terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Por que esquerdistas fingem que não têm nada a ver com a crise que causaram?



Bresser-Pereira. Fonte: Folha



Algumas pessoas me acham polêmico, ou que adoro um debate. Estão certas quanto ao debate, mas não me julgo polêmico. Ao menos não é a polêmica em si que busco, e sim a verdade, o conhecimento, os fatos. E, para tanto, é fundamental amar o debate. Eu adoro debater. E claro: a premissa para a existência de um bom debate é o pensamento contraditório. Debate com um espelho não é debate, é monólogo.

Mas confesso uma angústia: é mais difícil encontrar um esquerdista honesto que quer realmente debater do que um unicórnio ou um duende. Dependendo da quantidade de álcool – ou de erva proibida, dependendo da preferência – é até possível cruzar com um duende por aí. Mas um esquerdista honesto? Isso tem sido completamente impossível.

Leio todos eles. Alguns me chamam até de masoquista, e talvez eu seja, racionalizando o vício com a desculpa velha dos “ossos do ofício”. Mas eu leio, isso que importa. Leio as colunas na Folha, as entrevistas, encaro Celso de Barros, André Singer, Laura Carvalho, Vladimir Safatle, Gregorio Duvivier, a turma toda! E não consigo pescar um só argumento verdadeiro, uma só evidência de que o objetivo, ali, é de fato chegar à verdade.

Vou citar dois exemplos aqui. No primeiro deles, a troca de artigos entre Alexandre Schwartsman e Nelson Barbosa. O ex-diretor do Banco Central provou por A + B que o ex-ministro de Dilma foi não só um dos responsáveis pela Nova Matriz Econômica que afundou nossa economia, como se faz de sonso e condena a lentidão da recuperação, como se nada tivesse a ver com a crise. Schwartsman conclui em sua tréplica definitiva:

Mais recentemente reclama da velocidade de recuperação da economia, a mesma recuperação que jurava ser impossível por força do “austericídio”, e recomenda… aumento de gastos, seu elixir de óleo de cobra para qualquer ocasião.

Tais ideias têm que ser combatidas e, se Barbosa resolveu ser seu arauto, seria bom também se acostumar com as críticas, em particular sobre sua competência para educar qualquer um, que está severamente comprometida por sua visível incapacidade de aprender com seus próprios erros.

O sujeito ferrou o Brasil e ainda quer dar lição aos que apontavam o desastre iminente e eram ridicularizados pelos defensores do governo petista! É muita cara de pau, muita desonestidade intelectual mesmo.

O segundo caso é de um vanguardista do atraso, que esteve completamente errado em todas as análises e ações, há décadas! O histórico de erros de Bresser-Pereira é simplesmente imbatível: aponte uma medida estúpida que levou ao caos e lá estava sua aprovação empolgada; aponte alguma reforma positiva e lá estava ele a condenando. Não tem para ninguém!

Não obstante, ele ainda tem a cara de pau de escrever um texto oferecendo a “solução” para nossa crise: mais do mesmo, um novo “desenvolvimentismo”! É como se alguém invadisse sua casa, destruísse tudo, deixasse um rastro de caos e desordem, e depois batesse à porta para lhe oferecer um ótimo seguro contra invasores e um excelente plano de arrumação para sua casa. É o cúmulo do absurdo! Rodrigo Saraiva Marinho, do Livres, desabafou sobre o texto do desenvolvimentista:
Mas essa gente continua com espaço na mídia mainstream, sendo entrevistada pelos jornalistas, tratada como “especialistas” que deveriam ser levados a sério pela opinião pública. É uma patota que se retroalimenta, que se protege, que possui uma cota ideológica: a esquerda radical terá sempre um espaço amplo garantido na imprensa que ela mesma chama de golpista e burguesa. O círculo se fecha.

Já aqueles que desde sempre apontaram os desastres que seriam e foram causados pela esquerda, que cantaram a crise atual já em 2010, que explicaram em pormenores o que daria errado na Nova Matriz Econômica, esses são quase sempre ignorados, e chamados de radicais e polemistas.

Aí você vai lá e diz que isso tudo é uma grande palhaçada, que esses dementes estão blindados de qualquer escrutínio jornalístico por afinidade ideológica, que as “fake news” pululam nos principais veículos de comunicação, e está tudo “provado”: você só pode ser um radical em busca de polêmica! É de lascar…

Volto, para fechar, à pergunta do título, e dou a resposta: ora, porque a esquerda quer apenas poder, e danem-se os fatos! Em sua coluna de hoje, Pondé pergunta o que aconteceria se o PT voltasse ao poder, e descreve algo perto de um Apocalipse. Não é forçar a barra: é a pura realidade. A Venezuela seria nosso destino. Mas a esquerda não liga. Ao contrário: ela vive da miséria alheia, como explica Pondé, pegando carona em nosso saudoso dramaturgo reacionário:

Nelson Rodrigues dizia que, no dia em que acabasse a pobreza do Nordeste, dom Helder, o arcebispo vermelho, perderia sua razão de existir. Por isso, ele e a miséria do Nordeste andavam de mãos dadas.

O truque do PT e associados é o mesmo: destruir a economia, acuar o mercado, alimentar uma parceria com os bilionários oligopolistas a fim de manter o país miserável e, assim, garantir seu curral eleitoral.

Como o velho coronelismo nordestino –conheço bem a região: sou nascido no Recife e vivi muitos anos na Bahia–, o PT e associados têm na miséria e na dependência da população seu capital.

A esquerda finge não ter nada com a crise que causou porque ela se alimenta da crise e da mentira, eis a resposta. Quem acha que um típico esquerdista está mesmo disposto a travar um debate honesto precisa, portanto, rever sua otimista premissa. E é por isso que, com essa gente, não se pode dar moleza, fazer concessões demais, assumir que se está diante de um interlocutor sério preocupado com a verdade. São cínicos, e não devemos temer os rótulos que cínicos colocam na gente, normalmente diante de um espelho.


Rodrigo Constantino

 Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.


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O imediatismo é inimigo do Liberalismo


Por Heitor Machado, publicado pelo Instituto Liberal



O imediatismo, inerente a muitos jovens, tem suas raízes na imaturidade. Tanto é que Georges Clemenceau, estadista e jornalista francês disse: “Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça.”. O Socialismo e a intervenção Estatal (seja em forma de ditadura sanguinária ou de desenvolvimentismo “democrático”) costumam ser a solução imediata revolucionária para muitos dos problemas atribuídos aos “sistema”, segundo seus seguidores.

Sabemos, porém, que grandes mudanças não são feitas do dia para a noite, e isso soa ineficiente para os jovens militantes da esquerda ansiosos por transformações. A diferença entre nós liberais e os revolucionários da esquerda está essencialmente na maturidade que os primeiros têm em agir para que as mudanças ocorram por meio das vias legais, sejam eles quais forem. Se atualmente, a democracia ocorre de forma representativa, por meio do voto universal, então que seja dessa forma, sem entrar no mérito se a direita liberal tem ou não um representante digno desta ratificação.

Desta forma, podemos separar também dentro das próprias ideologias os realistas dos que não são. A social democracia, representada no Brasil pelo PSDB, é essa esquerda menos radical que entende que deve existir um mercado que suporte o Estado e faz concessões, apesar de ser acusado de ser um partido “de direita”, isso é completamente falso. O PSDB não é “de direita”, ele “está à direita” de esmagadora maioria dos partidos existentes em nosso país. No entanto, foi capaz de criar o tripé econômico que nos suporta economicamente, reforma que dificilmente seria criada por um partido social democrata europeu. Entendo que o ex-presidente Fernando Henrique fique chateado quando não acreditam que ele pertence à esquerda política.

No Brasil temos hoje uma demonização da direita, sejam liberais (no sentido europeu da palavra, já que os liberais americanos agem e são considerados como intervencionistas) ou conservadores. Essa demonização é facilmente explicada pelo período da Ditadura Militar, que teve sucesso ao tomar para si a luta contra um eventual regime comunista no país.

Apesar de ex-militar, não compartilho com brilhos nos olhos com quase nada que foi feito naquele período. Condeno desde as supressões das liberdades individuais, o desenvolvimentismo e agigantamento estatal, assim como o período demasiadamente longo que essas medidas tiveram influência na vida dos Brasileiros e influenciaram na cultura do Estado, pai de todos, resposta para tudo que se vê de errado. Sinto muito, essa não é a direita que eu gostaria que governasse novamente o país, se é que podemos chamar a ditadura militar de inteiramente de direita.

Voltando ao tema, nossa reconquista dos direitos democráticos começou por movimentos formados essencialmente por jovens com apoio de sindicatos e do meio acadêmico. Nossa ex-presidente foi uma representante de um desses movimentos. Infelizmente, a totalidade deles era formada por ideias pautadas em ideologias originárias da esquerda revolucionária, que usava da força, guerrilha e torturas para tenta formar uma resistência contra o regime daquela época. Quem acha que somente os militares fizeram uso da violência desculpem-me, mas esses movimentos queriam um regime semelhante ao Cubano.

Um erro não justifica outro, mas naquele momento, a inteligência das Forças Armadas fez uso da força para combater agressões que acreditavam culminar numa vitória e posterior hegemonia dos comunistas na política. Hoje é possível que os generais estejam se revirando em seus túmulos vendo que foi exatamente o que aconteceu. E mesmo que esses episódios de tortura tenham sido pontuais, infelizmente eles existiram.

Por conta disso, o fato de que a maioria dos que combatiam a ditadura serem formados em frentes que se denominavam Esquerda, existe essa abominação a qualquer um que se defina como à direita. Qual pessoa que se identifica como sendo à direita, nunca foi chamado de fascista ou opressor? Nessas horas é preciso respirar fundo e ter sabedoria para não alimentar tolices nesses tempos de Facebook.

A juventude costuma demonstrar ansiedade por mudanças e isso costuma trazer sérios riscos à segurança. Um exemplo recente é a tática black block tentando legitimar mudanças por meio de força, mas felizmente essas práticas são abominadas pela sociedade. E vemos também os movimentos culpando sempre o outro lado. Às vezes black blocks são de direita, às vezes são de esquerda. Acredito que não sejam nenhum dos dois, em minha opinião são jovens perdidos e que com vontade de fazer mudanças, utilizando a violência anabolizada com uma dose de ansiedade.

Por outro lado, vemos iniciativas de também jovens, assim como eu, buscando no conhecimento e no diálogo o caminho para a mudança que queremos ter. Tão cheios de esperança são os amigos que escrevem aqui no Instituto Liberal quanto os que quebram a propriedade alheia em manifestações pelas ruas. A diferença está em nossos métodos, enquanto que Liberzone e Liberalismo da Zoeira preferem atrair seu público por meio de linguagem convidativa, a Juventude Socialista prefere fomentar a luta de classes que só divide a sociedade: parecem entender bem a tática de dividir para conquistar.

Os jovens liberais reconhecem a importância da propriedade privada e respeitam o livre comércio, o indivíduo e os pilares fundamentais das mudanças que vão nos deixar mais prósperos e tornar os pobres do Brasil mais confortáveis do que os pobres da Venezuela. Os liberais têm também maturidade suficiente em uma democracia que ainda é jovem para pedir mudanças de forma legítima. Essa é a forma que encontramos para respeitar os brasileiros, deixar de ser o país do futuro e começar a ser o Brasil do presente. Todos queremos mudanças, mas essas passam essencialmente pelos métodos utilizados que sejam menos nocivos às liberdades individuais em nossa sociedade.


 

Rodrigo Constantino


 Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.


 http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/o-imediatismo-e-inimigo-liberalismo/

É papel do BNDES patrocinar o réveillon na orla de Copacabana?

Resultado de imagem para fotos do reveillon em copacabana

"É contraditório aplicar verbas, que são escassas e provêm de uma fonte subfinanciada, em situações que poderiam ser abraçadas pelo mercado"



O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será um dos patrocinadores da festa de réveillon na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao todo, o banco público destinará R$ 2 milhões de reais aos organizadores do evento, através da Lei Rouanet. A festa, que de acordo com reportagem do jornal “O Globo” custará R$ 25 milhões, será paga em parte pela prefeitura do Rio (R$ 8 milhões), e parte por patrocínios captados pela empresa SRCOM (R$ 17 milhões). Além do BNDES, a Petrobras é uma das empresas parceiras do evento.

Mas a pergunta que fica é: o BNDES deveria utilizar recursos públicos para patrocinar o réveillon?
Para o professor de economia e especialista do Instituto Millenium, Vitor Wilher, a decisão é inadequada diante da jurisdição atribuída ao órgão. Ouça!
Wilher esclarece que o papel de um banco de desenvolvimento é atuar fazendo o que o mercado não faz, preenchendo possíveis lacunas do setor privado. Um exemplo seria o de investimentos em projetos onde o retorno social é maior do que o custo a ser investido com dinheiro público, como infraestrutura e saneamento básico, por exemplo. Desta forma, é contraditório aplicar verbas, que são escassas e provêm de uma fonte subfinanciada, em situações que poderiam ser abraçadas pelo próprio mercado:

“A Lei Rouanet é um instrumento para captação de recurso através de descontos no imposto, algo que não faz muito sentido para o BNDES enquanto banco público. Ela pode ser utilizada para coisas interessantes, como alavancar a cultura, mas nem sempre os eventos e projetos têm o retorno social que gostaríamos que tivessem. Será que não é possível fazer isso com outro tipo de mecanismo?”, questiona Wilher, salientando que é contraditório aplicar os recursos públicos desta forma, diante da grave crise fiscal que estamos vivendo no estado do Rio e no Brasil.

O professor de economia lembra que, desde 2008, o BNDES vem crescendo exponencialmente. O governo federal aumentou a dívida bruta e esse dinheiro, que é caro e financiado por altas taxas de juros, foi repassado ao banco para ser subsidiado a taxas muito menores. Wilher afirma que a aprovação da TLP – Taxa de Longo Prazo vai melhorar o cenário, já que a diferença entre o quanto o banco financia e empresta será convergida, de modo que este subsídio tende a acabar.

“O Estado se endivida, pega esse dinheiro e dá para o BNDES para que ele eleja algumas empresas e setores que acha que são estratégicos para o desenvolvimento econômico. Esse instrumento não deu certo, tanto é que a taxa de investimento não aumentou no período e nem teve nenhum efeito no crescimento da economia, já que estamos vivendo uma das maiores recessões da história. Esperamos que, com essa mudança, tenhamos uma trajetória um pouco mais saudável no papel dessa instituição no desenvolvimento econômico”, completa.

Vítor Wilher

Vítor Wilher é bacharel e mestre em economia pela Universidade Federal Fluminense, tendo se especializado na construção de modelos macroeconométricos e análise da conjuntura macroeconômica doméstica e internacional. Sua dissertação de mestrado foi na área de política monetária, titulada “Clareza da comunicação do Banco Central e expectativas de inflação: evidências para o Brasil”, defendida perante banca composta pelos professores Gustavo H. B. Franco (PUC-RJ), Gabriel Montes Caldas (UFF), Carlos Enrique Guanziroli (UFF) e Luciano Vereda Oliveira (UFF). É o criador do blog Análise Macro, um dos melhores e mais ativos blogs econômicos brasileiros e sócio da MacroLab Consultoria, empresa especializada em data analysis, construção de cenários e previsões e fundador do extinto Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica (GECE-UFF).


 https://www.institutomillenium.org.br/destaque/e-papel-do-bndes-patrocinar-o-reveillon-da-orla-de-copacabana/

Mercedes-Benz compra participação na TruckPad


 

A startup brasileira conecta caminhoneiros a empresas e pessoas que precisam de transporte de cargas

 

A montadora Mercedes-Benz comprou uma fatia minoritária da startup brasileira TruckPad, plataforma que conecta caminhoneiros a empresas e pessoas que necessitam de transporte de cargas.

Valor e participação acionária não foram revelados. Com o movimento, a Mercedes-Benz passa a ser a terceira maior acionista da startup. Carlos Mira, fundador e presidente da TruckPad, continua como o maior acionista com 48% das ações e o grupo de tecnologia Movile, através de suas empresas Maplink e Apontador, detém a segunda maior fatia da companhia.

Fundada em 2013, a TruckPad já tinha recebido um aporte da americana Plug and Play, uma das maiores aceleradoras de startup do mundo. O relacionamento com a Mercedes-Benz começou no ano passado, quando a startup virou fornecedora de dados e informações sobre os caminhoneiros para a montadora. Um terço da base de caminhões cadastrada na plataforma é da marca Mercedes. Hoje, o aplicativo já tem mais de 600 000 downloads e, diariamente, 50 000 usuários usam a plataforma. A empresa estima fechar o ano com faturamento de 3,3 milhões de reais, o dobro do ano passado.

Com o capital investido pela Mercedes, a empresa quer incluir na plataforma as grandes distribuidoras — até agora, era restrita a caminhoneiros autônomos.


https://exame.abril.com.br/blog/primeiro-lugar/mercedes-benz-compra-participacao-na-truckpad/

2 anos depois, MPF pede para arquivar inquérito contra advogados da "lava jato"




"Dossiê" entregue a Botelho eram postagens de Facebook de membros da "lava jato".
Sergio Tomisaki/IDDD




Depois de mais de dois anos de investigações, quebras de sigilo e notícias na imprensa, o Ministério Público Federal pediu o arquivamento do inquérito em que o criminalista Augusto de Arruda Botelho era acusado de comprar informações de policiais. A conclusão é que não há qualquer indício de corrupção no caso, que envolve também o advogado Marden Maués e o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

Botelho, que advoga para a Odebrecht na operação “lava jato”, era presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa quando viu as acusações contra si estamparem os jornais, em outubro de 2015. Agora, a opinião de diversos criminalistas ouvidos pela ConJur na ocasião mostra-se precisa: ficou claro que se tratava de uma tentativa de atingir o cliente atacando seu advogado. Maués advogou para Nelma Kodama.
 
Na peça em que pediu o arquivamento do inquérito, no último dia 14, o MPF “acusa” Arruda Botelho de adotar uma “postura incisiva em relação às autoridades policiais, proferindo críticas aos membros do Grupo de Trabalho na Polícia Federal”. E, nessa toada, apontam que o advogado foi procurado pelo delegado da Polícia Federal Paulo Herrera, também crítico da atuação de seus colegas na “lava jato”. Ele e o ex-agente da PF Rodrigo Gnazzo estariam, de acordo com a acusação, levantando informações contra os membros da força-tarefa da operação.

No chamado "dossiê" estavam postagens de membros da força-tarefa da “lava jato” no Facebook. As publicações foram alvo de notícia do jornal O Estado de S.Paulo, intitulada “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”.

Nas 26 páginas em que detalha as quebras de sigilo telefônico, movimentações e gastos de cartões de crédito de investigados, além de tentar fazer uma longa defesa da operação, o MPF tenta ainda ler os pensamentos dos acusados. Ao descrever um depoimento, diz que Paulo Herrera “apresentou sinais de grande nervosismo por ocasião deste primeiro encontro, fato que é também revelador da consciência da incorreção de seus atos”.

Apesar de dizer que não encontrou qualquer indício de crime, os procuradores da República Antônio Carlos Welter e Januario Paludo, que assinam a peça, fazem questão de desfiar ainda uma série de juízos morais sobre as atitudes dos envolvidos no caso: “altamente reprováveis”; “ensejadoras da violação de normas éticas”; ou ainda uma “tentativa de ver satisfeito um desejo pessoal de vindita”.

Ao fim, pedem que a Ordem dos Advogados do Brasil e a Corregedoria da PF sejam notificadas para apurar possíveis infrações éticas dos citados, sem lembrar que a OAB atuou na defesa dos advogados no caso.

Clique aqui para ver o pedido de arquivamento do inquérito.


 https://www.conjur.com.br/2017-dez-18/mpf-arquivar-inquerito-advogados-lava-jato

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Total aprova investimentos para nova fase no campo de Libra


Fase representa a implementação de uma plataforma flutuante para a produção e armazenamento e será desdobrada ao noroeste do bloco

 




Paris – O grupo francês Total anunciou nesta segunda-feira a aprovação de investimentos para uma nova fase de desenvolvimento do Campo gigante de Libra, no pré-sal na Bacia de Santos, que é operado pela Petrobras e cuja exploração começou em novembro.

Esta fase, que representa a implementação de uma plataforma flutuante para a produção e armazenamento, com uma capacidade de 150 mil barris de petróleo diários e 17 poços, será desdobrada ao noroeste do bloco, que está localizado em águas profundas a 180 quilômetros do Rio de Janeiro, explicou a Total em comunicado.

A empresa francesa (que tem 20% no consórcio de Libra) destacou que junto com a Petrobras (40%) e os outros parceiros (Shell com 20%, CNOOC com 10% e CNPC com 10%), conseguiram que os custos técnicos de exploração fossem “inferiores a US$ 20 por barril”.

O diretor-geral da atividade de exploração e produção, Arnaud Breuillac, afirmou que após a fase inicial de extração aberta em novembro, esta decisão de investimento reforça a sua carteira de projetos em construção e apoia o crescimento de sua produção depois de 2020.

Nesta fase inicial já em funcionamento, essa plataforma “pioneira” tem uma capacidade de 50 mil barris diários. Já à que agora planeja com este novo investimento, batizada “Mero 1”, está previsto que se acrescentem outras três fases posteriormente para superar os 600 mil barris diários.

Segundo as estimativas publicadas no final de novembro pela Petrobras, as reservas recuperáveis nas áreas exploradas na área nordeste do campo de Libra (Mero) são de 3,3 bilhões de barris.

No total, Libra representa entre 8 e 12 bilhões de barris, o que se for confirmado se tonaria um dos campos de hidrocarbonetos mais importantes do mundo.
   

Statoil vai pagar US$ 2,9 bi para triplicar produção no Brasil


O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás

 


Oslo – A norueguesa estatal Statoil vai triplicar a sua produção no Brasil depois de assinar nesta segunda-feira um acordo para comprar uma participação de 25 por cento no campo de Roncador, um dos maiores produtores do país, da Petrobras, em um negócio de 2,9 bilhões de dólares.

O acordo está em linha com a estratégia da Statoil de reforçar sua presença no Brasil, enquanto a empresa norueguesa procura adicionar barris novos que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter perto de casa, na plataforma continental do país nórdico.

“Esta transação agrega material e atrativa produção de longo prazo ao nosso portfólio internacional, fortalecendo ainda mais a posição no Brasil como área central para a Statoil”, disse o presidente da empresa, Eldar Saetre.

O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás, atrás apenas da própria Petrobras e da Shell.

Em troca, a Petrobras terá acesso ao conhecimento exclusivo da Statoil sobre como produzir mais barris de campos maduros, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com tecnologias aperfeiçoadas no setor marítimo norueguês.

A transação consiste em um pagamento inicial de 2,35 bilhões de dólares, mais “pagamentos contingentes adicionais” de até 550 milhões de dólares, disse a Statoil, em comunicado.

O pagamento adicional, relacionado aos investimentos da Statoil em projetos específicos de recuperação de petróleo, será acordado mais tarde, disse Saetre, em uma entrevista coletiva.

A estrutura do negócio mostrou que Statoil está apostando no aumento da recuperação do campo maduro, disse o analista da Sparebank 1 Markets Teodor Sveen-Nilsen, em uma nota.

“Com o forte histórico da Statoil na plataforma continental norueguesa para aumentar as taxas de recuperação, acreditamos que a perspectiva de aumentar a taxa de recuperação para Roncador é boa”, acrescentou.

Roncador, o terceiro maior campo de produção do Brasil, tem aproximadamente 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) “in place” e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão boe.

As empresas anunciaram que vão buscar aumentar em conjunto o fator de recuperação do campo, para um total recuperável de cerca de 1,5 bilhão de boe.

A produção do campo, que começou em 1999, situou-se em cerca de 240 mil barris de petróleo por dia em novembro.

Após a transação, a produção da Statoil no Brasil aumentará para 110 mil barris de boe por dia, ante cerca de 40 mil boe por dia, disse a empresa.

A Petrobras continuará a operar o campo e deterá uma participação de 75 por cento.

 

Parceria estratégica


Parente disse que espera que o Tribunal de Contas da União (TCU) analise o acordo, como aconteceu com outras vendas de ativos anteriores que não foram lançadas para licitação aberta, mas disse que estava confiante de que o acordo seria aprovado.

“Esta é uma parceria estratégica… Não faz sentido ter um processo competitivo, porque o que queremos apenas a Statoil tem”, acrescentou, referindo-se ao compartilhamento de conhecimento.
  
 
 https://exame.abril.com.br/negocios/statoil-vai-pagar-us-29-bi-para-triplicar-producao-no-brasil/