Pesquisa do BC também prevê que IPCA chegue a 9,99% neste ano
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC)
esperam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), chegue a 9,99%, este ano. Na semana passada a
previsão era 9,91%. Esse foi o oitavo ajuste seguido na estimativa. Para
2016, a projeção sobe por 14 semanas consecutivas. De acordo com o
boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (9), a estimativa passou de
6,29% para 6,47%, no próximo ano.
A projeção para o próximo ano
está chegando perto do teto da meta 6,5%. O centro da meta de inflação é
4,5%. Na última quinta-feira (5), o diretor de Política Econômica do
BC, Altamir Lopes, admitiu que a inflação só deve ficar em 4,5% em 2017.
Lopes disse que o BC adotará as medidas necessárias para levar a
inflação o mais próximo possível da meta, em 2016, e chegar a 4,5%, em
2017. O diretor também disse que não vê a possibilidade de rompimento do
limite superior da meta, 6,5%, em 2016. Anteriormente, o BC esperava
chegar ao centro da meta de inflação no próximo ano. Na última reunião
do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa
básica de juros, a Selic, a expectativa mudou para 2017. Na ata da
última reunião do Copom, o BC diz que as indefinições e alterações
significativas na meta fiscal mudam as expectativas para a inflação e
criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico.
Para
tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Copom elevou a taxa
básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de
setembro e de outubro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao
ano. A expectativa das instituições financeiras é que o Copom mantenha a
Selic em 14,25% ao ano, na última reunião de 2015, marcada para os dias
24 e 25 deste mês. Para o final de 2016, a expectativa para a Selic
passou de 13% para 13,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações
de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao
reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os
preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Ao manter a Selic, o comitê indica que ajustes anteriores
foram suficientes para produzir efeitos na economia.
A inflação
alta vem acompanhada de recessão. A economia brasileira deve encolher
3,1%, este ano. Essa foi a 17ª piora consecutiva na estimativa para a
queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços
produzidos no país. Na semana passada, a estimativa estava em 3,05%. No
próximo ano, a projeção de retração passou de 1,51% para 1,9%, no quinto
ajuste consecutivo. Na avaliação do mercado financeiro, a produção
industrial deve ter uma queda de 7,4%, este ano, e de 2% em 2016.
A
pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de
10,14% para 10,44%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado
(IGP-M), a estimativa subiu de 9,88% para 9,96%, em 2015. A estimativa
para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 10,02% para 10,16%, este ano. A
projeção para a alta dos preços administrados passou de 16,50% para 17%,
este ano, e de 6,75% para 6,95%, em 2016. A estimativa para o dólar
permanece em R$ 4, ao final deste ano, e em R$ 4,20, no fim de 2016.