quinta-feira, 7 de agosto de 2014

UBS estuda aquisição de gestor de fortunas no Brasil


Segundo CEO, banco quer multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020

Cristiane Lucchesi, da
Chris Ratcliffe/Bloomberg
Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido
Recepção da área de gestão de riquezas do banco UBS em Londres, Reino Unido

São Paulo - O UBS, o maior banco suíço, está estudando a compra de uma empresa de gestão de riquezas no Brasil para multiplicar por sete o tamanho do negócio até 2020, disse Sylvia Coutinho, CEO da unidade brasileira do banco.

“Estamos à procura de oportunidades de aquisição no mercado brasileiro”, disse a executiva, em 31 de julho, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em junho de 2013.

O UBS planeja contratar mais pessoas para seu negócio de gestão de riquezas e abrir escritórios no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte para atender clientes ricos mais de perto se não puder encontrar uma firma para comprar, disse ela.

“O foco serão os clientes de renda mais alta, com R$ 5 milhões (US$ 2,2 milhões) ou mais para investir com a gente”, disse Sylvia, que anteriormente foi diretora de banco de varejo e gestão de riquezas para a América Latina do HSBC Holdings.

O UBS está expandindo a gestão de riquezas nos mercados emergentes e na Ásia enquanto recua no setor de banco de investimento e deixa a maior parte dos negócios de comercialização de dívidas em meio a exigências mais estritas de capital. 

A empresa com sede em Zurique foi classificada como a maior gestora de riquezas do mundo pelo segundo ano seguido depois que o total de ativos sob sua gestão subiu 15 por cento, para US$ 1,97 trilhão, segundo um relatório do mês passado da Scorpio Partnership, empresa de consultoria com sede em Londres.

O Credit Suisse Group AG também decidiu expandir suas operações de gestão de riquezas no Brasil abrindo escritórios fora de São Paulo, em Belo Horizonte e Porto Alegre, e está formando parcerias com os principais gestores de fundos locais, disse José Olympio Pereira, CEO do banco no Brasil. 

Em março, a Julius Baer Group, que tem sede em Zurique, conquistou clientes brasileiros aumentando sua participação na GPS Investimentos Financeiros e Participações de 30 por cento para 80 por cento.


Meta de receita


O setor de gestão de riquezas do Brasil tinha R$ 591,4 milhões em ativos sob gestão até março, um incremento de 3 por cento em relação a outubro, segundo a Anbima, a associação de mercados de capitais do país. 

O UBS tem R$ 6 bilhões no negócio de private banking no Brasil, contra R$ 65 bilhões do Credit Suisse, disseram os bancos.

O UBS era um grande player do setor de gestão de riquezas no Brasil antes de comprar o Banco Pactual SA do bilionário André Esteves, em 2006, por US$ 3,5 bilhões, para expandir-se no segmento de banco de investimentos. 

Três anos depois, o UBS vendeu o Pactual de volta para Esteves, incluindo o negócio de gestão de riquezas, por US$ 2,5 bilhões.

O UBS tentou comprar a unidade de gestão de riquezas do BNP Paribas SA no Brasil em outubro de 2012, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto na época. O negócio não se concretizou.

O setor de gestão de riquezas atualmente tem um peso pequeno sobre as receitas brasileiras do banco, disse Sylvia, preferindo não revelar números. 

O objetivo é que a participação da área cresça para 50 por cento até 2020, expandindo os ativos sob gestão para R$ 42 bilhões, disse ela.


Link Investimentos


A corretora é o setor que mais contribui com a receita do UBS no Brasil, disse Sylvia, sem fornecer números. A aposta nas negociações de alta frequência ajudou o banco a superar o rival suíço Credit Suisse no mercado de ações no Brasil pela primeira vez neste ano.

O UBS negociou R$ 221 bilhões em títulos e opções de títulos na BM&FBovespa até junho, segundo dados compilados pela bolsa, ampliando sua participação de mercado para 13,8 por cento, contra 11,4 por cento para todo o ano de 2013. 

O Credit Suisse, que tinha uma participação de mercado de 12,1 por cento e R$ 193 bilhões nos seis primeiros meses, dominava as negociações antes de o UBS comprar a Link Investimentos, que tem sede em São Paulo, no ano passado, operação que lhe deu a corretora de mais rápido crescimento no país.
O banco a rebatizou como UBS Brasil.

“Desde a integração com a Link, a receita com corretagem cresceu 20 por cento”, disse Sylvia. A compra foi assinada em abril de 2010 e concluída em janeiro de 2013 com aprovação do governo.
 

‘Mercados fracos’


O UBS, que tem 370 funcionários no Brasil e R$ 650 milhões em ativos, também está contratando para seu banco de investimentos, disse ela. 

Marcos Grodetzky, ex-executivo da processadora de pagamentos Cielo e da fabricante Fibria Celulose, ingressou na empresa no mês passado como consultor sênior.

“Estamos planejando dobrar nossa receita do negócio de banco de investimento neste ano mesmo com a fraqueza dos mercados acionários”, disse Sylvia.

O volume de fusões e aquisições no Brasil aumentou 38 por cento neste ano até 1º de agosto em relação a um ano antes, para US$ 30,3 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. 

O UBS esteve envolvido em US$ 6,5 bilhões em negócios no período e se classificou em nono lugar entre os assessores financeiros brasileiros, mostram os dados.

Número de multimilionários no Brasil cresce 200% em 10 anos


Brasil tem hoje mais de 10 mil indivíduos com patrimônio líquido acima de 10 milhões de dólares, o 10º lugar no ranking mundial


Patrick Fallon/Bloomberg
Mulher caminha na frente de anúncio de loja de jóias em Beverly Hills, EUA
Mulher caminha na frente de anúncio de loja de jóias em Beverly Hills, nos Estados Unidos

São Paulo - Mais de 10 mil brasileiros tem hoje um patrimônio líquido de pelo menos US$ 10 milhões (R$ 22,8 milhões), de acordo com um estudo da consultoria sul-africana New World Wealth.

Isso coloca o Brasil no 10º lugar no ranking mundial de multimilionários, liderado por Estados Unidos (183.500) e China (26.600).

Já as cidades do mundo com mais multimilionários são Hong Kong, Nova York e Londres. São Paulo aparece em 17º, com 4.400 indivíduos, e o Rio de Janeiro em 27º, com 2.200. 

O número de pessoas com mais de US$ 1 milhão no Brasil é estimado pela consultoria em 197.600, a 14ª posição mundial em um ranking liderado por EUA, Japão e Reino Unido.

Entre as cidades com mais milionários, Londres, Nova York e Tóquio lideram e São Paulo aparece em 21º com 84.700 indivíduos. .


Mundo


No total, o mundo tem hoje 13 milhões de milionários, dos quais 495 mil podem ser classificados como multimilionários. 

Nos últimos 10 anos, o crescimento no número de indivíduos com mais de US$ 10 milhões foi de 71%, acima da taxa de 58% entre os que tem acima de US$ 1 milhão.

De acordo com a consultoria, o crescimento mais alto entre os multimilionários pode ser explicado por "uma maior desigualdade de riqueza no topo da pirâmide, uma taxa maior de conversão de milionários em multimilionários e crescimento forte em países com uma proporção alta de multimilionários para milionários (como Rússia e Índia)".

Na América Latina, o número de multimilionários cresceu 265% em 10 anos. No Brasil, assim como em outros emergentes como China, Rússia e Índia, o crescimento ultrapassou 200%.

Os números são similares aos divulgados recentemente pelo estudo World Wealth Report, da Capgemini com a RBC Wealth Management, segundo a qual há 13 milhões de milionários no mundo, 172 mil deles no Brasil.

Os robôs vão acabar com os empregos? Experts estão divididos


Pesquisa perguntou para especialistas se a tecnologia vai matar mais empregos do que criar - e descobriu que eles estão igualmente divididos sobre a questão

Getty Images
Robô
Robô Asimo, da Honda: efeito da tecnologia sobre mercado de trabalho é incerto

São Paulo - A inteligência artificial e os robôs vão destruir mais empregos do que criar até 2025?

Em uma pesquisa com 1.896 experts em tecnologia, 48% disseram que sim - e que isso levará a aumento da desigualdade, desemprego em massa e distúrbios sociais.

"Os empregos que sobrarem serão de pior remuneração e menos seguros do que os existentes agora. O "meio" está se movendo para o fundo", diz Justin Reich, do Berkman Center da Universidade de Harvard.

52% acham que não. Seu argumento é que por mais que alguns empregos sejam substituídos, outros diferentes serão criados, assim como aconteceu em outros períodos.

"Historicamente, a tecnologia criou mais empregos do que destruiu e não há razão para pensar de outra forma nesse caso. Alguém precisa fazer e servir a todos estes dispositivos", diz Vint Cerf, vice-presidente e "evangelista-chefe" do Google.

O levantamento foi feito pelo centro de pesquisa independente americano Pew Research Center como parte das comemorações de 25 anos da internet.

Um estudo da Universidade de Oxford prevê que praticamente metade dos empregos nos Estados Unidos e na União Europeia podem se tornar obsoletos no espaço de 10 a 20 anos.


Futuro


Em uma coisa, todos concordam: a robótica e a inteligência artificial devem ocupar um espaço cada vez maior na vida cotidiana até 2025 e isso vai mexer profundamente com segmentos como saúde, transporte e atendimento ao consumidor.

Escritor de ciência do New York Times, John Markoff acredita que "na próxima década, a era da computação onipresente vai entrar em pleno vigor. Os computadores vão 'desaparecer' e objetos ordinários se tornarão 'mágicos'"

Também há um consenso de que o próprio conceito de "trabalho" será radicalmente modificado, e que nossas instituições públicas - e principalmente nossa educação - não estão preparadas para esse futuro.

"O que deveríamos ensinar às pessoas quando elas podem acessar a totalidade do conhecimento humano o tempo todo?", se pergunta Hal Varian, economista-chefe do Google.

Alguns experts lembram que fatores políticos e sociológicos podem interferir no ritmo de eliminação de empregos, enquanto outros acreditam que a adoção de novas tecnologias não vai acontecer em um ritmo tão acelerado assim.

O debate sobre o impacto da tecnologia na economia esquentou recentemente com a publicação de livros que afirmam que estamos à beira de uma nova revolução industrial e que uma nova sociedade de custo marginal zero trará o fim do capitalismo.

A era das fábricas inteligentes está começando


A indústria mundial está diante de uma nova revolução, que será capitaneada por digitalização e cada vez mais automação. E isso vai mudar a relação de forças entre as nações. O Brasil está pronto para essa nova era?

Melina Costa e Fabiane Stefano, de

Argentina busca ação legal em Haia contra os EUA


Pedido a corte é mais recente movimento da terceira maior economia da América do Sul em sua disputa com os credores "holdouts"

Anthony Deutsch, da
Diego Giudice/Bloomberg
Nota de cinco pesos argentinos
Economia argentina: país caiu na semana passada em default pela segunda vez em 12 anos

Amsterdã - A Argentina pediu nesta quinta-feira à corte internacional de Haia que abra uma ação legal contra os Estados Unidos devido à dívida soberana do país, no mais recente movimento da terceira maior economia da América do Sul em sua disputa com os credores "holdouts".

Um comunicado divulgado pela Corte Internacional de Justiça, mais alta corte da Organização das Nações Unidas para disputas entre países, informou que o pedido foi "transmitido ao governo dos EUA. Entretanto, nenhuma ação será tomada no processo a menos e até" que Washington aceite a jurisdição da corte.

A Argentina informou em seu pedido à corte que os EUA "cometeram violações da soberania e imunidades da Argentina e outras violações relacionadas como resultado de decisões judiciais adotados por tribunais dos EUA".

A Argentina caiu na semana passada em default de sua dívida reestruturada pela segunda vez em 12 anos devido a uma decisão judicial nos EUA que lhe impediu de pagar compromissos com credores reestruturados. Os chamados credores holdouts são aqueles que não aceitaram os termos da reestruturação da dívida argentina, e que entraram na justiça nos EUA para receber integralmente o valor dos títulos. 

Calote da Argentina faz fundo dos Correios derreter


Postalis, fundo de pensão da categoria, vê seus investimentos ruírem 51% após ter aplicado em títulos da dívida argentina


Ueslei Marcelino/Reuters
Cristina Kirchner, presidente da Argentina
As perdas do Postalis chegam a 200 milhões de reais após calote argentino

São Paulo – A dramática novela sobre calote argentino ganhou mais um capítulo nesta semana – e agora quem sofrerá graves consequências é o brasileiro.

O Postalis, fundo de pensão dos Correios, vê seus investimentos ruírem 51% após ter aplicado em títulos da dívida argentina. As perdas chegam a 200 milhões de reais.

As aplicações foram feitas por um fundo (Brasil Sovereign II Fundo de Investimento de Dívida Externa FIDEX) operado pelo Bank of New York Mellon, que comunicou o prejuízo na última quarta-feira.

O Postalis disse por meio de nota que é o único investidor deste fundo. As aplicações chegaram a 370 milhões de reais e foram realizadas entre 2005 e 2008.

O comunicado do Postalis afirma ainda que o fundo já contratou advogados no Brasil e nos Estados unidos para buscar uma solução para o caso.


No tribunal


O juiz norte-americano responsável pelo caso de default da dívida da Argentina determinou na quarta-feira que o Bank of New York Mellon continue retendo a quantia que o país depositou para pagar os detentores de títulos reestruturados.

A Argentina havia dito na terça-feira que exigiria que o BNY Mellon distribuíssem entre seus credores reestruturados os 539 milhões de dólares que caíram em um limbo devido à decisão judicial que impediu o país de finalizar o pagamento de juros antes da data limite de 30 de julho.

A INVENÇÃO DA SOCIEDADE CRIATIVA

A sociedade humana precisa ser reinventada. O ingrediente básico desta invenção é a nossa criatividade. Uma nova visão do que somos está sendo esquecida em diversas áreas da estrutura social atualmente e, por este motivo, nosso maior patrimônio está sendo delapidado - o capital humano.

Dentre os itens que formam a riqueza de nosso planeta, a criatividade ocupa o primeiro lugar na lista de valores que compõem os bens materiais de tudo o que há na Terra, incluindo o ouro, prata, petróleo, jazidas minerais e tecnologia.

Na verdade não há como se mensurar o valor do pensamento criativo. Podemos, todavia, atribuir um valor intangível a este patrimônio humano, que nenhum outro ser vivo possui.

O PIB (Produto Interno Bruto) dos países, deveriam contemplar em sua contabilidade esta riqueza humana. Todavia, por estarmos ainda ligados ao pensamento de consumo e pela cultura de massa, cujo objetivo é manter a imbecilização da cultura humana, não conseguimos sequer admitir esta possibilidade.

Há anos, apresentei um modelo do desenvolvimento do pensar criativo, em uma visão baseada no que chamei de Organizações Mentais do Ser Humano, para justificar o surgimento de uma nova sociedade - A Sociedade Criativa.

Assista aqui a palestra Sociedade Criativa.

NOSSA MEMÓRIA EMOCIONAL E MENTAL

Imagine se existisse um forma de "apagarmos" nossas emoções e pensamentos negativos em nosso psiquismo, e até doenças em nosso corpo físico, usando apenas comandos mentais para isso. A boa notícia é que isso não é somente possível, como também simples e muito eficaz.

Você sabe como funciona o armazenamento na memória em um computador? Elas ficam registradas por um processo magnético, em pequenas unidades chamadas "bits", que formam os "bytes".

Essas informações ocupam um endereço na memória do computador e podem ser alteradas e apagadas (deletadas). Quando são apagadas, entretendo, elas ainda ficam lá fisicamente, e somente "perdemos" o endereço onde estavam gravadas, e aí não podemos mais localizá-las. O espaço de memória (bits) que ela ocupava fica, todavia, disponível para uma nova informação.

Este modelo, na verdade, foi criado a partir do funcionamento de nossa própria mente e cérebro. 
Também armazenamos informações a partir de nossas experiências, que ficam registradas em nossa memória mental e emocional. E também podemos alterar estas infirmações e até mesmo "deletá-las".

Modelos de terapias como a psicanálise e outras disciplinas que tratam da linguagem que utilizamos, como a neurolinguística, por exemplo, dão um novo significado a estas experiências e, consequentemente, mudam a qualidade desta memória armazenada, dando a elas uma nova configuração com o propósito de cura.

A nova configuração ou significação, entretanto, não apaga a informação armazenada. Ela modifica o que existia.

O Programa Destravando os Poderes de Seu Subconsciente não faz uma nova significação da informação armazenada, mas "deleta" e faz, a partir daí, uma "programação" mental para um estado desejado, de forma surpreendentemente simples e eficaz.

Baseado no princípio da ciência informacional, o programa trabalha diretamente nas informações, e não em sua energia, que fica também disponível em nosso sistema psíquico e mental e somente por isso, já se configura como uma cura.

ORGANIZACÕES ORIENTADAS A RESULTADOS

Todas as mudanças acontecem nos limites. Estas fronteiras delimitam a vida. Não fossem os limites, por exemplo, as células se desintegrariam em seu meio ambiente e a vida não seria possível.

Quando as circunstâncias chegam ao seu limite, quando você está no seu limite, é o momento da maior transformação.

A vida tem movimentos caóticos e imprevisíveis, mas há um padrão de organização na vida, que não faz parte de nenhum de seus participantes, mas ao mesmo tempo, é produzido por todos. 

Isso é que define um ser vivo - um padrão de organização que cria a si mesmo, ao mesmo tempo em que tece também o seu meio ambiente.

Quando, por exemplo, uma empresa acredita que existe um "lá fora", um mercado e seus concorrentes, esta crença vai distorcer sua visão

Historicamente as organizações foram concebidas como máquinas, onde seus componentes processam informações voltadas à manutenção de suas funções muito especializadas, assim como no corpo humano.

Sobretudo, importa a manutenção de seu "status quo", e sua visão de sobrevivência. Este tipo de organização está longe de mudanças significativas. 

O importante é o "dinheiro em caixa", uma visão muito rudimentar e grotesca da vida. Acreditam sobretudo no controle, nas avaliações autoritárias, com ênfase na eficiência e na redução de custos.

Seus participantes normalmente ficam alienados nesse contexto e não conseguem ver suas contribuições no resultado final de seus produtos e serviços.

O filme "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, faz uma crítica muito bem humorada e genial sobre este tipo de organização.

O grande desafio, hoje, é conciliar os movimentos caóticos dos participantes e atores do sistema, em uma dinâmica de grupo que seja capaz de se recriar de forma a preservar suas próprias identificações e visões.

As organizações vistas como sistemas vivos são uma metáfora que evidencia e favorece diferentes cenários baseados em uma diversidade de métodos de organização de si mesma.

Todavia, poucas são as empresas dispostas a modificar ou reformular suas visões para serem, de fato, organizações orientadas a resultados.

DA PARANOIA À METANOIA

31/07/2014 15:17
A "Visão" de separação que muitas empresas adotam quando procuram entender o mercado e o ambiente competitivo como algo que está "fora" delas, cria uma crença de que são unidades” independentes" e que, por força disso, se opõem a outras, e ao mercado, como uma reação em cadeia.

É possível entendemos a dinâmica de organizações que desenvolvem este tipo de mecanismo de defesa para perpetuarem seu "status quo" afim de permanecerem estáveis e garantirem sua sobrevivência. 

Por exemplo, quando a empresa vivencia algum tipo de crise ou se envolve em alguma tarefa desafiadora, o grupo reúne energia para enfrentar esta nova situação, que está situada no "mundo exterior".

Nesses casos, o grupo pode sentir uma necessidade de um tipo de suporte psicológico, para superarem tais desafios.

É comum também o grupo apoiar-se em algum símbolo, ou uma metáfora de seu passado glorioso, quando a organização costumava enfrentar suas crises, com relativo sucesso.

Neste caso, é muito comum que esta emergência simbólica fracasse por não corresponder às expectativas fantasiosas dos liderados, que logo procuram um outro tipo de solução, mas ainda dentro de seu sistema de crenças.

As organizações, nestes casos, podem ficar presas nas armadilhas deste tipo de artifício sabotador, substituindo e emperrando uma ação mais realista, o que paralisa também o grupo a ter iniciativas e auto-gerenciarem-se e motivarem-se. Este tipo de maturidade, todavia, é o que se espera para uma transição eficiente, de um estado atual, para um outro desejado.

Assim também, pessoas na organização podem ser usadas para distrair ou mudar o foco de atenção no problema ou na crise, quando tornam-se "bodes expiatórios". São pessoas que o grupo passa a odiar como os "criadores de caso", os "desajustados", e assim por diante. São, contudo, personagens necessários para que o inconsciente da empresa continue a projetar e descarregar energia para aliviar a tensão pela qual está passando.

Por outro lado, os grupos liderados, reagem á esta força inconsciente e desenvolvem mecanismos de defesa em que enviam mensagens frequentes de desagrado, na forma de sabotagens, pouco desempenho de suas funções e, outras formas de expressão agressiva, que variam entre o sadismo e o masoquismo.

Esse ambiente paranoico é um tipo de padrão que muitas organizações adotam inconscientemente, e que projetam invariavelmente, formando o tal "clima organizacional".

Nestes casos as organizações podem desenvolver um tipo de sistema de gratificações e punições em suas diretrizes administrativas, ao invés de olharem para seus processos internos.

Esses mecanismos inconscientes tornam-se tão poderosos, que acabam por refletir um estado coletivo, em que imperam as projeções de efeitos colaterais indesejados no grupo, como por exemplo, o isolamento e a falta de comunicação e a desconfiança entre líderes e liderados.

É muito comum, então, o surgimento de sentimentos coletivos como raiva, medo, inveja e outros impulsos muito destrutivos que irão paralisar a organização em sua iniciativa de se transformar.

Umas das formas eficientes para dissolver este tipo de clima na organização é fazer com que as pessoas se sintam participantes nos processos estratégicos existentes na empresa, onde podem visualizar suas contribuições como resultado de suas atividades. 

O reconhecimento destas contribuições pelos líderes da organização irá favorecer o crescimento e a produtividade do grupo, de forma a se expressarem positivamente e sistematicamente, por meio de mecanismos formais e transparentes a todos dentro da empresa.


AS ORGANIZAÇÕES VISTAS COMO METÁFORAS



Metáforas são figuras de linguagem muito poderosas. Quando falamos, por exemplo, que tal pessoa é uma "máquina", podemos querer dizer com isso que ela tem características de um robô, ou uma força incomum, ou até mesmo que não possui sentimentos, ou todas estas coisas juntas. 

Em qualquer um dos casos, todavia, estas metáforas estão longe de ser a realidade inteira desta pessoa e, por isso, ela vale, ao mesmo tempo, como uma perspectiva. 

A utilização de várias ou um conjunto de metáforas é, assim por dizer, muito útil quando queremos superar várias limitações impostas por outras metáforas.

Nesse sentido, somos capazes de ter vários pontos de vista para abordar uma mesma realidade e reforçarmos o poder da aprendizagem.

É surpreendente ver como as metáforas influenciam a vida das organizações, uma vez que estas convivem com aspectos naturais e artificiais ao mesmo tempo.

Em um artigo que escrevi sobre as organizações como sistemas vivos, falei delas como entidades que aprendem, ou se congelam em suas armadilhas psicológicas. 

Usei a metáfora de uma bicicleta para mostrar a dinâmica de um mecanismo que quando é incorporado em sua própria estrutura, tem a característica de um ser vivo.

A capacidade de lidarmos com as metáforas organizacionais como Mandalas, por exemplo, nos possibilita ver suas realidades mutantes e entendermos os mecanismos do princípio da complementaridade, assim como nos mostra a física quântica.

Todavia, isso é mais fácil de entender, ou melhor dizendo, quando vivemos e visualizamos uma metáfora.

Em meu livro Liderança Criativa - a dimensão espiritual das organizações abordo o tema na forma de pensar as organizações como arquétipos. Assim, podemos ver as empresas como máquinas, como mentes ou ideias, ou como uma entidade que possui uma alma.

Entender desta forma as realidades organizacionais, representa um desafio para administradores e estudiosos do assunto.

Na maioria das vezes, não é fácil encarar a realidade sob estas perspectivas e, até mesmo, pode ser surpreendente e assustador.

Nisso também está envolvido o aspecto da sombra das empresas, que se oculta aos olhos das pessoas e que pode assumir um papel de um ilusionista, que aprisiona as organizações com seus mecanismos de opressão e imposição sob a forma de domínio sobre os outros.

Como diz Maturana:
"Qualquer coisa que destrua ou limite aceitação do outro,desde a competição até a posse da verdade, passando pela certeza ideológica, destrói ou limita o acontecimento do fenômeno social".