São Paulo - As regiões
Sul e
Sudeste são as principais responsáveis pelo aumento no surgimento de novas empresas no Brasil no primeiros quatro meses do ano.
De janeiro a abril, 674.975 novos negócios foram criados no país, alta
de 4,1% em relação a igual período de 2015 e o maior nível desde 2010,
segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira, 23, pela
Serasa Experian.
No entanto, por região, apenas Sul e Sudeste apresentaram expansão, de
1,8% e 4,8%, respectivamente. Entre as demais regiões, que registraram
queda, o Centro-Oeste teve o maior recuo: 6,5%.
O Nordeste teve o segundo pior desempenho, com retração de 5,7%, à
frente da região Norte, onde o número de empresas criadas caiu 3,5% no
acumulado do ano até abril.
A maior parte das empresas criadas foi, mais uma vez, formada por
microempreendedores individuais (MEIs), dessa vez em nível ao superior
do ano passado.
Nos quatro primeiros meses deste ano, os MEIs representaram 80,1% dos
novos negócios, contra 72,1% em 2015 e, numa comparação mais distante,
42,4% em 2010.
Economistas da Serasa afirmam que esta maior participação dos MEIs é
resultado do aumento do desemprego, que impulsiona trabalhadores
desempregados a buscarem alternativas para geração de renda.
O setor de serviços continuou sendo o mais procurado pelos
empreendedores, com a abertura de 425.026 novas empresas no primeiro
quadrimestre de 2016, o equivalente a 63,0% do total de novos negócios.
Em seguida, 192.002 empresas comerciais (28,4% do total) surgiram nos
quatro primeiros meses do ano e, no setor industrial, foram abertas
56.266 empresas (8,3% do total).
Inadimplência
Apesar do maior número de negócios criados no Brasil, a crise tem elevado a inadimplência das empresas em operação no país.
Outra pesquisa da Serasa, divulgada no início do mês, mostrou que, em
abril, mais da metade das empresas brasileiras estava inadimplente.
São 4,4 milhões de companhias com dívidas em atraso, de um total de cerca de 8 milhões de negócios em atividade.
Esse índice é recorde - a marca anterior tinha sido batida em junho do
ano passado, quando 3,8 milhões de empresas estavam inadimplentes. O
total das dívidas soma R$ 105,6 bilhões.
O levantamento aponta ainda que, do total de companhias inadimplentes,
45,2% são comerciais (lojas de vestuário, concessionárias, lojas de
eletrônicos, entre outros), 45% são do segmento de serviços (bar,
restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros) e 8,9% são
indústrias.
O Sudeste é a região que concentra a maioria das empresas com dívidas em
atraso do país: 51%. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 17,9%,
seguido do Sul (16,6%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (5,7%).