terça-feira, 18 de setembro de 2018

Care adquire o controle do hospital Baía Sul

 

Centro de saúde catarinense receberá aporte de R$ 30 milhões

 

Da Redação

 

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Care adquire o controle do hospital Baía Sul

A Hospital Care  – rede dos fundos Bozano e Abaporu, que pertence ao economista Paulo Guedes e dao empresário Elie Horn – adquiriu o controle do Hospital Baía Sul (foto) e da Clínica Imagem, em Florianópolis. O valor não foi divulgado. A Care já controla os hospitais Vera Cruz, em Campinas (SP), e São Lucas, em Ribeirão Preto (SP). É o terceiro ativo comprado pelo grupo criado em 2017.  

O Hospital Baía Sul e a Clínica Imagem receberão investimento de R$ 30 milhões. O aporte será  usado para dobrar o tamanho do pronto atendimento, elevar em 20% o número de leitos da UTI e expandir a clínica de medicina diagnóstica que, atualmente, realiza 240 mil exames de imagem por ano. 

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Quebra do Lehman Brothers completa 10 anos


Crise surgiu no sistema de hipoteca imobiliária dos EUA

 

Por Agência Brasil

 

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Quebra do Lehman Brothers completa 10 anos

O marco da crise financeira internacional deste século, a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, completou 10 anos no sábado (15). Conhecida também como crise do subprime, em referência aos créditos de alto risco vinculados a imóveis, que foram concedidos em larga escala e de forma irracional por décadas, esse processo resultou na formação de uma bolha financeira que explodiu no quarto maior banco de investimentos norte-americano, que tinha 158 anos.

O colapso dos mercados mundiais naquele dia e pelas semanas seguintes foi tão grave que obrigou o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE), a injetar centenas de bilhões de dólares e euros no sistema financeiro. A crise alastrou-se mundo afora e causou impactos sem precedentes em países como Grécia, Espanha, Irlanda, Islândia e Portugal. Em todo o planeta, mais de 400 milhões de pessoas ficaram desempregadas na pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial, só comparável à quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Os sinais dos problemas iniciaram-se em 2007, mas a crise dos subprime teve como início oficial a falência do Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, quando a insolvência dos créditos imobiliários não pôde mais ser disfarçada e o Fed não ajudou a instituição financeira. Na época, as agências de classificação avaliavam com nota máxima (baixo risco) grande parte dos títulos de contratos de hipoteca dos tomadores subprime, desconsiderando a renda e a estabilidade dos mutuários.

As condições de geração da crise partiram de uma questão localizada, no sistema de hipoteca imobiliária dos Estados Unidos, segundo o economista Reinaldo Gonçalves, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No entanto, a globalização financeira elevou as consequências para uma escala planetária. “Esses títulos ‘podres’ do subprime foram umas coisas mais inusitadas em 200 anos de história do sistema econômico moderno. Como a economia americana é o epicentro do sistema monetário e financeiro do planeta, os impactos foram extremos”, explica. Professor de macroeconomia e economia internacional da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Nassif afirma que a crise do subprime é inerente ao próprio capitalismo. Segundo ele, em épocas de crescimento, como nos anos 1990 e 2000, o mercado exagerou no otimismo e ignorou riscos. “Dois anos antes do estouro da bolha, em 2006, o economista Nouriel Roubini [especialista em prever crises financeiras] havia detectado o excessivo endividamento das famílias norte-americanas e alertado para o estouro da bolha imobiliária, mas foi ignorado justamente porque a economia mundial vinha de um ciclo de 14 anos de expansão”, recorda.

Gonçalves lembra que, em 2009, por causa da intervenção estatal do governo norte-americano para salvar o sistema financeiro, o déficit público da maior economia do mundo subiu a 12% do Produto Interno Público (PIB). A dívida pública dos Estados Unidos saltou de 55% para 100% do PIB em pouco tempo. Os gastos públicos diretos, em programas de infraestrutura, de geração de empregos e de salvamento de grandes empresas, como a montadora General Motors, somaram cerca de US$ 750 bilhões. Apesar do elevado volume em valores absolutos, Nassif, da UFF, classifica de tímido o aumento de gastos públicos. “Para o tamanho do PIB dos Estados Unidos, esse volume [em torno de US$ 750 bilhões] não representou muito”, analisa. Ele relembra que a principal contribuição para debelar a crise, no entanto, foram os quantitative easings, injeções de dinheiro pelo Banco Central dos Estados Unidos, que superaram US$ 10 trilhões. A medida foi repetida pelos bancos centrais Europeu, do Reino Unido e do Japão.

Segundo Nassif, embora os livros tradicionais de economia não recomendem o afrouxamento monetário em momentos de baixo crescimento e baixa inflação, a experiência dos Estados Unidos só deu certo porque o dólar, como a principal moeda internacional, melhorou a competitividade da economia norte-americana. “Por causa da importância do dólar, as injeções de dólares vazaram para o sistema financeiro global, desvalorizando a moeda em todo o mundo e aumentando as exportações norte-americanas”, explica. Paralelamente, o governo norte-americano reintroduziu a regulação do sistema financeiro, que tinha sido derrubada a partir dos anos 1980. Em 2010, o governo Barack Obama conseguiu a aprovação da Lei Dodd-Frank, que impôs obrigações às grandes instituições financeiras, como alocação de reservas para grandes crises e testes financeiros de resistência. 

O atual presidente, Donald Trump, tenta flexibilizar pontos da legislação sob o argumento de destravar o mercado de crédito no país, que ficou mais restrito desde então. Segundo Nassif, a manutenção de travas que obriguem as instituições financeiras a adotarem medidas de prudência é essencial para que a especulação financeira não volte a produzir bolhas como a do subprime. “Crises de estouro de bolhas especulativas ocorreram diversas vezes ao longo da história. Somente a regulação financeira é capaz de impedir a valorização de ativos descolada da realidade”, ressalta. Com 4,2% de crescimento em ritmo anualizado em julho (quando o resultado de um mês é projetado para os 12 meses anteriores) e com desemprego atual em 3,9%, a economia dos Estados Unidos está plenamente recuperada da pior crise desde a Grande Depressão de 1929. 

Nassif diz que a redução de impostos para empresas que entrou em vigor no ano passado turbinou a economia norte-americana. Ele, no entanto, acredita que o efeito durará pouco. “Esse tipo de política, de desonerar grandes empresas para estimular a economia, é semelhante à praticada no Brasil no início desta década. Gera resultados no curto prazo, mas resulta em inflação e baixo crescimento no médio e no longo prazo porque estimula a demanda, enquanto os empresários entesouram [não gastam na produção] o que deixam de pagar de impostos”, explica o professor da UFF.

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Carlos Wizard compra fatia da Topper na Argentina


Empresário curitibano desembolsará R$ 100 milhões 

 

Da Redação

 

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Carlos Wizard compra fatia da Topper na Argentina

A Alpargatas assinou acordo para vender 22,5% de seus negócios na Argentina, que concentram a marca Topper naquele país, para o empresário paranaense Carlos Wizard Martins (foto), por R$ 100 milhões. Do total, R$ 40 milhões serão pagos à vista. 

“O acordo prevê a possível alienação da participação acionária remanescente sujeita ao exercício da opção de compra ou da opção de venda. Caso uma dessas opções seja exercida, o preço determinado para 100% do negócio será calculado com base no múltiplo de 6 vezes o Ebitda”, descreve o fato relevante publicado pela Alpargatas. Ainda de acordo com o documento, o acordo substitui um contato anterior, que havia sido assinado em novembro de 2015. 

No início deste ano, Martins, que é curitibano, e seus filhos Lincoln Martins e Charles Martins; e a Yum! Brands – maior empresa de restaurantes do mundo, detentora das marcas KFC, Pizza Hut e Taco Bell – anunciaram um acordo pelo qual os Martins adquirem as operações das marcas Pizza Hut e KFC no Brasil. Na ocasião, o negócio foi avaliado em R$ 135 milhões. 


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Intenção de investimentos da indústria recua 3,1 pontos no trimestre


A redução do indicador é mais um sinal da perda de fôlego da economia neste ano, nota FGV

Por Agência Brasil

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Intenção de investimentos da indústria recua 3,1 pontos no trimestre

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,1 pontos no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Com a segunda queda consecutiva, o indicador atingiu 113 pontos em uma escala de zero a 200 pontos, o menor nível desde o terceiro trimestre do ano passado (105,1 pontos). O indicador busca antecipar as tendências econômicas no país a partir da disseminação do ímpeto de investimento entre as indústrias.

Apesar da queda, o indicador se mantém acima dos 100 pontos, nível em que a proporção de empresas que preveem investir mais nos próximos 12 meses supera a parcela daquelas que pretendem investir menos. Entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, houve redução da proporção de empresas que preveem investir mais, de 28,9% para 28,3%, e aumento da proporção das que preveem investir menos, de 12,8% para 15,3%. A proporção de empresas que têm certeza de que vão executar seu plano de investimentos foi de 27,5%, ficando abaixo da parcela de 31,9% de empresas que estão incertas.
De acordo com o economista Aloisio Campelo Jr., a redução do ímpeto de investimento das indústrias é mais um sinal da perda de fôlego da economia neste ano. “O resultado geral da pesquisa reforça o cenário de instabilidade que vinha se desenhando nos trimestres anteriores. Houve redução na intenção de realização de investimentos e aumento da incerteza”, destaca a nota da FGV.



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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Grupos estrangeiros prospectam negócios no polo naval

Homologação do plano de recuperação judicial da Ecovix abre possibilidades para retomada de operações em Rio Grande

 

Da Redação

 

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Homologação do plano de recuperação judicial da Ecovix abre possibilidades para retomada de operações em Rio Grande


Depois da homologação pela Justiça do plano de recuperação judicial do Grupo Ecovix, empresas da Ásia e do Oriente Médio mostram interesse em investir no polo naval. Conforme estudo elaborado por consultoria do setor, a retomada das operações deve ir além da montagem e fabricação de plataformas e embarcações. Um dos novos segmentos seria a movimentação de carga. “Os setores com maior potencial são os de exportação, principalmente de madeira e derivados.

 É uma projeção que temos em função do que se prospectou no mercado”, afirma Ricardo Ávila, diretor Operacional da Ecovix.

 
Um grupo do Oriente Médio já veio buscar mais informações, interessado em embarcar mercadorias com demanda na Europa e no Leste Europeu. A movimentação de carga – que requer aprovação de órgãos reguladores – em nada afetaria a operação naval. O porto de Rio Grande, no atual ritmo de crescimento, necessitará de expansão. Em 2017, foram movimentadas 41 milhões de toneladas. Daqui a 10 anos, a projeção é chegar a 60 milhões de toneladas. Ainda de acordo com o estudo da consultoria, há potencial de mercado para a finalização da plataforma P-71, que se encontra 30% montada dentro do dique seco. A conclusão depende de negociação com empresas interessadas na estrutura para a exploração petrolífera. “Investidores asiáticos já nos sondaram sobre a P-71. Pretendemos avançar nas negociações”, acrescenta Ávila. Processamento de aço é outra atividade com potencial no polo naval. Os equipamentos instalados no estaleiro têm condições de entregar diferentes cortes e perfis com uma logística facilitada. A matéria-prima pode chegar por via marítima ou terrestre, ser processada no estaleiro e, de volta à embarcação ou caminhões, seguir para o destino. 

Enquanto negocia com investidores em potencial, o Grupo Ecovix faz a limpeza do terreno, com a retirada de restos de obras e matérias-primas não utilizadas, sendo destinadas para outras aplicações. Já foram retiradas cerca de 3 mil toneladas de entulhos. No estaleiro estão ativos avaliados em US$ 1 bilhão, que podem voltar a produzir não apenas para setor naval, abrindo postos de trabalho e gerando riqueza para o Estado. Na estrutura em Rio Grande está o maior dique seco do Hemisfério Sul – doca onde são construídas ou reparadas plataformas e embarcações. É equipado com dois pórticos, um com capacidade para movimentar 600 toneladas e outro, 2.000 – também entre os maiores do mundo. A área permite o trabalho em duas plataformas de forma simultânea.

O Grupo Ecovix entrou com pedido de recuperação judicial no fim de 2016, depois de a Petrobras cancelar contratos para a montagem de plataformas de petróleo. Ao todo, foram entregues cinco unidades. A primeira delas, a P-66, em operação na bacia de Campos, está entre as três maiores produtoras de petróleo e gás no Brasil, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O volume diário é de 135 mil barris – próximo da capacidade de 150 mil. Também montado pela Ecovix, o casco da P-67, depois de quase três anos em estaleiro na China para a integração de módulos, deve entrar em operação somente no fim deste ano. O plano de recuperação judicial aprovado na Assembleia Geral de Credores no fim de junho foi homologado pela 2ª Vara Cível de Rio Grande em 17 de agosto. A proposta prevê a forma de pagamento aos credores, além da alienação de ativos.


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Huawei provoca Apple e “agradece” por falta de inovações


Em mensagens no Twitter, empresa chinesa ironizou os novos lançamentos do iPhone XS e divulgou teaser da sua nova linha de smartphones

 

Huawei provoca Apple e “agradece” por falta de inovações
A Huawei provocou a Apple em um anúncio do Twitter após a empresa apresentar a nova linha de iPhone XS. A gigante chinesa – que ultrapassou a americana e se tornou a segunda maior vendedora de smartphones no mundo -, ironizou a falta de grandes mudanças nos modelos.

Em uma série de mensangens na rede social, a Huawei “agradeceu” a rival por “manter as coisas iguais” e ainda provocou: “nos vemos em Londres 16.10.18”. A data é uma referência ao lançamento dos modelos Mate 20 e Mate 20 Pros, os novos projetos da gigante chinesa.
“Obrigado por nos deixar ser o verdadeiro herói do ano” e “algumas empresas adotam as mesmas cores todos os anos” foram algumas das provocações postadas nas mensagens.

A Huwei também divulgou um teaser da nova linha de smartphones. As imagens sugerem que os aparelhos terão conectividade superior com inteligência artificial, além de inovações na captação de imagens e no design.

No fim de agosto, a consultora de mercado Gartner divulgou que a empresa chinesa superou em vendas a Apple no último trimestre. Segundo os dados, a Huawei vendeu 49,8 milhões de unidades – representando 13,3% do mercado -, enquanto a Apple comercializou 44,7 milhões -11,9% do total. A Samsung continua líder do setor, com 72,3 milhões de smartphones vendidos no período, correspondendo a 19,3% do mercado.

Marcus Rossi: “A revolução tecnológica não tem CEP para acontecer”


CEO da Gramado Summit diz que pequenas startups têm de ganhar voz e que bancos deveriam prestar mais atenção nelas 

 

Por Marcos Graciani

 

graciani@amanha.com.br
Marcus Rossi, CEO da Gramado Summit, diz que pequenas startups têm de ganhar voz e que bancos deveriam prestar mais atenção nelas


Durante a realização da Gramado Summit, o CEO do evento, Marcus Rossi (foto), apresentou o Summit Hub, empresa que passa a centralizar três produtos: a própria feira que entrará em sua terceira edição em 2019, a Summit Talks e a Start Zero. As duas novas iniciativas atendem a um anseio dos organizadores da Gramado Summit: levar para os quatro cantos do país reflexões aprofundadas sobre empreendedorismo – principalmente na esfera digital. Nesta entrevista concedida ao portal AMANHÃ, Rossi antecipa que Curitiba e São Paulo estarão entre as seis cidades que receberão as Talks a partir do próximo ano. Na conversa que teve com AMANHÃ, Rossi também defendeu que o poder público e os grandes bancos olhem com mais atenção para as startups, afinal, como ele mesmo sentenciou, “a revolução tecnológica não tem CEP nem tamanho para acontecer”. 

Qual seu balanço da última edição da Gramado Summit?Ela foi muito positiva, pois superou todas as nossas expectativas – mesmo durante o evento. Por exemplo, esperávamos mais ou menos 1.200 pessoas por dia e terminamos com 2.500 nos visitando diariamente. Tivemos 80 investidores, 130 startups, fundos de capital de risco de todos os níveis... Trouxemos pela primeira vez startups já tracionadas, algo que não tínhamos na primeira edição. Foram mais de 60 palestrantes e três dias de imersão no empreendedorismo digital. De 2017 para 2018 crescemos 360% ocupando uma área de 5.200 metros quadrados, espaço enorme se compararmos com os 800 metros quadrados de 2017.

Uma das novidades foi o lançamento do Summit Talks, evento mensal que será realizado em várias cidades do país. Qual é o objetivo da Summit Hub com esse projeto? Lançamos a Summit Hub que já nasce com esse projeto e outros mais, além, é claro, da Gramado Summit do próximo ano que está confirmada para iniciar no dia 31 de julho e terminar em 2 de agosto. A feira foi sempre algo inspirador. Sempre pensamos se não deveríamos reunir alguns do palestrantes e fazer com que eles se reunissem com empreendedores para um debate de fundo técnico. Vamos circular o país a partir de janeiro de 2019. Em dezembro devemos anunciar as seis cidades que receberão as Talks, mas posso adiantar que muito provavelmente Curitiba e São Paulo estarão entre elas, pois são locais onde temos público que já nos conhece.

O Start Zero, portal de conteúdo onde os empreendedores podem divulgar suas iniciativas e projetos sem custo nenhum a qualquer momento, também tem uma preocupação com a difusão do conhecimento sobre empreendedorismo?  Como está sendo a adesão?Em uma semana tivemos mais de mil usuários ativos na plataforma. Tem gente do Rio Grande do Sul ao Piauí. O grande objetivo é dar voz aos empreendedores. Basta que eles nos encaminhem seus releases que o material será publicado na plataforma. Percebemos que o grande salto tecnológico está sendo dado pelo pequenos players e trazê-los para a mídia é algo que pode ser muito benéfico. A revolução tecnológica não tem CEP nem tamanho para acontecer, por isso é necessário dar voz para esses pequenos empreendedores. 

Pode nos dar exemplos dessa revolução tecnológica que tem tomado forma em startups de menor porte?Ainda em 2017 um menino aqui de Gramado criou a plataforma Jober. O sistema faz busca de todas as oportunidades de emprego baseada em geolocalização, ou seja, é uma espécie de “Google dos empregos”. Ele conseguiu aporte financeiro logo depois da Gramado Summit, depois obteve apoio de mais financiadores e, em breve, vai lançar o serviço nos Estados Unidos. Outra iniciativa é o Speak to Share, plataforma que oportuniza que imigrantes vindos de países desenvolvidos possam lecionar idiomas para as pessoas. É um projeto social, mas ao mesmo tempo tem business envolvido, pois o refugiado pode conseguir uma renda mensal com seu trabalho. Mas há várias outras coisas acontecendo também, como muitos avanços na área financeira com o surgimento de fintechs que estão revolucionando o sistema bancário oportunizando empréstimos entre pessoas físicas. 

Em suas viagens pelo Brasil afora, há muita reclamação por parte de gestores de startups por causa da falta de linhas de financiamento próprias oferecidos pelos bancos ou mesmo por instituições de fomento?Vejo um afastamento muito grande do poder público, muito em função de não existir um entendimento por parte dos políticos sobre a importância das startups para a nova economia. Há falta de benefícios por parte dos grandes bancos, pois eles ainda não conseguem entender o potencial desses jovens empreendedores. Por essa razão, nenhuma das startups busca solução no nível público. Elas já optam por ir diretamente para a iniciativa privada, apesar de que no cenário atual tem alguns incentivos interessantes surgindo através de pesquisa. O Sebrae tem um projeto muito legal chamado Sebrae Like A Boss, a ABDI, a Inovativa Brasil, todas elas dando condições para o desenvolvimento de startups. Na minha opinião, os bancos somente se preocupam em oferecer financiamento para startups já muito grandes e bem desenvolvidas, o que é um erro, pois a grande mudança vira de pequenos players. 

Há algum segmento específico de startups que tem atraído aportes dos fundos?As duas frentes que mais atraem o olhar dos investidores são a área de saúde e as fintechs. 

Tem se falado muito também nas agrotechs. O segmento agrícola está realmente ligado nessa tendência ou existe ainda alguma barreira cultural?
Eu acho que existe muito oportunidades para agrotechs, pois é um negócio basicamente do Brasil que é fortemente agrícola. Talvez possam ter grandes revoluções nesse campo, mas não se enxerga hoje startups voltadas para o agrotech. Elas não são tao populares quanto as fintechs, por exemplo. Talvez eu conheça umas três ou quatro agrotechs, enquanto no Brasil a cada semana surgem milhares de fintechs.  

Na sua avaliação, como está o nível de empreendedorismo no Sul?Temos muita força e vontade de mudar o status quo. O desafio é ainda maior no Rio Grande do Sul, um estado industrial que parou no tempo. Mas vemos outras frentes surgindo e colocando o estado em um novo patamar transformando o Rio Grande do Sul em um polo de tecnologia. Há necessidade de colocar o empreendedorismo digital gaúcho nesse mapa, pois cidades como Recife (PE), Belo Horizonte (MG) e Florianópolis (SC) estão muito bem desenvolvidas nesse campo. 

E como os fundos de investimentos de startups analisam as oportunidades no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul?Conheço grandes fundos de Santa Catarina que estão aportando recursos na região. O BRDE e o Badesul estão investindo na área. Curitiba também é uma cidade muito preparada e interessante nesse sentido. Porém, é precipitado pensar que é preciso sair do ambiente onde uma startup nasceu para conseguir atrair investidores. O negócio, por si só, já nasce enxuto e com potencial de ganhar escala, por isso pode manter o empreendimento nas bases onde começou. A localização não é um problema para atração de fundos de investimento. 



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