Tarcísio de Freitas, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, disse no EXAME Fórum que o governo está aberto a “provocações” do mercado
São Paulo — O secretário de coordenação de projetos do
Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Tarcísio Gomes de Freitas,
estimulou os executivos presentes no Fórum EXAME Concessões e PPPs 2017
a participarem do programa. “Sabem quem é a liderança que pode ajudar o
Brasil a voltar a crescer? O setor privado, vocês”, disse, durante sua
palestra realizada na abertura do evento, em São Paulo.
Durante o primeiro ano do governo de Michel Temer,
o PPI já realizou 44 leilões na área de infraestrutura, que
representaram uma captação de 23 bilhões de reais em investimentos.
O secretário destacou que, apesar da turbulência política enfrentada
pelo governo, o cronograma de projetos não deve ser modificado. “Estão
previstos 18 leilões no segundo semestre, a partir de setembro. Vamos
continuar a trabalhar como se nada estivesse acontecendo”.
Em conversa com o diretor editorial da revista EXAME, André Lahóz
Mendonça de Barros, Freitas disse que o programa está aberto a
“provocações ” do setor privado. “Elas são muito importante para nós e
algumas já foram incorporadas”. Agora, ele cita que o programa busca
incentivar a participação de novos players nas concessões após grandes empreiteiras, atingidas pelas denúncias da Lava Jato, anunciarem a paralisação de projetos.
Freitas também disse, durante sua palestra no evento, que há um
desafio enorme para aumentar a produtividade no Brasil e esse caminho
passa pelo setor de infraestrutura. “Precisamos romper o ciclo vicioso
que afugenta investidores e aumenta o desemprego (…). Não há escapatória
às concessões, nas quais percebemos ganhos. Afinal, não podemos ficar
reféns do orçamento fiscal”.
Uma grande vantagem do PPI, cita o secretário, é a criação de uma
governança sobre os projetos. “Criamos um hub, articulado com
ministérios, que busca selecionar projetos realmente atrativos para o
setor privado e que está sendo bem sucedido”. Ele destaca o leilão de linhas de transmissão em abril, considerado o maior da história.
O secretário afirmou que o programa busca corrigir um “repertório de
erros” cometido no passado na área de PPPs, como o excesso de
intervenção do estado, que provocou o desbalanceamento do risco dos
projetos “.
Questionado por Lahóz se os erros cometidos nos últimos anos em
concessões deixou marcas nas decisões tomadas por investidores
estrangeiros, Freitas citou a presença de consórcios internacionais nos
leilões realizados no PPI, especialmente nas concessões de aeroportos, realizadas em março. “Acredito que ficou claro para estes investidores que o governo deixou uma linha anti-business e passou para uma linha pró-business com a posse de Temer”.