terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Cade aprova venda de negócio de cosméticos da Hypermarcas


Divulgação/Risque
Esmaltes da Risqué
Risqué: negócio inclui marcas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué, Paixão e Cenoura & Bronze
 
Luciana Bruno, da REUTERS


São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do negócio de fabricação e venda de cosméticos da Hypermarcas para a francesa Coty, segundo parecer publicado nesta segunda-feira.

A operação de 3,8 bilhões de reais havia sido anunciada no início de novembro, dentro dos esforços da Hypermarcas de reduzir seu endividamento e se concentrar na área farmacêutica.

O negócio inclui marcas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué, Paixão e Cenoura & Bronze, dentre outras. A transação não envolve os produtos descartáveis, como Jontex, e de cuidados infantis, como as marcas Pom Pom e Sapeca, nem de dermocosméticos.

O Cade concluiu que a transação implica sobreposições horizontais reduzidas e que "não levanta preocupações sob o enfoque concorrencial".

Cade aprova operação de aquisição entre Adidas e Reebok


Guenter Schiffmann/Bloomberg
Materiais esportivos da Reebok
Reebok: acordo regula a participação conjunta de ambas no negócio de distribuição e varejo dos produtos Reebok no Brasil
 
Sandra Manfrini, do Estadão Conteúdo


Brasília - A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a operação de aquisição de controle entre a Adidas International, B.V. e Reebok Produtos Esportivos do Brasil Ltda.

Segundo informações disponibilizadas pelo Cade, trata-se de uma operação que envolve a rescisão do joint venture agreement celebrado entre a Adidas e a Vulcabrás, que criou a união em março de 2008 e que expira em 31 de dezembro de 2015.

O acordo regula a participação conjunta de ambas no negócio de distribuição e varejo dos produtos Reebok no Brasil.

Com a rescisão, a Adidas irá adquirir a totalidade das quotas detidas pela Vulcabrás no capital social da Reebok, participação remanescente de 0,01% deste, antes do fim da joint venture, e assumirá os negócios da Reebok no Brasil.

"Ressalte-se que a presente operação, apesar de ter por objeto a aquisição de apenas 0,01% da empresa-objeto, refere-se a uma aquisição de controle unitário, haja vista que o controle da Reebok era compartilhado entre a Adidas e a Vulcabrás, sendo que esta última detinha poderes de gestão e controle das principais atividades comerciais da empresa-objeto", diz o parecer do Cade.

A Adidas é um dos membros do grupo alemão Adidas que desenvolve, produz e comercializa produtos esportivos. A Reebok é conjuntamente detida pelo grupo Adidas, que detém mais de 99,99% das quotas, e pela Vulcabrás Azaleia CE Calçados e Artigos, que detém 0,01% das quotas.

A Reebok detém ou gerencia algumas lojas de varejo que, segundo o Cade, serão transferidas para a Adidas ou encerrarão suas atividades e fecharão.


Presidente da GOL vê aumento de fusões e aquisições no setor


Camila Lam
Paulo Kakinoff, da Gol, durante o CEO Summit 2012
Paulo Kakinoff, presidente da GOL: "a posição da empresa é nos mantermos como 'player' importante para aproveitar oportunidades"
 
Priscila Jordão, da REUTERS


São Paulo - O presidente da GOL, Paulo Kakinoff, disse que, pessoalmente, vê o movimento de fusões e aquisições do setor aéreo se intensificando na América Latina, mas que, para a companhia, nenhuma transação está em curso ou visível atualmente.

"A empresa tem um histórico que envolve ações de crescimento inorgânico e a gente olha oportunidades que possam existir. Pessoalmente, acho que elas aparecerão", disse o executivo em encontro com investidores e analistas nesta segunda-feira.

"A posição da empresa é nos mantermos como 'player' importante para aproveitar oportunidades. Nada está em curso ou visível nesse momento." 


Temer autorizou mesma manobra de Dilma citada no impeachment




REUTERS/Paulo Whitaker
O vice-presidente Michel Temer em evento em São Paulo
A prática é um principais motivos para o pedido de impeachment de Dilma: Temer assinou sete decretos que abriram crédito suplementar de R$ 10,807 bilhões
 
Andreza Matais e João Villaverde, do Estadão Conteúdo


Brasília - O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), assinou no exercício da Presidência, entre novembro de 2014 e julho de 2015, sete decretos que abriram crédito suplementar de R$ 10,807 bilhões mesmo num cenário de crise econômica e queda na arrecadação.

A prática é a mesma adotada pela presidente Dilma Rousseff e que consta, agora, como um dos principais motivos para o pedido de impeachment aberto contra a petista na Câmara.

Diante disso, a oposição vai pedir ao Tribunal da Contas da União (TCU) uma investigação sobre os atos assinados pelo peemedebista.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que, se o TCU confirmar que o vice-presidente cometeu os mesmos ilícitos de Dilma, ele será "envolvido" no processo de impeachment.
Publicidade

"Se a conclusão for de que o vice também cometeu crime de responsabilidade, é óbvio que o processo de impeachment deve ser ampliado e os dois deverão ser colocados no mesmo banco dos réus", disse o tucano.
 

'Em nome'


Temer, que assumirá a Presidência em caso de afastamento de Dilma, não consta até o momento como alvo de nenhuma das irregularidades apontadas pelo parecer que será colocado em discussão para o impeachment em comissão especial da Câmara. Questionado ontem sobre os decretos, Temer disse que agiu em nome de Dilma.

"Nas interinidades em que exerce a Presidência da República, o vice-presidente age apenas, formalmente, em nome da titular do cargo. Ele deve assinar documentos e atos cujos prazos sejam vincendos no período em que se encontra no exercício das funções presidenciais. Ele cumpre, tão somente, as rotinas dos programas estabelecidos pela presidente em todo âmbito do governo, inclusive em relação à política econômica e aos atos de caráter fiscal e tributários", disse Temer, por meio de sua assessoria.

Temer também deixou claro que seguiu a política econômica e fiscal de Dilma.

"O vice-presidente não formula a política econômica ou fiscal. Não entra no mérito das matérias objeto de decretos ou leis, cujas justificativas são feitas pelo Ministério da Fazenda e pela Casa Civil da Presidência, em consonância com as diretrizes definidas pela chefe de governo", afirmou Temer, em referência direta a Dilma.

Em 2014 e 2015, o governo perseguiu uma meta de superávit fiscal ao mesmo tempo em que aumentava gastos por meio dos decretos. Somente em dezembro, nas duas ocasiões, é que o Congresso alterou a meta, permitindo um déficit fiscal.

Até o momento, o TCU analisou apenas os decretos não numerados editados por Dilma.

Os decretos foram assinados por Temer antes da aprovação, pelo Congresso, da mudança da meta fiscal. Tanto em 2014 quanto neste ano, o vice os editou em períodos em que Dilma estava fora do País, em viagens oficiais internacionais.
 

Meta fiscal


Tanto no pedido de impeachment, feito por juristas com endosso da oposição, quando no parecer do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), que autorizou a abertura de uma comissão especial para analisar a admissibilidade do processo de cassação de Dilma se embasam, entre outros pontos, em seis decretos não numerados assinados pela petista, que liberaram R$ 2,5 bilhões em créditos suplementares em julho e agosto deste ano, meses antes da nova meta fiscal ser aprovada pelo Congresso, o que só ocorreu na semana passada.

Os decretos assinados por Temer, somente em 2015, apresentaram um volume três vezes superior aos de Dilma.

Foram quatro decretos editados por ele neste ano: um em 26 de maio, liberando R$ 7,28 bilhões; e três em 7 de julho, que abriram crédito suplementar, de pouco mais de R$ 3 bilhões, ao todo.

As justificativas foram, também, iguais àquelas apresentadas nos decretos de Dilma: "Os recursos necessários à abertura do crédito decorrem de excesso de arrecadação", de "superávit financeiro apurado no Balanço Patrimonial da União do exercício de 2014" e "anulação parcial de dotação orçamentária".

Os decretos de Temer, em 2015, foram editados antes de o governo ter enviado ao Congresso Nacional o projeto que reduzia a meta fiscal do ano.

Os quatro decretos não numerados assinados pelo vice foram publicados antes de 22 de julho, quando o governo propôs a alteração de meta, que seria alterada em outubro e aprovada na semana passada. 


PF deflagra operação braço da Lava Jato


Arquivo/Agência Brasil
Polícia Federal
Investigação: um dos alvos é o escritório Raul Canal & Advogados Associados, com sede em Brasília e representação em vários estados


São Paulo - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (8), uma operação braço da Lava Jato. Dessa vez, o foco das investigações está na prática de crimes ligados à exploração ilegal de diamantes nas terras dos índios cinta-larga, em Rondônia.

Segundo informações do jornal Estado de S. Paulo, a investigação foi iniciada a partir de informações sobre a atuação do doleiro Carlos Habib Chater, o primeiro preso da Lava Jato, em março de 2014.

Batizada de Crátons, em alusão às estruturas geológicas que dão origem à formação dos diamantes, a operação mobilizou 220 policiais federais para cumprir 90 mandados judiciais - 11 são de prisão preventiva, 41 de busca e apreensão, 35 de conduções coercitivas e 3 intimações de comparecimento. 

As apurações desta etapa constataram que uma organização criminosa, composta por advogados, empresários, comerciantes e indígenas, financiava a comercialização ilícita dos diamantes no “Garimpo Lage”, no interior da reserva Parque do Aripuanã, de posse exclusiva da etnia dos índios cinta-larga. 
Publicidade

Distrito Federal, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso e Paraná foram alvo da ação de hoje.

Há duas semanas, a 21º fase prendeu o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação foi batizada de "Passe Livre" por conta de um suposto livre acesso de Bumlai ao Palácio do Planalto.


13 partidos registram chapa avulsa para impeachment


Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
Processo de impeachment da presidente Dilma: para ser aprovada, a chapa precisa do voto de 257 deputados em plenário
 
Carolina Gonçalves, da AGÊNCIA BRASIL


Brasília - Parlamentares de 13 partidos, entre oposição e alguns da base aliada, protocolaram hoje (8), às 13h50, na Câmara, a chapa avulsa para compor a Comissão Especial que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, aceito semana passada pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Denominado Unindo o Brasil, o grupo se reuniu em frente ao Protocolo da Câmara, onde formalizaram a entrega do documento. 

Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rubens Bueno (PPS-PR) lideravam o movimento, que também tinha representantes do PHS, PTB, PSB, PP, PSC, PSD, PND e Solidariedade.

Hoje cedo, após avaliar a carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff, parlamentares do PMDB se reuniram com partidos de oposição e legendas da base aliada insatisfeitas com o Planalto, como PSC e PTB, para alinhavar nomes para a chapa alternativa.
Publicidade

Depois da reunião, Rubens Bueno disse que a insatisfação se intensificou com a carta de Temer.

“Esta reação começou quando líderes trouxeram nomes de forma impositiva feita pelo governo agredindo o Parlamento. Na carta, ele [Temer] indica o menosprezo hegemônico dos que estão no Poder e tratam aliados como subalternos.”.

Para ser aprovada, a chapa precisa do voto de 257 deputados em plenário. Ainda não há definição se a votação será aberta ou secreta.

Pessoa jurídica também tem direito à Justiça gratuita, reafirma STJ


Quando pessoas jurídicas demonstram ser impossível arcar com os custos de um processo na Justiça, também têm direito à Justiça gratuita. Assim entendeu a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao negar recurso da União contra decisão que havia concedido assistência judiciária a uma empresa do Rio Grande do Sul.

O caso envolve uma execução fiscal da dívida ativa relativa a créditos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A empresa, que atua na área de consultoria empresarial, embargou a execução (contestando valores) e pediu ao juiz federal a concessão de assistência judiciária gratuita.

O juiz negou, pois entendeu que não haveria nos autos da execução “elementos capazes de comprovar a impossibilidade de a empresa arcar com as despesas processuais”. Já o Tribunal Regional Federal da 4ª Região concedeu o benefício ao constatar o pequeno porte, a existência de apenas um funcionário e o balanço patrimonial da empresa, que no ano anterior foi encerrado com dívida de R$ 93 mil.

Em novo recurso, dessa vez endereçado ao STJ, a União insistiu na tese de que o benefício da Justiça gratuita é apenas para pessoas físicas, e não pessoas jurídicas,  menos ainda para aquelas com fins lucrativos. As alegações foram rejeitadas no julgamento da 2ª Turma, em decisão unânime.

Seguindo o voto do relator, ministro Herman Benjamin, a turma reafirmou o entendimento da Corte Especial de que, independentemente do fato de se tratar de pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos, a concessão do benefício está condicionada à demonstração da impossibilidade financeira. O acórdão ainda não foi publicado. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.


REsp 1.562.883