quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

STF manda soltar Esteves e mantém prisão do senador Delcídio



Chris Ratcliffe/Bloomberg
O presidente-executivo do BTG Pactual, André Esteves
Justiça: Esteves terá de se sujeitar a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e restrições para deixar o país


Brasília - Apesar de ter revogado a prisão do banqueiro André Esteves, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu medidas restritivas contra ele. 

Esteves será obrigado a comparecer em juízo, quando necessário, precisa de autorização para se locomover e usará tornozeleira eletrônica. Além disso, está proibido de exercer qualquer atividade pública ou econômica.

Zavascki revogou nesta quinta-feira, 17, a prisão de Esteves, do BTG Pactual, mas manteve as prisões do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do assessor dele, Diogo Ferreira. 

Os três são suspeitos de planejar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fim de que ele não fizesse acordo de delação premiada.

Fusão de Dow e DuPont mira grande economia com impostos


Bill Pugliano/Getty Images
Dow Chemical
Dow Chemical: isso ressalta o crescente uso de fusões e aquisições como forma de cortar a conta tributária
 
Greg Roumeliotis e Mike Stone, da REUTERS


Nova York - O tratamento livre de impostos das cisões que a Dow Chemical e a DuPont pretendem realizar após a fusão de seus negócios é um dos principais catalisadores do acordo, potencialmente economizando dezenas de bilhões de dólares, segundo especialistas do setor.

A fusão de 120 bilhões de dólares, anunciada na semana passada, vem menos de um mês depois de a farmacêutica Pfizer afirmar que usará sua aquisição de 160 bilhões de dólares da Allergan como uma maneira de cortar seus impostos.

Isso ressalta o crescente uso de fusões e aquisições como forma de cortar a conta tributária de empresas norte-americanas.

"Toda a estrutura disso é muito, muito eficiente tributariamente e uma das razões pelas quais estamos fazendo isso desta maneira, é muito benéfico desse ponto de vista aos acionistas", disse o presidente-executivo da DuPont, Ed Breene, a analistas na sexta-feira.

"Quando olhei para qualquer outra opção estratégica para a DuPont, nada chegava perto disso".

Diferente do acordo de Pfizer e Allergan, no qual as economias são resultado da troca do domicílio da Pfizer para a Irlanda, onde a Allergan é baseada, em uma chamada inversão, as economias no caso Dow-DuPont se relacionam à estruturação da transação como uma fusão de iguais.

É um evento raro que exige companhias do mesmo tamanho e escopo dispostas a negociar, segundo especialistas tributários. Ambas as companhias agora estão avaliadas em cerca de 60 bilhões de dólares cada.

"É relativamente raro", disse Robert Willens, consultor corporativo de tributos e contabilidade. É pouco usual que companhias mais ou menos do mesmo tamanho no mesmo setor negociem um acordo assim, disse.

Tipicamente, empresas que passaram por mudança de controle devem pagar taxas sobre ganhos de capital nas cisões subsequentes, sob a seção 355 do Código Interno de Receita dos Estados Unidos. Se ambas as companhias, contudo, não passarem formalmente por uma mudança de controle, as cisões podem ser livres de impostos.

Após sua fusão, Dow e DuPont planejam criar três negócios publicamente negociados, focando em agricultura, matérias-primas e produtos especializados.

Elas pretendem argumentar que uma mudança de controle não terá ocorrido devido à estruturação do acordo inicial como uma fusão de iguais. Corrobora a sua visão de que uma mudança de controle não ocorre o fato de que ambas as empresas têm muitos acionistas em comum.

AstraZeneca comprará fatia majoritária na Acerta por US$4 bi




Paul Thomas/Bloomberg
AstraZeneca
AstraZeneca: farmacêutica ainda terá a opção de comprar os 45% restantes da Acerta no futuro por US$ 3 bilhões
 
 
 
São Paulo - A farmacêutica AstraZeneca, do Reino Unido, anunciou nesta quinta-feira (17) que comprará uma fatia de 55% na empresa de biotecnologia Acerta Pharma, baseada na Holanda e Estados Unidos. O valor da transação será de 4 bilhões de dólares.

Inicialmente, será paga uma parcela no valor de 2,5 bilhões de dólares. A quantia restante, de 1,5 bilhão de dólares, será entregue em 2018 ou após as aprovações regulatórias do remédio acalabrutinib (contra câncer no sangue) nos EUA, o que acontecer primeiro.

O acordo também dá à AstraZeneca a opção de adquirir os 45% restantes da Acerta no futuro, por aproximadamente 3 bilhões de dólares.

"O investimento é coerente com o nosso foco no crescimento a longo prazo. Estamos impulsionando uma área importante no nosso portfólio de oncologia com uma droga em avançado estágio de desenvolvimento, que pode revolucionar o tratamento a pacientes com diversos tipos de câncer", disse o presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot, em nota.

A expectativa é de que o medicamento, depois de aprovado, atinja vendas de 5 bilhões de dólares globalmente.
 
"A AstraZeneca também seria beneficiada com a substancial expertise em cânceres hematológicos oferecida pelos cerca de 150 funcionários da Acerta", disse a companhia, no comunicado.
 

Avon vende participação e negócio nos EUA por US$ 605 mi




Scott Eells/Bloomberg
Produtos da Avon
Avon: além de 80,1% da subsidiária, a Cerberus também adquiriu 16,6% da matriz Avon Products
 
 
São Paulo - A divisão norte-americana da Avon, uma das mais problemáticas do grupo, foi vendida para a Cerberus Capital Management LP, empresa de investimentos privados com sede em Nova York. Além de 80,1% da subsidiária, a Cerberus também adquiriu parte da matriz Avon Products. 

O acordo deve ser finalizado no primeiro semestre de 2016. Em comunicado, a empresa de cosméticos afirma que a parceria estratégica firmada com a companhia de investimentos tem dois componentes principais.

A Cerberus comprou 16,6% da companhia Avon Products por um valor de 435 milhões de dólares. Esse total será pago em ações, precificadas em 5 dólares, valor 46% superior à média de 30 dias.

Em segundo lugar, a divisão norte-americana da Avon será dividida e passará a ser controlada pela Cerberus. Ela irá pagar 170 milhões de dólares por 80,1% da empresa.

O objetivo, segundo a Avon, é “conduzir a um foco maior nos mercados internacionais da Avon, revitalizar o negócio norte-americano e entregar valor de longo prazo a seus acionistas”. 

“Também acreditamos que a parceria irá acelerar crescimento dos lucros no portfólio restante da Avon, que representou aproximadamente 86% das vendas nos nove primeiros meses do ano, até setembro”, disse Sheri McCoy, presidente da Avon.

Segundo o acordo, a divisão norte-americana irá assumir cerca de 230 milhões de dívidas de longo prazo da Avon, que serão pagas parcialmente por uma contribuição de 100 milhões de dólares vinda da própria Avon.

O segmento, que atua nos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico, tem cerca de 400.000 consultoras de vendas. Segundo a companhia, a Cerberus irá reforçar esse time.

No terceiro trimestre deste ano, a fabricante de cosméticos teve prejuízo líquido de 697 milhões de dólares.

Bloqueio no Brasil tira WhatsApp do ar na Argentina e Chile


Rawderson Rangel/Wikimedia Commons
Santiago, no Chile
Santiago: usuários do Chile ficaram sem acesso ao WhatsApp após proibição do Brasil
 
 
 
São Paulo – O bloqueio do WhatsApp no Brasil está afetando também outros países. Veículos de imprensa da América do Sul relatam que usuários de países vizinhos, principalmente Argentina e Chile, estão sem acesso ao aplicativo de mensagens.

O Diario Financeiro, do Chile, explica que isso acontece por conta de uma empresa que presta serviços a operadoras, a Level 3. Ela usa cabos submarinos e terrestres para levar a conexão até o Chile.

A Level 3 é responsável pela conexão internacional para operadoras chilenas como Entel, GTD e VTR. A solução foi recorrer a outras prestadoras de serviço que não apresentavam problemas.

Usuários da Argentina e Uruguai também foram afetados. Alguns sites relatam reclamações por parte de diversos usuários desses países. As causas, aqui, são as mesmas relacionadas à interrupção do serviço no Chile.
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Alguns usuários da Venezuela compartilharam em redes sociais que estão tendo problemas para usar o WhatsApp. Não existe nenhuma confirmação até agora de que a causa do problema seja a decisão da Justiça de São Paulo.

No Brasil, o WhatsApp está fora do ar desde a 0h desta quinta-feira. A decisão partiu da Justiça de São Paulo, mas atingiu a todo o país.


Juíza do DF agiliza negociação via WhatsApp, e audiência demora 10 minutos


Alessandra Modzeleski
Colaboração para o UOL, em Brasília
  • Arquivo pessoal
    Juíza mediou a conciliação via WhatsApp Juíza mediou a conciliação via WhatsApp
A Justiça do Distrito Federal usou o WhatsApp pela primeira vez em um processo trabalhista. 

Poderia levar três meses para marcar a primeira audiência de conciliação, calcula a juíza Tamara Gil Kemp, responsável pela iniciativa na 1ª Vara do Trabalho do Gama. Com o uso da tecnologia, a audiência demorou poucos minutos. 

A juíza criou um grupo no WhatsApp reunindo os advogados das duas partes. De um lado, a defesa da cobradora Lilia Alves de Oliveira, 46; do outro, o representante da empresa de ônibus Cootarde. 

No lugar do nome do grupo, usou o número do processo judicial.

Os advogados fizeram toda a negociação pelo celular em cerca de cinco horas, segundo Wagner Pereira da Silva, representante da empresa. A juíza mediou a negociação.

No dia seguinte, as duas partes se encontraram em uma audiência presencial apenas para assinar os papéis. Em dez minutos, o processo estava finalizado.

A trabalhadora saiu de lá com o acordo feito e já podendo sacar o valor ao qual tinha direito.

 

Experiência não foi planejada, segundo juíza


"A maior vantagem é a rapidez, porque a Justiça é muito burocrática. Além disso, não fica aquele clima pesado de uma audiência, e as partes podem pensar antes de escrever. Não precisa ser algo imediato", disse a juíza. A ideia surgiu após ver uma iniciativa semelhante na Justiça em Campinas (SP).

A experiência não foi planejada, mas a magistrada pretende repeti-la.

"No que depender de nós, vamos aplicar em novos processos. Vamos estudar uma logística para que isso aconteça sem prejudicar os andamentos da Vara".

Skype e Facebook também são usados

Segundo a juíza, a Justiça usa outros recursos tecnológicos em negociações, como Facebook e Skype. Para ela, no entanto, o WhatsApp é o mais prático.

"No caso do Skype, alguns juízes usam para atender advogados, sem que ele saia do escritório, mas imagem requer tempo e preparação. O Facebook também está ao nosso lado, principalmente para produzir provas", explicou.

O advogado da empresa diz que repetiria a experiência. "A maior vantagem foi o tempo e possibilidade dos advogados poderem ponderar com os clientes de maneira mais direta e apresentando os prós e contras das propostas de acordo". 

Ele diz que a iniciativa poderia ser replicada em outras esferas da Justiça, como em juizados especiais e na área da defesa do consumidor. "Eu só não concordaria se fosse feito no juizado criminal. É imprescindível a presença da vítima ou órgão acusado e do réu."

Para a advogada da cobradora, Iara Janaína do Vale Barbosa, a proposta foi corajosa e muito eficaz por parte da magistrada. "Quando ajuizamos uma ação, o desgaste para resolvê-la administrativamente foi grande, e o que a parte quer é a solução do problema o mais rápido e satisfatório possível. Se pudermos conciliar rapidez com aplicação do direito, melhor."

Segundo a advogada da cobradora, a ação contra a Cootarde foi motivada porque a empresa teria fechado as portas sem pagar aviso prévio, férias vencidas e proporcionais e o 13º salário dos funcionários.

A ação decidiu que a Cootarde deve pagar R$ 11 mil à ex-funcionária e expedir alvará para que ela possa sacar o FGTS e dar entrada no seguro-desemprego. 

87% dos médicos no Brasil usam WhatsApp com pacientes



GettyImages
Médico e estetoscópio
Saúde: 82% dos médicos brasileiros também usam a velha e boa mensagem de texto
 
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo

Londres - Nove de cada dez médicos do Brasil usa o aplicativo WhatsApp para se comunicar com os pacientes.

Isso deu aos médicos brasileiros o título de usuários mais frequentes do aplicativo em todo o mundo, revela pesquisa de uma consultoria britânica do setor de saúde. No Reino Unido, só 2% dos médicos usa o aplicativo para falar com pacientes.

A pesquisa da consultoria britânica Cello Health Insight que entrevistou 1.040 médicos em oito países - Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Estados Unidos, China e Brasil - revelou que 87% dos brasileiros usaram o WhatsApp nos 30 dias anteriores à entrevista para a comunicação com pacientes. O número é muito superior ao de outros países.

Em segundo lugar, a Itália teve 61%. Na China, 50% dos médicos disse ter usado o WeChat, uma versão local do aplicativo. A pesquisa foi divulgada em novembro.
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"França, Estados Unidos e Reino Unido estão muito atrás de outros países no uso do WhatsApp. Médicos nos países do sul da Europa, China e Brasil estão usando essa plataforma para comunicação com colegas, pacientes e representantes da indústria farmacêutica", destaca a pesquisa.

Segundo o estudo, só 2% dos médicos britânicos usa o aplicativo para se comunicar com pacientes e o índice é de 4% entre os norte-americanos.

Em um dia em que o Brasil acordou sem WhatsApp, a boa notícia é que a pesquisa também mostrou que 82% dos médicos brasileiros também usam a velha e boa mensagem de texto para trocar informações com os pacientes. Na média mundial, 30% dos médicos usa o canal de comunicação.

"No Brasil e na China, os dados sugerem que os médicos abraçaram os smartphones e tablets, o que gera uma interessante oportunidade para a indústria farmacêutica para alcançar esses profissionais", nota a pesquisa que cita que 87% dos médicos brasileiros e 76% dos chineses usam celulares e tablets para pesquisas relacionadas ao trabalho.