Rio de Janeiro - Auditorias internas da
Petrobras para investigar casos de
corrupção tiveram os primeiros efeitos dentro da empresa.
Cinco gerentes que participaram de contratações de equipamentos e
serviços para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco,
perderam cargos de chefia na terça-feira, 18, e poderão ser
demitidos
por justa causa, dependendo do julgamento de uma comissão interna
instaurada para avaliar se participaram de um esquema de recebimento de
propina. Outras exonerações de gerências poderão ainda acontecer nos
próximos dias.
Foi afastado do cargo Glauco Colepicolo Legatti, gerente-geral de
Implementação de Empreendimentos para a refinaria Abreu e Lima. A lista
inclui ainda a chefe de escritório da Petrobras em Singapura, Venina
Velosa da Fonseca; o gerente-geral de Gestão de Tecnologia do Cenpes,
Francisco Paes; o gerente-geral de Compras para Empreendimentos da área
de Abastecimento, Heyder de Moura Carvalho, e o executivo da Logum,
empresa de logística de etanol, Roberto Gonçalves. Formalmente, a
Petrobras não confirma nomes, apenas o afastamento de gerentes.
Procurados pela reportagem, eles não foram encontrados.
Equipe
Os cinco funcionários trabalharam na equipe de Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento, preso pela Polícia Federal, na Operação
Lava Jato. Costa já confessou ter recebido propina de fornecedores da
petroleira para fechar contratos, mas, em notal, a empresa diz que, no
casos desses ex-gerentes, "não há evidência até o momento de dolo, má-fé
ou recebimento de benefícios".
Por isso, não foram demitidos. A companhia admite apenas que eles não
cumpriram normas internas de contratação e alega que "funções gerenciais
não são permanentes, sendo, portanto, de livre nomeação a qualquer
momento".
A decisão, na verdade, estava tomada desde sexta-feira passada, na
reunião do conselho de administração, que avaliou as conclusões de duas
auditorias internas da Petrobras: uma para investigar desvios de
recursos nas obras de Abreu e Lima e outra, no Complexo Petroquímico do
Rio (Comperj).
Segundo fonte, foram citados os nomes de oito funcionários que teriam
agido irregularmente apenas em contratações para a Abreu e Lima. Cinco
deles foram afastados e outros três ainda poderão ser punidos. Há ainda
outros nomes citados na auditoria relativa ao Comperj que deverão sofrer
sanções.
A Petrobras ainda mantém auditoria para investigar se houve corrupção
na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e na contratação da
Toyo Setal para fornecer serviços para o Comperj e para a instalação de
uma unidade de fertilizantes em Minas Gerais. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.