Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A distribuidora de livros americana Literati
captou US$ 40 milhões para sua plataforma de clube de livros. A nova
rodada de investimento foi liderada, entre outros, pelo jogador de
basquete da NBA Stephen Curry. As informações foram divulgadas pela
TechCrunch.
Os clubes recebem a curadoria de famosos, como o próprio Curry, a ativista e ganhadora do Nobel da Paz, Malala Yousafzai, o empresário e filantropo Richard Branson e a jornalista Susan Orlean.
Como funciona?
Quando o leitor se inscreve em um clube do livro, ele recebe uma
edição impressa da seleção de cada mês, com uma nota do curador. Além
disso, ele tem acesso ao aplicativo Literati, onde pode
discutir o livro com outros leitores e onde curadores hospedam conversas
com os autores.
Curry, por exemplo, está liderando um clube do livro
focado em não ficção sobre pessoas que “transcendem as expectativas”,
enquanto Yousafzai escolhe livros de mulheres “com ideias ousadas de
todo o mundo”.
Em 2020, o montante de Investimentos Diretos no País (IDP)
totalizou US$ 34,2 bilhões (2,38% do PIB), ante US$ 69,2 bilhões (3,68%
do PIB) em 2019, segundo o Banco Central.
Houve um recuo de US$ 35,0 bilhões, praticamente metade dos investimentos realizados no ano de 2019.
Dezembro de 2020
Para se ter uma ideia do recuo do ânimo internacional no ano passado,
em dezembro de 2020, os ingressos líquidos em investimentos diretos no
país somaram US$ 739 milhões, ante US$ 2,8 bilhões observados em
dezembro de 2019.
Houve ingressos líquidos de US$ 3,1 bilhões em participação no
capital e saídas líquidas de US$ 2,4 bilhões em operações
intercompanhia.
Estimativa para janeiro de 2021
Para o mês de janeiro de 2021, a estimativa para o IDP é de ingressos líquidos de US$ 2,8 bilhões.
Em 25 anos, Cresol passa de R$ 720 de capital para uma Instituição com mais de R$ 12,4 bi em ativos (Crédito: Divulgação)
Instituições financeiras são todas iguais? Como assim crescer em meio a
uma pandemia? Como migrar de 81 para 20 cooperativas em três anos? Profi
ssionalização no crédito e gestão das pessoas, como equilibrar para um
resultado de sucesso?
Essas e outras perguntas foram respondidas pelo Diretor
Superintendente da Cresol Adriano Michelon, que desde o primeiro dia da
Cooperativa que neste ano completou 25 anos, está a frente desse Sistema
de Cooperativas de Crédito que hoje representa mais de 600 mil famílias
cooperadas em 25 estados de atuação, com mais de R$ 12,4 bilhões em
ativos.
Acompanhe a conversa e conheça a história e os avanços da Cresol, seu
crescimento e destaque no Sistema Financeiro Nacional, e os planos
futuros para o desenvolvimento do cooperativismo por meio do crédito.
A Cresol tem um histórico de vivência com o crédito rural,
mas a cooperativa nesses 25 anos cresceu e se profi ssionalizou, como se
deu esse processo?
São diversos estágios até aqui, eu diria que os primeiros 15 anos da
Cresol foram momentos de descobrimento. Anos de identifi car o que ela
queria, como funcionava, anos de testes e capacitações internas. A
partir de 2010 a Cresol passou a se desafi ar a enfrentar de forma muito
direta esse mercado financeiro que temos, o que ocorreu neste processo é
que a Cresol teve a sensibilidade de olhar o que estava ocorrendo fora,
por meio de experiências internacionais e com outros sistemas de
cooperativas de crédito, adaptando isso da melhor forma possível dentro
da estrutura, onde muitas vezes sofremos para fazer essas mudanças, mas a
Cresol é resiliente e garante que passos técnicos, de governança e
capacitação importantes sejam implantados, onde nesse período até,
aproximadamente, 2015 esse estágio foi sendo construído e vencido. E
desse período até os dias de hoje se fortalece todo esse processo de
profi ssionalização e a Cresol dá importância e visibilidade à
estratégia fi nanceira a ser implantada, focando em uma estratégia
econômica de sustentabilidade, colocando isso como ponto prioritário,
saindo de uma Cresol que passava 80% do seu tempo discutindo questões
políticas e 20% questões econômicas, e a partir de 2015 isso se
inverteu, o foco mudou, com clareza, dinamismo e planejamento de onde
queremos chegar.
Podemos dizer então que o processo de governança e defi
nições de papéis e também a contratação de quadros executivos qualifi
cados tecnicamente auxiliou nesse crescimento e na profi ssionalização
da Cresol em uma Instituição Financeira?
Eu não tenho dúvidas de que quando a gente faz a segregação de
funções, clarifi ca a governança e separa os papéis de representação
política e execução técnica, o Sistema Cresol dá um grande salto e faz
com que as pessoas desenvolvam as funções que lhe foram atribuídas, tudo
isso com metas e foco no resultado. E quando a Cresol passa por esse
estágio, que antes por muitos não era visto com bons olhos, afi nal,
falar de metas nas cooperativas Cresol era algo nunca pensado em anos
anteriores, Sistema avança, cresce e caminha para outro momento de
desenvolvimento.
Como você avalia a atuação do Marco Regulatório do
Cooperativismo e, ainda, na sua visão ele tem sido fundamental para esse
crescimento da Cresol?
O marco regulatório foi um grande aliado para que tenhamos avançado,
ele dá as condições para que você, enquanto instituição financeira
cooperativa, possa fazer as coisas de forma correta. O grande
diferencial da Cresol foi internalizar as normas e regras e trabalhar
com seus grupos de dirigentes e
colaboradores, fazendo com que todos de fato entendam a importância
disso. O grande desafio das regras é a implementação delas, para isso o
grupo executivo da Cresol foi extremamente assertivo, adaptando-as para
sua realidade e as implementando, e ainda está implementando. Fazemos
com que esse processo todo fosse realizado de forma tranquila, no geral é
bom lembrarmos que a base regulamentar ajuda, mas a regra por si só não
faz nada, precisa ter uma orientação, uma decisão interna para ser
feita e executada. O mais interessante é que conforme isso passa a dar
resultado há uma assimilação por parte de todos para que isso seja
implementado de forma rápida, mudando a forma de gerir e conduzir a
Cresol.
Automatização de processos, digitalização de documentos,
analise centralizada e segurança tecnológica, são ações que
profissionalizaram o crédito da Cresol e facilitaram o processo de fazer
negócio. Focando os esforços no relacionamento com o cooperado, como
você observa esses processos na Cooperativa?
A Cresol a partir do momento em que ela toma a decisão de ter um
sistema de compensação próprio, no ano de 20105/16, ela avança e busca
um caminho de autonomia dos seus negócios em relação a dependência de
qualquer banco, ela investe fortemente em tecnologia, para que o
software possa estar ainda mais acessível ao quadro social, e a
estrutura de tecnologia possa ser voltada para o cooperado, não apenas
para suas estruturas internas. Acima de tudo eu quero deixar claro aqui
que tecnologia é uma parte, a profissionalização executiva, bem
desenhada, que se comunica com a sociedade de forma competente e
eficiente, é esse um eixo fundamental. A medida também que ela passa a
investir em pessoas e ter reconhecimento nacional por tratar bem seus
colaboradores, tendo uma avalição positiva, ela passa para outro pilar.
Quando ela tem um planejamento claro e sabe onde quer chegar em 2020,
isso passa a ser uma orientação sistêmica, a Cresol conseguiu dar esses
passos porque todos estavam olhando e focados no mesmo lugar, sabendo
onde queriam chegar, e isso faz com que o foco do planejamento não seja
apenas político e passe a ser também econômico, e ai temos mais um eixo.
E à medida que a Cresol se aproxima dos órgãos reguladores e
fiscalizadores do sistema bancário, e passa a ser reconhecido pela sua
competência técnica, tendo mais segurança pra entrar na relação com os
bancos privados, os quais têm um olhar extremamente críticos em relação
as instituições financeiras cooperativas. Assim, essa qualificação que
tivemos é resultado que um conjunto de ações macros e decisões
estratégicas tomadas e executadas de forma prioritária.
Como se explica um crescimento sustentável acima da média nacional de mais de 30% ao ano?
A Cresol estava extremamente tímida e sabíamos que tínhamos potencial
pra muito mais, e esse conjunto de ações que eu comentei anteriormente,
com pessoas capacitadas para conduzir esse processo com atitude de
entregar e fazer mais, foi possível a medida em que deixamos a equipe
livre para trabalhar e produzir, segregando um conjunto de funções e
deixando o norte claro. A Cresol tem um reconhecimento muito forte com
seu quadro social, e esse processo todo fez com que déssemos esses
passos largos de crescimento. E a preocupação constante com o
crescimento em tecnologia, pessoas, relações humanas e estratégia foi
fundamental para sustentar esse avanço, mas estou convicto que a Cresol
leva isso pelos próximos anos, cuidando dessas questões e estimulando as
pessoas a produzirem mais, pois no momento que você tem um cooperado
que ganha, um colaborador que ganha e uma Cresol que ganha, é um tripé
estratégico que fortalece o desenvolvimento e gera o crescimento.
Como você define a estratégia de incorporações das Cooperativas para
esse crescimento, sendo que em 2015 a Cresol tinha cooperativas com
aproximadamente R$ 30 milhões de ativos e hoje a média de ativo das
cooperativas está em R$ 350 milhões. Quero destacar aqui algo que
considero extremamente importante que é a capacidade de leitura de
mercado. A medida em que vimos que as margens iriam apertar, que a
concorrência iria aumentar, a nossa ação estratégica não foi se
desesperar, mas sim, pensar e planejar qual o caminho que teríamos que
tomar, e com essa leitura um dos caminhos desenhados pelo mercado era o
de juntar forças, então neste processo saímos de 81 cooperativas para 20
cooperativas, fazendo com que a nossa capacidade de enfrentar desafios
se multiplicassem, e no mercado financeiro isso é ainda maior.
Obviamente que isso exigiu muita maturidade dos dirigentes, mas essa
capacidade de leitura fez com que pudéssemos entregar esses resultados
alcançados e, consecutivamente, o melhor ano da Cresol, com crescimento
de ativos, resultados, reconhecimento bancário e da sociedade, ou seja,
essa profissionalização que a Cresol fez nos últimos cinco anos gerou
essas condições, e essa
postura otimizou custos e ganhamos escala para poder enfrentar o mercado de forma competente.
O ano de 2020 está sendo marcado por uma Pandemia em
decorrência da Covid-19. Mas percebemos que quando todos pararam, e a
economia desestabilizou. Foi neste momento em que a Cresol teve seu
maior crescimento. Como explicar isso?
A Cresol traz em seu DNA, desde a sua origem essa essência de ajudar
os mais necessitados, o cooperativismo é assim. Quando iniciou a
Pandemia, os executivos com essa visão e DNA, viram que agora era a hora
da Cresol mostrar seu diferencial e não temer a situação, fazendo com
que toda a estrutura pudesse ter um único foco: poder ajudar o quadro
social em um momento de grande dificuldade. Foi o ano em que mais
tivemos contato com nosso cooperado, foi o ano em que tivemos mais
produtos e serviços adaptados para atender as demandas do nosso quadro
social, foi o período que mais avançamos na tecnologia para atender
essas demandas. A grande questão acima de tudo estava em atender as
demandas do quadro social com competência e transparência no processo, e
o cooperado sentiu isso, acreditando e movimentando na Cresol.
Ressalto, são atitudes tomadas no momento certo, de forma certa e com a
clareza necessária, ou seja, foco no cooperado, competência técnica e
muito planejamento, destacam essa robustez econômica que a Cresol trouxe
para esse momento e tantos outros.
O marco fundamental para o desenvolvimento da Cresol foi o
Planejamento Estratégico 2015/2020. Como a Cresol está organizada para
os próximos anos?
A principal virtude do próximo planejamento é que ele é prático e que
a cada ano tem que ser revisitado, pois a economia e a dinâmica
financeira mudam muito rápido e é impossível prever o que vai acontecer
daqui a cinco anos, o planejamento 2021/2025 está desenhado com
objetivos muito claros do que precisa ser feito e de onde queremos
chegar, trabalhando grandes eixos como a segurança, a fortaleza da
Cresol enquanto instituição financeira, a valorização das competências
técnicas que a estrutura da Cresol tem. O planejamento trabalha muito
também as pessoas, afinal, é extremamente importante sermos valorizados
nacionalmente como uma das melhores instituições financeiras
cooperativas para trabalhar, isso é resultado de muitas ações e um
trabalho de base forte para esse processo. Além disso, traz com grande
destaque a tecnologia e as relações com o cooperado, muita competência
técnica e muita sensibilidade com o cooperado. O nosso planejamento traz
tudo isso para os próximos anos, mas eu quero destacar que existe uma
tendência que as instituições financeiras fiquem muito parecidas no
futuro, ou seja, todos oferecem produtos e serviços iguais, mas pra mim o
que vai diferenciar a Cresol é ela fazer o tripé: sendo uma estrutura
forte, consolidada e reconhecida, uma fortaleza financeira para o
cooperado, ter seu quadro de colaboradores estruturado e ativos neste
processo e, por fim, o cooperado, crescendo e desenvolvendo junto com a
Cresol. Essa na minha visão será a diferença que fará o cooperado
escolher vir para a Cresol
O que você considera como um dos grandes diferenciais da
Cresol no Sistema Financeiro Nacional que trouxe ela até aqui e vai
mantê-la nesse caminho?
Quando você faz ações em que o olho do funcionário enche de água
quando fala de Cresol, isso tem uma competência, isso faz a diferença.
Tudo o que eu trouxe aqui para que a Cresol tenha uma bom relacionamento
com o quadro social, pra ela crescer e ter uma boa estratégia para o
futuro, pensando no coletivo, a instituição precisa de pessoas
apaixonadas e engajadas, e isso é, além apenas de uma remuneração, o
prazer do pertencimento, de saber que você faz parte de algo maior e com
um propósito claro. Sinto orgulho em dizer que se chegamos até aqui é
porque na Cresol temos muitos profissionais bons, com visão estratégica e
prática, capacitado e pronto para os desafios, pois quando falamos que
queremos atingir uma meta e que o nosso foco é esse a estrutura toda
está preparada e engajada para isso, e essa realidade é um dos nossos
grandes diferenciais. Outro fator importante é que a Cresol não deve em
nada para qualquer estrutura de banco, de fiscalização, de auditoria.
Hoje as visitas desses órgãos são de rotina de trabalho, a nossa prática
com o crédito é extremamente correta e transparente, e isso nos traz
para a nossa fortaleza do crédito e o exercício diário dos nossos
princípios.
Sobre a Cresol
Com 25 anos de história, a Cresol é hoje um sistema sólido que se
destaca entre as principais cooperativas de crédito do Brasil.
Recentemente, a Cresol chegou à marca de 600 mil famílias cooperadas
espalhadas por 25 estados brasileiros. Cada cooperativa trabalha para o
desenvolvimento econômico e social dos seus cooperados, proporcionando
soluções financeiras com sensibilidade e eficiência para que todos
realizem seus sonhos, propósitos e negócios.
Cresol Confederação
• 600 mil cooperados
• Presença em 25 estados
• 585 agências
• R$ 12,4 Bilhões em ativos
• R$ 1,4 Bilhão Patrimônio de Referência
Índice
recuou em relação a dezembro. Avançou nos setores de farmoquímicos e
farmacêuticos e de produtos de madeira e ficou estável em máquinas e
materiais elétricos e veículos automotores
Índice de Confiança do Empresarial Industrial, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),
mostra queda na confiança em 26 dos 30 setores da indústria pesquisados
em janeiro deste ano, na comparação com dezembro de 2020. Apesar da
queda, todos os setores seguem confiantes na economia e no futuro da
empresa e nenhum rompeu a barreira dos 50 pontos. O ICEI varia entre 0 e
100 pontos, sendo que valores abaixo de 50 pontos indicam desconfiança e
acima confiança. A CNI ouviu 2.298 empresas, sendo 888 pequeno, 851
médio e 559 de grande porte.
“Se compararmos o ICEI deste ano com janeiro de 2020, vamos ver uma
queda ainda mais expressiva em alguns setores. Mas isso não significa
que os empresários não estejam confiantes, porque eles estão. Mas no
início do ano passado, essa confiança era excepcional. Havia uma
expectativa de crescimento, mas veio a pandemia e todos conhecemos a
história. Mas a confiança atual não é baixa, apesar de ter caído”,
explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Os únicos setores em que a confiança avançou em janeiro foram o setor
Produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que passou de 60 para 61,4
pontos, e o setor Produtos de madeira, subiu de 64,6 para 65,6 pontos). A
confiança não mudou em dois setores: máquinas e materiais elétricos e
veículos automotores.
Maiores quedas da confiança ocorreram no setor de equipamentos de
transporte, que caiu 10 pontos, passando para 53,7 pontos, Equipamentos
de informática, eletrônicos e ópticos, com menos seis pontos o ICEI do
setor é de 58 pontos) e produtos de borracha, com menos 4,8 pontos, a
confiança ficou em 61,4 pontos. É importante notar que nenhum desses
setores passou a categoria de desconfiança, pois estão acima da linha de
corte de 50 pontos.
O vice-presidente
Hamilton Mourão falou sobre oportunidades de financiamento para a
floresta durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos
Por Maria Clara Dias e Estadão
Hamilton Mourão: Vice-presidente falou
sobre oportunidades de financiamento na Amazônia durante o Fórum
Econômico Mundial, em Davos. (World Economic Forum/Divulgação)
Apesar de ter responsabilidade majoritária na proteção da
Amazônia, o Brasil só será capaz de salvar a floresta com ajuda
internacional e apoio do setor privado. A afirmação foi feita pelo
vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, nesta quarta-feira (27),
durante painel do Fórum Econômico Mundial, cuja edição acontece nesta
semana.
O painel “Financiamento para a transição da Amazônia para a
bioeconomia sustentável” também contou com as presenças de Gustavo
Montezano, presidente do BNDES; Candido Bracher, presidente do Itaú;
Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale e Ivan Duque, presidente da
Colômbia. A moderação foi da líder do Fórum Econômico Mundial para a
América Latina, Marisol Barillas.
Mourão criticou o descompasso entre o interesse internacional na
preservação da Amazônia e o recebimento de recursos financeiros e
técnicos para ações concretas de proteção do bioma. “Mesmo com o aumento
no interesse sobre a situação da Amazônia tenha aumentado
drasticamente, o mesmo não pode ser dito sobre a cooperação
internacional técnica e financeira para a região”, disse.
Segundo ele, o setor privado tem papel fundamental na preservação da
Amazônia, e o foco das empresas daqui em diante deve estar no potencial
econômico do bioma e na bioeconomia – modelo que une a exploração
ambiental com a conservação e a criação de empregos e valor social. “Sem
a parceria com os setores públicos e privados e cooperação
internacional, o Brasil será incapaz de atingir o objetivo principal de
preservação da Amazônia.”
Durante o evento, Mourão repetiu por diversas vezes que o Brasil está
comprometido com o desenvolvimento de políticas e leis que permitam o
avanço da bioeconomia na Amazônia e com a proteção da floresta. O
governante também reforçou que o Brasil irá liderar um painel da ONU
sobre o setor energético, ainda em 2021, e relembrou a novo compromisso
do país com o Acordo de Paris, que estabelece a neutralidade em carbono até 2060.
A atração de investidores privados e do setor empresarial é algo
válido para o setor de energias renováveis, algo prioritário para o
Brasil, segundo Mourão. O governante também afirma que o pagamento por
serviços ambientais é vital para que haja “um contínuo trabalho para
prevenir ilegalidades na região”.
Parte dessas irregularidades serão resolvidas com políticas
direcionadas a regularização de terras e o pagamento por serviços
ambientais. Para isso, o Ministério da Economia tem trabalhado no
projeto “Amazônia Verde”, que pretende trazer mais investimentos
privados para a região, ressaltou.
“2020 foi, sem dúvida, o ano mais desafiador da história recente. Não
apenas para nossa população e economia, mas para o meio ambiente”,
disse.
De acordo com Mourão, o governo brasileiro também voltará a negociar o
Fundo Amazônia, projeto criado em 2008 em parceria com os governos da
Noruega e Alemanha. “O Governo Federal continuará a mostrar
comprometimento contínuo com a agenda sustentável, e com projetos
promissores nessa área, e para isso, investimentos internacionais são
vitais”.
Cooperação na América Latina
Ivan Duque, presidente da Colômbia, defendeu que a proteção da
Amazônia vai além da exploração da bioeconomia, mas define o futuro do
planeta em relação às mudanças climáticas. “Para valorizar, é preciso
entender os problemas que a Amazônia enfrenta”, disse. Apesar de ter
apenas 6% da mata no país, cerca de 35% do território colombiano é
composto pela vegetação amazônica.
Há 2 anos, os sete países da América do Sul que compartilham a bacia
criaram o Pacto de Letícia, que promove a preservação do bioma e seu
reflorestamento e procura mitigar os danos das queimadas e desmatamento
na região. O desafio agora, segundo Duque, é unir com eficiência a
bioversidade a inovação e engajar o setor empresarial na criação de um
mercado que priorize a proteção e acelere a implementação de um mercado
de carbono.
Agro e transformação digital
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a
transformação digital tem ocorrido muito rapidamente no Brasil e que o
setor de agronegócios precisa estar inserido neste contexto de mudança. O
País tem, segundo ela, um dos “mais vibrantes” ambientes de negócios,
com mais de 2 mil agritechs – startups do agronegócio. O Brasil, afirmou
a ministra, tem ampliado os investimentos nesta frente ao longo dos
últimos anos.
“Os investimentos passaram de US$ 4 milhões em 2013 para mais de R$
200 milhões em 2019. Temos mais de 2 mil agritechs trabalhando em
diversas áreas, como rastreabilidade, e diversas tecnologias para
entregar produtos mais sustentáveis e seguros”, disse a ministra da
Agricultura, durante a edição virtual do Fórum Econômico Mundial de
Davos.
De acordo com ela, a atuação do agronegócio brasileiro está debruçada
em diretrizes claras, com cinco eixos: sustentabilidade, inovação
aberta, biotecnologia, agregação de valor e agricultura digital.
Tereza Cristina participa nesta quarta-feira de painel virtual sobre a
transformação de sistemas alimentares por meio da tecnologia e
inovação, no âmbito do Fórum Econômico Mundial de Davos. Ela dividiu a
arena digital com representantes de organizações internacionais ligadas à
alimentação, dos governos da Índia e África do Sul e ainda de empresas
privadas.
Tereza Cristina disse que a próxima década será marcada por
“convergência digital e biológica”, principalmente, na agropecuária.
“Inovação é imprescindível para adequar a agropecuária à realidade
global e é o único vetor capaz de conciliar segurança alimentar e
preservação ambiental”, disse a ministra.
Tereza Cristina também aproveitou a plateia digital e com
participação global para evidenciar a importância da integração dos
pequenos produtores no setor de agronegócios. Segundo ela, esse é o
passaporte para manter o jovem no campo e impedir que a população fique
tão envelhecida no meio rural. Destacou, ainda, a importância de ajudar
as mulheres que trabalham no campo.
Reunião do Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — acontece nesta semana em Brasília
Por Da Redação, com Agência Brasil e Reuters
Jair Bolsonaro e Xi Jinping: líder chinês chegou ao Brasil na manhã desta quarta-feira (13) (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro
recebeu nesta quarta-feira (13), o presidente da República Popular da
China, Xi Jinping, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O líder chinês
chegou às 11h10 ao prédio onde estão previstas a assinatura de atos e
uma declaração conjunta à imprensa.
O encontro entre os dois chefes de Estado ocorre menos de um
mês depois de o presidente Jair Bolsonaro visitar a China. Na ocasião,
foram assinados acordos e memorandos de entendimento em política,
ciência e tecnologia e educação, economia e comércio, energia e
agricultura. Agora, os dois países querem aprofundar esse intercâmbio, a
confiança política e ampliar a cooperação em diversas áreas.
A bilateral entre os dois chefes de Estado acontece no âmbito da 11ª Reunião de Cúpula do Brics,
grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A
programação do evento começa nesta tarde com o encerramento do Fórum
Empresarial do Brics. Antes, Bolsonaro também se encontra, no Palácio do
Planalto, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
À noite, de volta a Itamaraty, o governo brasileiro oferecerá um
jantar em homenagem aos líderes do bloco, e amanhã (14), também no
Ministério das Relações Exteriores, acontecem as sessões plenárias e o
almoço de encerramento da cúpula.
Livre comércio
Enquanto o presidente Bolsonaro recebia o líder chinês, o ministro da
Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está
conversando com a China sobre a possibilidade de uma área de livre comércio no âmbito de esforços que têm sido feitos pelo governo para integrar o país às cadeias globais de valor.
“Agora estamos conversando com a China sobre a possibilidade de
considerarmos uma free trade area (área de livre comércio), ao mesmo
tempo em que falamos em entrar na OCDE”, disse ele, listando as ações
que estão em curso após o Mercosul ter fechado acordo com a União
Europeia.
Em seminário sobre a relação do Brasil com o Novo Banco de
Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, o ministro frisou que a decisão
de abrir o Brasil está consolidada no governo Jair Bolsonaro e é
urgente.
“Perdemos tempo demais, temos pressa”, disse o ministro.
Questionado sobre o possível acordo com a China e sobre um prazo
viável para sua conclusão, o ministro não deu mais informações a
jornalistas, se limitando a reiterar que o Brasil precisa olhar para o
crescimento asiático em sua estratégia comercial.
“O que nós estamos falando é o seguinte: desde o início nós estamos procurando níveis de integração maior”, afirmou.
Durante sua fala inicial no seminário, o ministro disse, em relação
ao comércio com a China, que apesar de o montante negociado passar hoje
dos 100 bilhões de dólares, ele particularmente não se incomodaria se a
balança com o gigante asiático passasse do superávit ao equilíbrio, “com
as importações duplicando ou triplicando”.
“O que queremos é mais integração ainda”, pontuou.
Quanto à Índia, Guedes avaliou que há um grande atraso em relação ao potencial de comércio.
“O maior upside de integração de comércio agora é com a própria Índia porque o comércio é muito baixo”, disse.
Guedes também sublinhou que ao Brasil não interessam guerras comerciais, tensões e incertezas.
“Ao contrário, vamos dançar com todo mundo”, afirmou.
O ministro destacou que, para além das trocas comerciais, o Brasil
também quer mais investimentos estrangeiros no país, citando, por
exemplo, a carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Sobre a atuação do NDB, Guedes avaliou que o banco do Brics poderá
financiar projetos de infraestrutura, citando portos, rodovias e
ferrovias.
“Por exemplo: como escoar toda essa produção do Centro-Oeste
brasileiro através de investimentos em ferrovias, para a Calha Norte,
para subir, e isso tudo chegar à Ásia em menos tempo e mais barato. Ao
mesmo tempo, como cortar através do Peru uma Transpacífica para o Brasil
também escoar a produção do Centro-Oeste”, disse. “Tudo isso são
possibilidades de financiamento do NDB.”
À Reuters, membros da comitiva do NDB afirmaram que o banco já
aprovou empréstimos que somam 1,4 bilhão de dólares ao país até agora. A
meta para 2020 é de mais 2 bilhões de dólares em financiamentos,
levando o total a 3,4 bilhões de dólares.
Cúpula
Presidida pelo Brasil, a reunião do Brics tem como lema Crescimento
Econômico para um Futuro Inovador. Segundo o Itamaraty, serão
discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e
inovação, economia digital, saúde e combate à corrupção e ao
terrorismo. Esta é a segunda vez que Brasília sedia a conferência – a
primeira vez foi em 2010. Em 2014, o Brasil também organizou a cúpula,
que aconteceu em Fortaleza.
Iniciativa melhora a competitividade, porém ressalvas para contratação podem frear geração de empregos para os jovens
Da Redação
redacao@amanha.com.br
O Programa Verde e Amarelo,
lançado pelo governo federal para incentivar a qualificação profissional
e a geração de emprego e renda, melhora a competitividade e a
empregabilidade no país. Esta é a avaliação das indústrias do Sul sobre o
lançamento da iniciativa, anunciada na segunda-feira (11), em Brasília.
Porém, a dúvida que cerca representantes da cadeia industrial é se o
programa será suficiente para gerar novos empregos.
“Na
nossa visão, foram anunciadas medidas que melhoram a competitividade da
produção brasileira, estão mais alinhadas com o que se faz no mundo e é
um primeiro passo para desonerar a folha de pagamento. Além disso, há
uma preocupação com a inclusão e com a diminuição do desemprego”, opina
Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de Santa
Catarina (Fiesc). “É muito difícil saber se haverá geração de empregos,
porém essa medida ajuda a reduzir os custos de contratação, apesar de
todas as restrições para o enquadramento do contratado”, argumenta
Gilberto Petry, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio
Grande do Sul (Fiergs).
Conforme
informações do governo, a expectativa é que o Programa consiga gerar ao
longo de três anos cerca de 4,5 milhões de empregos. O público-alvo são
jovens que buscam a inserção no mercado de trabalho ou o primeiro
emprego, trabalhadores desempregados que estejam cadastrados no banco de
dados do Sistema Nacional de Emprego e pessoas inscritas no Cadastro
Único para Programas Sociais do governo federal. O programa também será
voltado para os trabalhadores que estão empregados em ocupações que
sofrem com a diminuição das vagas de trabalho devido a modernização
tecnológica e outras formas de reestruturação produtiva. Para esse
público devem ser oferecidos mecanismos para a requalificação ou a
recolocação no mercado de trabalho. Uma das metas do programa é que, dos
cerca de 4,5 milhões de empregos que o governo espera gerar, 50% desses
trabalhadores ingressem no mercado de trabalho até um ano após a
realização dos cursos.
“Na
cerimônia de lançamento, o governo deixou muito claro que o foco é
alinhar a oferta dos cursos às demandas do mercado”, lembra Aguiar, que
esteve presente na cerimônia. A qualificação desses profissionais se
dará por meio de um sistema de vouchers para a participação em processos
de formação. Os vouchers são vagas de qualificação oferecidas sem custo
para os trabalhadores e que serão utilizadas para que as empresas
treinem seus empregados e novos contratados em áreas e competências que
realmente são necessárias para as companhias.
Entre
outras medidas previstas para as empresas estão a isenção da
contribuição patronal para o INSS (20% sobre a folha), da contribuição
ao Sistema S e do salário-educação. Além disso, a contribuição para o
FGTS cairá de 8% para 2%, e o valor da multa poderá ser reduzido de 40%
para 20%, decidida em comum acordo entre o empregado e o empregador, no
momento da contratação. Em relação à arrecadação do Sistema S, o
programa não deve provocar impacto imediato na atuação das entidades. Na
visão de Petry, o programa apresenta diversas ressalvas para a
contratação. O novo empregado deve ter de 18 a 29 anos, ser seu primeiro
emprego, não será possível substituir um trabalhador já contratado pelo
sistema convencional por outro do programa Verde Amarelo, a remuneração
será de até um salário mínimo e meio (R$ 1.497), o prazo de contratação
de dois anos, e somente 20% dos funcionários podem estar nessa
modalidade. Entretanto, Petry enfatiza que o Sesi e o Senai são
fundamentais para a inserção do jovem no mercado de trabalho, por meio
do ensino, qualificação e treinamento para as atividades profissionais.
Por isso, suas atuações devem ser preservadas para que o jovem consiga
acessar o mercado de trabalho cada vez mais preparado.
Até
o fechamento desta reportagem, a Federação das Indústrias do Paraná
(Fiep) não havia se manifestado sobre o Programa Verde e Amarelo.