quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Brasil entra para grupo das economias menos livres do mundo



País sempre ocupou o penúltimo nível no levantamento, mas caiu mais um no resultado divulgado neste ano

Redação, www.administradores.com,  
Reprodução (Fraser Institute)/ Editoria de Arte Administradores.com 


Anualmente, desde 1996, o Fraser Institute divulga o estudo Economic Freedom of the World (Liberdade Econômica do Mundo), que aponta o nível de liberalismo de quase todos os países do planeta (ficam de fora apenas os que não tornam públicos dados de suas economias). O instituto acaba de divulgar o relatório de 2015, referente a análises colhidas até 2013, que pela primeira vez traz o Brasil no grupo dos “menos livres”. Ao todo, 157 países integram o ranking.

Pelos critérios do estudo – que utiliza 42 métricas para chegar aos resultados – as economias mais livres do mundo, nesta ordem, são: Hong Kong, Nova Zelândia, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Maurícia, Jordânia, Irlanda, Canadá, Reino Unido e Chile. Na ponta oposta estão: Angola (148º), República Centro-Africana (149º), Zimbábue (150º), Algéria (151º), Argentina (151º), Síria (153º), Chade (154º), Líbia (155º), Congo (156º) e Venezuela (157º).

O Brasil é o 118º colocado no ranking de 2015. O país caiu 15 posições na comparação com a edição de 2014, que utiliza dados econômicos de até 2012.

De 1995 até 2011, a taxa de liberdade econômica do Brasil cresceu, mas num ritmo menor que o de outros países. Em 2012 e 2013 o país registrou uma tendência de queda:

 

O estudo


O Fraser Institute organiza o ranking com base no desempenho dos países analisados em cinco grandes áreas: 1 - tamanho do governo (despesas, impostos cobrados, quantidade de empresas públicas no país); 2 - estrutura legal e segurança dos direitos de propriedade; 3 – acesso de indivíduos e empresas a dinheiro menos volátil; 4 – liberdade para negociar internacionalmente; 5 - regulação de crédito, trabalho e negócios.

Para ver o estudo completo, clique aqui.

Airbnb compra grupo que organiza viagens pela web



Martin Bureau/AFP
Logo do Airbnb é vista em computador, em Paris
Logo do Airbnb é vista em computador, em Paris
 
Da AFP

San Francisco - O site de buscas de hospedagem on-line Airbnb comprou a Vamo, uma companhia emergente que organiza viagens pela internet, informaram as duas empresas nesta sexta-feira.

"Estamos entusiasmados com a ideia de que as duas equipes construam o futuro em uma viagem conjunta", afirmou um porta-voz da Airbnb, que confirmou que essa empresa dará o seu nome à equipe da Vamo.

A Airbnb, lançada em 2008 informa ter mais de 40 milhões de usuários no mundo e a possibilidade de oferecer hospedagem em mais de 34.000 cidades de 190 países.
O fundador da Vamo, Ari Steinberg, anunciou a notícia no site da empresa. Foi informado que a Vamo já não aceita usuários e que vai deixar de funcionar a partir de 1º de outubro.

A aquisição fortalece a Airbnb, considerada uma das empresas emergentes de maior destaque na internet e candidata a entrar na Bolsa, com um valor de 25,5 bilhões de dólares em junho. Seu rápido crescimento gerou a hostilidade do setor hoteleiro, que considera que a companhia pratica concorrência desleal.

A Airbnb, que não tem nenhum hotel, vale mais do que grupos hoteleiros tradicionais, como o Marriott (20,9 bilhões de dólares), o Starwood (14 bilhões) e o Wyndham (10 bilhões).

No início de julho, fundos de investimentos americanos e chineses participaram de uma operação que entregou recursos por 1,5 bilhão de dólares ao Airbnb para financiar o desenvolvimento do grupo na Ásia.

Altice se expande nos EUA com aquisição da Cablevision




Fred Dufour/AFP
O grupo Altice pertence ao milionário franco-israelense Patrick Drahi
Bilionário franco-israelense Patrick Drahi: ele entrou nos EUA em maio com a compra do pequeno grupo regional de cabo Suddenlink por 9,1 bilhões de dólares
 
Da REUTERS

Paris - O grupo europeu de telecomunicações Altice vai se tornar uma grande força no mercado norte-americano com a compra da quarta maior operadora dos Estados Unidos, Cablevision, em um acordo em dinheiro e ações avaliado em 17,7 bilhões de dólares incluindo dívida.

A transação é a mais recente aquisição em uma série promovida pelo bilionário franco-israelense e fundador da Altice, Patrick Drahi, que construiu um grupo de telecomunicações e TV a cabo por meio de compras alavancadas na França, Portugal e Israel. No começo deste ano, a Altice acertou a compra de ativos da Portugal Telecom detidos pela brasileira Oi.

Drahi entrou nos EUA em maio com a compra do pequeno grupo regional de cabo Suddenlink por 9,1 bilhões de dólares e declarou que faria mais aquisições para que a Altice consiga obter metade de sua receita no país.
Em negociações iniciadas em junho, Drahi conseguiu convencer Charles Dolan, patriarca da família irlandesa-americana que controla a Cablevision, a vender o ativo que há muito tempo afirmava que não venderia.

A Altice vai pagar 34,90 dólares em dinheiro por ação, um ágio de 22 por cento sobre o preço de fechamento do papel da Cablevision na quarta-feira. Uma pessoa próxima do assunto afirmou ainda que a companhia vai financiar o acordo com 3 bilhões de dólares gerados com uma venda de ações e 7 bilhões de dólares em dívida.

A Cablevision tem 3,1 milhões de clientes na região de Nova York, Connecticut e Nova Jersey.


Vista Equity compra empresa Solera por US$3,75 bi





Getty Images
Homem e mulher de negócios apertam as mãos
Acordo: o preço da oferta de 55,85 dólares por ação representa um prêmio de 13 por cento sobre o preço da ação na sexta-feira, quando as ações fecharam com alta de 3,9 por cento
 
Da REUTERS


Nova York - A Solera Holdings, que provê serviços de tecnologia para companhias de seguro, disse que concordou em ser adquirida por uma companhia afiliada da gestora de private equity Vista Equity Partners por 3,74 bilhões de dólares em dinheiro.

A Vista espera que a transação melhore sua posição como compradora de companhias de dados e negócios de aplicação de softwares. O acordo é o maior na história da Vista, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

O preço da oferta de 55,85 dólares por ação representa um prêmio de 13 por cento sobre o preço da ação na sexta-feira, quando as ações fecharam com alta de 3,9 por cento.
O valor do acordo é baseado no preço das ações da Solera no mercado em 25 de agosto. Incluindo dívidas, o acordo é avaliado em cerca de 6,5 bilhões de dólares, disse a Solera.

O acordo, que não depende de condições de financiamento, será financiado através da combinação das contribuições das ações ordinárias e preferenciais por fundos de investimentos afiliados com a Vista, Koch Equity Development, e uma afiliada da Goldman Sachs, disse a Solera em comunicado.

O acordo deve ser fechado no primeiro trimestre de 2016, disse a companhia.

Austrália adia decisão sobre oferta da Shell pela BG




Arnd Wiegmann/Reuters
Posto da Shell
Posto da Shell: número grande de participantes do mercado manifestou preocupações
 
Da REUTERS


Melbourne - O órgão de defesa da concorrência da Austrália levantou preocupações de que a oferta da Royal Dutch Shell para aquisição da BG Group por 70 bilhões de dólares poderá reduzir a competição no mercado de gás do país e adiou uma decisão final sobre a transação para novembro.

A Comissão Australiana de Competição e Consumidores (ACCC, na sigla em inglês) afirmou que um número grande de participantes do mercado manifestou preocupações de que a aquisição poderia fazer a Arrow Energy, da Shell, vender gás da usina de gás natural liquefeito Queensland Curtis, da BG, para exportação.

"Se a aquisição proposta resultar em menos oferta de gás para o mercado doméstico isso, portanto, vai reduzir a competição de oferta para os usuários domésticos, levando a preços mais altos e termos contratuais mais restritivos", afirmou o presidente da ACCC, Rod Sims.

A comissão afirmou que planeja emitir uma decisão final sobre a transação em 12 de novembro.

Dilma defende resultado das urnas em posse de Janot





Evaristo Sa/AFP
A presidente Dilma Rousseff, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff: “queremos um país em que os políticos pleiteiem o poder por meio do voto e aceitem os veredictos das urnas"
 
Lisandra Paraguassu, da REUTERS


Brasília - A presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de posse ao segundo mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para defender o combate à corrupção em seu governo e criticar, mais uma vez, as ameaças de impeachment feitas ao seu governo, pedindo o respeito ao resultado das urnas.

“A democracia brasileira se fortalece sempre e mais quando toda autoridade assume o limite da lei como seu próprio limite, quando se comporta com isenção, sobriedade, pudor e respeito pelas instituições em que atua. Todos queremos um país em que a lei é o limite. Muitos de nós lutamos por isso justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados”, afirmou.

“Queremos um país em que os políticos pleiteiem o poder por meio do voto e aceitem os veredictos das urnas, em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos”, disse.
Em uma cerimônia curta e um discurso de menos de 15 minutos, a presidente defendeu seu governo e afirmou, mais de uma vez, que nunca antes o Ministério Público e as demais instituições de investigação tiveram tanta liberdade para atuar.

“Poucos governos na nossa história se dedicaram de maneira tão enérgica e metódica à construção de um ambiente político, legal e institucional propício ao combate à corrupção", disse.

A presidente defendeu que em seu governo nunca se utilizou o poder governamental direta ou indiretamente para bloquear ou obstaculizar as investigações.

Dilma ressaltou o fato de o seu governo e o do seu antecessor, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terem criado a tradição de indicar como chefe do Ministério Público o mais votado da lista tríplice enviada pelos procuradores.

De acordo com a presidente, essa foi uma decisão orientada pela convicção de um Ministério Público “livre de pressões do poder constituído é pressuposto básico da preservação das instituições”.

A aprovação de Janot para um segundo mandato de dois anos ocorreu no final de agosto, após sabatina de mais de 10 horas no Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O nome de Janot para seguir à frente do Ministério Público acabou sendo aprovado por ampla maioria, apesar do procurador ter pedido dias antes abertura de investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Em seu discurso, Janot agradeceu a confiança dos colegas, a “postura democrática da Presidência da República” e a atuação “republicana do Senado”. “Afianço o compromisso constitucional da impessoalidade, transparência e independência funcional", disse Janot, que está à frente das investigações da operação Lava Jato.

"A sociedade brasileira está suficientemente amadurecida para compreender que em um Estado de direito as instituições devem funcionar de forma harmônica observando suas competências constitucionais, e que a essência de um ministério público forte, bem estruturado é fundamental para defesa de todos os cidadãos”, disse o procurador.

Quiksilver Brasil surfa na onda de vendas online e franquias




Luciana Prezia
Loja Quiksilver localizada no Shopping Iguatemi de São Paulo
No Shopping Iguatemi, em São Paulo: roupas e acessórios corresponde a 70% do faturamento da rede no país
 
 
 
São Paulo - Kelly Slater, o maior surfista profissional do mundo, rompeu com o patrocínio de 23 anos com a Quiksilver no ano passado.

A decisão de apostar em uma marca própria foi comparada a de outros mitos como Michael Jordan, com a Nike, e David Beckham, com a Adidas. E nada tem a ver com o recente pedido de recuperação judicial da matriz da companhia, na Califórnia.

Da mesma forma, a subsidiária brasileira cresceu o suficiente para “andar com as próprias pernas”, sem depender da matriz.
Nos últimos cinco anos, a filial dobrou de tamanho no país em faturamento, um feito e tanto quando levado em conta que 70% das vendas são de roupas para um público específico: amantes do surfe.

“Na prática, o pedido de concordata nos Estados Unidos não interfere em nada nos nossos negócios”, garante Gustavo Belloc, diretor geral da rede no Brasil.

Em entrevista a EXAME.com, Belloc contou sobre os planos da marca para o país. Veja a seguir:
 
EXAME.com – Qual a estrutura da Quiksilver no Brasil hoje?
Gustavo Belloc- Somos líderes no segmento de vestuário para surfe e skate, com três marcas no portfólio, 1.800 pontos de vendas em lojas multimarcas e 4 lojas próprias.
Neste ano, também vamos iniciar nosso processo de expansão por meio de franquias. Esperamos ter quatro delas abertas até o final do ano e já temos até contratos pré-assinados para isso.
A fabricação é terceirizada, tanto a de roupas, que representa 70% do nosso faturamento, quanto a de calçados, que lançamos em 2013.
 
EXAME.com – A empresa tem sofrido com a crise no país?
Belloc- Nossas vendas cresceram no ano passado e, neste ano, elas também devem ser maiores, ainda que não tanto quanto no ritmo de anos anteriores.
Nos últimos cinco anos, tivemos um aumento de 114% em faturamento.
 
EXAME.com - Como estão se adequando ao cenário atual?
Belloc - Estamos aproveitando para investir no que acreditamos que nos fará crescer. Dos nossos 170 funcionários, 50 foram contratados neste ano, principalmente em decorrência do aumento da parte logística.
Hoje temos dois centros de distribuição, um em São Paulo, para roupas e acessórios, e outro em Alphaville, para os calçados. Eles foram ampliados por conta da estratégia que traçamos para vendas online.
 
EXAME.com – Quais são os planos de crescimento para este ano e próximo?
Belloc – Queremos expandir essa distribuição por meio de novos canais, uma decisão que estamos tomando com cautela para não entrar em conflito com os nossos parceiros.
Em novembro começamos com nossa loja virtual que funcionará a todo vapor a partir do início do ano que vem, com a venda de todos os nossos produtos.
Hoje, vendemos nossos 2.000 itens lançados por ano em 2.000 pontos de vendas, a maioria lojas multimarcas. Também temos lojas próprias, com um modelo já foi testado, maturado e que queremos replicar por meio de franquias.
 
EXAME.com – Quantas franquias da marca devem ser abertas e em quanto tempo?
Belloc - Nosso intuito é ter uma loja da marca nas principias capitais do país, mas preferimos não divulgar metas.
Os pontos terão diversos formatos para atrair níveis diferentes de franqueados. Os tamanhos de lojas devem variar de 40 a 120 metros quadrados e os investimentos de abertura, sem luvas, de R$ 350.000 até R$ 700.000.
 
EXAME.com – Como o pedido de recuperação judicial da matriz, na Califórnia, afeta os negócios no Brasil?
Belloc – Na prática, o pedido de concordata nos Estados Unidos não interfere em nada nos nossos negócios. Temos uma operação independente no Brasil, uma das subsidiárias mais rentáveis do mundo. Andamos com as próprias pernas.
A marca está no país há mais de 30 anos, mas só há 10 assumiu a operação por meio de um sócio local. No final de 2013, nos tornamos uma subsidiária, com administração própria.
 
EXAME – Se a empresa foi fundada na Austrália, por que a sede fica nos Estados Unidos?
Belloc - A marca foi fundada na Austrália, mas como a operação americana era a principal em vendas e a Califórnia a referência de surfe mundial, logo a matriz se mudou para lá.
Em 2005, no auge da companhia, eles compraram uma marca de esqui, que acabou não sendo muito rentável, até porque tinha pouco a ver com nosso negócio principal, de surfe.
A dívida que assumiram com a aquisição cresceu, desde então, agravada pela crise. Por isso eles fizeram esse acordo financeiro, que vale apenas para a operação de lá.
Foi uma manobra para não comprometer a empresa como um todo. Foi necessário passar por isso para operar de forma mais saudável daqui em diante.
 
EXAME.com – O que exatamente significa ser independente da matriz?
Belloc - Seguimos o direcionamento global em relação a produto, marketing, processos, mas temos independência na maneira de lidar com o negócio.
Para se ter ideia, 70% da nossa coleção é feita no país para atender necessidades de consumidores brasileiros, tanto na parte de moda quanto na parte de modelagem – principalmente a destinada às brasileiras.
 
EXAME – Além do Brasil, todas as demais subsidiárias trabalham de forma independente?
Belloc – A Quiksilver está em 90 países, com vários modelos de negócios: subsidiárias, licenças e até operações diretas, como no Peru e Panamá.
 
EXAME.com - Como funciona a verba de marketing e investimentos de lá para cá? E daqui para lá?
Belloc- Não enviamos verba daqui para a matriz, com exceção dos dividendos que pagamos para eles, conforme nossa disponibilidade de caixa.
Também há no Brasil uma etapa do circuito mundial de surfe, cujo patrocínio é subsidiado por uma meta global, assim como acontece com outros 10 atletas.
A cada trimestre apresentamos para a matriz alguns planos de negócios, que incluem ações de marketing locais. Porém, a maior parte do lucro gerado acaba sendo reinvestido no próprio negócio brasileiro.