quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Austrália adia decisão sobre oferta da Shell pela BG




Arnd Wiegmann/Reuters
Posto da Shell
Posto da Shell: número grande de participantes do mercado manifestou preocupações
 
Da REUTERS


Melbourne - O órgão de defesa da concorrência da Austrália levantou preocupações de que a oferta da Royal Dutch Shell para aquisição da BG Group por 70 bilhões de dólares poderá reduzir a competição no mercado de gás do país e adiou uma decisão final sobre a transação para novembro.

A Comissão Australiana de Competição e Consumidores (ACCC, na sigla em inglês) afirmou que um número grande de participantes do mercado manifestou preocupações de que a aquisição poderia fazer a Arrow Energy, da Shell, vender gás da usina de gás natural liquefeito Queensland Curtis, da BG, para exportação.

"Se a aquisição proposta resultar em menos oferta de gás para o mercado doméstico isso, portanto, vai reduzir a competição de oferta para os usuários domésticos, levando a preços mais altos e termos contratuais mais restritivos", afirmou o presidente da ACCC, Rod Sims.

A comissão afirmou que planeja emitir uma decisão final sobre a transação em 12 de novembro.

Dilma defende resultado das urnas em posse de Janot





Evaristo Sa/AFP
A presidente Dilma Rousseff, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff: “queremos um país em que os políticos pleiteiem o poder por meio do voto e aceitem os veredictos das urnas"
 
Lisandra Paraguassu, da REUTERS


Brasília - A presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de posse ao segundo mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para defender o combate à corrupção em seu governo e criticar, mais uma vez, as ameaças de impeachment feitas ao seu governo, pedindo o respeito ao resultado das urnas.

“A democracia brasileira se fortalece sempre e mais quando toda autoridade assume o limite da lei como seu próprio limite, quando se comporta com isenção, sobriedade, pudor e respeito pelas instituições em que atua. Todos queremos um país em que a lei é o limite. Muitos de nós lutamos por isso justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados”, afirmou.

“Queremos um país em que os políticos pleiteiem o poder por meio do voto e aceitem os veredictos das urnas, em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos”, disse.
Em uma cerimônia curta e um discurso de menos de 15 minutos, a presidente defendeu seu governo e afirmou, mais de uma vez, que nunca antes o Ministério Público e as demais instituições de investigação tiveram tanta liberdade para atuar.

“Poucos governos na nossa história se dedicaram de maneira tão enérgica e metódica à construção de um ambiente político, legal e institucional propício ao combate à corrupção", disse.

A presidente defendeu que em seu governo nunca se utilizou o poder governamental direta ou indiretamente para bloquear ou obstaculizar as investigações.

Dilma ressaltou o fato de o seu governo e o do seu antecessor, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terem criado a tradição de indicar como chefe do Ministério Público o mais votado da lista tríplice enviada pelos procuradores.

De acordo com a presidente, essa foi uma decisão orientada pela convicção de um Ministério Público “livre de pressões do poder constituído é pressuposto básico da preservação das instituições”.

A aprovação de Janot para um segundo mandato de dois anos ocorreu no final de agosto, após sabatina de mais de 10 horas no Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O nome de Janot para seguir à frente do Ministério Público acabou sendo aprovado por ampla maioria, apesar do procurador ter pedido dias antes abertura de investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Em seu discurso, Janot agradeceu a confiança dos colegas, a “postura democrática da Presidência da República” e a atuação “republicana do Senado”. “Afianço o compromisso constitucional da impessoalidade, transparência e independência funcional", disse Janot, que está à frente das investigações da operação Lava Jato.

"A sociedade brasileira está suficientemente amadurecida para compreender que em um Estado de direito as instituições devem funcionar de forma harmônica observando suas competências constitucionais, e que a essência de um ministério público forte, bem estruturado é fundamental para defesa de todos os cidadãos”, disse o procurador.

Quiksilver Brasil surfa na onda de vendas online e franquias




Luciana Prezia
Loja Quiksilver localizada no Shopping Iguatemi de São Paulo
No Shopping Iguatemi, em São Paulo: roupas e acessórios corresponde a 70% do faturamento da rede no país
 
 
 
São Paulo - Kelly Slater, o maior surfista profissional do mundo, rompeu com o patrocínio de 23 anos com a Quiksilver no ano passado.

A decisão de apostar em uma marca própria foi comparada a de outros mitos como Michael Jordan, com a Nike, e David Beckham, com a Adidas. E nada tem a ver com o recente pedido de recuperação judicial da matriz da companhia, na Califórnia.

Da mesma forma, a subsidiária brasileira cresceu o suficiente para “andar com as próprias pernas”, sem depender da matriz.
Nos últimos cinco anos, a filial dobrou de tamanho no país em faturamento, um feito e tanto quando levado em conta que 70% das vendas são de roupas para um público específico: amantes do surfe.

“Na prática, o pedido de concordata nos Estados Unidos não interfere em nada nos nossos negócios”, garante Gustavo Belloc, diretor geral da rede no Brasil.

Em entrevista a EXAME.com, Belloc contou sobre os planos da marca para o país. Veja a seguir:
 
EXAME.com – Qual a estrutura da Quiksilver no Brasil hoje?
Gustavo Belloc- Somos líderes no segmento de vestuário para surfe e skate, com três marcas no portfólio, 1.800 pontos de vendas em lojas multimarcas e 4 lojas próprias.
Neste ano, também vamos iniciar nosso processo de expansão por meio de franquias. Esperamos ter quatro delas abertas até o final do ano e já temos até contratos pré-assinados para isso.
A fabricação é terceirizada, tanto a de roupas, que representa 70% do nosso faturamento, quanto a de calçados, que lançamos em 2013.
 
EXAME.com – A empresa tem sofrido com a crise no país?
Belloc- Nossas vendas cresceram no ano passado e, neste ano, elas também devem ser maiores, ainda que não tanto quanto no ritmo de anos anteriores.
Nos últimos cinco anos, tivemos um aumento de 114% em faturamento.
 
EXAME.com - Como estão se adequando ao cenário atual?
Belloc - Estamos aproveitando para investir no que acreditamos que nos fará crescer. Dos nossos 170 funcionários, 50 foram contratados neste ano, principalmente em decorrência do aumento da parte logística.
Hoje temos dois centros de distribuição, um em São Paulo, para roupas e acessórios, e outro em Alphaville, para os calçados. Eles foram ampliados por conta da estratégia que traçamos para vendas online.
 
EXAME.com – Quais são os planos de crescimento para este ano e próximo?
Belloc – Queremos expandir essa distribuição por meio de novos canais, uma decisão que estamos tomando com cautela para não entrar em conflito com os nossos parceiros.
Em novembro começamos com nossa loja virtual que funcionará a todo vapor a partir do início do ano que vem, com a venda de todos os nossos produtos.
Hoje, vendemos nossos 2.000 itens lançados por ano em 2.000 pontos de vendas, a maioria lojas multimarcas. Também temos lojas próprias, com um modelo já foi testado, maturado e que queremos replicar por meio de franquias.
 
EXAME.com – Quantas franquias da marca devem ser abertas e em quanto tempo?
Belloc - Nosso intuito é ter uma loja da marca nas principias capitais do país, mas preferimos não divulgar metas.
Os pontos terão diversos formatos para atrair níveis diferentes de franqueados. Os tamanhos de lojas devem variar de 40 a 120 metros quadrados e os investimentos de abertura, sem luvas, de R$ 350.000 até R$ 700.000.
 
EXAME.com – Como o pedido de recuperação judicial da matriz, na Califórnia, afeta os negócios no Brasil?
Belloc – Na prática, o pedido de concordata nos Estados Unidos não interfere em nada nos nossos negócios. Temos uma operação independente no Brasil, uma das subsidiárias mais rentáveis do mundo. Andamos com as próprias pernas.
A marca está no país há mais de 30 anos, mas só há 10 assumiu a operação por meio de um sócio local. No final de 2013, nos tornamos uma subsidiária, com administração própria.
 
EXAME – Se a empresa foi fundada na Austrália, por que a sede fica nos Estados Unidos?
Belloc - A marca foi fundada na Austrália, mas como a operação americana era a principal em vendas e a Califórnia a referência de surfe mundial, logo a matriz se mudou para lá.
Em 2005, no auge da companhia, eles compraram uma marca de esqui, que acabou não sendo muito rentável, até porque tinha pouco a ver com nosso negócio principal, de surfe.
A dívida que assumiram com a aquisição cresceu, desde então, agravada pela crise. Por isso eles fizeram esse acordo financeiro, que vale apenas para a operação de lá.
Foi uma manobra para não comprometer a empresa como um todo. Foi necessário passar por isso para operar de forma mais saudável daqui em diante.
 
EXAME.com – O que exatamente significa ser independente da matriz?
Belloc - Seguimos o direcionamento global em relação a produto, marketing, processos, mas temos independência na maneira de lidar com o negócio.
Para se ter ideia, 70% da nossa coleção é feita no país para atender necessidades de consumidores brasileiros, tanto na parte de moda quanto na parte de modelagem – principalmente a destinada às brasileiras.
 
EXAME – Além do Brasil, todas as demais subsidiárias trabalham de forma independente?
Belloc – A Quiksilver está em 90 países, com vários modelos de negócios: subsidiárias, licenças e até operações diretas, como no Peru e Panamá.
 
EXAME.com - Como funciona a verba de marketing e investimentos de lá para cá? E daqui para lá?
Belloc- Não enviamos verba daqui para a matriz, com exceção dos dividendos que pagamos para eles, conforme nossa disponibilidade de caixa.
Também há no Brasil uma etapa do circuito mundial de surfe, cujo patrocínio é subsidiado por uma meta global, assim como acontece com outros 10 atletas.
A cada trimestre apresentamos para a matriz alguns planos de negócios, que incluem ações de marketing locais. Porém, a maior parte do lucro gerado acaba sendo reinvestido no próprio negócio brasileiro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Relator das contas de Dilma se diz ameaçado e pede segurança




EXAME.com
Augusto Nardes, ministro do TCU, durante EXAME Fórum
Augusto Nardes: mensagens com a ameaça "Vamos acabar com você"


São Paulo – O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes afirmou ter recebido mensagens com teor de ameaça nas últimas semanas. Responsável pelo julgamento das contas do governo de Dilma Rousseff, Nardes pediu reforço na segurança pessoal.

De acordo com informações do jornal O Globo, o ministro recebeu 13 mil mensagens desde que foi escolhido para analisar as contas do primeiro mandato de Dilma. Nardes contou que em alguma delas encontrou a ameaça “Vamos acabar com você”.
 
O ministro do TCU, que já manifestou a intenção de rejeitar as contas de Dilma, também solicitou o reforço da segurança dos integrantes de sua equipe. Ele deve entrar com um pedido de investigação dos e-mails enviados.

WPP compra a Agência Ideal, de relações públicas




Simon Dawson/Bloomberg
Martin Sorrell, da WPP
Martin Sorrell, da WPP: a aquisição vai criar o Grupo Ideal, que reunirá duas agências: a nova Ideal H+K Strategies e a Ogilvy PR, que vai incorporar a ConceptPR, que pertencia à Ideal
 
Fernando Scheller, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O grupo WPP comprou uma fatia majoritária da agência de relações públicas Ideal. Mais conhecido por marcas na área de publicidade, como a Ogilvy, o grupo tenta reforçar sua marca de RP, a Hill+Knowton Strategies, que tinha presença discreta no Brasil.

A aquisição vai criar o Grupo Ideal, que reunirá duas agências: a nova Ideal H+K Strategies e a Ogilvy PR, que vai incorporar a ConceptPR, que pertencia à Ideal. O valor do negócio não foi revelado.

Com o acordo e a união das marcas, o Grupo Ideal deverá subir posições no ranking do mercado de relações públicas no Brasil - os dados são estimados, pois as empresas têm capital fechado.
Segundo fontes, a Ideal ficará atrás de FSB, CDN (que pertence ao grupo de comunicação brasileiro ABC, de Nizan Guanaes) e InPress (que tem outro grande grupo global de comunicação, a Omnicom, somo sócio).

Segundo apurou a reportagem, o WPP buscava uma aquisição no setor de RP no Brasil havia cerca de dois anos.

Não é de hoje que o setor de relações públicas atrai investimentos no Brasil. A pioneira em atrair um sócio estrangeiro foi a S2Publicom, que tem o Interpublic no quadro societário.

O MSL Group, que pertence à gigante francesa Publicis, é majoritário em duas agências: a MSL Andreoli e a MSL Espalhe.

Entre os negócios globais especializados em relações públicas, a Edelman e a Ketchum também têm presença relevante no mercado brasileiro.

A Edelman é a líder global no setor de relações públicas, segundo o anuário Holmes Report, que acompanha o setor. As marcas da WPP, H+K e OgilvyPR, estão na sétima e oitava posições, respectivamente.

No Brasil, tinham presença discreta: ambas somavam cerca de 60 funcionários antes da união com a Ideal, que já contabilizava uma equipe de 170 pessoas.
 

Valorização


Essa "corrida" dos grandes grupos em direção à área de relações públicas é reflexo da transferência de parte do investimento em comunicação antes alocada nas agências de publicidade para o setor.

Hoje, as empresas de RP disputam com a publicidade verbas de marketing digital, por exemplo. A combinação do trabalho de comunicação institucional com o uso de ferramentas digitais para a promoção de marcas foi um dos aspectos que mais pesaram para que a WPP fechasse negócio com a Ideal.

Os sócios-fundadores da Ideal, Ricardo César e Eduardo Vieira, permanecem no comando do negócio e seguem com uma fatia minoritária do Grupo Ideal.

Ao estar dentro do WPP, que está presente em 80 países, a agência ganha mais chances de fechar contratos globais, de acordo com César.

"Antes, quando havia uma conta que exigia o trabalho em toda a América Latina, tínhamos de buscar parcerias locais. Fazer parte de um grupo global facilita esse trabalho."
 

Digital


Fundada em 2007, a Ideal surgiu com a meta de ter um DNA digital. A empresa, aliás, nasceu para concorrer pelo atendimento do Google, que acabou sendo seu primeiro cliente.

Hoje, o portfólio da Ideal inclui marcas como Facebook, GE, Nike, Monsanto, Diageo e Dell.

"Chegamos com um perfil de influenciador digital, com monitoramento de redes sociais e geração de conteúdo. Ao mesmo tempo, o cliente não pode abrir mão do trabalho institucional. Foi uma união desses dois lados", explica Vieira.

Telecom Italia diz que fusão não será discutida no Brasil




Marc Hill/Bloomberg
Logo da TIM, da Telecom Italia, em frente a uma loja da operadora em Pescara, na Itália
Loja da TIM: Recchi também afirmou que a Telecom Italia não discutiu com a Vivendi
 
Da REUTERS

São Paulo - O presidente do Conselho da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, disse nesta quarta-feira que o Conselho e reuniões estratégicas em 24 e 25 de setembro no Brasil não discutirão opções de fusões e aquisições no país, onde a companhia é dona da TIM Participações.

Recchi também afirmou que a Telecom Italia não discutiu com a Vivendi, sua maior acionista, a possibilidade de o grupo francês elevar sua fatia na empresa italiana.

Dilma compara impeachment à versão moderna de golpe




REUTERS/Ueslei Marcelino
A presidente Dilma Rousseff
Impeachment: a presidente disse que algumas pessoas propõem uma ruptura da democracia como saída da crise e classificou esse movimento como "versão moderna do golpe
 
Victor Martins e Álvaro Campos, do Estadão Conteúdo


Brasília - A presidente Dilma Rousseff pediu união para o País sair da crise política e econômica.

Durante entrevista a uma rádio de Presidente Prudente (SP), ela afirmou que o governo trabalha diuturnamente para garantir a estabilidade política e econômica.

"Temos de nos unir e o mais rapidamente, independente das nossas posições, e tomarmos o partido do Brasil, que leva a mudança da nossa situação", afirmou. A presidente disse que algumas pessoas propõem uma ruptura da democracia como saída da crise e classificou esse movimento como "versão moderna do golpe".
"Acredito que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que estejamos em uma democracia que tem legitimidade popular", disse.

"Essas pessoas torcem para o quanto pior melhor, e isso em todas as áreas, na economia e na política", avaliou.

Segundo a presidente, em nenhum país que se passou por dificuldades foi proposto ruptura da democracia. "Todos (que querem uma ruptura) esperando oportunidade para pescar em águas turvas. 

O Brasil tem solidez institucional", ponderou.

Ela afirmou que o governo procurou por todos os meios evitar a crise, mas não foi possível.