O presidente Jair Bolsonaro chegou nesta quinta-feira (6) a
Buenos Aires em sua primeira visita desde que tomou posse, em janeiro,
para se reunir com o colega argentino, Mauricio Macri, tendo na agenda a
flexibilização do Mercosul e o arrastado acordo do bloco com a União
Europeia.
Bolsonaro chegou no fim da manhã à capital argentina e depositou
flores em frente ao Monumento ao Libertador general San Martín, no
bairro do Retiro. Depois, Macri o recebeu na Casa Rosada, sede do
governo.
Este é o primeiro encontro bilateral desde que Macri viajou a
Brasília em 16 de janeiro, duas semanas depois de Bolsonaro assumir a
Presidência. Macri não compareceu à posse de Bolsonaro porque na época
estava de férias.
Diferentemente de seus antecessores, que por tradição faziam sua
primeira viagem oficial à Argentina, esta é a quarta viagem do
brasileiro ao exterior, depois de ter visitado Estados Unidos, Chile e
Israel, seus novos aliados conservadores.
Em outubro, a Argentina terá eleições presidenciais, e pesquisas
indicam que a crise econômica pode afetar as aspirações de Macri à
reeleição. Os mandatários devem retomar a agenda abordada em seu
primeiro encontro em Brasília.
Naquela ocasião, tinham se comprometido a flexibilizar o Mercosul,
bloco também formado por Uruguai e Paraguai, e a agilizar as negociações
comerciais em curso do bloco regional, especialmente com a União
Europeia (UE).
A visita se centrará “no fortalecimento da irmandade econômica entre
Brasil e Argentina, tendo como pano de fundo a assinatura de um tratado
entre a União Europeia e o Mercosul”, integrado também por Paraguai e
Uruguai, afirmou o porta-voz Otávio Rêgo Barros antes da viagem.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que o acordo com a UE,
negociado há 20 anos, pode ficar pronto “em três ou quatro semanas”.
O Brasil é o primeiro parceiro comercial da Argentina, que por sua
vez é a terceira do Brasil. Em 2018, o intercâmbio comercial entre os
dois países alcançou os 26,002 bilhões de dólares, com um superávit
brasileiro de US$ 3,9 bilhões.
O chanceler Ernesto Araújo considerou ser possível concluir as
negociações com a União Europeia durante a reunião ministerial prevista
para o fim de junho em Bruxelas.
“A hora é agora”, declarou Araújo ao jornal argentino La Nación, com
“os dois maiores parceiros do Mercosul alinhados, com uma mesma visão de
abertura econômica, de competitividade”.
Durante sua estada de 24 horas, Bolsonaro se reunirá com autoridades
do Parlamento argentino, empresários e será recebido para um almoço no
Museu da Casa Rosada.
Enquanto isso, sob o lema “O teu ódio não é bem-vindo”, organizações
humanitárias, movimentos sociais e políticos argentinos convocaram um
festival musical e uma manifestação na Praça de Maio, em frente à Casa
Rosada.
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