quinta-feira, 6 de julho de 2017

TCU afasta cláusula de delação da JBS e cita Joesley em processo sobre BNDES


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O Tribunal de Contas da União decidiu incluir o empresário Joesley Batista, dono da JBS, num processo que apura desvios em financiamento do BNDES à empresa. Por decisão unânime, a corte convocou o empresário para dar explicações sobre um empréstimo de R$ 2,3 bilhões feito à sua empresa pelo banco estatal para a compra do frigorífico norte-americano Swift Foods, por R$ 8 bilhões, em 2007.

A corte de contas também decidiu ignorar a cláusula do acordo de delação premiada que impede o uso de provas produzidas por Joesley contra ele mesmo. Conforme disse o procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Paulo Soares Bulgarin, as delações dos executivos da JBS foram as primeiras a prever esse tipo de blindagem.

Com as decisões, caso o TCU decida que houve prejuízo aos cofres públicos na operação, Joesley será um dos responsáveis por ressarcir os danos ao erário. Também ficou definido que as provas de desvio de dinheiro público apresentadas pela JBS em seus acordos de colaboração (delação premiada e leniência) podem ser usadas para instruir processos administrativos contra os executivos da empresa.

O TCU seguiu o voto do relator do processo, ministro Augusto Sherman Cavalcanti, que dedicou a maior parte de sua argumentação à cláusula de limites ao uso de provas. A barreira está no parágrafo 3º da cláusula 19 do acordo. Para o ministro, o dispositivo impede que a delação premiada cumpra seus objetivos, segundo a Lei 12.850/2013: obter provas e a “recuperação do produto ou proveito das infrações penais praticadas”.

“Em termos de lógica interna, não me parece juridicamente correto interpretar uma lei de forma que seja possível buscar a concretização de um de seus objetivos e, ao mesmo tempo, impedir a consecução de outros”, afirmou. “Entendo inexistir fundamento, legal e lógico, para que, em contrapartida ao atingimento de um objetivo previsto em lei, o acordo de colaboração premiada estabeleça cláusula que impeça que as provas produzidas sejam utilizadas no atingimento de outros objetivos previstos na mesma lei.”


Campeã nacional


O processo em discussão no TCU avalia conclusões do setor de auditoria da corte sobre o empréstimo do BNDES à JBS. A companhia brasileira comprou o controle da Swift Foods em 2007, por R$ 8 bilhões, em valores atuais, corrigidos pela área técnica do TCU. Desse total, US$ 750 milhões, ou R$ 2,3 bilhões, vieram do BNDES por meio da BNDESPar, braço do banco para compra de participação societária em empresas.

Com o negócio, a JBS passou a ser a terceira maior empresa de carnes dos Estados Unidos. E com a operação, o BNDES passou a ser sócio do grupo brasileiro. A negociação fez parte da estratégia de “campeões nacionais”, começada no governo Lula, por meio da qual eram escolhidas grandes empresas brasileiras para incentivar o crescimento e expansão internacional.

Mas, de acordo com a auditoria do TCU, houve irregularidades na operação. O laudo afirma que a direção do BNDES favoreceu a JBS com a compra da participação: houve ágio de R$ 0,50 por ação, o que resultou num “prejuízo” de R$ 69,7 bilhões ao banco estatal.

Os auditores afirmam que “não havia quaisquer razões mercadológicas” para o pagamento do prêmio — ou “valor maior que o preço justo”, no entendimento dos auditores.

Em sua defesa, a JBS afirma que o negócio funcionou dentro do permitido por lei e dentro dos limites estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), agência reguladora do mercado de capitais. Os valores pagos foram os de mercado, devidamente aprovados pela CVM, disse a companhia, ao TCU.

Atualização às 19h14 do dia 5 de junho: em nota, o Grupo J&F, dono da JBS, afirma que a decisão do TCU "viola as cláusulas protetivas do acordo de colaboração celebrado com a Procuradoria Geral da República". "Utilizar contra os colaboradores as provas que foram entregues pelos mesmos é um lamentável ataque ao mecanismo de colaboração." As empresas informam que vão recorrer da decisão.

TC 010.398/2017-1

Leia a nota do Grupo J&F:


A decisão do TCU viola as cláusulas protetivas do acordo de colaboração celebrado com a Procuradoria Geral da República. Utilizar contra os colaboradores as provas que foram entregues pelos mesmos é um lamentável ataque ao mecanismo de colaboração. As partes envolvidas irão recorrer da decisão.

 é editor da revista Consultor Jurídico.

 http://www.conjur.com.br/2017-jul-05/tcu-afasta-clausula-delacao-jbs-cita-joesley-bndes

Clariant e Huntsman planejam realizar uma fusão entre iguais

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Clariant
Clariant (SIX: CLN) e Huntsman Corporation (NYSE:HUN) anunciaram hoje que os seus Conselhos de Administração aprovaram por unanimidade um acordo definitivo para unir as duas companhias por meio de uma fusão entre iguais, em uma transação baseada em ações. 

A nova companhia se chamará HuntsmanClariant. Com base pro forma nos valores de 20161, a fusão criará uma companhia de especialidades químicas líder no mercado global, com vendas de aproximadamente US$ 13,2 bilhões, um EBITDA ajustado de US$ 2,3 bilhões e um valor corporativo combinado de cerca de US$ 20 bilhões, no momento do anúncio. 

A nova entidade irá se beneficiar dos pontos fortes das duas companhias. Terá um perfil de crescimento significativamente melhor nos mercados finais e regiões mais atraentes. A HuntsmanClariant aproveitará seu conhecimento compartilhado em sustentabilidade e desfrutará de uma plataforma de inovação conjunta muito mais robusta. Isso viabilizará o desenvolvimento de novos produtos a fim de gerar retornos superiores e impulsionar o valor para os acionistas. 


Comentários do CEO


"Esta é a negociação perfeita na hora certa. A Clariant e a Huntsman estão se unindo para ampliar significativamente seu alcance global, criar maior capacidade de inovação sustentável e adquirir novas oportunidades de crescimento", afirmou Hariolf Kottmann, CEO da Clariant. "Isso trará benefícios para todos os nossos stakeholders. Eu e Peter Huntsman compartilhamos a mesma visão estratégica, e será um prazer trabalhar com ele". 

Peter R. Huntsman, Presidente e CEO da Huntsman Corporation, comentou: "Eu não poderia estar mais entusiasmado com essa fusão e estou ansioso para trabalhar com Hariolf Kottmann, uma pessoa que tenho admirado e confiado na última década. Também esperamos desenvolver um relacionamento próximo com seus colegas extremamente qualificados em todo o mundo. Juntos, vamos criar uma empresa líder mundial em especialidades químicas, com um balanço conjunto provendo considerável solidez financeira e flexibilidade". 


Destaques da transação


- Fusão entre iguais totalmente baseada em ações
- Acionistas da Clariant: 52%; Acionistas da Huntsman: 48%
- Os acionistas da Huntsman receberão 1.2196 ações da HuntsmanClariant para cada ação da Huntsman (cada ação já existente da Clariant permanecerá válida como uma ação da HuntsmanClariant)
- Conselho de Administração terá igual representação da Clariant e da Huntsman
- A sede mundial será em Pratteln, Suíça. A sede operacional será em The Woodlands, Texas
- A companhia será listada duplamente, de forma direta, no SIX Swiss Exchange e no New York Stock Exchange 


Criação de valor

 
A nova companhia irá acelerar a criação de valor para os acionistas por meio de uma combinação mais robusta de tecnologia, produtos e talentos. A nova companhia espera

alcançar mais de US$ 3,5 bilhões em criação de valor, a partir de sinergias anuais de custo de cerca de US$ 400 milhões. A sinergia total projetada deve ser alcançada dentro de dois anos após a conclusão da fusão, pela redução de custos operacionais e da otimização de compras. A sinergia prevista representa cerca de 3% do faturamento total conjunto de 2016, com custos pontuais de até US$ 500 milhões. Também haverá uma economia adicional de caixa relacionada a impostos. 


Governança Corporativa


A nova companhia, estabelecida na Suíça, será dirigida por um Conselho de Administração com igual representação da Clariant e da Huntsman, seguindo os padrões suíços de governança corporativa. 

Hariolf Kottmann, atual CEO da Clariant, se tornará Presidente do Conselho da HuntsmanClariant. Peter Huntsman, atualmente Presidente e CEO da Huntsman, será o CEO da HuntsmanClariant. Jon Huntsman, fundador e Presidente do Conselho da Huntsman, será Presidente Emérito e membro do Conselho da HuntsmanClariant. A fusão conta com forte comprometimento dos acionistas da Clariant e da família Huntsman. A companhia será listada no SIX Swiss Exchange e no New York Stock Exchange. A HuntsmanClariant adotará o IFRS e, a partir do primeiro trimestre de 2018, fará seus relatórios financeiros em dólares americanos e começará a emitir relatórios 10Q e 10K conforme as exigências do SEC (Securities and Exchange Comission). 


Cronograma

 
A transação deve ser concluída até o final de 2017 e estará sujeita às aprovações dos acionistas da Clariant e da Huntsman e de entidades reguladoras, além de outras condições habituais a este tipo de transação. Tanto a Clariant quanto a Huntsman estão confiantes de que as aprovações das entidades reguladoras serão obtidas rapidamente. 

Esta apresentação contém medidas financeiras que não seguem os princípios contábeis normalmente aceitos („GAAP") nos Estados Unidos. Para consultar a conciliação das medidas não-GAAP da Huntsman, por favor veja a apresentação pertinente disponível no nosso site: www.huntsman.com.
 

Consultores


Citi e UBS AG estão atuando como consultores financeiros da Clariant na transação, enquanto Homburger e Cleary Gottlieb Steen & Hamilton são seus conselheiros legais.
BofA Merill Lynch e Moelis & Company LLC estão atuando como consultores financeiros da Huntsman na transação, enquanto Kirkland & Ellis, Bär & Karrer e Vinson & Elkins atuam como conselheiros legais.
 

Sobre a Clariant


A Clariant é uma das empresas líderes mundiais em especialidades químicas, com sede em Muttenz, próximo à Basileia, na Suíça. Em 31 de dezembro de 2016, a companhia empregava ao todo 17.442 colaboradores. No ano fiscal de 2016, a Clariant registrou vendas de aproximadamente CHF 6 bilhões. A companhia reporta seus resultados em quatro áreas de negócios: Care Chemicals, Catalysis, Natural Resources e Plastics & Coatings. A estratégia corporativa da Clariant se baseia em cinco pilares: foco em inovação por meio de P&D, criar valor com a sustentabilidade, reposicionar o portfólio, intensificar o crescimento e aumentar a lucratividade.

Para mais informações sobre a Clariant, visite o site da companhia em www.Clariant.com. 


Sobre a Huntsman


A Huntsman Corporation é uma empresa de capital aberto, com produção e comercialização global de produtos químicos diferenciados, com receita de aproximadamente US$ 10 bilhões em 2016. Oferece milhares de produtos químicos que são vendidos a indústrias de todo o mundo e atendem a uma ampla e variada gama de mercados industriais e voltados ao consumidor final. A companhia tem mais de 100 unidades industriais e instalações de P&D em cerca de 30 países e conta com aproximadamente 15.000 colaboradores em 5 divisões de negócios - incluindo a divisão de Pigmentos e Aditivos, que a Huntsman pretende lançar como empresa independente através de IPO, sob o nome de Venator Materials Corporation. Para mais informações sobre a Huntsman, visite o site da companhia em www.Huntsman.com.
 
1 Inclui sinergias projetadas de US$ 400 milhões ao ano; ajustado pro forma para Venator.  

 http://www.swisscam.com.br/clariant-e-huntsman-planejam-realizar-uma-fusao-entre-iguais.html

PF encerra força-tarefa exclusiva da Lava Jato em Curitiba


A PF informou que continuará disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos

 



São Paulo – A Polícia Federal (PF) encerrou a força-tarefa exclusiva das operações Lava Jato e Carne Fraca em Curitiba (PR). Nesta quinta-feira (6), a PF informou que os investigadores passarão a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor), dentro da superintendência da PF.

A polícia afirmou, em nota, que a medida visa “priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações”.

Para PF, o efetivo de policiais na sede regional do Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade.

Vale lembrar que em maio deste ano, o quadro de delegados dedicados exclusivamente à Lava Jato foi reduzido de nove para quatro. Na ocasião, o delegado Igor Romário de Paula, um dos coordenadores da força-tarefa, classificou a redução da equipe como “incompreensível”.

“De fato, com o número que temos hoje fica difícil dar continuidade, prosseguimento da forma como sempre foi. Estamos tentando recompor. Na equipe de agentes e analistas não houve redução tão grande. Dificuldade maior hoje é com o número de delegados. Mas, enfim, temos que tentar recompor da forma como possível”, disse.

Ainda assim, a Polícia Federal diz que continuará “disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados”.


Veja a íntegra da nota emitida pela direção-geral da PF.


“1. Tendo em vista que cada delegado do Grupo de Trabalho da Lava Jato possuía cerca de vinte inquéritos cada um, essa equipe, juntamente com o Grupo de Trabalho da Operação Carne Fraca, passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);
2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;
3. Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas autoridades policiais;
4. O número de policiais dedicados a essas investigações chega a 70;
5. A iniciativa da integração coube ao Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava Jato no estado, e foi corroborada pelo Superintendente Regional, delegado Rosalvo Franco;
6. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;
7. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os delegados Márcio Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava Jato;
8. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;
9. Conforme nota divulgada no dia 21/05/2017, deve-se ressaltar que as investigações decorrentes da Operação Lava Jato não se concentram somente em Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e outros dezesseis estados;
10. Desde o início, a Polícia Federal, de forma republicana e sem partidarismos, trabalha arduamente para o êxito das investigações, garantindo toda a estrutura e logística necessária para o esclarecimento dos crimes investigados.”



PF decide integrar equipes em Curitiba, e Lava Jato perde força-tarefa exclusiva 43 Nathan Lopes Do UOL, em São Paulo 06/07/201714h22 > Atualizada 06/07/201715h50 Ouvir texto 0:00 Imprimir Comunicar erro Gabriel ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/07/06/pf-integra-equipes-de-lava-jato-e-carne-fraca-em-curitiba.htm?cmpid=copiaecola
PF decide integrar equipes em Curitiba, e Lava Jato perde força-tarefa exclusiva 43 Nathan Lopes Do UOL, em São Paulo 06/07/201714h22 > Atualizada 06/07/201715h50 Ouvir texto 0:00 Imprimir Comunicar erro Gabriel ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/07/06/pf-integra-equipes-de-lava-jato-e-carne-fraca-em-curitiba.htm?cmpid=copiaecola

UE aprova compra pela PSA da Opel e da Vauxhall


A Comissão Europeia afirmou que deu a aprovação incondicional para o negócio, ao concluir que a transação não aumenta preocupações sobre a concorrência

 


Bruxelas – A União Europeia autorizou a aquisição pela montadora francesa PSA da Opel e da marca britânica Vauxhall, que eram até então da General Motors.

A Comissão Europeia afirmou que deu a aprovação incondicional para o negócio, ao concluir que a transação não aumenta preocupações sobre a concorrência em mercados relevantes.

Após perder dinheiro na Europa durante anos, a GM anunciou em março que iria vender a Opel, sediada na Alemanha, e a Vauxhall para a PSA, em um negócio de 2,2 bilhões de euros (US$ 2,5 bilhões).

Com a aquisição, a PSA se tornará a segunda maior montadora europeia, atrás da alemã Volkswagen.


Fonte: Associated Press.

Rede brasileira Coco Bambu cresce e abre 1° restaurante nos EUA


Expansão internacional é consequência do crescimento no Brasil: eram 5 lojas em 2014 e serão 30 até o fim de 2017

 




São Paulo – Nos últimos anos, diversos restaurantes norte-americanos chegaram ao Brasil. É o caso do Abbraccio e Fleming’s, ambos da dona do Outback, TGI Friday’s, que retornou ao país, e das redes de fast food Taco Bell e Wendy’s.

Com um jeito similar e modelo de casual dining, a brasileira Coco Bambu prepara agora o caminho inverso. Ela irá abrir sua primeira unidade no exterior, em Miami, Estados Unidos, depois de uma forte expansão nacional.

Ainda que a rede tenha aprendido muito ao crescer no Brasil – eram 5 lojas em 2014 e serão 30 até o fim de 2017 – inaugurar a primeira filial internacional foi um grande desafio.

Um dos maiores obstáculos foi conseguir a aprovação para o local. A companhia escolheu um prédio histórico em South Beach, Miami, bairro nobre da cidade americana. Por ser um edifício tombado pela prefeitura, foi preciso conseguir dezenas de aprovações da prefeitura e até de associações de moradores para a empresa funcionar.

Em vez dos costumeiros cinco meses para abrir uma unidade por aqui, a primeira loja no exterior demorou mais de 3 anos e meio para ser inaugurado. O investimento também foi maior, de cerca de 35 milhões de reais.

Apesar das dificuldades para inaugurar o restaurante no edifício histórico, Afrânio Barreira, presidente e fundador da rede, diz que o local irá ajudar a empresa a se posicionar nos Estados Unidos.

“Estamos trilhando o caminho mais difícil para entrar no país, mas também é o mais glamoroso. É um prédio conhecido, não vai passar desapercebido”, afirmou em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Além disso, o empreendimento foi o mais estudado e planejado da história da rede, para diminuir as incertezas e ameaças. Foram diversas pesquisas, do cardápio à decoração, passando pelo nome que a marca deveria ter no exterior. Felizmente, Coco Bambu é um nome fácil de ser pronunciado por norte-americanos.

Mesmo com toda a preparação, Barreira diz sentir um frio na barriga.

“Não dá para empreender sem tomar riscos. É um país diferente, outra cultura e um investimento alto”, afirmou. E ele está confiante que o restaurante será bem aceito e que, em breve, irá inaugurar outras unidades no país.

 

Espaço de sobra


Afrânio é engenheiro de formação, mas foi sua esposa, Daniela Barreira, que o levou a empreender no ramo alimentício. Seu primeiro restaurante foi o Dom Pastel, em um espaço de 20 metros quadrados em Fortaleza.

Aos poucos, a venda de pastéis tomou todo o prédio. A loja precisou se diversificar e começou a vender sushi, sanduíches e pizzas. Abriram até um buffett infantil do outro lado da rua.

Barreira chegou a abrir dois postos de serviço para carros e uma empresa de construção, que mais tarde se transformou em imobiliária. Esses negócios foram essenciais para financiar o início da rede alimentar.

Foi só em 2009 que o primeiro restaurante com a marca Coco Bambu foi aberto, em uma área nobre de Fortaleza.

Atualmente, o Coco Bambu emprega mais de 4.000 funcionários e seus restaurantes recebem 9 milhões de visitantes todos os anos.

As atuais 26 lojas são grandes, com espaços para 500 a 1.300 clientes e, juntas, têm uma área construída equivalente a 14 campos de futebol. Espaços que requerem investimentos altos – e muito trabalho.

“Eu tinha um receio de que, se não houvesse pessoas muito presentes no restaurante e com a figura de dono, não daria certo”, afirmou o presidente. Por isso, ele optou por não se expandir por meio de franquias e, ao invés disso, empreende por meio de sócios.

Cada restaurante tem de dois a três sócios operadores. Um deles deve sempre estar presente, da abertura ao fechamento da loja. Eles entram com 12% do investimento, que é de cerca de 10 milhões de reais por unidade, e o restante fica com a holding.

Tem dado certo. Com as inaugurações previstas para este ano, a previsão é do faturamento chegar a 600 milhões de reais em 2017.

 

Que crise?


O maior crescimento no número de unidades veio de 2014 para cá. Há três anos eram 5 lojas, hoje são 26 e, até o fim do ano, serão 30.

Por conta da expansão acelerada, a empresa precisou estruturar melhor as áreas de suporte aos restaurantes. Nos últimos dois anos, foram criadas as equipes financeira, de recursos humanos, cozinha, manutenção e boas práticas, que realizam visitas constantes às unidades em todo o Brasil para garantir o bom funcionamento da rede.

Com departamentos e processos mais definidos, abrir um restaurante ficou mais fácil e rápido. O tempo do início do projeto à inauguração pode chegar a cerca de cinco meses.

Barreira garante que a crise não atrapalhou a expansão da companhia. Pelo contrário, “conseguimos muitas oportunidades de negócio pela vacância em shopping centers”.

Segundo ele, um dos motivos que ajudou a empresa a se manter acima das incertezas da economia foi o conservadorismo em relação ao investimento. “Trabalhei em um banco, o que deixou minha relação com dinheiro bem conservadora. Não pego empréstimos e nunca me endividei”, afirmou.

Ele garante que todo o dinheiro usado para as inaugurações vem do caixa e lucro da empresa. Assim, protegeu o negócio contra as flutuações do mercado.

Agora, a rede brasileira de frutos do mar se prepara para navegar em águas internacionais.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Percepção de que Brasil está no rumo errado supera fase pré-impeachment e atinge nível recorde, diz pesquisa




Bandeira do Brasil
Direito de imagem Serhii Lohvyniuk
Image caption Proporção dos que avaliam governo federal como "ruim ou péssimo" também atingiu maior patamar
A percepção de que o Brasil não está no caminho certo atingiu o maior nível já alcançado, superando o recorde anterior, registrado durante os últimos meses de governo da ex-presidente Dilma Rousseff, segundo uma pesquisa feita pela consultoria Ipsos e divulgada nesta quinta-feira.

De acordo com o levantamento, 95% dos brasileiros consideram que o país segue no rumo errado. O índice é superior ao verificado durante março do ano passado (94%), antes, portanto, de que a petista fosse suspensa temporariamente e posteriormente afastada em definitivo do cargo.

A pesquisa 'Pulso Brasil' conduziu 1,2 mil entrevistas, pessoais e domiciliares, em 72 municípios no Brasil durante os dias 1º e 13 de junho deste ano. A margem de erro é de três pontos percentuais.

"Não vemos nenhuma fagulha de esperança por parte da população quanto à melhora nos rumos do país. A avaliação da esmagadora maioria da população é fortemente negativa", diz à BBC Brasil Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pelo estudo.

Entre os que consideram que o país está no caminho certo (5%), houve uma piora na avaliação das classes A, B e C em relação a maio. Para as classes D e E, foi registrada uma ligeira melhora.

Ainda na mesma base de comparação, todas as regiões, com exceção do Nordeste, também tiveram mais pessoas apontando que o Brasil está no rumo errado. 

A avaliação dos brasileiros sobre o governo federal também piorou. Para 84% dos entrevistados, o governo Temer é considerado "ruim ou péssimo", outro número recorde.
Até então, a pior avaliação havia ocorrido em setembro de 2015, quando 82% descreviam a administração de Dilma Rousseff dessa forma.
Segundo a pesquisa, 12% consideram o governo como "regular". Apenas 2% avaliam a gestão de Temer como "ótima ou boa". Os 2% restantes não souberam ou não responderam.
 
 Manifestante
Direito de imagem ABr
Image caption Cresceu proporção dos que consideram que Lava Jato "está mostrando que todos os partidos são corruptos" 
 

Lava Jato


Para 96% dos entrevistados, a operação Lava Jato deve continuar "com as investigações até o fim, custe o que custar".

Entre eles, 95% defendem a continuidade das investigações "mesmo que isso traga mais instabilidade política" enquanto que a operação é apoiada por 94% "mesmo que isso traga mais instabilidade econômica".

Segundo a pesquisa, um número maior de brasileiros (74%) acredita que a Lava Jato "está investigando todos os partidos". Em maio, a proporção era de 66%.

Já o porcentual dos que discordam caiu de 21% para 15%.

Também aumentou a proporção (para 82%) dos que consideram que a operação "está mostrando que todos os partidos são corruptos".

Na mesma base de comparação, mais brasileiros acham que a Lava Jato ajuda a "transformar o Brasil em um país sério" (79% contra 74%).

Metade dos entrevistados (50%) discorda da afirmação de que a operação "vai acabar em pizza". Em maio, esse número havia sido de 47%.

Cresceu ainda a percepção de que as lideranças políticas estão tentando acabar com a Lava Jato.

Em maio, 83% concordavam com essa possibilidade. Em junho, esse porcentual subiu para 89%.

Já 87% consideram que a Lava Jato vai "fortalecer a democracia no Brasil".

Para 64% dos brasileiros, o PT continua sendo o partido mais associado à Lava Jato - alta de sete pontos percentuais em relação ao mês anterior.

PMDB (12%) e PSDB (3%) completam a lista. Não sabe ou não responderam somam 17%.

Quando questionados sobre quem consideram o nome "mais envolvido na operação", 57% dos entrevistados afirmaram ser o ex-presidente Lula.

O petista é seguido por Aécio Neves (44%), Michel Temer (43%), Dilma Rousseff (35%), Eduardo Cunha (33%), Renan Calheiros (9%), José Serra (4%), Geraldo Alckmin (3%), Fernando Henrique Cardoso (2%), Romero Jucá (2%), Rodrigo Maia (2%), Marina Silva (1%), Gilmar Mendes (1%) e Jair Bolsonaro (1%).
 
 Michel Temer
 Direito de imagem Getty Images
Image caption Presidente Michel Temer tem maior índice de rejeição entre lideranças políticas analisadas 
 

Lideranças políticas


Entre as lideranças políticas analisadas pela pesquisa, o presidente Michel Temer tem o maior índice de rejeição.

Segundo a pesquisa, 93% desaprovam "totalmente ou um pouco" o peemedebista. Em maio, esse porcentual era de 86%.

A ex-presidente Dilma Rousseff ocupa o segundo lugar, com 82% de desaprovação.

Em terceiro, está o ex-presidente Lula. Segundo o levantamento, 68% o desaprovam "totalmente ou um pouco".

O levantamento mostra que todas as lideranças analisadas, independentemente da coloração político-partidária, registraram um aumento de rejeição.

Isso inclui até mesmo figuras notoriamente elogiadas pelos brasileiros, como o juiz federal Sergio Moro, que comanda a Lava Jato, e o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.

Diferentemente de outras lideranças políticas, ambos ainda têm índices de aprovação superiores aos de desaprovação. Mesmo assim, a forma como vêm atuando no país piorou na percepção dos entrevistados.

Em maio, por exemplo, 22% diziam desaprovar "totalmente ou um pouco" Moro. Esse percentual subiu para 28% em junho.

No caso de Barbosa, sua rejeição aumentou de 26% para 37%, quase se igualando à sua aprovação (42%).

"Toda a classe foi impactada, em maior ou menor proporção, pelo sentimento de insatisfação que assola o Brasil, como se não houvesse luz no fim do túnel", opina Cersosimo.

"Inegavelmente, parte dessas pessoas nunca aprovou Moro ou Barbosa. Mas outra parte talvez tenha ficado decepcionada por não ter tido atendidas suas expectativas em relação aos dois", acrescenta.

"Desde o impeachment, o Brasil está paralisado. A propalada construção da agenda positiva, defendida por Temer e seus aliados, ainda não ocorreu. O clima é de desesperança generalizada e a percepção da população sobre essas lideranças mostra isso", conclui.

 http://www.bbc.com/portuguese/brasil-40430862

Percepção positiva do Brasil só não caiu mais que a dos EUA, diz pesquisa da BBC


Direito de imagem EPA
Image caption O Canadá foi o país com maior imagem positiva no levantamento da BBC
Visões negativas sobre a influência do Brasil no mundo só não pioraram mais que a dos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo Serviço Mundial da BBC ao instituto americano GlobeScan.

Cerca de 18 mil pessoas em 19 países foram entrevistadas para expressar sua opinião sobre 16 países e a União Europeia como um todo - as perguntas pediam para classificar os países como influências negativas ou positivas no mundo.

As entrevistas ocorreram entre dezembro de 2016 e abril deste ano - justamente o período de recrudescimento da crise política brasileira e os escândalos de corrupção.

"A metodologia de pesquisa não pediu o detalhamento nas respostas, mas acreditamos que os problemas enfrentados pelo Brasil se refletem nessa mudança de percepção. No panorama geral, ainda há mais gente vendo o Brasil de forma positiva do que negativa, só que o quadro está se deteriorando", explica à BBC Brasil Lionel Bellier, diretor-associado do GlobeScan. 

Os americanos apresentaram a maior queda de percepção em relação a 2014, o ano mais recente em que a pesquisa foi realizada, com apenas 34% dos entrevistados considerando a influência do país no mundo positiva, cinco pontos percentuais a menos que há três anos. O Brasil registrou 38%, seis pontos a menos do que na pesquisa anterior.

E o percentual geral de entrevistados considerando a influência do Brasil negativa aumentou de 28% para 30%. Dos 16 países postos à prova, o Canadá foi considerado o mais positivo, algo declarado por 61% dos entrevistados. O pior foi o Irã, com 15%, que ficou atrás até da Coreia do Norte (17%).

No geral, o Brasil ficou em oitavo lugar em termos de percepções positivas, perdendo uma posição em relação a 2014.

 Visões sobre a influência

"Chamou nossa atenção também que o Brasil, apesar de ter sediado os dois maiores eventos esportivos do planeta (a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016), registrou diminuição de percepção positiva. Isso não aconteceu com a África do Sul (sede da Copa de 2010) ou o Reino Unido (Londres foi a cidade olímpica de 2012). Os eventos negativos dos últimos três anos no Brasil conseguiram anular esses efeitos", completa Bellier.

Entre os 18 países que tiveram pessoas entrevistadas, oito mostraram uma opinião mais positiva do que negativa do Brasil, enquanto cinco mostraram indecisão e outros cinco apresentaram tendências negativas. França e Reino Unido apresentaram maior rejeição internacional (43%), enquanto os próprios entrevistados brasileiros registraram a maior percepção negativa da influência do país no mundo (64%).

Trata-se da estatística mais pessimista desde que a medição começou a ser feita, em 2008. Em 2012, por exemplo, o percentual de percepção positiva dos brasileiros chegou a 88%.

"Mais do que qualquer outro resultado, essa queda dentro de casa é que deveria deixar o governo brasileiro mais apreensivo. Ela reflete falta de confiança no país. Mesmo nações que apresentaram queda neste ano na percepção internacional, como os EUA, tiveram um nível doméstico de positividade grande, um senso de orgulho. A pesquisa mostra que os brasileiros não estão orgulhosos de seu país", diz Bellier.
 
 Protesto em São Paulo
 Direito de imagem AFP
Image caption Ebulição no Brasil pode estar por trás de queda nas percepções
Em 2014, 66% dos brasileiros consideravam positiva a influência do Brasil no mundo.

O país mais "simpático" ao Brasil foi a China, que apresentou 57% de percepção positiva.

Apenas um outro país latino-americano participou da pesquisa. E o Peru registrou também uma queda acentuada de percepção sobre o Brasil. Em 2014, 61% dos entrevistados do país consideravam positiva a influência do Brasil no mundo. O percentual agora é de apenas 48%, o que pode ser reflexo das denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras brasileiras no país - em fevereiro, o ex-presidente peruano Alejandro Toledo teve prisão preventiva decretada, acusado de receber US$ 20 milhões em propina da Odebrecht.

Nos Estados Unidos e no Canadá, o Brasil pela primeira vez teve a percepção geral tendendo para negativa: nos dois países, houve queda acentuada entre os que consideram positiva a influência do país no mundo. Nos EUA, o percentual de entrevistados que consideram a influência brasileira negativa saltou de 23 para 39.



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Direito de imagem Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Image caption Quase dois terços dos entrevistados brasileiros consideraram negativa a influência do país no mundo