Fundada
em 2016, a fintech Gira+ dedica-se à concessão de crédito para micro e
pequenas empresas, que têm dificuldade em ser atendidas pelo sistema
financeiro tradicional, diz o co-CEO Rodrigo Cabernite. Agora, a empresa
captou R$ 50 milhões com uma debênture social.
e Santander. Foi head de
Mercados de Capitais para a América Latina no Standard Chartered em Nova
York e em São Paulo. (Crédito: Divulgação)
Cláudio Gradilone e Anna França
Por que atender as pequenas empresas?
Eu e meu sócio trabalhávamos em bancos de investimentos em 2016.
Percebemos que o momento era propício. Havia uma crise e o crédito,
principalmente para os pequenos, era escasso. Os bancos tradicionais não
entendem o pequeno empresário porque as informações não estão
organizadas.
E como vocês entendem esses clientes?
Os bancos só trabalham com as informações dos cadastros dos maus
pagadores e não emprestam para quem não tem dados consistentes. Nós
usamos outros indicadores, como meios de pagamentos digitais,
Inteligência Artificial, marketing digital, mídias sociais, Google,
espaços publicitários, entre outros. Além disso, muitos pequenos
empresários usam maquininhas e plataformas de gestão financeira. Nós
analisamos todos esses dados em tempo real.
De onde vêm os recursos para emprestar?
Financiamos nossa carteira de crédito com debêntures e Fundos de
Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Muitos fundos de
investimentos têm liquidez. Nós captamos esses recursos do grande
investidor e fazemos com que ele chegue aos pequenos empresários.
Levamos o dinheiro da Faria Lima para qualquer canto do País.
Quantas empresas vocês atendem?
Temos um cadastro de mais de 100 mil empresas e recebemos cerca de 1 mil
solicitações de crédito por dia. Dos 1 mil pedidos, conseguimos
selecionar cerca de 200, porque somos rígidos, e finalizamos o
empréstimo para 25. Os empréstimos são feitos com prazo de até 24 meses
com taxas que vão de 1,99% a 5,99% ao mês, dependendo do perfil.
O movimento cresceu na pandemia?
Sim. Em novembro tivemos o nosso melhor mês. A demanda de solicitações
diárias triplicou e o volume concedido dobrou. Nossa inadimplência ficou
abaixo de 5%, não muito acima da taxa habitual, de 4%. Isso porque
conseguimos dimensionar o crédito para cada empresa de forma que ela não
seja sufocada.
Quais os resultados?
Fornecemos capital de giro e desconto de recebíveis para empresas que
não conseguem ser atendidas pelos bancos. E temos um retorno muito
positivo, porque conseguimos salvar o pequeno empreendedor que trabalha
direito. Temos um grande impacto social e, por isso, captamos R$ 50
milhões com uma debênture como título social. Ela foi caracterizada como
Social Bond em conformidade com os Social Bond Principles.
Nos Estados Unidos, as fintechs já respondem por um quarto do crédito.
No Brasil, os grandes bancos ainda concentram a maior parte dos
empréstimos, mas isso está mudando em função do avanço da tecnologia,
com mudanças na forma como se analisam os perfis para concessão dos
recursos.
SERVIÇO
Curso gratuito sobre criptomoedas
O bitcoin foi um dos investimentos mais rentáveis em 2020 e pode
render mais em 2021. Em 1º de janeiro de 2019 o valor da moeda digital
era de R$ 29,2 mil e no final do ano chegou a R$ 151,9 mil, valorização
de 420% em 12 meses. Para entender melhor como funciona esse mercado, o
TradeMap, aplicativo especializado no mercado financeiro, em parceria
com a corretora NovaDAX, oferece um curso gratuito que tratará da
relevância das criptomedas, dos fundamentos do blockchain, das
estratégias de investimento e da tributação.
CRÉDITO
Financiamento imobiliário digital
A Melhortaxa, plataforma digital de crédito imobiliário, encerrou
2020 com cerca de 72 mil pedidos de financiamento. O volume é o dobro do
registrado em 2019. O aumento confirma o aquecimento do mercado
imobiliário e o maior interesse dos clientes por transações digitais,
devido à pandemia. Desde sua criação em 2014, a Melhortaxa já
intermediou R$ 1 bilhão em financiamentos imobiliários. Em dezembro, a
fintech recebeu 3,6 mil solicitações de crédito, 60% a mais em relação
ao mesmo período de 2019.
Número da semana
0,78%
Foi a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15
(IPCA-15), a prévia da inflação oficial, em janeiro. A inflação
desacelerou-se em relação ao 1,06% de dezembro de 2020, mas foi o maior
porcentual para o mês desde o 0,92% registrado em 2016. Nos 12 meses até
janeiro, porém, o IPCA-15 acumula alta de 4,30%, acima dos 4,23% dos 12
meses até dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A principal causa da desaceleração foi a energia
elétrica, cujos preços subiram 3,14% em janeiro, ante os 4,08% de
dezembro. A desaceleração também decorreu da queda de 20,49% dos preços
das passagens aéreas e pela alta menos expressiva da carne, que subiu
1,18%, e do arroz, que avançou 2%.
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