O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás
O acordo está em linha com a estratégia da Statoil de reforçar sua presença no Brasil, enquanto a empresa norueguesa procura adicionar barris novos que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter perto de casa, na plataforma continental do país nórdico.
“Esta transação agrega material e atrativa produção de longo prazo ao nosso portfólio internacional, fortalecendo ainda mais a posição no Brasil como área central para a Statoil”, disse o presidente da empresa, Eldar Saetre.
O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás, atrás apenas da própria Petrobras e da Shell.
Em troca, a Petrobras terá acesso ao conhecimento exclusivo da Statoil sobre como produzir mais barris de campos maduros, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com tecnologias aperfeiçoadas no setor marítimo norueguês.
A transação consiste em um pagamento inicial de 2,35 bilhões de dólares, mais “pagamentos contingentes adicionais” de até 550 milhões de dólares, disse a Statoil, em comunicado.
O pagamento adicional, relacionado aos investimentos da Statoil em projetos específicos de recuperação de petróleo, será acordado mais tarde, disse Saetre, em uma entrevista coletiva.
A estrutura do negócio mostrou que Statoil está apostando no aumento da recuperação do campo maduro, disse o analista da Sparebank 1 Markets Teodor Sveen-Nilsen, em uma nota.
“Com o forte histórico da Statoil na plataforma continental norueguesa para aumentar as taxas de recuperação, acreditamos que a perspectiva de aumentar a taxa de recuperação para Roncador é boa”, acrescentou.
Roncador, o terceiro maior campo de produção do Brasil, tem aproximadamente 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) “in place” e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão boe.
As empresas anunciaram que vão buscar aumentar em conjunto o fator de recuperação do campo, para um total recuperável de cerca de 1,5 bilhão de boe.
A produção do campo, que começou em 1999, situou-se em cerca de 240 mil barris de petróleo por dia em novembro.
Após a transação, a produção da Statoil no Brasil aumentará para 110 mil barris de boe por dia, ante cerca de 40 mil boe por dia, disse a empresa.
A Petrobras continuará a operar o campo e deterá uma participação de 75 por cento.
Parceria estratégica
Parente disse que espera que o Tribunal de Contas da União (TCU) analise o acordo, como aconteceu com outras vendas de ativos anteriores que não foram lançadas para licitação aberta, mas disse que estava confiante de que o acordo seria aprovado.
“Esta é uma parceria estratégica… Não faz sentido ter um processo competitivo, porque o que queremos apenas a Statoil tem”, acrescentou, referindo-se ao compartilhamento de conhecimento.
https://exame.abril.com.br/negocios/statoil-vai-pagar-us-29-bi-para-triplicar-producao-no-brasil/
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