quinta-feira, 6 de julho de 2017

Rede brasileira Coco Bambu cresce e abre 1° restaurante nos EUA


Expansão internacional é consequência do crescimento no Brasil: eram 5 lojas em 2014 e serão 30 até o fim de 2017

 




São Paulo – Nos últimos anos, diversos restaurantes norte-americanos chegaram ao Brasil. É o caso do Abbraccio e Fleming’s, ambos da dona do Outback, TGI Friday’s, que retornou ao país, e das redes de fast food Taco Bell e Wendy’s.

Com um jeito similar e modelo de casual dining, a brasileira Coco Bambu prepara agora o caminho inverso. Ela irá abrir sua primeira unidade no exterior, em Miami, Estados Unidos, depois de uma forte expansão nacional.

Ainda que a rede tenha aprendido muito ao crescer no Brasil – eram 5 lojas em 2014 e serão 30 até o fim de 2017 – inaugurar a primeira filial internacional foi um grande desafio.

Um dos maiores obstáculos foi conseguir a aprovação para o local. A companhia escolheu um prédio histórico em South Beach, Miami, bairro nobre da cidade americana. Por ser um edifício tombado pela prefeitura, foi preciso conseguir dezenas de aprovações da prefeitura e até de associações de moradores para a empresa funcionar.

Em vez dos costumeiros cinco meses para abrir uma unidade por aqui, a primeira loja no exterior demorou mais de 3 anos e meio para ser inaugurado. O investimento também foi maior, de cerca de 35 milhões de reais.

Apesar das dificuldades para inaugurar o restaurante no edifício histórico, Afrânio Barreira, presidente e fundador da rede, diz que o local irá ajudar a empresa a se posicionar nos Estados Unidos.

“Estamos trilhando o caminho mais difícil para entrar no país, mas também é o mais glamoroso. É um prédio conhecido, não vai passar desapercebido”, afirmou em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Além disso, o empreendimento foi o mais estudado e planejado da história da rede, para diminuir as incertezas e ameaças. Foram diversas pesquisas, do cardápio à decoração, passando pelo nome que a marca deveria ter no exterior. Felizmente, Coco Bambu é um nome fácil de ser pronunciado por norte-americanos.

Mesmo com toda a preparação, Barreira diz sentir um frio na barriga.

“Não dá para empreender sem tomar riscos. É um país diferente, outra cultura e um investimento alto”, afirmou. E ele está confiante que o restaurante será bem aceito e que, em breve, irá inaugurar outras unidades no país.

 

Espaço de sobra


Afrânio é engenheiro de formação, mas foi sua esposa, Daniela Barreira, que o levou a empreender no ramo alimentício. Seu primeiro restaurante foi o Dom Pastel, em um espaço de 20 metros quadrados em Fortaleza.

Aos poucos, a venda de pastéis tomou todo o prédio. A loja precisou se diversificar e começou a vender sushi, sanduíches e pizzas. Abriram até um buffett infantil do outro lado da rua.

Barreira chegou a abrir dois postos de serviço para carros e uma empresa de construção, que mais tarde se transformou em imobiliária. Esses negócios foram essenciais para financiar o início da rede alimentar.

Foi só em 2009 que o primeiro restaurante com a marca Coco Bambu foi aberto, em uma área nobre de Fortaleza.

Atualmente, o Coco Bambu emprega mais de 4.000 funcionários e seus restaurantes recebem 9 milhões de visitantes todos os anos.

As atuais 26 lojas são grandes, com espaços para 500 a 1.300 clientes e, juntas, têm uma área construída equivalente a 14 campos de futebol. Espaços que requerem investimentos altos – e muito trabalho.

“Eu tinha um receio de que, se não houvesse pessoas muito presentes no restaurante e com a figura de dono, não daria certo”, afirmou o presidente. Por isso, ele optou por não se expandir por meio de franquias e, ao invés disso, empreende por meio de sócios.

Cada restaurante tem de dois a três sócios operadores. Um deles deve sempre estar presente, da abertura ao fechamento da loja. Eles entram com 12% do investimento, que é de cerca de 10 milhões de reais por unidade, e o restante fica com a holding.

Tem dado certo. Com as inaugurações previstas para este ano, a previsão é do faturamento chegar a 600 milhões de reais em 2017.

 

Que crise?


O maior crescimento no número de unidades veio de 2014 para cá. Há três anos eram 5 lojas, hoje são 26 e, até o fim do ano, serão 30.

Por conta da expansão acelerada, a empresa precisou estruturar melhor as áreas de suporte aos restaurantes. Nos últimos dois anos, foram criadas as equipes financeira, de recursos humanos, cozinha, manutenção e boas práticas, que realizam visitas constantes às unidades em todo o Brasil para garantir o bom funcionamento da rede.

Com departamentos e processos mais definidos, abrir um restaurante ficou mais fácil e rápido. O tempo do início do projeto à inauguração pode chegar a cerca de cinco meses.

Barreira garante que a crise não atrapalhou a expansão da companhia. Pelo contrário, “conseguimos muitas oportunidades de negócio pela vacância em shopping centers”.

Segundo ele, um dos motivos que ajudou a empresa a se manter acima das incertezas da economia foi o conservadorismo em relação ao investimento. “Trabalhei em um banco, o que deixou minha relação com dinheiro bem conservadora. Não pego empréstimos e nunca me endividei”, afirmou.

Ele garante que todo o dinheiro usado para as inaugurações vem do caixa e lucro da empresa. Assim, protegeu o negócio contra as flutuações do mercado.

Agora, a rede brasileira de frutos do mar se prepara para navegar em águas internacionais.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Percepção de que Brasil está no rumo errado supera fase pré-impeachment e atinge nível recorde, diz pesquisa




Bandeira do Brasil
Direito de imagem Serhii Lohvyniuk
Image caption Proporção dos que avaliam governo federal como "ruim ou péssimo" também atingiu maior patamar
A percepção de que o Brasil não está no caminho certo atingiu o maior nível já alcançado, superando o recorde anterior, registrado durante os últimos meses de governo da ex-presidente Dilma Rousseff, segundo uma pesquisa feita pela consultoria Ipsos e divulgada nesta quinta-feira.

De acordo com o levantamento, 95% dos brasileiros consideram que o país segue no rumo errado. O índice é superior ao verificado durante março do ano passado (94%), antes, portanto, de que a petista fosse suspensa temporariamente e posteriormente afastada em definitivo do cargo.

A pesquisa 'Pulso Brasil' conduziu 1,2 mil entrevistas, pessoais e domiciliares, em 72 municípios no Brasil durante os dias 1º e 13 de junho deste ano. A margem de erro é de três pontos percentuais.

"Não vemos nenhuma fagulha de esperança por parte da população quanto à melhora nos rumos do país. A avaliação da esmagadora maioria da população é fortemente negativa", diz à BBC Brasil Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pelo estudo.

Entre os que consideram que o país está no caminho certo (5%), houve uma piora na avaliação das classes A, B e C em relação a maio. Para as classes D e E, foi registrada uma ligeira melhora.

Ainda na mesma base de comparação, todas as regiões, com exceção do Nordeste, também tiveram mais pessoas apontando que o Brasil está no rumo errado. 

A avaliação dos brasileiros sobre o governo federal também piorou. Para 84% dos entrevistados, o governo Temer é considerado "ruim ou péssimo", outro número recorde.
Até então, a pior avaliação havia ocorrido em setembro de 2015, quando 82% descreviam a administração de Dilma Rousseff dessa forma.
Segundo a pesquisa, 12% consideram o governo como "regular". Apenas 2% avaliam a gestão de Temer como "ótima ou boa". Os 2% restantes não souberam ou não responderam.
 
 Manifestante
Direito de imagem ABr
Image caption Cresceu proporção dos que consideram que Lava Jato "está mostrando que todos os partidos são corruptos" 
 

Lava Jato


Para 96% dos entrevistados, a operação Lava Jato deve continuar "com as investigações até o fim, custe o que custar".

Entre eles, 95% defendem a continuidade das investigações "mesmo que isso traga mais instabilidade política" enquanto que a operação é apoiada por 94% "mesmo que isso traga mais instabilidade econômica".

Segundo a pesquisa, um número maior de brasileiros (74%) acredita que a Lava Jato "está investigando todos os partidos". Em maio, a proporção era de 66%.

Já o porcentual dos que discordam caiu de 21% para 15%.

Também aumentou a proporção (para 82%) dos que consideram que a operação "está mostrando que todos os partidos são corruptos".

Na mesma base de comparação, mais brasileiros acham que a Lava Jato ajuda a "transformar o Brasil em um país sério" (79% contra 74%).

Metade dos entrevistados (50%) discorda da afirmação de que a operação "vai acabar em pizza". Em maio, esse número havia sido de 47%.

Cresceu ainda a percepção de que as lideranças políticas estão tentando acabar com a Lava Jato.

Em maio, 83% concordavam com essa possibilidade. Em junho, esse porcentual subiu para 89%.

Já 87% consideram que a Lava Jato vai "fortalecer a democracia no Brasil".

Para 64% dos brasileiros, o PT continua sendo o partido mais associado à Lava Jato - alta de sete pontos percentuais em relação ao mês anterior.

PMDB (12%) e PSDB (3%) completam a lista. Não sabe ou não responderam somam 17%.

Quando questionados sobre quem consideram o nome "mais envolvido na operação", 57% dos entrevistados afirmaram ser o ex-presidente Lula.

O petista é seguido por Aécio Neves (44%), Michel Temer (43%), Dilma Rousseff (35%), Eduardo Cunha (33%), Renan Calheiros (9%), José Serra (4%), Geraldo Alckmin (3%), Fernando Henrique Cardoso (2%), Romero Jucá (2%), Rodrigo Maia (2%), Marina Silva (1%), Gilmar Mendes (1%) e Jair Bolsonaro (1%).
 
 Michel Temer
 Direito de imagem Getty Images
Image caption Presidente Michel Temer tem maior índice de rejeição entre lideranças políticas analisadas 
 

Lideranças políticas


Entre as lideranças políticas analisadas pela pesquisa, o presidente Michel Temer tem o maior índice de rejeição.

Segundo a pesquisa, 93% desaprovam "totalmente ou um pouco" o peemedebista. Em maio, esse porcentual era de 86%.

A ex-presidente Dilma Rousseff ocupa o segundo lugar, com 82% de desaprovação.

Em terceiro, está o ex-presidente Lula. Segundo o levantamento, 68% o desaprovam "totalmente ou um pouco".

O levantamento mostra que todas as lideranças analisadas, independentemente da coloração político-partidária, registraram um aumento de rejeição.

Isso inclui até mesmo figuras notoriamente elogiadas pelos brasileiros, como o juiz federal Sergio Moro, que comanda a Lava Jato, e o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.

Diferentemente de outras lideranças políticas, ambos ainda têm índices de aprovação superiores aos de desaprovação. Mesmo assim, a forma como vêm atuando no país piorou na percepção dos entrevistados.

Em maio, por exemplo, 22% diziam desaprovar "totalmente ou um pouco" Moro. Esse percentual subiu para 28% em junho.

No caso de Barbosa, sua rejeição aumentou de 26% para 37%, quase se igualando à sua aprovação (42%).

"Toda a classe foi impactada, em maior ou menor proporção, pelo sentimento de insatisfação que assola o Brasil, como se não houvesse luz no fim do túnel", opina Cersosimo.

"Inegavelmente, parte dessas pessoas nunca aprovou Moro ou Barbosa. Mas outra parte talvez tenha ficado decepcionada por não ter tido atendidas suas expectativas em relação aos dois", acrescenta.

"Desde o impeachment, o Brasil está paralisado. A propalada construção da agenda positiva, defendida por Temer e seus aliados, ainda não ocorreu. O clima é de desesperança generalizada e a percepção da população sobre essas lideranças mostra isso", conclui.

 http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40430862

Percepção positiva do Brasil só não caiu mais que a dos EUA, diz pesquisa da BBC


Direito de imagem EPA
Image caption O Canadá foi o país com maior imagem positiva no levantamento da BBC
Visões negativas sobre a influência do Brasil no mundo só não pioraram mais que a dos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC ao instituto americano GlobeScan.

Cerca de 18 mil pessoas em 19 países foram entrevistadas para expressar sua opinião sobre 16 países e a União Europeia como um todo - as perguntas pediam para classificar os países como influências negativas ou positivas no mundo.

As entrevistas ocorreram entre dezembro de 2016 e abril deste ano - justamente o período de recrudescimento da crise política brasileira e os escândalos de corrupção.

"A metodologia de pesquisa não pediu o detalhamento nas respostas, mas acreditamos que os problemas enfrentados pelo Brasil se refletem nessa mudança de percepção. No panorama geral, ainda há mais gente vendo o Brasil de forma positiva do que negativa, só que o quadro está se deteriorando", explica à BBC Brasil Lionel Bellier, diretor-associado do GlobeScan. 

Os americanos apresentaram a maior queda de percepção em relação a 2014, o ano mais recente em que a pesquisa foi realizada, com apenas 34% dos entrevistados considerando a influência do país no mundo positiva, cinco pontos percentuais a menos que há três anos. O Brasil registrou 38%, seis pontos a menos do que na pesquisa anterior.

E o percentual geral de entrevistados considerando a influência do Brasil negativa aumentou de 28% para 30%. Dos 16 países postos à prova, o Canadá foi considerado o mais positivo, algo declarado por 61% dos entrevistados. O pior foi o Irã, com 15%, que ficou atrás até da Coreia do Norte (17%).

No geral, o Brasil ficou em oitavo lugar em termos de percepções positivas, perdendo uma posição em relação a 2014.

 Visões sobre a influência

"Chamou nossa atenção também que o Brasil, apesar de ter sediado os dois maiores eventos esportivos do planeta (a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016), registrou diminuição de percepção positiva. Isso não aconteceu com a África do Sul (sede da Copa de 2010) ou o Reino Unido (Londres foi a cidade olímpica de 2012). Os eventos negativos dos últimos três anos no Brasil conseguiram anular esses efeitos", completa Bellier.

Entre os 18 países que tiveram pessoas entrevistadas, oito mostraram uma opinião mais positiva do que negativa do Brasil, enquanto cinco mostraram indecisão e outros cinco apresentaram tendências negativas. França e Reino Unido apresentaram maior rejeição internacional (43%), enquanto os próprios entrevistados brasileiros registraram a maior percepção negativa da influência do país no mundo (64%).

Trata-se da estatística mais pessimista desde que a medição começou a ser feita, em 2008. Em 2012, por exemplo, o percentual de percepção positiva dos brasileiros chegou a 88%.

"Mais do que qualquer outro resultado, essa queda dentro de casa é que deveria deixar o governo brasileiro mais apreensivo. Ela reflete falta de confiança no país. Mesmo nações que apresentaram queda neste ano na percepção internacional, como os EUA, tiveram um nível doméstico de positividade grande, um senso de orgulho. A pesquisa mostra que os brasileiros não estão orgulhosos de seu país", diz Bellier.
 
 Protesto em São Paulo
 Direito de imagem AFP
Image caption Ebulição no Brasil pode estar por trás de queda nas percepções
Em 2014, 66% dos brasileiros consideravam positiva a influência do Brasil no mundo.

O país mais "simpático" ao Brasil foi a China, que apresentou 57% de percepção positiva.

Apenas um outro país latino-americano participou da pesquisa. E o Peru registrou também uma queda acentuada de percepção sobre o Brasil. Em 2014, 61% dos entrevistados do país consideravam positiva a influência do Brasil no mundo. O percentual agora é de apenas 48%, o que pode ser reflexo das denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras brasileiras no país - em fevereiro, o ex-presidente peruano Alejandro Toledo teve prisão preventiva decretada, acusado de receber US$ 20 milhões em propina da Odebrecht.

Nos Estados Unidos e no Canadá, o Brasil pela primeira vez teve a percepção geral tendendo para negativa: nos dois países, houve queda acentuada entre os que consideram positiva a influência do país no mundo. Nos EUA, o percentual de entrevistados que consideram a influência brasileira negativa saltou de 23 para 39.



 Bandeiras do Brasil




Direito de imagem Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Image caption Quase dois terços dos entrevistados brasileiros consideraram negativa a influência do país no mundo


Brasil tem 2 dos 14 gargalos que ameaçam abastecimento global de alimentos

Brasil tem 2 dos 14 gargalos que ameaçam abastecimento global de alimentos
1-Brasil tem 2 dos 14 gargalos que ameaçam abastecimento global de alimentos 

Segurança alimentar mundial depende cada vez mais dos pontos de distribuição estratégica, mas mudanças climáticas e crises potenciais podem colocá-los em risco.

Há apenas 14 gargalos no comércio mundial de alimentos, mas eles são fundamentais para a segurança alimentar de toda a população do planeta.

São portos e pontos de comercialização fundamentais para a compra, a venda e a distribuição de alimentos, de acordo com um recente relatório da Chatham House, centro de estudos com base no Reino Unido.

Três deles estão na América Latina: o canal do Panamá, as rodovias do interior brasileiro e os portos do sul e sudeste do Brasil.

Outros desses pontos de gargalo incluem o estreito de Gibraltar, as ferrovias do interior dos Estados Unidos, o estreito de Hormuz (no Oriente Médio) e o estreito de Dover, no norte da Europa, por exemplo.

Mas as mudanças climáticas, a estrutura deficiente e as potenciais crises poderiam colocar em risco essas rotas de comércio.

"Há pontos de gargalo marítimos (estreitos e canais), costeiros (portos) e terrrestes (estradas, ferrovias e hidrovias), e o comércio global de alimentos depende fortemente deles", afirma o estudo.

"Interrupções em um ou mais desses pontos poderiam ter enormes impactos. Os preços globais dos alimentos, o abastecimento de mercados locais, a sobrevivência de comerciantes e agricultores e a provisão de comida para as comunidades mais vulneráveis dependem do movimento contínuo de bens através de fronteiras e oceanos."

Sobre o Brasil, que é um dos maiores produtores mundiais de alimentos, o relatório lembra que "fortes chuvas tornam intransitáveis as rodovias mal conservadas em diversas ocasiões, impedindo o transporte de comida das fazendas no interior do país aos portos litorâneos".

"Um cenário extremo - em que portos na costa americana fossem fechados por conta de um furacão ao mesmo tempo em que estradas-chave do Brasil fossem inundadas pelas chuvas - poderia reduzir pela metade o suprimento global de soja", prossegue o estudo.

Os pesquisadores citam também os impactos políticos que crises relacionadas à distribuição de alimentos podem causar.

"Interrupções (de fornecimento alimentar) podem estimular a instabilidade política. Governos dependem do funcionamento desses pontos de gargalo para garantir o suprimento eficiente de comida para suas populações. Uma colheita fraca de trigo na região do mar Negro, por exemplo, contribuiu para a ocorrência de protestos no norte da África entre 2010 e 2011; esses protestos evoluíram para a Primavera Árabe."

Proteção


A Chatham House também advertiu que é preciso agir para proteger as principais rotas de transporte de alimentos, tais como o canal do Panamá, o canal de Suez e do estreito da Turquia.

Quase 25% dos alimentos do mundo são comercializados nos mercados internacionais. Isso, diz o relatório, faz com que a oferta de produtos e seus preços sejam vulneráveis a crises imprevistas ou mudanças climáticas.

A infraestrutura nesses pontos é, em muitos casos, antiga e enfrentaria dificuldades para fazer frente a desastres naturais que devem se multiplicar à medida que o planeta se aquece, diz o relatório.

Seus autores também aconselham os governos a investir em infraestrutura "resistente ao tempo" e a diversificar a produção e o armazenamento de alimentos.
 

Interdependência


O relatório dá exemplos de quão dependente é o mundo dessas negociações internacionais:
 
"Os riscos crescem à medida que fazemos mais interações comerciais entre os países e aumenta a presença de alterações climáticas", diz Laura Wellesley, uma das autoras do estudo.

"Existem riscos tanto para a segurança alimentar dos países importadores como para as economisas exportadoras de alimentos" (BBC Brasil, 1/7/17)


2-As dez multinacionais que controlam o mercado mundial de alimentos


Essa é uma entre tantas consequências da globalização: um número reduzido de empresas multinacionais controla uma parte importante do mercado mundial de alimentos.

O resultado é que tais firmas concentram uma enorme influência para determinar como a comida é repartida no mundo. Potencialmente, também têm a capacidade de determinar ações que podem ajudar a aliviar a fome no planeta.

Por isso, a Oxfam, ONG baseada na Grã-Bretanha, está realizando há três anos uma campanha pública entitulada Behind the Brands (Por trás das marcas).

Por meio dela, discute as políticas de compra de alimentos dessas grandes multinacionais - e a maneira como isso influi no mercado da comida.

As dez maiores empresas que estão no foco da campanha são Nestlé, PepsiCo, Unilever, Mondelez, Coca-Cola, Mars, Danone, Associated British Foods (ABF), General Mills e Kellogg's. Elas foram selecionadas por encabeçar mundialmente o volume de vendas do setor.

Todas são europeias ou norte-americanas. Dominam os setores de produtos lácteos, refrigerantes, doces e cereais, entre outros.

A Oxfam diz que essas empresas faturam juntas US$ 1,1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) diariamente e empregam milhares de pessoas.

"Há uma ilusão de opções. Você vai a um supermercado e vê diversas marcas, mas muitas são das mesmas dez empresas", afirmou Irit Tamir, da Oxfam América, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.


Concentração de mercado


Essas empresas operam em mercados globais em que a produção de alguns itens está concentrada em poucas empresas.

Irit Tamir aponta como exemplo três delas, que atuam na cadeia de valor do cacau: Mars, Mondelez e Nestlé. Elas controlam 40% do comércio mundial nessa área.

Somente entre 3,5% e 5% do valor de uma barra de chocolate vai para o pequeno produtor rural, segundo a ONG.

Enquanto isso, no setor de refrigerantes, Coca-Cola e Pepsi se tornaram as maiores compradoras de açúcar do mundo.


Classificações


A Oxfam estimou o impacto das políticas dessas empresas sobre algumas variáveis: posse da terra, mulheres, camponeses e trabalhadores, transparência, clima e água.

Assim, a ONG criou uma tabela de classificação da responsabilidade social na política de aquisição de alimentos dessas dez corporações. As atitudes positivas rendem pontos na tabela.

Depois, os ativistas fizeram uma campanha para que as empresas minimizem o impacto que exercem sobre setores específicos.

"Pedimos que as grandes empresas do setor de chocolate tratem melhor as trabalhadoras", disse Irit Tamar, a título de exemplo.

A organização também pediu às empresas de refrigerantes que não tolerem conflitos de terra em relação ao cultivo de cana-de-açúcar. Já as firmas de cereais General Mills e Kellogg's foram convidadas a reduzir o impacto climático de suas atividades.

A boa notícia é que muitas empresas responderam bem à campanha, segundo a Oxfam. A evolução delas na tabela ao longo de três anos de campanha é positiva.

Em fevereiro de 2013, por exemplo, a empresa com melhor classificação entre as dez grandes, a Nestlé, tinha apenas 38 pontos de 70 possíveis. Em 2016, a pontuação da mesma companhia subiu para 52.


Transparência


As ações adotadas pelas empresas vão de políticas de transparência corporativa a estratégias de redução de danos ambientais provocados por cultivos, diz a Oxfam (BBC Brasil, 30/10/16)

Contratos com a China: erros para não cometer em suas negociações


Posted by Camila Sakamoto
Você já encontrou seu fornecedor na China, fechou negócio e enviou um depósito para começar a preparar sua encomenda. Tudo certo! Até que você descobre que a qualidade do produto não é o que você esperava, ou o fornecedor continua adiando o seu envio. Você pede ao seu fornecedor que faça mudanças, mas ele não te atende, e você percebe que não há muito o que fazer nessa situação, pois seu contrato não te oferece o poder que você precisaria para fazer essas exigências. Situações como estas são muito comuns e nós queremos te ajudar a evitá-las! 

Por isso, separamos 6 principais erros que você não deve cometer em seus contratos com a China. Saiba tudo nos próximos tópicos!

contratos com a China

Erros para não cometer em contratos com a China


1. Subestimar o valor de um contrato

 

É comum ouvir boatos sobre os chineses não se apegarem à “legalidade” e não considerarem um contrato um documento significante, e sim somente o ponto de partida das negociações em progresso. Além disso, você também pode ouvir que, caso ocorra algum problema, as cortes chinesas serão inúteis porque sempre favorecem as partes chinesas.

Errado! Não acredite em tudo que você ouvir sobre o modo de negociar dos chineses. As empresas chinesas costumam ser bastante cuidadosas com os documentos que assinam e você pode, inclusive ,apostar numa carta de exigências escrita por um advogado, que costuma ter bastante efeito.

Mais importante, as cortes chinesas das grandes cidades, em geral, são bastante profissionais e imparciais. Além disso, caso necessário, além de poder litigar, você tem a opção de requisitar arbitragem – incluindo árbitros estrangeiros. Em suma, não subestime o valor de um contrato e fique tranquilo!

2. Não exigir um contrato por medo de causar má impressão

 

Outro dos pontos que mais ouvimos sobre negociar com os chineses é que estabelecer uma boa relação entre as partes é o mais importante. Como já falamos em outro artigo, um bom Guanxi é sinônimo de realização de bons negócios: é realmente importante estabelecer uma relação que demonstre confiança e responsabilidade ao seu fornecedor, ou ele pode perder o interesse em futuras negociações com a sua empresa.

Sendo assim, você pode ter receio em pedir para seu fornecedor chinês assinar um contrato e causar uma má impressão, já que a maioria dos clientes apenas faz diretamente a sua encomenda, sem a exigência de um contrato. Nós sabemos. Mas não se preocupe! Se você deixar claro desde o primeiro encontro que você exige a assinatura de um contrato para fazer negócio, seu fornecedor não ficará surpreso ou terá uma má impressão. Pelo contrário, o seu pedido provavelmente será interpretado como um ato maduro e cuidadoso de negociador, e que suas projeções têm grandes chances de se tornarem uma encomenda de fato.

Lembre-se: a maioria dos fornecedores que fazem anúncios e exibições em feiras de negócios recebem centenas de consultas de potenciais clientes e são obrigados a selecionar os que parecem mais sérios. Quanto mais organizado você aparentar, maiores serão suas chances de conseguir obter amostras de um fornecedor chinês.

contratos-com-a-china3. Redigir um contrato de fornecedor que não é obrigatório

 

Há diversos erros que você pode cometer em contratos com a China que poderão gerar esse resultado e te prejudicar. São basicamente as cinco situações seguintes:
– Usar alguém sem autoridade legal para assinar e carimbar o seu contrato;
– Usar alguém autorizado legalmente a assinar o seu contrato, mas não a carimbá-lo;
– Redigir um contrato que uma corte chinesa jamais reforçaria (por exemplo, exigindo padrões de qualidade sem uma descrição muito precisa do que você gostaria);
– Solicitar o litígio no seu próprio país em caso de disputa. Tenha certeza de que as cortes chinesas farão valer o julgamento nesse caso! Por exemplo, não funcionará se sua empresa está nos Estados Unidos;

– Responsabilizar a empresa errada. Sempre assine o contrato com um fabricante ou com uma grande exportadora e, se possível, evite empresas pequenas.

4. Contratos que não cobrem acessórios, códigos e similares

 

Dependendo do produto que você está importando, você pode precisar de acessórios especiais, como, por exemplo, uma case customizada ou uma película. Se esse for o caso, o fornecedor precisará fazer um molde do acessório antes de iniciar a produção. Como você fará para garantir que o molde será seu?

Ao assinar contratos com a China, é importante redigi-los deixando perfeitamente claro o processo que deve ser seguido. Caso esse contrato não exista, pode ser difícil obter a entrega desses acessórios posteriormente, ou o fornecedor pode nunca te enviar informações (como códigos) essenciais para a venda do seu produto no futuro.

5. Usar o modelo padrão de NDA (Acordo de Confidencialidade) da sua empresa

 

contratos com a china
Seja cuidadoso em seus contratos com a China e tenha segurança!

Se você está negociando com a China e o seu produto ou processo é patenteado, esse é um conselho extremamente importante. As empresas chinesas não são exatamente uma referência em manter as informações estritamente confidenciais. Seu fornecedor pode passar o seu design, ou algumas amostras, para outras empresas na sua rede, ou até mesmo tentar vender o seu produto para os seus concorrentes ou para os seus clientes.

Para evitar que algo assim aconteça, você precisa adotar algumas práticas legais e não-legais para proteger os seus direitos sobre o produto. O modelo padrão de NDA (ou Acordo de Confidencialidade) pode não garantir proteção contra esses vazamentos, portanto, é interessante tentar adotar uma abordagem diferente para trabalhar com a China. Nesse caso, é recomendável ter o aconselhamento de um advogado familiarizado com o modo de negociar dos chineses para garantir a proteção das suas informações.


6. Usar somente um Purchase Order (PO) e não um contrato OEM/ODM

 

Muitos importadores acreditam que um Purchase Order (PO) é um contrato e que estão seguros ao simplesmente enviá-los ao fornecedor, mas isso é um erro. Esse documento pode incluir pontos muito importantes como, por exemplo, multas por atraso no envio da mercadoria, ou o procedimento para lidar com inspeções rejeitadas, e assim por diante. Mas ele não é exatamente um contrato.

Por exemplo, se a qualidade do produto não estiver aceitável, você precisa definir os procedimentos seguintes antecipadamente. Resumidamente, você poderia dizer: “A fábrica deve cooperar com uma empresa de consultoria para melhorar os seus processos, e eles deverão pagar por uma nova inspeção; o pagamento será realizado somente quando a qualidade for considerada aceitável, e o fornecedor terá que enviar toda a quantidade dentro de uma semana”.

Esses foram apenas alguns dos erros mais cometidos pelas empresas em contratos com a China. Você tem mais alguma dica? Já cometeu um desses erros e teve problemas? Conte para nós nos comentários!

Fontes: Global Sources, China Law Blog

 http://www.chinalinktrading.com/blog/contratos-com-a-china/

Credit Suisse vai terceirizar empregos de TI


Uma porta-voz disse que os atuais contratos e salários da equipe afetada serão honrados pelos próximos 12 meses

 




Zurique – O Credit Suisse comunicou a 58 de seus funcionários de TI que eles serão transferidos para a empresa indiana de serviços de informática HCL Technologies, uma vez que o segundo maior banco da Suíça avança com a sua política de corte de custos.

Uma porta-voz disse nesta terça-feira que os atuais contratos e salários da equipe afetada serão honrados pelos próximos 12 meses, e as posições permaneceriam em Zurique.

Os funcionários que não assinarem novos contratos com a HCL deixarão a companhia, adicionou a representante.

O Credit Suisse, que emprega 17.020 pessoas na Suíça, já cumpriu cerca de dois terços de seu programa de redução de 1.600 funcionários até o final de 2018, disse o banco.

O banco também planeja cortar cerca de 1.500 empregos em Londres até o final do próximo ano, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, como parte dos esforços para redução de custos globais.

No ano passado, o Credit Suisse, com sede em Zurique, prometeu cortar mais 1 bilhão de francos suíços (1 bilhão de dólares) em custos, com a instituição reagindo a um mercado desafiador que torna mais difícil para os bancos ganhar dinheiro.

O banco pretende reduzir em 5.500 a sua força de trabalho global de 46.640 funcionários até o final de 2017.


Worldpay vendida para Vantiv!



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A  Worldpay confirmou a abordagem pela Vantiv e JPMorgan, para uma possível aquisição. Hoje a empresa confirmou que concordou com os termos de uma oferta de um deles.

A empresa de pagamentos dos EUA está oferecendo £ 3,85 por ação, que dá algo em torno de £ 7,7 bilhões (ou cerca de U$ 10 bilhões) para a empresa, que concorre com a Verifone, PayPal, Stripe e uma série de outras empresas na área.

A notícia derrubou as ações da Worldpay, caindo depois de elevar a nota maciçamente em negociação especulativa de ontem.

As empresas estão agora embarcando em um processo de due diligence que irá completar em 1 de Agosto, por regras reguladoras do Reino Unido.

“Os Conselhos de Worldpay e Vantiv vêm convincente a lógica estratégica do acordo, comercial e financeiramente, para combinar Worldpay e negócios complementares de Vantiv,”

A Worldpay confirmou em um comunicado divulgado ao mercado.

“A potencial fusão cria no mundo, uma escala de soluções de pagamentos de classe em um mercado dinâmico, com capacidades profundas de distribuição, verticais e canais de distribuição fortes para servir os comerciantes em todo o mundo no mercado global de e-commerce e nas lojas on-line em os mercados do Reino Unido e dos Estados Unidos “.

Na verdade, o negócio vai apertar os parafusos sobre os concorrentes: o e-commerce tem muitas vezes, uma baixa margem de lucro e a Vantiv está ganhando escala neste negócio. A empresa diz que as soluções irão cobrir os EUA, Europa, Ásia-Pacífico e América do Sul “incluindo muitas dos maiores comerciantes de comércio eletrônico do mundo e uma base substancial de comerciantes de todos os tamanhos na Europa e os EUA.”

O acordo também vai ver alguma consolidação, que é de se esperar: “Os Conselhos de Worldpay e Vantiv identificaram oportunidades substanciais para sinergias de custos, que suportam potencial de criação de valor para o acionista significativo”, disse a Worldpay em uma nota.

As empresas vão efetivamente fundir, com Charles Drucker assumindo um papel como presidente executivo e Co-CEO e Philip Jansen como Co-CEO. Stephanie Ferris será CFO.

A Worldpay ajudaria a Vantiv, que é o maiorno setor nos EUA, expandir seu alcance a mais mercados. A Worldpay diz que atende cerca de 400.000 clientes e processa pagamentos em 146 países e 126 moedas. O Reino Unido é o maior país, onde tem participação de mercado de mais de 40 por cento de todas as empresas.

No Brasil, a Worldpay entrou por meio da aquisição feita da Cobre Bem.

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