terça-feira, 10 de novembro de 2015

Quem é o homem por trás dos bloqueios das estradas do Brasil


 
Renée Pereira, do Estadão Conteúdo


São Paulo - Por trás da manifestação de caminhoneiros que começou nesta segunda-feira, 9, em 15 Estados brasileiros está um catarinense de 44 anos, nascido na cidade de Palmitos, e que passou os últimos 16 anos em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ivar Luiz Schmidt é o líder do Comando Nacional do Transporte (CNT), que desafiou as principais centrais sindicais da categoria e conseguiu paralisar parte das estradas nacionais.

Por meio das mídias sociais, ele criou uma rede de comunicação de Norte a Sul do Brasil. Inicialmente foram montados três grupos no aplicativo WhatsApp com 300 pessoas, sendo que cada uma delas criou as próprias ramificações. Schmidt participa de apenas 64 desses grupos para não se sobrecarregar.
Além do aplicativo, o Facebook tem sido alimentado simultaneamente aos eventos. Ontem vários vídeos e depoimentos foram postados no decorrer do dia com as conquistas do grupo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o líder do CNT diz que, a princípio, não há interesse em negociar com o governo federal e que o principal objetivo é derrubar a presidente Dilma Rousseff.

"Entregamos uma pauta para o governo em 4 de março e, em oito meses, o que foi atendido é irrelevante. Por causa disso, e do clima em que se encontra o país, com inflação elevada e aumentos consecutivos dos combustíveis e da energia elétrica, achamos por bem pedir a renúncia da presidente. 

Não acreditamos mais que ela seja capaz de conduzir o país para fora do abismo no qual se encontra", disse.

Entre as reivindicações feitas pelos caminhoneiros no início do ano, estão a manutenção do preço do diesel e a prorrogação por 12 meses do pagamento das dívidas para compra de veículos.

No acordo firmado com os sindicalistas, o governo aceitou a prorrogação, mas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não teria dado o aval, afirmou um sindicalista.
 

Sem partido


Schmidt, que nega qualquer filiação partidária, afirma que as paralisações devem aumentar nos próximos dias. Ele diz que não é do interesse do grupo provocar escassez ou elevação dos preços de produtos no país, mas sim pressionar o governo e fazer com que o povo acorde - mas, em gravações que circulam pelo WhatsApp, caminhoneiros afirmam que vão "tacar fogo nos caminhões se não cumprirem a paralisação".

"Queremos que o povo vá para a rua e nos apoie, protestem e não fiquem só nas redes sociais reclamando do governo. Se isso não ocorrer, ficará provado que o povo está gostando desse governo", avalia. Sobre os movimentos Brasil Livre e Vem pra Rua, ele destaca que a única coisa em comum é a pauta.

O líder do CNT se diz um "empresário falido", sufocado pela enorme carga tributária que recai sobre as empresas. Hoje, ele afirma que é autônomo e só tem um caminhão.

Na internet, no seu perfil no Linkedin, ele declara que é sócio da Roda Brasil Transportes. Segundo Schmidt, as adesões ao movimento não incluem apenas autônomos, mas também grandes empresários do setor.

Mas ele não conta com o apoio das centrais sindicais, como a União Nacional dos Caminhoneiros, Associação Brasileira dos Caminhoneiros e União Brasil Caminhoneiro - essa última teve grande participação nas paralisações do início do ano, ao lado do próprio Schmidt. "Eu imagino que eles estejam sendo muito pressionados pelo governo", destacou o novo líder dos caminhoneiros.

Entre alguns sindicalistas, o movimento de Schmidt é chamado de "anômimo" e que faz barulho pelas redes sociais.

Cautela reduz volume de negócios e juros futuros têm oscilações estreitas


O mercado futuro de juros teve uma sessão de negócios apática nesta terça-feira, 10, com baixo volume de negócios e oscilações estreitas. O noticiário nacional e internacional não trouxe novidades com poder para definir uma tendência única das taxas, mas manteve os investidores cautelosos, o que se traduziu em redução do volume de contratos negociados.

Segundo profissionais de renda fixa, o mercado procurou por todo o dia uma referência para operar, mas nenhuma teve influência significativa sobre os juros, restando apenas o dólar como parâmetro. O dólar se manteve perto da estabilidade na segunda metade do dia, também em meio a uma redução dos negócios nos mercados à vista e futuro.

Dois índices de inflação foram divulgados pela manhã, também sem impacto sobre as taxas. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) mostrou alta de 1,31% na primeira prévia de novembro, abaixo do resultado registrado em igual prévia de outubro, de 1,64%. Já a inflação na cidade de São Paulo subiu 0,90% na primeira leitura de novembro, após 0,88% no fechamento de outubro, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

No cenário político, causou desconforto a derrota sofrida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dentro do governo. A presidente Dilma Rousseff reduziu o corte de R$ 30,5 bilhões que Levy havia anunciado para o limite das operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), administrado pelo BNDES. O governo decidiu que o banco de fomento vai reabrir o prazo para os protocolos de pedidos de financiamentos do programa depois de negociações com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com isso, o corte foi reduzido para R$ 27,5 bilhões.

À tarde, o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a oposição usará todos os mecanismos para tentar obstruir a votação do projeto de lei da repatriação, marcada para amanhã, e da Medida Provisória 688, sobre riscos hidrológicos, prevista para ir ao plenário hoje. De acordo o líder, a bancada do DEM votará contra as duas matérias. Mendonça Filho disse que o clima para aprovação do projeto de lei entre os opositores é "ruim" e que os governistas estão "rachados" em relação à proposta.

Segundo profissionais do mercado, as notícias negativas não chegaram a fazer preço nos ativos, mas mantiveram o investidor avesso à exposição ao risco. No fechamento dos negócios do horário regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 ficou com taxa de 14,240%, ante 14,238% do ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2017 fechou com taxa de 15,52%, contra 15,45% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2019 terminou em 15,86%, de 15,83% no ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 teve taxa de 15,72%, a mesma do ajuste de ontem.

Coty chega com tudo

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Depois de comprar a divisão de cosméticos da Hypermarcas por R$ 3,8 bilhões, a gigante francesa, que distribui marcas como Marc Jacobs, Calvin Klein e Davidoff, tentará disputar a liderança no País. Saiba o que está por trás dessa estratégia


O executivo holandês Lambertus Johannes Hermanus Becht, CEO e chairman da francesa Coty, gigante de cosméticos com receita líquida anual de US$ 4,4 bilhões, tornou-se uma das figuras empresariais mais admiradas e criticadas – talvez na mesma proporção – dos noticiários econômicos da França. Com um estilo agressivo de gestão, “Bart” Becht, como é conhecido, atirou para todos os lados nos últimos cinco anos, contrariando a postura historicamente conservadora da companhia no campo das aquisições.

Desde 2011, quando decidiu se aposentar da britânica Reckitt Benckiser para assumir o cargo mais alto da Coty, determinou o destino de cerca de US$ 40 bilhões comprando concorrentes e ampliando a capacidade de produção. “Os investimentos precisam ser do tamanho de nossa ambição”, disse Becht, em reunião com seus executivos na semana passada, em Nova York. “Precisamos estar no Brasil se queremos nos consolidar na liderança”. A julgar pelo apetite de aquisições da Coty, a declaração de Becht está longe de ser apenas retórica.

Na segunda-feira 2, a Coty concluiu a compra da divisão de cosméticos da paulista Hypermarcas, comandada pelo executivo Claudio Bergamo, por R$ 3,8 bilhões. “Foi um jogo de ganha-ganha”, disse Bergamo à DINHEIRO. “A Coty precisa crescer e nós decidimos nos concentrar em medicamentos, com margens maiores”, afirmou o executivo (leia mais AQUI). Com o negócio, o grupo francês incorporou ao seu portfólio marcas como a dos hidratantes Monange e Paixão, a dos esmaltes Risqué, a de tintas de cabelo Biocolor e a de cremes de barbear Bozzano. “Estamos empolgados com a aquisição de marcas tão conhecidas em um dos mais importantes mercados mundiais”, afirmou Becht.

“O negócio representa um passo no caminho de criar uma empresa global na indústria da beleza.” Mais do que uma grande aquisição, o investimento bilionário da Coty em uma empresa de capital 100% brasileiro representa uma vitória pessoal para Becht, que atualmente também preside o conselho de administração do grupo. Nos bastidores dos principais centros operacionais da companhia, o 17º andar do Empire State Building, em Nova York, e na rue du Quatre Septembre, nos arredores do Museu do Louvre, em Paris, o executivo vinha sendo pressionado por acionistas a ampliar a presença da Coty em mercados-chave, como China, Índia e Brasil.

“A capacidade de Becht estava em xeque”, afirmou um analista do banco suíço UBS, baseado em Zurique, ligado às negociações com a Hypermarcas. “Ninguém entendia por que a Coty estava fora dos mercados que crescem há mais de uma década e que são bem explorados pelas concorrentes”. 

Para ter uma ideia do que a empresa estava perdendo, a receita das companhias brasileiras somou US$ 43,5 bilhões no ano passado, segundo a consultoria Euromonitor, atrás apenas das americanas e das chinesas. No segmento de fragrâncias o Brasil é líder.

A ala mais descontente com a condução da Coty era formada pelos sete membros da família Reimann, donos de 70% do capital da companhia. Eles compraram, em 1992, a fatia da Coty que pertencia ao laboratório americano Pfizer, por US$ 440 milhões. Desde então, não escondiam a ambição de transformar a empresa em um colosso de alcance global. Atualmente, a companhia opera em 130 países e obtém 29% de sua receita nos mercados emergentes. No Brasil, no entanto, a empresa detém apenas 0,2% do mercado, liderado pelas gigantes Unilever, Natura e O Boticário.

Segundo fontes ligadas à empresa, os Reimann estabeleceram como meta ter 40% do faturamento com os emergentes até 2017, número que dificilmente será alcançado. “Os mercados emergentes devem ser responsáveis por 51% do faturamento do mercado mundial de beleza em 2019, o que revela o caráter estratégico das aquisições recentes da Coty”, diz Marcela Viana, analista de pesquisa da Euromonitor. A distribuição das operações da Coty endossa a tese de que a companhia estava realmente desequilibrada no mapa-múndi da beleza.

De janeiro a setembro deste ano, 72% das vendas da companhia se concentraram nos Estados Unidos e Europa, praças consideradas supersaturadas. Um dos termômetros que comprovam isso é o consumo per capita. Enquanto no mercado europeu cada pessoa gasta, em média, US$ 211 anualmente, no restante do mundo o valor não passa de US$ 64, segundo dados da Euromonitor, referentes a 2014. A diferença é que, apesar de muito superior, o consumo na Europa está estacionado. Enquanto isso, nos mercados emergentes as vendas crescem a um ritmo de dois dígitos há mais de uma década.

“A Coty não teria como crescer apenas de forma orgânica, sem adquirir empresas no Brasil”, disse a consultora Lisa Weiser, da corretora B. Riley & Co, de Los Angeles. “O tempo estava se esgotando para Becht e a compra da divisão de cosméticos da Hypermarcas chegou aos 45 minutos do segundo tempo”, acrescentou o analista do UBS. De fato, a definição do negócio aconteceu em clima de disputa de turfe. Na corrida para saber quem levaria a Hypermarcas, a alemã Henkel, uma das maiores fabricantes de produtos de beleza de uso profissional, como clínicas de estética e salões de beleza, teria mantido um acordo de exclusividade na negociação.

No entanto, o prazo teria expirado quase duas semanas antes da proposta final da Coty pela divisão da Hypermarcas. A compra de marcas populares da Hypermarcas também simboliza o trunfo de Becht na queda-de-braço com seus principais executivos no esforço para diversificar o portfólio. 

Becht enxergava na popularização da Coty uma saída para expandir a empresa em alcance geográfico e receita, ideia defendida também pelo alemão Nicolas Fischer, que será o presidente da Coty Brasil. 

Alguns executivos, no entanto, tinham uma ideia oposta a essa, defendendo que a Coty precisava se sofisticar ainda mais para ampliar suas margens.

No ano passado, a rival L’Oréal adotou postura semelhante. A companhia comprou a brasileira Niely Cosméticos, de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, líder no País na venda de produtos voltados para as classes C e D. Por esta razão, é consenso que a Coty, que detém o licenciamento de marcas consideradas premium, como Calvin Klein, Adidas, Davidoff e Marc Jacobs, cujos perfumes podem custar mais de R$ 400, terá de aprender a se comunicar com um público acostumado a comprar cremes Monange e Paixão, com preço médio de R$ 2,90.

“A Coty precisará estabelecer um plano de ação muito específico para esse novo público”, garante a consultora Luciane Martinatti, especialista em beleza pela FGV-SP. Não foi a primeira vez que a Coty tentou seduzir uma empresa com forte atuação no mercado nacional. Em 2012, a empresa lançou uma proposta de US$ 10 bilhões pela americana Avon, a maior empresa de vendas diretas do mundo, com faturamento US$ 8,9 bilhões em 2014, e cujo maior mercado é o Brasil. Ouviu um “não”. No ano seguinte, ofereceu ao apresentador Silvio Santos meio bilhão de reais pela Jequiti.

A oferta foi novamente recusada. Em junho deste ano, a Coty, finalmente, comprou da americana P&G as marcas Wella, Max Factor e Cover Girl, por US$ 12,8 bilhões. Com o negócio, que prevê a incorporação gradual de outros rótulos, como Hugo Boss, Dolce & Gabbana e Lacoste, a Coty se tornará a número um no mercado mundial de perfumes, com 12,7% de participação, e ficará muito próxima da liderança no Brasil, com fatia de 9,6%. A estratégia da Coty por aqui precisará ser bem estudada para competir com gigantes já consolidadas, como a Natura e O Boticário.

Inicialmente, com os produtos populares da Hypermarcas, a Coty não deverá entrar em um embate direto com as companhias brasileiras. Nos próximos anos, no entanto, a empresa francesa deverá aumentar sua capilaridade no varejo brasileiro, com perfumes e cosméticos em praticamente todas as faixas de renda. “A empresa encontrará um ambiente bastante competitivo, com forte presença de players internacionais e locais já bem posicionados”, afirma Marcela Viana, da Euromonitor. Mas, ao que tudo indica, a Coty está pronta para a briga.

Criatividade é alma da empresa, diz CEO do Cirque du Soleil


@_openspace_
O CEO do Cirque du Soleil, Daniel Lamarre, durante palestra na HSM Expomanagement 2015, em São Paulo
 
 
 
São Paulo - Segundo Daniel Lamarre, presidente do Cirque du Soleil, a receita do sucesso do circo pode ser seguida por empresas de qualquer ramo: valorizar a criatividade, construir uma marca global e investir em pesquisa e desenvolvimento.

"Acredito piamente que não há empresa sem criatividade. Ela é a alma e o coração de qualquer organização", disse durante palestra na HSM Expomanagement, nesta terça-feira (10), em São Paulo.

Na sua visão, criatividade significa "fazer nascer algo novo" e alcançá-la começa por ter um ambiente físico estimulante. "É isso o que fazem Google, Pixar, Disney e tantas outras", afirmou.
É necessário, também, que o líder abrace novas ideias. "Isso vale para qualquer atividade que vocês desempenhem. Parem de ser aquela pessoa normal, estável. Sejam criativos", disse à plateia de executivos.

No caso dele próprio, para não cair no tédio e se energizar no dia a dia, Daniel contratou uma palhaça particular. "Ela me apresenta de uma forma divertida, tira de sarro de mim quando as reuniões estão muito chatas e me chacoalha", contou.

Instigar a criatividade passa ainda por empoderar os funcionários para que eles possam inovar, de acordo com Lamarre. No Cirque du Soleil, isso é feito com a ajuda do projeto Eureka.

Por meio dele, cada colaborador que tem uma nova ideia é ouvido pelo presidente e recebe um feedback mesmo que o projeto sugerido não seja adotado.

"Atualmente estamos nos apresentando em diversas cidades e temos milhares de pares de olhos que têm que viajar acompanhando o espetáculo e que trazem consigo novas percepções quando voltam", explicou.
 

Outros ingredientes


Encontrar profissionais com as habilidades corretas também é essencial, afirma o empresário. "O que você está fazendo hoje para preparar sua empresa para amanhã? A resposta deveria ser: procurando pessoas que possam fazer a diferença".

O Cirque du Soleil tem 5.000 funcionários, dentre eles 1.300 bailarinos, dos quais 45 são brasileiros. 

O banco de talentos da empresa, porém, é composto por 75.000 artistas.

"A gente tem 50 olheiros que viajam pelo mundo inteiro para ver se a gente está contratando as pessoas certas. Se você me disser que tem uma cantora ótima em um bar aqui no Brasil, em 48 horas vai ter um olheiro meu lá", disse.

A companhia também trabalha em parceria com 12 universidades nos Estados Unidos e 11 no Canadá. "Ouça o que o mercado está dizendo, ouça o pessoal de pesquisa e desenvolvimento”, reforçou Lamarre.

Outro segredo do Cirque du Soleil que deve ser explorado pelas companhias que querem se destacar no mercado, segundo o executivo, é a coragem de correr riscos e apostar no incerto.

Ele contou, por exemplo, que o espetáculo Love, baseado na discografia dos Beatles, surgiu de uma conversa despretensiosa com George Harrison, durante uma festa.

Ouvir a opinião dos clientes também é uma dica de Lamarre. De acordo com ele, ao fim de cada show, o circo avalia os atos mais apreciados pelo público. Além disso, os expectadores são perguntados: vocês recomendariam a peça aos seus familiares? "Quando o nível de satisfação estiver abaixo de 85%, teremos que fazer mudanças".

Preparar sucessores e ter um plano de carreira também é fundamental.

"Nós temos no Cirque du Soleil cinco pessoas que podem me substituir se a qualquer momento eu for atropelado por um ônibus. É importante ter isso. Também temos que criar maneiras de promover e desenvolver a equipe. É difícil você convencer um acrobata de 20 anos de que ele não vai ter aquele desempenho para sempre e precisa voltar a estudar. Nós fazemos isso", disse.

Fusões e aquisições no setor elétrico desaceleram, diz KPMG


Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Transmissão de energia elétrica
Energia elétrica: o segundo trimestre deste ano, haviam sido registradas nove negociações, contra dez no primeiro trimestre
 
Da REUTERS

São Paulo - As operações de fusões e aquisição no setor elétrico do Brasil desaceleraram no terceiro trimestre, com apenas cinco negócios fechados, ante 15 no mesmo período de 2014, informou nesta segunda-feira a consultoria KPMG.

No segundo trimestre deste ano, haviam sido registradas nove negociações, contra dez no primeiro trimestre; nos primeiros nove meses do ano, foram 24 negociações concretizadas, quase metade das 42 registradas na comparação anual.

Em nota, a KPMG destacou que quatro das cinco transações do terceiro trimestre foram aquisições de empresas brasileiras por agentes estrangeiros.
O sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra, disse que o investidor externo pode tirar proveito da instabilidade que a "indústria de energia está vivendo", com incertezas de acesso a financiamento e menor atratividade os leilões de energia do governo. 

"Tudo isso gerou uma oportunidade para os estrangeiros, favorecidos também pela desvalorização do real frente ao dólar", disse Coimbra.

OAS irá leiloar Invepar para Brookfield por R$1,35 bi


Paulo Pinto / Fotos Públicas
Passageiros caminham pelo Aeroporto de Guarulhos (SP)
A OAS tenda vender seus ativos, como é o caso da Invepar, que detém uma participação na controladora do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo

São Paulo - O grupo OAS e a canadense Brookfield chegaram a um acordo sobre o preço para a venda da participação da brasileira na Invepar.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Brookfield irá pagar 1,35 bilhão de reais por uma fatia de 24,4% da Invepar, empresa de concessões de infraestrutura.

Os credores internacionais aprovaram a venda, de acordo com o veículo. Eles correspondem a 70% da dívida de 11 bilhões de reais da companhia.
A aprovação do valor pelos credores era essencial para o andamento da venda, que será realizada em leilão após aprovação do plano de recuperação judicial da OAS.

Investigada na Operação Lava Jato, a OAS teve sua nota de crédito rebaixada. Ela pediu, em março deste ano, recuperação judicial de nove das empresas do grupo.

Ela está tentando vender seus ativos, como é o caso da Invepar, que detém uma participação na controladora do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A empresa espera conseguir entre 1,7 bilhão a 2,5 bilhões de reais com essa estratégia.

No entanto, o grupo ainda não finalizou o plano de recuperação, porque não havia consenso sobre o valor dos ativos e a assembleia de credores havia sido adiada diversas vezes.

Em agosto, a Justiça suspendeu um empréstimo de 800 milhões de reais que o fundo canadense concederia à OAS.

Como a Invepar seria dada como garantia do empréstimo, a os credores foram contrários à proposta, afirmando que isso poderia diminuir a participação da OAS na companhia.

Então, a OAS ofereceu sua participação na empresa por 1,85 bilhão de reais para a Brookfield. No entanto, no início de outubro, a Brookfield rejeitou o valor, que agora ficou acordado em 1,35 bilhão de reais.

FMI pede a países petroleiros que reestruturem economias


Pascal Lauener/Reuters
Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, é vista durante encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Christine Lagarde: "A situação atual constitui um apelo urgente à reestruturação as economias"
Da AFP
 

Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta terça-feira, em Doha, aos países produtores de petróleo que reestruturem a suas economias, diante da queda dos preços do petróleo.

"A situação atual constitui um apelo urgente à reestruturação as economias", declarou Lagarde, referindo-se a países cujas receitas dependem fundamentalmente de suas exportações de hidrocarbonetos.

"Diante desta nova situação, causada pelos preços do petróleo. que não é um fenômeno passageiro, mas de longo prazo (...), é preciso adotar medidas", disse a diretora do FMI, em Georgetown University no Catar.
Lagarde ressaltou que os Estados produtores de petróleo devem encontrar novas fontes de renda e ao mesmo tempo implementar um rígido controle dos gastos públicos. Também pediu um maior envolvimento do setor privado na economia.