarta-feira.

Os cinco bancos brasileiros que não tiveram suas notas alteradas sequer foram mencionados no relatório mais recente da S&P sobre o setor financeiro. Assim, Banco ABC, BTG Pactual, Banrisul, Safra e Votorantim continuam com a nota mínima dentro da faixa considerada grau de investimento.

Segundo levantamento da Reuters, na lista de empresas brasileiras não financeiras com rating atribuído pela S&P aparecem 16 companhias com nota "BBB-", que separa o grau de investimento do grau especulativo. Quanto mais baixa a nota, maior o risco de inadimplência e, como resultado disso, maior o custo do capital para as empresas.

Nesse universo, três companhias aparecem em observação negativa: Oi, Telemar Norte Leste e CSN. Ou seja, elas já tinham viés de rebaixamento do rating independentemente da nota soberana.

Com perspectiva estável e também classificadas como "BBB-" estão nomes como Braskem, BRF, Gerdau, Klabin e Localiza.

Além de ter se pronunciado e agido sobre os ratings de instituições financeiras e de Petrobras, Eletrobras e Samarco, a S&P informou que o "downgrade" do Brasil não afeta imediatamente a qualidade de crédito de emissões de dívida por governos estaduais e municipais.

Mas a S&P ainda não se manifestou sobre o restante do universo brasileiro de sua cobertura. Procurada, a agência de risco não comentou, até a publicação desta reportagem, sobre eventuais novos cortes de rating de empresas brasileiras não financeiras.

Uma fonte próxima à S&P disse que "não vê como automático" o corte de notas de outras companhias em função da revisão do rating soberano do Brasil, mencionando que cada empresa é vista dentro do seu setor. Há ainda fatores a serem considerados como grau de diversificação geográfica, nível de exportações e o quão relacionadas estão as empresas com o governo federal.

Porém, o movimento de redução não seria surpreendente, uma vez que após revisões de ratings soberanos é relativamente comum que as notas de empresas do país alvo do corte sejam revistas pela agência de classificação na sequência.

Esta aeronave poderia encontrar o avião da Malaysia Airlines


O StratoBus ainda está sendo projetado, ele irá voar a 20 quilômetros de altitude e será usado para missões de vigilância em terra e oceanos

Thales
Imagem conceitual do StratoBus
O StratoBus irá voar a 20 quilômetros de altitude e irá fazer missões de observação

São Paulo – Este é o StratoBus, uma mistura de drone com satélite de observação. Ele está sendo desenvolvido por empresas francesas e deve ser a próxima tecnologia de vigilância (seja militar ou de outro tipo).

O StratoBus deve voar a uma altitude de 20 quilômetros. Isso significa ficar nas primeiras camadas da estratosfera, já acima do campo de tráfego de aviões e jatos.

O corpo da aeronave será feito usando fibra de carbono, o que fará com que seu peso seja reduzido em comparação ao uso de outros materiais. De acordo com o projeto, ela terá de 70 a 100 metros de comprimento e um diâmetro entre 20 e 30 metros e será capaz de levar cargas de até 200 quilos.

O desenvolvedor principal do projeto é a empresa Thales Alenia Space. De acordo com eles, na altitude planejada, o StartoBus será capaz de realizar vigilância de fronteiras, observações em continentes e oceanos (como a busca por navios piratas). Por estar mais próximo da Terra do que satélites, ele será de capaz de captar imagens com melhor resolução e mais zoom. Uma tecnologia deste tipo poderia ser usada em buscas de acidentes de avião, como o Boeing 777 da Malaysia Airlines.

Ele será capaz de realizar missões de longa duração de voo, chegando a até um ano na estratosfera. Devido à proximidade, será possível utilizar o StratoBus para sistemas de comunicação, se necessário.

Além da construção em fibra de carbono, a aeronave será revestida com uma camada de painéis solares. Eles poderão rotar pelo drone-satélite para melhorar a captação da energia solar.

O desenvolvimento, além da Thales, conta com outras empresas: Airbus Defence and Space, Zodiac Marine e CEA-Liten. De acordo com projeções, o primeiro protótipo estará pronto dentro de cinco anos.

Veja um vídeo apresentando o StratoBus:

 https://www.youtube.com/watch?v=1sGqQek3pqQ

Oposição reúne assinaturas no Senado para CPI da Petrobras



Convocação de uma CPI ganhou força depois da divulgação de novas informações sobre a aquisição da uma refinaria em Pasadena

Sergio Moraes/Reuters
Petróleo da Petrobras

Petrobras: criação de uma CPI para investigar a estatal deve causar dificuldades políticas para Dilma, que tentará a reeleição neste ano

Brasília - A oposição anunciou nesta quarta-feira que reuniu as 27 assinaturas necessárias no Senado para convocar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias sobre a Petrobras, com o apoio de senadores de partidos aliados. Agora, os oposicionistas estudam o melhor momento para apresentar o requerimento.

A convocação de uma CPI ganhou força depois da divulgação de novas informações sobre a aquisição da uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras em 2006.

Uma nota divulgada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, afirmando que a decisão foi tomada com base em um documento "técnico e juridicamente falho", deu novos contornos políticos ao caso, e a oposição conseguiu o apoio suficiente para a investigação política.

À época Dilma era ministra-chefe da Casa Civil do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidia o Conselho de Administração da Petrobras.

A criação de uma CPI para investigar a estatal deve causar dificuldades políticas para Dilma, que tentará a reeleição neste ano, e também pode afetar economicamente a companhia, dependendo do avanço das investigações.

Além dos senadores de oposição, apoiaram a CPI parlamentares do PP, PMDB, PDT e PSD, que fazem parte da base aliada. Os oposicionistas conseguiram ainda o apoio dos senadores do PSB, que deixou a coalizão do governo no ano passado, que foram fundamentais para atingir o número mínimo de assinaturas.

Apesar de o foco da investigação parlamentar ser a compra da refinaria, a CPI também deve se debruçar sobre outros temas, como as investigações na Holanda que poderiam apontar pagamento de propina a funcionários da estatal, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e até mesmo a ativação de plataformas de exploração de petróleo sem todas as condições de segurança.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que pretende apresentar o requerimento apenas na próxima semana, já que a intenção da oposição é coletar as 171 assinaturas na Câmara dos Deputados para abrir uma CPI Mista, com deputados e senadores.

Questionado se isso não abriria margem para pressões do governo para que aliados retirassem as assinaturas do requerimento, ele disse que esse risco é maior "depois da leitura do pedido no plenário".

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou à Reuters que acredita que haverá CPI e que agora "é hora de ter calma e administrar" a CPI, que trará mais dificuldades eleitorais para a campanha de reeleição de Dilma.

"Não será a primeira nem a última vez que teremos uma CPI em período eleitoral", afirmou Braga. "A CPI é para desgastar a presidente politicamente", afirmou.

Após rebaixamento do Brasil, S&P reduz rating de bancos


Por Valor

(Atualizada às 4h09) A agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor´s (S&P) divulgou nesta madrugada ter rebaixado o rating de 13 instituições financeiras no Brasil e colocado 27 em observação negativa. 

Entre as instituições rebaixadas, de BBB para BBB-,  estão o Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil, HSBC Brasil, Banco Citibank SA, Itaú BBA,  Banco do Nordeste do Brasil e a Sul América Seguros. A perspectiva é estável.

O rating do BNDES referente a  moeda estrangeira foi cortado para BBB-  e  em moeda local a BBB+, também com perspectiva estável

Entre as 27 instituições em observação negativa estão o Banco Safra, Banco Votorantim, BTG Pactual, Pine, Fibra, Daycoval, Indusval,  BMG, Paraná Banco e Mercantil do Brasil.

“As ações relacionadas à classificação de risco de crédito decorrem de nosso rebaixamento do Brasil, o qual reflete a combinação de derrapagem fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal permanecerá fraca em meio ao crescimento econômico restrito nos próximos anos, a pequena margem para ajuste da política fiscal antes das eleições de outubro e um certo enfraquecimento das contas externas do Brasil”, diz o comunicado da S&P divulgado nesta madrugada.

Na segunda-feira, a S&P anunciou o rebaixamento da nota soberana do Brasil, de BBB para BBB-, último nível considerado como grau de investimento pela agência de classificação de risco de crédito. A perspectiva do rating do Brasil é estável. Também na segunda-feira foram rebaixados, de BBB para BBB-, os ratings da Petrobras, da Eletrobras e da mineradora Samarco - empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton  -, todas com perspectiva estável.

(Valor)

Pão de Açúcar cresce mais que concorrentes e lidera ranking do setor


Por Valor
Divulgação/GPA


SÃO PAULO  -  A rede de supermercados Pão de Açúcar, que inclui o Extra e o atacarejo Assaí, cresceu mais do que seus principais concorrentes e lidera o ranking do setor, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Carrefour ficou em segundo, seguido pelo Walmart, Cencosud e Zaffari.

De acordo com a Abras, o setor supermercadista registrou faturamento de R$ 272,2 bilhões em 2013, um crescimento real de 5,5% na comparação com 2012, e atingiu 5,6% do PIB.

O faturamento das 20 maiores empresas evoluiu 10,7%, passando de R$ 155,6 bilhões em 2012 para R$ 172,2 bilhões em 2013.

O grupo Pão de Açúcar registrou faturamento de R$ 64,4 bilhões, após crescimento de 12,5%. Carrefour somou R$ 34 bilhões, alta de 8,1%. Walmart somou R$ 28,5 bilhões, com expansão de 9,8%. Cencosud faturou R$ 9,8 bilhões, com alta de 1,0%, e a Companhia Zaffari terminou o o ano com R$ 3,8 bilhões, avanço de 13,9%.

No grupo das 20 maiores o maior crescimento de faturamento foi registrado pelo Comercial Zaragoza, que controla os supermercados Villareal e o Spani Atacadista, com expansão de 25,4%, para R$ 1,4 bilhão.

Juro médio das operações de crédito é o maior desde maio de 2012

Por Eduardo Campos e Monica Izaguirre | Valor
 
BRASÍLIA  -  (Atualizada às 11h42) Os juros médios cobrados pelo sistema financeiro nas suas operações de crédito subiram de 20,7% ao ano para 20,9% ao ano entre janeiro e fevereiro, maior patamar desde maio de 2012. A alta mensal acontece em linha com a continuidade do movimento de aumento da taxa básica de juro, que está em 10,75% ao ano.

Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC), mostram que o custo médio do dinheiro subiu 2,4 ponto percentual desde que o Copom começou a apertar as condições monetárias em abril do ano passado.

Em fevereiro, a alta dos juros foi mais forte nas operações contratadas com pessoas físicas, cujas taxas médias subiram de 26,8% em janeiro para 27,2% em fevereiro, maior patamar desde maio de 2012. Já para as pessoas jurídicas as taxas apontaram alta de 0,1 ponto, para 16%, vindo de 15,9% em janeiro.

A alta dos juros cobrados pelo sistema financeiro em fevereiro é explicada pelos spreads bancários, que avançaram em 0,4 ponto, para 12,2 ponto percentual em fevereiro. O spread é a diferença entre os custos de captação dos bancos e o percentual cobrado dos clientes nos empréstimos. O custo médio de captação dos bancos não contribuiu para a alta do juro, ao cair 0,2 ponto, de 8,9 ponto em janeiro para 8,7 ponto em fevereiro.

Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread passou de 17,3 pontos percentuais para 18 pontos percentuais de janeiro para fevereiro. No crédito às empresas, foi verificada alta de 7,6 pontos para 7,7 pontos.

O BC apontou ainda que o saldo dos empréstimos e financiamentos do sistema financeiro nacional (SFN) aumentou 0,6% em fevereiro, fechando o mês em R$ 2,733 trilhões. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para os 12 meses encerrados em cada período, o estoque de crédito no Brasil manteve-se em 55,8% de janeiro para fevereiro.

O crescimento de 0,6% observado em relação à carteira toda do sistema foi puxado mais pelas operações com recursos obrigatórios, o chamado crédito direcionado, que aumentou 1,2% e atingiu R$ 1,240 trilhão.
O saldo dos empréstimos originados de recursos de livre aplicação pelo sistema financeiro subiu apenas 0,1% de janeiro para fevereiro, fechando o bimestre em R$ 1,492 trilhão.

Olhando só para o crédito livre, os números do BC mostram expansão de 0,4% no saldo das operações com empresas e retração de 0,3% na parte da carteira relativa à clientela de pessoas físicas.
Houve concessões de crédito livre novo para as famílias, mas elas foram 0,9% menores em fevereiro do que em janeiro. Já o fluxo de crédito novo com recursos livres para as empresas aumentou 4% nessa mesma comparação.

Quanto às operações feitas a partir de recursos direcionados, o BC observou aumento de 1,2% no estoque. Olhando só para essa parte da carteira do sistema financeiro, o saldo subiu 0,8% para as empresas e 1,8% para as famílias. Já as concessões foram 5,2% maiores que em janeiro, com variação mais expressiva no caso do crédito novo a empresas (7,6%) do que a pessoas físicas (1,8%).