sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Odebrecht disse que Lula prometeu "destravar" projetos






Kiyoshi Ota/Bloomberg
Marcelo Odebrecht
Marcelo Odebrecht: e-mail de 2005 consta no dossiê de pedido de prisão de Antonio Palocci
 
 
Ricardo Brandt (enviado especial), do Estadão Conteúdo
Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo
Mateus Coutinho e Julia Affonso, do Estadão Conteúdo


Curitiba e São Paulo - Em um e-mail de janeiro de 2005 enviado por Marcelo Bahia Odebrecht - preso pela Operação Lava Jato há 1 ano e 3 meses - para executivos do grupo ele afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se disponibilizado para "ajudar a destravar qualquer dificuldade para fazer acontecer". 

O documento em poder da força-tarefa, em Curitiba, integra o pedido de conversão da prisão do ex-ministro Antonio Palocci, feito nesta sexta-feira, 30, de temporária (de 5 dias) em preventiva (sem prazo).

Palocci foi detido alvo da 35ª fase, batizada de Omertà, acusado de receber R$ 128 milhões em propinas da Odebrecht para o PT, entre 2008 e 2013.

"Lula ficou de eleger 3 projetos e conduzir o assunto através de um grupo (Palocci, Dilma e Min. Transportes) ficando disponível para ajudar a 'destravar' qualquer dificuldade para fazer acontecer", escreve Odebrecht, em e-mail de 19 de janeiro de 2005, para 9 executivos do grupo.

O assunto tratado era da agenda que o pai, Emílio Odebrecht, teria acertado com o ex-presidente. "Segue a agenda que meu pai repassou com Lula em sua reunião de 6ª."

Para a Lava Jato, Palocci, que era tratado como "Italiano" nas mensagens cifradas da Odebrecht, seria um dos canais do grupo com o governo federal na obtenção de vantagens na Petrobras - e em outras áreas de negócios -, mediante o pagamento de propinas. "Pediu para que nós liderássemos os três projetos (acertou-se que envolveríamos outras empresas junto com a ABDIB). Ele ficou de retornar via o Italiano para nós, de como conduziríamos os próximos passos", complementa Odebrecht, na mensagem. "(Se o italiano não retornar eu o procuro semana que vêm)."

O delegado Filipe Hille Pace, que pediu a prisão preventiva de Palocci, destaca de no e-mail Odebrecht também relata que o próprio Lula se prontificou a "destravar" qualquer dificuldade que a Odebrecht tivesse "junto à estes projetos que lhe foram prometidos".

Lula, nem a ex-presidente Dilma Rousseff, são alvos desse inquérito. O documento, segundo o delegado, foi anexado para comprovar que Palocci era interlocutor do Grupo Odebrecht em supostos negócios escusos com o governo federal.

"Marcelo Odebrecht obteve de seu pai, Emilio Alves Odebrecht, a informação de que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha ficado de escolher três projetos, possivelmente da esfera federal, para serem entregues para execução/contratação pela/da Odebrecht, tendo designado Antonio Palocci e outros para conduzirem o assunto", interpreta o delegado.
 

"Amigo"


O delegado da Lava Jato reuniu ainda um e-mail de 2014 para mostrar que "amigo do pai" seria referência ao ex-presidente Lula. "Deve ser ressalvado que o documento investigativo foi utilizado, neste momento, apenas para expor os motivos que permitiram concluir que o 'amigo do pai' de Marcelo Bahia Odebrecht é Luiz Inácio Lula da Silva."

Lula virou réu da Lava Jato em Curitiba na última semana, mas é alvo de outras apurações. No documento em que pediu a conversão da prisão de Palocci, Pace registrou "as novas análises - especialmente o e-mail que segue abaixo - corroboram parte da acusação criminal feita recentemente pelo Ministério Público Federal em face do ex-Presidente da República, por meio da qual lhe imputam ter se utilizado de pessoas próximas a ele para a prática dos crimes pelos quais é processado".

Para o inquérito de Palocci, o delegado destaca que novos relatórios trouxeram dados dessa ligação do ex-ministro com Lula e que "eventuais desdobramentos e investigações a partir do conteúdo" serão repassados para investigadores da equipe da Lava Jato.


Mesóclise nunca mais? Temer faz piada com suas falas formais





Flávio Santana/Biofoto
Michel Temer, na abertura do Exame Fórum 2016
Michel Temer: abandono de mesóclise após piadas

São Paulo — Já conhecido pela formalidade de seus discursos, o presidente Michel Temer disse, em tom de brincadeira, que não usará mais a mesóclise. O peemedebista participou, nesta manhã, do EXAME Fórum 2016, realizado em São Paulo.

Nesse tipo de construção, os pronomes entram no meio dos verbos, como em “vê-lo-ei”. Por usar a mesóclise, o presidente já foi alvo de memes, como quando, durante sua posse, disse "se-lo-ia pela minha formação". 

“Ontem li um artigo de um cidadão me criticando pelo fato de eu falar bem o português. Não uso mais mesóclise”, brincou Temer. “Eu tomo a liberdade de fazê-lo, ou melhor, dizer”, corrigiu ele, arrancando risos da plateia. 

"Porque essas coisas, elas ganham vulto, certas ideias equivocadas são divulgadas e daqui a pouco sou eu o inadequado", completou o presidente.


Fundo Catterton Adquire 52% do St Marche





 Resultado de imagem para fotos da St. Marche









O fundo americano Catterton adquiriu 52% da rede St Marche pelo montante de R$ 226 milhões. A compra já estava sendo negociada desde julho desse ano. Além das 18 lojas com a bandeira St. Marche, o grupo é dono do Empório Santa Maria e do Eataly, mercado de alimentos que abriga também restaurantes. Os recursos serão usados para acelerar o plano de expansão da companhia e para fortalecer a estrutura de capital do St Marche. A conclusão da operação está prevista para o quarto trimestre deste ano. Procurada pelo Portal Giro News, a assessoria de imprensa do St Marche informou que a empresa não comenta o assunto. As informações são do Estado de S. Paulo.

 

Nova Divisão

 
Em troca do aporte na empresa, o fundo americano terá boa parte da participação dos cinco sócios brasileiros - que, juntos, detêm 70% da companhia. Entre os acionistas nacionais estão Bernardo Ouro Preto, Victor Leal e Rodrigo Luna. Os outros 30% da empresa pertencem ao fundo Laço Management, family office do investidor americano Malone Mitchell. O acordo, que avaliou a companhia em cerca de R$ 500 milhões e teve entre os assessores o Itaú BBA e o escritório de advocacia Stocche Forbes, está condicionado a algumas medidas que incluem uma reorganização societária.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

FMI vê sinais de fim da recessão e pede maior ajuste fiscal




Yuri Gripas / Reuters
Logo do FMI em prédio em Washington, dia 18/04/2013
FMI: "Esta projeção está baseada na presunção de que seja aprovado no Congresso o teto em gasto fiscal e a reforma da previdência social"
 
Da EFE


Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou nesta quinta-feira que o Brasil registra "sinais provisórios" de que "a recessão está chegando a seu fim", mas insistiu que o país necessita "uma maior e concentrada" consolidação fiscal se quiser manter a sustentabilidade das contas públicas.

Em seu relatório de revisão anual da economia brasileira, conhecida como "artigo IV", o Fundo manteve sem mudanças suas previsões de crescimento negativo de 3,3% para 2016 e uma volta ao terreno positivo de 0,5% em 2017.
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"Esta projeção está baseada na presunção de que seja aprovado no Congresso o teto em gasto fiscal e a reforma da previdência social em um período razoável", afirmou o documento.

O FMI aplaudiu o "compromisso" do novo governo do presidente Michel Temer com uma "muito necessitada agenda de reformas estruturais e fiscais", mas ressaltou que, se estas "são diluídas ou detidas no Congresso, o impulso à confiança será de curta duração, e a recessão pode continuar, acrescentando assim tensões sobre as receitas e as contas na economia".

Para a instituição financeira internacional, são especialmente positivas as reformas "em apoio dos programas de privatizações, assim como o fortalecimento do marco do governo das empresas públicas".

No entanto, salientou que uma consolidação fiscal baseada só no controle do gasto público não é suficiente "já que levaria anos para estabilizar a dívida pública".

Por isso, insistiu na necessidade de "um maior e concentrado ajuste" com um possível objetivo de alcançar um déficit primário de 3,5% do PIB nos próximos cinco anos.

O FMI realizará na próxima semana sua assembleia anual, que reunirá em Washington os principais líderes econômicos globais e apresentará sua atualização das previsões.


Bancos afundam na Bolsa com receio da crise do Deutsche Bank



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Deutsche Bank
Deste janeiro, as ações do banco acumulam perdas de 50%
 
 
 
 
 
São Paulo - Os quatro maiores bancos listados na Bovespa registravam perdas na tarde desta quinta-feira (29). As units do Santander recuavam 3,19% e as ações preferenciais do Itaú Unibanco caíam 2,19%. 

O Banco do Brasil e o Bradesco caíam 1,37% e 1,69%, respectivamente. Enquanto o Ibovespa, principal indicador da Bolsa no Brasil, recuava 1,28%.  mau humor do mercado se deve ao receio em relação à crise do Deutsche Bank. Uma notícia publicada pela Bloomberg afirma que 10 hedge funds reduziram à exposição ao banco alemão. Hoje, as ações do Deutsche Bank recuavam mais de 6%. No ano, a queda chega a 50%. 

Vale lembrar que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que pretende aplicar uma multa de 14 bilhões de dólares ao banco. A instituição acusa o Deutsche de ter criado produtos financeiros a partir de créditos hipotecários insolventes, o que teria contribuído para a crise de 2008.

Diante desta situação, foi levantada a hipótese do governo alemão ajudar o banco. Mas o próprio governo, por meio do Ministério das Finanças da Alemanha, negou que teria um plano de resgate.

No final de junho, um relatório do FMI, após uma análise de teste de risco, apontou o banco alemão como a instituição que mais colocava em risco a estabilidade mundial. 

Diretora do FMI afirma que Brasil já mostra "alguns sinais de melhoria"





Christine Lagarde declarou que a economia mundial ainda apresenta fragilidades 

Por Agência Brasil

 Christine Lagarde , presidente do FMI


Ao fazer uma análise da economia mundial, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde (foto), citou o Brasil e a Rússia como países que estão "mostrando alguns sinais de melhoria após um período de severa contração". Ela declarou que a economia mundial ainda apresenta uma série de fragilidades, mas acrescentou que as perspectivas das economias emergentes e em desenvolvimento "merecem um otimismo cauteloso".

Em palestra na escola Kellogg de Administração, na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, ela disse que as economias emergentes, que  lideram a recuperação mundial desde a crise financeira de 2008, vão continuar contribuindo com mais de três quartos do crescimento global este ano e também em 2017. A diretora do FMI afirmou que a China, que é um dos sustentáculos desse crescimento das economias emergentes, vem trabalhando nos últimos anos para equilibrar a expansão de sua indústria como a área de serviços e tem reorientado o seu foco para o consumo interno. Isso, de acordo com Lagarde, vai permitir o desenvolvimento sustentável do país, mesmo com crescimento mais lento. Lembrou que esse crescimento lento é ainda "robusto" porque significa uma expansão anual de 6% para o país.

Christine Lagarde destacou, também, o exemplo da Índia, que "também está embarcando em reformas significativas" em sua economia, o que permite que o país cresça a uma taxa de 7% ao ano. Para a diretora do FMI, o lado ruim – para as economias em desenvolvimento – é que os países exportadores de commodities ainda estão sendo duramente atingidos pelos preços baixos, enquanto os países do Oriente Médio "continuam a sofrer com os conflitos e com o terrorismo".

Segundo Lagarde, levando-se em conta os pontos positivos e negativos da economia mundial, os países ainda vão enfrentar durante muito tempo os problemas decorrentes do baixo crescimento. Ela acrescentou que os pontos positivos hoje beneficiam "muito poucos".


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Diretora do FMI afirma que Brasil já mostra "alguns sinais de melhoria"

Christine Lagarde declarou que a economia mundial ainda apresenta fragilidades

Por Agência Brasil

Christine Lagarde , presidente do FMI
Ao fazer uma análise da economia mundial, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde (foto), citou o Brasil e a Rússia como países que estão "mostrando alguns sinais de melhoria após um período de severa contração". Ela declarou que a economia mundial ainda apresenta uma série de fragilidades, mas acrescentou que as perspectivas das economias emergentes e em desenvolvimento "merecem um otimismo cauteloso".
Em palestra na escola Kellogg de Administração, na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, ela disse que as economias emergentes, que  lideram a recuperação mundial desde a crise financeira de 2008, vão continuar contribuindo com mais de três quartos do crescimento global este ano e também em 2017. A diretora do FMI afirmou que a China, que é um dos sustentáculos desse crescimento das economias emergentes, vem trabalhando nos últimos anos para equilibrar a expansão de sua indústria como a área de serviços e tem reorientado o seu foco para o consumo interno. Isso, de acordo com Lagarde, vai permitir o desenvolvimento sustentável do país, mesmo com crescimento mais lento. Lembrou que esse crescimento lento é ainda "robusto" porque significa uma expansão anual de 6% para o país.
Christine Lagarde destacou, também, o exemplo da Índia, que "também está embarcando em reformas significativas" em sua economia, o que permite que o país cresça a uma taxa de 7% ao ano. Para a diretora do FMI, o lado ruim – para as economias em desenvolvimento – é que os países exportadores de commodities ainda estão sendo duramente atingidos pelos preços baixos, enquanto os países do Oriente Médio "continuam a sofrer com os conflitos e com o terrorismo".
Segundo Lagarde, levando-se em conta os pontos positivos e negativos da economia mundial, os países ainda vão enfrentar durante muito tempo os problemas decorrentes do baixo crescimento. Ela acrescentou que os pontos positivos hoje beneficiam "muito poucos".
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A reinserção da Maçonaria na política brasileira


A reinserção da Maçonaria na política brasileira

Pela conjunção de uma série de fatores, o Brasil passa hoje pelo que alguns chamam de “Era dos Escândalos”. Seja na TV ou no rádio, nos jornais ou no computador, na fila do banco ou nas conversas do trabalho, somos bombardeados diariamente por incontáveis manchetes e notícias sobre corrupção, envolvendo partidos, empresas e a classe política como um todo.

Há quem atribua esse efeito a uma escalada dos esquemas que desviam recursos públicos, enquanto outros defendem que assistimos a um aumento sistemático da força empreendida em investigar e tornar públicos esses crimes. De uma maneira ou de outra, a verdade é que vivemos um momento político ímpar. Nunca antes se falou tanto em corrupção, assim como nunca antes uma bandeira como essa foi levantada por parcela tão expressiva da população. Extirpar esse câncer que corrói o tecido social de nossa Pátria passou a ser questão de honra para muitos, em razão do aclaramento da consciência cívica dos brasileiros.

Diante desse cenário, nossa responsabilidade cívica vai além do voto, princípio básico de uma democracia. Hoje, falar, pensar e fazer política deixou de ser uma atividade exercida a cada quatro ou dois anos, mas algo perene, enraizado em nossas relações e permeando o nosso dia a dia. Com a sociedade civil organizada não seria diferente.

A luta contra a corrupção e o resgate da dignidade no exercício do Poder já mobiliza instituições civis por todo o Brasil, de organizações de classe a grupos, institutos e ONGs. É uma batalha diária pela mobilização em prol da retomada do protagonismo político, norteada pela visão da política como ferramenta única de transformação social, não podendo ser vista como algo simples, sem interesse ou importância. Como dizia Platão: “A desgraça de quem não gosta da política é que são governados pelos que gostam”. Alguns gostam e a utilizam em proveito próprio e esses são aqueles que devem ser banidos da vida pública.

E assim, fazendo parte desse coro que clama por medidas emergenciais de mudança, que a Maçonaria do Estado de São Paulo busca seu protagonismo e resgate do seu passado histórico de lutas e conquistas para a construção de nossa Pátria. A Ordem Maçônica esteve presente em momentos fundamentais da história do Brasil, como a Independência do Brasil, a Proclamação da República, a Abolição da Escravatura, a redemocratização do País e outros eventos marcantes, sempre altiva e coadjuvante no progresso e evolução de nossa gente e de nossa Pátria.

Hoje lutamos pela mudança desse cenário caótico tornando público esse ímpeto da Maçonaria de estar inserida com outras sociedades civis organizadas, fazendo coro por uma renovação nacional. Com esse foco, os maçons paulistas instituíram e têm ampliado sistematicamente o Grupo Estadual de Ação Política (GEAP-SP). Essa iniciativa reúne associados das três Obediências Maçônicas do Estado, o Grande Oriente de São Paulo (GOSP), Grande Loja do Estado de São Paulo (GLESP) e o Grande Oriente Paulista (GOP), e tem um objetivo único e simples – lutar para a construção de uma classe política brasileira composta por pessoas dotadas de valores éticos e compromissadas com a Pátria e o bem comum. Entendemos que o Brasil é um país promissor que necessita investir na educação de base para o surgimento de uma nova geração comprometida com todos esses nobres princípios.

Essa proposta não é utópica ou ingênua, mas um exemplo de mobilização da sociedade civil que já funciona e se expande. O GEAP coordena grupos locais e incentiva que as Lojas Maçônicas estejam cada vez mais próximas do processo político ideário, principalmente nesse ano de eleições municipais. Combater a ignorância do voto nulo e o desprezo ao voto, a única ferramenta capaz de realizar as mudanças tão necessárias para um País livre do julgo da corrupção e voltado ao seu progresso como uma das maiores nações do mundo.

Assim, os maçons passaram a receber os candidatos eletivos e deles buscando compromissos que visam resgatar a ética e a cidadania. Mais do que isso, esse grupo político atua identificando potenciais lideranças maçônicas ou de outras esferas sociais que possam representar esses ideais da transformação da sociedade. Todos esses candidatos podem, então, solicitar o apoio da Maçonaria, sendo possível orientá-los sobre o processo de filiação aos partidos políticos antes mesmo das coligações serem feitas, participando assim da formação estratégica dessas lideranças, sejam esses candidatos maçons ou não, mas que sejam comprometidos com a ética, com a probidade administrativa e com a moralidade pública.

O mais importante, porém, é a contrapartida exigida. Fazendo parte ou não da maçonaria, todos os candidatos que buscam esse apoio assinam um termo de compromisso, garantindo não apenas a sua conduta e intenções, mas se predispondo a realizar visitas periódicas depois de eleito para a prestação de contas de suas ações enquanto representante da população.

Esse é um exemplo de atuação da sociedade civil organizada, que não apenas ajuda a identificar e apoiar nomes que possam substituir os lugares ocupados pelos corruptos no Poder Público, mas fiscaliza suas ações após o processo eleitoral. Um trabalho que deve ser realizado de forma constante e coletiva, já que nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.

Nosso papel é fazer uma interface entre o discurso maçônico e a prática cidadã atuando na evolução da sociedade por meio do exercício direto da política. É uma forma de revolução pacífica, cívica e democrática, permitindo, assim, a construção de um País melhor para todos e para as gerações futuras (Benedito Marques Ballouk Filho é advogado e Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo, representante de mais de 24 mil maçons presentes em centenas de municípios paulistas)