Fiesc e CNI debateram o futuro dos acordos comerciais brasileiros
O futuro dos acordos
comerciais do Brasil e os desafios a serem enfrentados no setor
estiveram em debate nesta terça-feira (25), em seminário promovido pela
Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, na sede da Federação, em
Florianópolis. O gerente de negociações internacionais da CNI, Fabrizio
Panzini, apresentou as negociações comerciais em andamento com a União
Europeia, Coreia do Sul, Canadá, Associação Europeia de Livre Comércio
(EFTA) e Chile. No encontro, CNI e Fiesc discutiram os impactos de
medidas na área e avaliaram que a redução das tarifas de importação
precisa ser vista com cautela.
O
presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar (foto), destacou que uma das
prioridades da Federação é internacionalização. “A indústria de Santa
Catarina é diferenciada. Somos o segundo estado do país com a maior
participação da internacionalização no PIB, atrás apenas do Amazonas. O
comércio internacional representa em torno de 25% do produto interno
bruto catarinense. Somos um estado com uma corrente de comércio
internacional muito intensa e temos que trabalhar para que se fortaleça
ainda mais. Temos cinco bons portos que nos diferenciam e nos trazem
vantagem competitiva e a isso se soma uma indústria protagonista,
competitiva, inovadora e nascida no estado”, afirmou Aguiar, lembrando
de grandes marcas catarinenses que vêm se destacando no mercado nacional
e internacional.
Nas
exposições sobre as prioridades empresariais na Organização Mundial do
Comércio, Panzini chamou atenção para o acordo do Mercosul com a União
Europeia, que deve ser firmado ainda nesta semana, após uma série de
negociações. “O setor têxtil e de vestuário, que é tão forte em Santa
Catarina, deve estar entre os mais beneficiados com o acordo, pela
redução das tarifas”, explicou. Panzini ainda disse que o acordo está
entre as medidas que sinalizam uma maior abertura econômica do país.
Outra medida prevista pelo governo federal é a redução das tarifas de
importação, o que, para ele, precisa ser visto com cautela. “Temos no
país, e em Santa Catarina, indústrias de bens de capital importantes,
difusores de tecnologia e emprego, mas o crescimento dos investimentos
depende também do fortalecimento da economia, não basta reduzir as
tarifas”, argumentou.
A
presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa
Bustamente, complementou que a diminuição da tarifa precisa ser
planejada, para não prejudicar especialmente as micro e pequenas. “A
redução tarifária é importante, mas não pode ser abrupta, tem de ser
baseada em estudos e análises, considerando o que as empresas
brasileiras precisam fazer para se preparar”, afirmou.
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