Toda vez que falamos em investimento, há duas partes envolvidas: quem investe e quem recebe o investimento
Quando vale a pena buscar investimento fora para minha startup (e quando não vale a pena)?
Como em todos os artigos, o primeiro esclarecimento é quanto ao significado das palavras. Investir vem do Latim investire,
que significava originalmente “cobrir, rodear, colocar roupa”. No
sentido comercial, o uso começou no século XVII, pelo sentido de dar um
novo aspecto ao capital. Significa aplicar fundos destinados à obtenção
de um determinado rendimento, resultado ou lucro.
Toda vez que falamos em investimento, há duas partes envolvidas: quem investe e quem recebe o investimento.
Investimento sob o ponto de vista do indivíduo investidor
Quando uma pessoa deseja investir o seu dinheiro, ela está
fazendo uma escolha. Ela escolhe deixar de consumir no presente para
obter algum tipo de benefício no futuro. É basicamente a mesma definição
de uma poupança. Toda vez que se investe, também há um risco inerente: o
risco de não receber o dinheiro de volta.
Essas duas condições são as que definem basicamente o rendimento ou o benefício que o investidor deve receber.
Investimento sob o ponto de vista da empresa que recebe o investimento: financiamento
Quem recebe o investimento, pessoa física ou pessoa
jurídica, deseja e/ou precisa desse dinheiro naquele momento. Há um
pressuposto que orienta o relacionamento e o compromisso entre ambas as
partes: o de que a atividade em que tal dinheiro será empregado gerará
recursos suficientes para devolver o dinheiro ao investidor, adicionado
de um lucro.
Feitas as projeções de receitas, custos e despesas do
empreendimento, será possível determinar quanto dinheiro será necessário
investir para iniciar o negócio. Também deverá ser levado em
consideração o ritmo de crescimento desejado, pois ele poderá alterar o
valor a investir, especialmente quanto às necessidades de capital de
giro.
Com estas projeções em mente, há ao menos seis fatores e
serem levados em consideração ao procurar pela fonte ideal de
financiamento: a) o valor do financiamento; b) como ele será utilizado
(não é a mesma coisa obter financiamento para o capital de giro do que
financiamento para comprar uma máquina, que gerará receitas com os
produtos fabricados por ela); c) o custo (taxa de juros); d) quanto do
controle sobre as decisões do empreendimento será perdido; e) as
consequências decorrentes de tudo isso para o seu projeto; f) e o tempo
que levará devolver o valor financiado ao investidor.
Se você leu com atenção o parágrafo acima, chegará a
conclusão que há investidores que, além de exigir a devolução integral
do empréstimo, exigirão também uma participação na sociedade. O que é
que justifica esse comportamento?
Na visão desses investidores esse é o preço do risco. Nesses
casos, eles não pedem uma garantia real sobre o valor emprestado. A
garantia para o investidor é que ele participará das decisões
operacionais e estratégicas do novo empreendimento.
Então, a resposta para a pergunta inicial do leitor é que
não há uma regra. Cada um deverá pesar todos estes fatores ao tomar a
decisão. O benefício esperado pelo investidor e o custo para o
empreendedor podem não se limitar a valores monetários.
Quanto antes se aprenda que, no mundo dos negócios, não há
nada garantido, pois há sempre riscos inerentes, mais responsável e
conscientemente serão tomadas as decisões de financiamento do seu
empreendimento.
Mais uma vez, boa sorte! Até a próxima.
Cristian Welsh Miguens é professor do curso de negócios da Universidade Anhembi Morumbi.
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