quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Donos da CSN enfrentam dificuldades para reduzir endividamento de holding

Steinbruch

O elevado endividamento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que já colocou uma série de ativos à venda para melhorar a situação financeira, deixa a família Steinbruch, dona da empresa, diante de uma situação mais complicada para equacionar suas próprias dívidas.

Por meio de empresas de participação (holdings), os controladores alavancaram a compra da CSN e utilizaram, ao longo dos anos, os ganhos recebidos da própria siderúrgica para pagar os juros. Agora, com a possibilidade de redução dos dividendos e aumento do custo da dívida, que acompanha a taxa básica de juros da economia (Selic), os membros da família estão negociando alternativas para defender seu patrimônio.

O endividamento das holdings da família Steinbruch, Rio Iaco e Vicunha Aços, soma cerca de R$ 3 bilhões, enquanto os juros anuais estariam em torno de R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, já embutindo a movimentação recente da Selic. Para fazer frente a esses compromissos, a CSN precisaria distribuir anualmente, entre dividendos e juros sobre capital próprio, algo entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões de forma a evitar que a família precise tirar dinheiro do bolso para pagar a remuneração aos credores, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, uma fonte próxima ao assunto.

Agora, no entanto, a companhia está deixando de figurar na lista das maiores distribuidoras de dividendos, onde ganhou espaço nos últimos anos, a despeito do ambiente desfavorável vivido pelo setor siderúrgico. Depois de pagar cerca de R$ 500 milhões no primeiro trimestre do ano, a CSN já anunciou que os dividendos estão, neste momento, fora da agenda da empresa, diante do esforço de redução das dívidas. Procurados, a CSN e Benjamin Steinbruch não comentaram.

A dívida da família Steinbruch foi contraída para comprar a fatia dos Rabinovich, seus antigos sócios, e pagar o BNDES na época do descruzamento das ações da CSN e Vale.

Composição. A dívida da Rio Iaco, que tem participação de 4,2% na CSN, está atrelada a debêntures de R$ 1,656 bilhão, com juros de 114,75% do CDI, que estariam em poder do Bradesco. A Vicunha Aços, controladora da CSN com 51,3%, é emissora de R$ 797 milhões de debêntures que estão com o Banco do Brasil e vêm de uma rolagem também de debêntures da Vicunha Siderúrgica, como parte da estrutura financeira montada para adquirir a CSN décadas atrás.

Pessoas próximas ao realinhamento das dívidas da CSN afirmam que as conversas envolvem todo o grupo. A intenção seria preservar o patrimônio da família. As debêntures da Rio Iaco, detidas pelo Bradesco, e as da Vicunha Aços, que estão com o BB, possuem como garantia real ações da CSN detidas pelas holdings.

A emissão de debêntures da Rio Iaco, por exemplo, possui como garantia fiança prestada por "Rio Purus Participações S.A, Dorothéa Steinbruch e Benjamin Steinbruch" e, além disso, a alienação fiduciária de ações ordinárias da CSN. Conforme fontes, hoje a dívida da família já corresponde a cerca de um terço da participação na CSN, que estaria empenhada com os bancos credores.


A companhia


A dívida elevada vem pressionando a CSN, que montou uma agenda financeira para ajustar sua situação. Neste ano, a companhia contratou Paulo Caffarelli, que ganhou a missão de montar uma força tarefa para reduzir o endividamento e a alavancagem, em meio a um cenário de demanda comprometida por aço no mercado interno e de ciclo de baixa do minério de ferro.

Caffarelli fez carreira no Banco do Brasil, maior credor da CSN, além de ter passagem pelo ministério da Fazenda. Outros importantes credores, segundo fontes, são o Bradesco e a Caixa. Uma das frentes da siderúrgica tem sido a venda de ativos fora do negócio principal (core business). Nessa estratégia, BB, Bradesco BBI, Credit Suisse e Goldman Sachs estão cada um com alguns ativos em mãos em busca de compradores.

A dívida líquida ajustada da CSN ao fim de junho estava em R$ 20,769 bilhões. A alavancagem da companhia, medida pela razão de dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), atingiu 5,61 vezes ao final do segundo trimestre deste ano. O indicador era de 2,71 vezes no mesmo período de 2014 e estava em 4,76 vezes nos três primeiros meses deste ano.

O alerta entre investidores se traduz pelo comportamento dos bônus de dívida da empresa, que despencaram cerca de 30% logo após a divulgação do balanço do segundo trimestre. Desde então, operam em níveis que sinalizam temores de calote ou reestruturação de dívida.

No exterior, também se comenta sobre o endividamento das holdings e eventual impacto nos papéis. Os estrangeiros aguardam agora a venda de ativos, acreditando que esta será a saída mais rápida para as atuais dificuldades da companhia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Baixo crescimento econômico ameaça classe média, diz análise




Mario Tama/Getty Images
Clientes fazem fila na inauguração da primeira loja da Apple no Brasil e na América Latina
Classe média: "A classe média é bastante vulnerável. Basta um crescimento menor que 2% durante dois ou três anos para que a capacidade de gerar emprego seja afetada"
 
Da EFE


Miami - O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) alertou nesta quarta-feira que o arrefecimento do crescimento econômico na região "ameaça a estabilidade da nova classe média" latino-americana.

Em comunicado divulgado hoje em Miami, o presidente-executivo do CAF, Enrique García, afirmou que "se não for alcançado um padrão de crescimento de aproximadamente 5% anuais, muita gente que acredita ser parte da classe média vai voltar a cair na pobreza".

"A classe média é bastante vulnerável. Basta um crescimento menor que 2% durante dois ou três anos para que a capacidade de gerar emprego seja afetada", explicou o representante da CAF, entidade com ativos que superam US$ 30 bilhões e que conta com a participação de 17 países latino-americanos, além de Espanha e Portugal.
Segundo números do Banco Mundial (BM), mais de 70 milhões de latino-americanos saíram da pobreza e 50 milhões passaram a fazer parte da classe média entre 2003 e 2011.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia regional crescerá 0,5% neste ano e 1,7% em 2016, impactada por um "esfriamento" da economia chinesa que "afetou o contexto global".
Em meio a esse novo contexto, o presidente-executivo da CAF, Enrique García, afirmou que para proteger as classes médias, além de "um crescimento mais robusto", será preciso "iniciar uma transformação produtiva".

"O tema é como compartilhar o crescimento estável, torná-lo mais equitativo, porque a nossa ainda é uma das regiões com maior desigualdade do mundo. Isto deve ser vinculado ao tema produtivo. Aí entram temas centrais como um sistema educacional inclusivo, avanços em infraestrutura e uma diversificação da economia que gere mais e melhores empregos", concluiu García.

A conclusão do presidente-executivo da CAF coincide com a análise da maioria dos especialistas da região, que consideram que a mudança ocorrida nos "ventos globais" nas últimas semanas e o "consequente arrefecimento da economia regional" ameaçam a estabilidade da classe média na América Latina.

"E o menor crescimento econômico ameaça reverter os avanços da classe média, fundamental por seu impacto sobre o consumo e também um pilar da estabilidade política e social", diz o CAF no comunicado divulgado nesta quarta-feira.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que considera como classe média as pessoas com renda entre US$ 10 e US$ 50 ao dia, ao redor de 216 milhões de latino-americanos seguem sendo vulneráveis apesar dos avanços econômicos dos últimos anos.

"O maior risco é que estas pessoas voltem à situação de pobreza. O emprego que foi gerado nos anos de bonança foi precário. Cerca de metade dessas pessoas não têm cobertura de seguridade social e estão na informalidade", afirma Eduardo Ortiz, pesquisador do Pnud.

A mudança no contexto global e suas consequências para a região e sua classe média será um dos temas abordados por especialistas de todo o mundo durante a Conferência Anual do CAF, organizada junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao Diálogo Interamericano em Washington nos dias 9 e 10 de setembro.

Peter Hakim, presidente emérito do Diálogo Interamericano, alertou especialmente sobre o impacto da "agudização da desaceleração econômica na China", o principal comprador das matérias-primas consumidas pela região.

"Brasil, Argentina e Venezuela estão crescendo menos que há dois ou três anos. Se isso for somado com o México, que cresce lentamente, já tem quase 70% da população latino-americana em apuros", afirma Hakim.

Dilma defende Levy e diz que não descarta CPMF




REUTERS/Ueslei Marcelino
 
Presidente Dilma Rousseff durante conferência em Brasília
Presidente Dilma Rousseff durante conferência em Brasília: a presidente disse ainda que não afasta nenhuma fonte de receita
 
Da REUTERS


Brasília - A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta quarta-feira, disse que o déficit primário previsto em orçamento é ruim e não descartou a recriação da CPMF como forma de aumentar a arrecadação do governo e combater o déficit.

Em entrevista a jornalistas, a presidente disse ainda que não afasta nenhuma fonte de receita, neste momento de ajustes nas contas públicas e que o governo apresentará propostas ao Congresso.

Juiz condena Odebrecht por trabalho escravo e tráfico de pessoas em Angola

 

Justiça ordenou que a empresa indenize em R$ 50 milhões os trabalhadores afetados - cerca de 500, segundo a acusação

BBC

A Justiça do Trabalho brasileira condenou a construtora Odebrecht e duas de suas subsidiárias por promover tráfico de pessoas e manter trabalhadores em condições análogas à escravidão na construção de uma usina de açúcar e etanol em Angola.

Na decisão, o juiz Carlos Alberto Frigieri, da 2ª Vara do Trabalho de Araraquara (SP), afirma que operários brasileiros que ergueram a usina Biocom, na Província de Malanje, foram submetidos a um regime de trabalho "prestado sem as garantias mínimas de saúde e higiene, respeito e alimentação, evidenciando-se o trabalho degradante, inserido no conceito de trabalho na condição análoga à de escravo". Frigieri ordenou que a empresa indenize em R$ 50 milhões os trabalhadores afetados - cerca de 500, segundo a acusação.
Ação teve início após relatos de maus-tratos de operários na usina entre os anos de 2011 e 2012
BBC
Ação teve início após relatos de maus-tratos de operários na usina entre os anos de 2011 e 2012

São rés na ação a Construtora Norberto Odebrecht (CNO), a Odebrecht Serviços de Exportação (antiga Olex) e a Odebrecht Agroindustrial (antes chamada ETH Bionergia). O grupo nega irregularidades na obra e diz que vai recorrer.

A empresa afirma que nunca "existiu qualquer cerceamento de liberdade de qualquer trabalhador nas obras de Biocom", que as condições de trabalho foram "adequadas às normas trabalhistas e de saúde e segurança vigentes em Angola e no Brasil" e que não tinha responsabilidade sobre a obra por ser dona de participação minoritária na usina.

A ação teve início após a BBC Brasil publicar, em 2013, uma reportagem em que operários relatavam ter sofrido maus-tratos na usina entre 2011 e 2012. Com base na reportagem, o procurador Rafael de Araújo Gomes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), abriu um inquérito que deu origem a uma ação civil pública contra a companhia.

Boa parte dos processos tramitou na Justiça trabalhista do interior de São Paulo, onde as empresas recrutaram muitos dos operários enviados a Angola.

Maior construtora da América Latina, a brasileira Odebrecht é uma das maiores empresas também em Angola, onde atua desde 1984 em vários setores.

A derrota ocorre em um mau momento para o grupo: seu presidente-executivo, Marcelo Odebrecht, e três executivos estão presos desde junho, acusados de envolvimento no escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato. Eles negam envolvimento em corrupção.


'Verdadeiro calvário'


Na decisão, redigida em 28 de agosto, o juiz Carlos Alberto Frigieri diz que as empresas denunciadas deixaram de proporcionar aos operários "meio ambiente de trabalho adequado, condições mínimas de higiene nos banheiros e refeitórios, tornando o trabalho mais penoso e mais sofrida a estadia, um verdadeiro calvário, com a agravante de que muitos trabalhadores adoeceram no local".

O juiz diz que as condições de higiene nos banheiros usados pelos funcionários - registradas em fotos e vídeos apresentados pela acusação - obrigaram "alguns trabalhadores, que não queriam correr o risco de contaminação por bactérias, a utilizarem o matagal próximo ao alojamento".

Segundo o magistrado, além de violar normas trabalhistas, a postura das companhias causou aos operários "humilhação e sofrimento íntimo, especialmente porque tais obreiros se encontravam longe de suas casas".

O juiz diz que as condições degradantes de trabalho enquadram as empresas no crime de "redução à condição análoga à de escravos".

Segundo o Código Penal, o crime pode ser cometido de três maneiras: submetendo alguém "a trabalhados forçados ou a jornada excessiva"; "sujeitando-o a condições degradantes de trabalho"; ou "restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto".

Em nota à BBC Brasil, a Odebrecht disse que as condições no canteiro de obra "foram adequadas e aderentes às normas trabalhistas e de saúde e segurança vigentes em Angola e no Brasil, incluindo quanto às condições de alojamento, transporte, sanitárias, de alimentação (...) e saúde, incluindo presença de serviço médico local e ambulatório".


Tráfico de pessoas


Em sua decisão, o juiz afirmou ainda que a Odebrecht promoveu "aliciamento de trabalhadores e tráfico de pessoas" ao transportar os operários a Angola com vistos ordinários, que não dão o direito de trabalhar, em vez de vistos de trabalho.

Segundo o juiz, o objetivo da empresa era contar com "mão de obra especializada cativa, completamente dominada, com pouca ou nenhuma capacidade de resistência, eis que mantidos de forma ilegal em país estrangeiro".

Já a Odebrecht afirma que nunca "existiu qualquer cerceamento de liberdade de qualquer trabalhador nas obras de Biocom" e que a "expatriação de trabalhadores sempre foi realizada observando a legislação brasileira e angolana".

"Os trabalhadores tinham ampla liberdade de locomoção dentro de Angola e para retornar ao país a qualquer momento, incluindo em datas festivas nas quais diversos trabalhadores voltaram ao Brasil e depois retornaram para Angola, bem como os trabalhadores tinham acesso gratuito à internet", diz a empresa, em nota.

A Odebrecht afirma ainda que não tinha responsabilidade sobre a obra e que é dona de uma participação minoritária na Biocom.

No processo, a companhia afirmou que, por ser uma empresa angolana, a Biocom não poderia ser julgada no Brasil.

Segundo a Odebrecht, as obras na usina foram realizadas por empresas subcontratadas pela Biocom, entre as quais a Planusi e a Pirâmide, ambas com sede no interior paulista.

O juiz afirmou, porém, que provas apresentadas pela acusação - entre as quais contratos assinados entre as empresas envolvidas - revelam que a Odebrecht era a verdadeira dona da obra.

"É possível afirmar, inclusive, que a Biocom/Odebrecht de Angola também é uma empresa do poderoso Grupo Odebrecht, justificando a responsabilidade solidária por eventuais condenações", diz o juiz.

Além dos R$ 50 milhões de indenização (um décimo do valor pedido pelo MPT na acusação), Frigieri condenou a empresa a pagar uma série de multas caso não mude suas práticas.

O juiz negou, porém, o pedido do Ministério Público do Trabalho para que a construtora deixasse de receber empréstimos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). O banco financia boa parte das operações da empresa no exterior.
 
 

Unimed Paulistana está falida e tem 30 dias para repassar clientes, decreta ANS


 

 

Clientes devem manter o pagamento de seus boletos para garantir o direito à migração para uma nova operadora



A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou nesta quarta-feira (2) que a Unimed Paulistana repasse sua carteira de clientes para outras empresas de planos de saúde. A alienação compulsória foi estabelecidade após a agência entender que a empresa está quebrada e sem capacidade de operação. A resolução operacional nº 1.891 foi publicada hoje no Diário Oficial da União.

Planos de saúde
Elza Fiuza/Agência Brasil
Planos de saúde

"Como a operadora não conseguiu sanear os problemas, a ANS determinou que a Unimed Paulistana deve negociar a transferência da totalidade de sua carteira de beneficiários no prazo de 30 dias corridos após o recebimento da intimação. A interessada deverá possuir situação econômico-financeira adequada e manter as condições dos contratos sem prejuízos aos consumidores", afirma a ANS em comunicado em seu site.

De acordo com dados de julho, a Unimed Paulistana possui aproximadamente 744 mil beneficiários, em sua maior parte residente no município de São Paulo, e dos quais 78% estão em planos coletivos (empresariais e por adesão). 

Segundo a ANS, a situação da operadora vem se agravando desde 2009, quando foram instaurados quatro regimes especiais de direção fiscal (acompanhamento presencial feito por agente nomeado pela ANS em decorrência de anormalidades econômico-financeiras graves) e dois regimes de direção técnica (acompanhamento presencial feito por agente nomeado pela ANS em decorrência de anormalidades assistenciais e administrativas graves).

Como ficam os clientes durante esse período de alienação?

É importante ressaltar que a operadora continua tendo obrigação de manter a assistência aos seus beneficiários até que a transferência para outra operadora seja finalizada. Os beneficiários devem manter o pagamento de seus boletos para garantir o direito à migração para uma nova operadora. 
Em caso de dúvidas ou denúncias, os beneficiários podem entrar em contato pelo Disque ANS (0800 701 9656), pela Central de Atendimento no portal da agência ou pessoalmente, nos Núcleos da ANS presentes em 12 cidades.


 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pesquisa da CNI mostra que indústrias querem acordo comercial com o Japão


Dos entrevistados, 84% defendem negociação para estreitar laços com o país asiático

MURILO RAMOS
O primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe fez pedido de desculpas em discurso que marca 70 anos após o final da Segunda Guerra (Foto: AP Photo/Eugene Hoshiko)


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 51 empresas do setor e associações revela que 84% são favoráveis a um acordo comercial entre o Brasil e o Japão para incentivar exportação de produtos, bens, serviços e propriedade intelectual. O levantamento foi feito pouco mais de três meses antes de a presidente Dilma Rousseff visitar o país asiático. Ela irá no mês de dezembro. 

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os benefícios de um possível acordo bilateral com os japoneses estariam: redução dos custos de importação de insumos usados no processo de produção e compartilhamento nas etapas de produção. Além disso, tratativas com o Japão poderiam resultar, mais adiante, no fim da exigência de vistos para ingresso nos dois países e extinção da bitributação.

As principais queixas dos empresários brasileiros atualmente estão ligadas a barreiras tarifárias e não-tarifárias, como as sanitárias e fitossanitárias, impostas pelos japoneses. 

Os empresários acreditam que negociações com o governo japonês também poderiam estimular o Brasil a buscar novos acordos bilaterais. Nos últimos anos, a diplomacia brasileira privilegiou as rodadas de negociação multilaterais, que pouco avançaram.

Presidente do Senado foi ouvido reservadamente na sede da PF em Brasília. Respondeu a todas as perguntas envolvendo a Lava Jato

Tempo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi ouvido nesta segunda-feira (1º) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, no inquérito-mãe da Operação Lava Jato. O depoimento durou 1h30m e Renan respondeu a todas as perguntas. 

Inicialmente, Renan não queria depor na polícia. Ele chegou a protocolar nos autos pedido para ser ouvido no Senado, argumentando prerrogativa de foro, mas a PF foi contra. Para não alongar o debate, o presidente do Senado compareceu, então, reservadamente, à sede da PF. A polícia não se manifestou sobre o caso.

Renan Calheiros, presidente do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

 Renan Calheiros, presidente do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)


 
Renan foi citado no âmbito da Lava Jato pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que disse em depoimento que o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), ligado ao presidente do Senado, participou de reuniões com empreiteiros para tratar de valores de propinas obtidas em contratos com a Petrobras. Procurada, a assessoria de Renan ainda não se pronunciou.