segunda-feira, 10 de maio de 2021

Mercado de imóveis de luxo cresce 30% no primeiro trimestre


Balneário Camboriú já tem o segundo metro quadrado mais caro do país 
 
“Comprar imóveis voltou a ser um ativo forte para os investidores no país”, avalia Geninho Thomé, que estreou no mercado da incorporação há quase 10 anos

Previsões da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia mostraram que o primeiro trimestre do ano registrou queda de 0,86% no PIB, volta da inflação, aumento dos impostos em quase 0,5% e alta na taxa de desemprego no país. Associa-se a esses fatores a incerteza provocada pela pandemia da Covid-19, ainda não estabilizada.

Este cenário, entretanto, não impediu que o setor de imóveis de alto padrão registrasse um bom desempenho no primeiro trimestre de 2021 da ordem de 30%, mantendo o crescimento iniciado no segundo semestre do ano passado. A própria indústria de materiais de construção registrou um avanço de 15,6% no período. O reflexo do crescimento deste mercado pode ser conferido pelo desempenho das vendas de dois empreendimentos, localizados em Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, considerado atualmente o segundo metro quadrado mais caro de todo o Brasil.

Os dois empreendimentos estão sendo erguidos pela empresa Pasqualotto&GT, parceria da GT Company, holding do empresário Geninho Thomé, que estreou no mercado da incorporação de imóveis de médio e alto padrão há quase 10 anos, após a venda da Neodent, indústria nacional de implantes dentários, para a multinacional suíça Straumann. Além da operação imobiliária em parceria na Cidade de Balneário Camboriú, a GT Company é a controladora da GT Building, maior incorporadora de Curitiba no segmento de empreendimentos de médio e alto padrão e que também registrou importante crescimento neste primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2019. Confira, a seguir, a entrevista concedida ao Portal AMANHÃ por Geninho.

Há um ano o país vive uma pandemia. Como o mercado de imóveis de alto padrão tem sobrevivido?
É um mercado que retomou o seu ritmo no segundo semestre do ano passado e se consolidou no primeiro trimestre deste ano. Tanto o Yachthouse quanto o Vitra, dois empreendimentos que construímos em parceria com a Pasqualotto em Balneário Camboriú, tiveram altas expressivas nas vendas.

Qual o percentual da venda desses empreendimentos?
O Yachthouse, o edifício residencial mais alto da América Latina, com 81 andares e apartamentos que variam de 254 a 900 metros quadrados privativos, alcançou 90% das suas unidades vendidas. Já o Vitra, com 61 andares, e apartamentos de 171 metros quadrados, está com 85% de suas unidades comercializadas. Os dois empreendimentos levam a assinatura do renomado escritório de design Pininfarina [estúdio de design italiano responsável pelos projetos da Ferrari e Lamborghini, entre outros]. Os dois empreendimentos possuem peculiaridades que permitirão a seus futuros proprietários desfrutar de alguns privilégios com uma vista 360 graus do mar e da Mata Atlântica, no caso do Yachthouse, ou uma área de lazer no topo do empreendimento com vista de 360 graus da cidade, como no Vitra.

A que o senhor atribui este crescimento?
Acredito que a pandemia mudou alguns hábitos e comportamentos das famílias, como a instituição do home office e maior tempo de reunião com seus próprios familiares. Esse é um motivo que já possibilita a busca por imóveis maiores e melhores. Associo a isso a menor taxa básica de juros oferecida no mercado, assim como o aumento do crédito imobiliário por parte das instituições financeiras e a queda da rentabilidade de títulos públicos.

A GT Building, que é a incorporadora criada pelo seu grupo, também registrou um bom desempenho?
A GT Building tem apenas quatro anos de existência e tem tido um resultado extraordinário ao longo deste período. Estamos atuando na incorporação de empreendimentos de médio e alto padrão e só no primeiro trimestre deste ano ela realizou mais de R$ 100 milhões de vendas das unidades. Um dos nossos empreendimentos vendeu 100% das suas unidades em apenas 15 dias. Acredito que comprar imóveis voltou a ser um ativo forte para os investidores no país.

O senhor acredita que esse resultado positivo se manterá?
Sim. Estou otimista em relação ao crescimento de vendas para os próximos meses. Até o final do primeiro semestre, a GT Building lançará 250 milhões em VGV [sigla de Valor Geral de Vendas, determinado pela soma do valor idealizado de todos os apartamentos vendidos] distribuídos em três novos empreendimentos, numa demonstração clara de que o mercado imobiliário de alto padrão seguirá aquecido mesmo num ano atípico como o que o país vive hoje. Sem contar que a indústria da construção civil é uma das maiores geradoras de empregos e renda, pois ela tem uma cadeia produtiva que se movimenta no seu entorno. É uma ótima notícia para a economia brasileira.

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/mercado-de-imoveis-de-luxo-cresce-30-no-primeiro-trimestre

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Arábia Saudita suspende importações de 11 frigoríficos brasileiros

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A Arábia Saudita anunciou a suspensão de importações de carnes de aves e produtos derivados de sete unidades da JBS e outros quatro frigoríficos brasileiros. De acordo com comunicado publicado no site oficial da Saudi Food & Drug Authority (SFDA), a agência governamental que regula alimentos e medicamentos no país, as restrições começarão a valer a partir do dia 23 deste mês. O motivo não foi informado.

Da JBS, serão vetadas as compras das unidades de aves que ficam localizadas em Passo Fundo e Montenegro, e de plantas da Seara Alimentos de Brasília, Campo Mourão, Amparo, Ipumirim e Caxias do Sul. Acionada pela reportagem, a JBS afirmou em nota que procurou a Saudi Food and Drug Authority (SFDA), autoridade sanitária do governo da Arábia Saudita, para dialogar e entender as motivações para o bloqueio das exportações de carne de frango para o país. “A produção antes destinada à Arábia Saudita já foi redirecionada para outros mercados”, segundo a empresa.

As outras proibições são referentes à importação de produtos de três fábricas da Vibra Agroindustrial S/A e uma da companhia Agroaraçá Alimentos.

O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores afirmam que receberam com “surpresa e consternação” a decisão da Arábia Saudita de suspender as importações de carne de aves de 11 frigoríficos brasileiros. Em nota publicada no site oficial, após acionadas pela reportagem, as pastas comentam que não houve nenhum contato prévio das autoridades sauditas – e que ainda não estão claras as justificativas para as proibições.

O documento também diz que o governo brasileiro já está em contato com a Arábia Saudita e com a embaixada do país em Brasília para esclarecer a informação. “Todas as vias bilaterais e multilaterais serão empregadas com vistas à pronta resolução da questão. Caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).”

Os ministérios acrescentaram que o Brasil obedece a todos os requisitos sanitários estabelecidos pelo mercado da Arábia Saudita e “reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial”.

A decisão do governo saudita consta em documento publicado nesta quinta-feira (6) no site oficial da Saudi Food & Drug Authority (SFDA).

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/arabia-saudita-suspende-importacoes-de-11-frigorificos-brasileiros-2/


 

Empresa cria máquina que faz pizza instantânea na Itália


Crédito: Reprodução/YouTube

A Mr. Go Pizza é uma máquina automática que faz pizzas em menos de 3 minutos (Crédito: Reprodução/YouTube)

Conhecida por ser, entre outras coisas, o berço das massas no mundo, a Itália agora conta com uma invenção que promete mudar a forma como produzimos e comemos pizza: uma máquina de venda automática – como essas de bebidas ou de livros no metrô de São Paulo – que faz pizzas em menos de três minutos.

A “Mr. Go Pizza” fica em Roma e os clientes podem escolher até quatro tipos diferentes de pizza, que custam entre 4,50 e 6 euros. Todo o processo de amassar a massa e cobri-la com recheio é feito pela própria máquina – e o consumidor consegue ver tudo por uma janelinha de vidro.

Como era de se esperar, a máquina dividiu opiniões entre os italianos e, segundo a CNN, teve gente que gostou da novidade, mas a preferência nacional segue com a tradicional pizza feita artesanalmente.



Veja como ela funciona no vídeo abaixo:



https://www.istoedinheiro.com.br/empresa-cria-maquina-que-faz-pizza-instantanea-na-italia/

terça-feira, 4 de maio de 2021

Embraer e Breeze Airways, novata low-cost, firmam contrato de longo prazo

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A Embraer informou nesta terça-feira que assinou um contrato de longo prazo com a Breeze Airways, aérea de baixo custo (low-cost) dos Estados Unidos, para o Programa Pool de suporte que fornecerá uma grande variedade de componentes reparáveis para a frota de jatos E190 e E195 da companhia.O acordo inclui cobertura total de reparação de componentes e peças, assim como acesso a um grande estoque no centro de distribuição da Embraer, apoiando o início da operação da companhia aérea.

“Estamos muito felizes em estender nossa parceria com a Embraer para incluir o Programa Pool, confirmando não apenas que teremos acesso imediato a um estoque de peças de forma mais eficiente, mas melhora muito nossa manutenção de aeronaves e confiabilidade de cronograma, reduzindo também nosso investimento inicial e permitindo um gerenciamento mais eficiente de nosso estoque de peças de reposição”, disse em nota o vice-presidente de Operações Técnicas e Programa de Frota da Breeze Airways, Amir Nasruddin.

“Cada novo contrato do Programa Pool destaca a importância do suporte direto da Embraer e é uma oportunidade fantástica para fortalecer a parceria com nossos clientes. Neste caso específico, apoiando uma companhia aérea que inicia operações, a responsabilidade é ainda maior com o objetivo de garantir uma boa entrada em serviço e a operação das aeronaves”, disse no comunicado a head de Suporte Global Ao Cliente e Pós-Venda da Embraer Serviços & Suporte, Danielle Vardaro.

De acordo com a Embraer, o Programa Pool de serviços permite aos operadores minimizar investimentos em recursos e estoques de alto custo, tendo acesso à expertise técnica da fabricante e sua ampla rede de prestadores de serviços para reparo de componentes. “Os resultados são uma significativa economia nos custos de reparo e estoque, redução no espaço necessário para armazenamento e eliminação de recursos necessários para gerenciamento de reparos, garantindo níveis de desempenho”, disse a empresa na nota.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/embraer-e-breeze-airways-novata-low-cost-firmam-contrato-de-longo-prazo/

 

MDS Brasil anuncia aquisição de corretora educacional QH Consult

MDS Brasil


A corretora de seguros e consultoria MDS Brasil anunciou a aquisição da QH Consult, empresa do segmento educacional que possui portfólio de seguros e soluções financeiras para colégios e instituições de ensino superior. Segundo a MDS, a QH Consult está presente em 21 Estados e apresentou ótima performance financeira nos últimos anos, aumentando o faturamento em mais de 60% no ano de 2020, em comparação ao ano anterior.

A empresa possui dois seguros principais no segmento de educação: o primeiro é voltado ao custeio das mensalidades do aluno em caso de desemprego, óbito do responsável financeiro, invalidez e acidentes ou doença, enquanto o segundo é contratado pelas instituições de ensino particulares com foco na cobertura contra acidentes dentro e nas redondezas da escola ou em viagens e excursões promovidas pelos colégios.

De acordo com a MDS, estima-se que, hoje, 87% das instituições de ensino ainda não contrataram nenhum seguro educacional. Nesta porcentagem, estão 38.060 escolas com 8,3 milhões de alunos.

O levantamento apontou que uma média de 22% das famílias brasileiras têm um integrante matriculado no ensino privado. A QH Consult tem 52% do share de mercado neste segmento e segue com o objetivo de garantir a proteção e o acesso ao estudo para os brasileiros que ainda não contrataram este tipo de serviço.

Para o CEO da MDS Brasil, Ariel Couto, a QH Consult agregará ainda mais valor ao mercado no qual a companhia atua, afinal, o setor espera um avanço exponencial nos próximos anos. “Para 2021 temos a meta de dobrar o faturamento apresentado no último ano – principalmente por se tratar de um segmento que ainda tem baixa penetração no mercado, estimada em 13% dos alunos ativos”, afirma o líder.


https://www.istoedinheiro.com.br/mds-brasil-anuncia-aquisicao-de-corretora-educacional-qh-consult/

Nubank recebe aval do BC para compra da Easynvest


Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

Nubank agora vai encurtar caminho dos clientes a investimentos na Bolsa (Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker)

 


 
SÃO PAULO (Reuters) – O Nubank informou nesta terça-feira que recebeu aval do Banco Central para a compra da corretora Easynvest, enquanto avança em produtos de investimentos para sua base de cerca de 35 milhões de clientes no Brasil e se prepara para listar ações na bolsa.
 
O Nubank já havia recebido o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o negócio, anunciado em setembro passado, envolvendo cerca de 1,5 milhão de clientes e 26 bilhões de reais de ativos sob custódia da Easynvest.

“Enquanto os trâmites finais da aquisição são tratados, o Nubank e a Easynvest avançam no plano de transição e integração dos serviços, em trabalho conjunto para os próximos passos. Por enquanto, as plataformas permanecem operando com experiências, aplicativos e centrais de atendimento distintos”, afirmou o Nubank em nota.

 

No mês passado, o Nubank havia anunciado sua primeira experiência para investimentos com o início dos testes de três fundos multimercado, com aplicações a partir de 1 real.

Também em abril, a Reuters publicou citando fontes que o Nubank iniciou preparativos para a listagem em bolsa nos Estados Unidos, o que pode ocorrer este ano.

 

https://www.istoedinheiro.com.br/nubank-recebe-aval-do/

 

Mediação pode ser ferramenta para prevenir judicialização na saúde


O Conselho Nacional de Justiça, por meio do Fórum Nacional da Saúde, estuda ações para atender a um possível aumento da judicialização no período pós-pandemia. A preocupação do colegiado é buscar a estruturação de ações e o diálogo interinstitucional. As medidas também estão sendo discutidas no âmbito dos Comitês Estaduais da Saúde, especialmente com o reforço para as ações conciliatórias.

ReproduçãoMediação pode ser ferramenta para prevenir judicialização na saúde após pandemia

Durante a crise sanitária gerada pelo novo coronavírus, muitos tratamentos eletivos foram suspensos, quer por receio dos pacientes em irem ao hospital, quer por necessidade da instituição de saúde em focar no atendimento dos casos de Covid-19. Com isso, espera-se que essa demanda reprimida sufoque o sistema de saúde e os casos acabem na Justiça.

Nesse sentido, o Fórum está elaborando um plano de ação, que tem por fundamento o monitoramento das demandas de saúde destinadas ao atendimento de serviços previstos nas políticas públicas de saúde, principalmente na atenção primária e secundária. A finalidade é fomentar a execução das políticas na atenção básica e especializada à saúde e, em última análise, prevenir a judicialização.

Para tanto, o Fórum da Saúde busca a estruturação de ações para organizar a atuação e o diálogo interinstitucional, e construir, juntamente com os gestores estaduais e municipais de saúde, uma política pública que não seja imposta por meio de decisões judiciais, mas discutida e implementada por todos em cooperação.

“Será o momento para o Sistema de Justiça e o Sistema de Saúde conversarem entre si para apontarem os problemas e oferecerem caminhos que possibilitem redução na intervenção judicial”, explica a supervisora do Fórum, conselheira Candice Jobim.

Em âmbito nacional, a conversa entre os poderes Executivo e Judiciário já acontece. Por sugestão do Comitê Executivo Nacional do Fórum, o Ministério da Saúde tem compartilhado uma nota informativa sobre suas ações contra o novo coronavírus, como as realizadas no âmbito da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) para o enfrentamento da Covid-19; o protocolo de manejo clínico da doença na atenção primária; a habilitação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) adulto e pediátrica; e o monitoramento da capacidade operacional dos estabelecimentos de saúde frente a pandemia, entre outros.

O material, apresentado também aos Comitês Estaduais da Saúde, tem o objetivo de contribuir com o monitoramento e resolução das demandas, e auxiliar a magistratura brasileira no julgamento de novas ações sobre o tema. “

Essa troca de informações facilita a criação de critérios e parâmetros para o monitoramento das ações judiciais relativas à saúde – que deve ser sempre comparativo e contínuo”, afirma a chefe de gabinete da Secretaria de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde, Maria Inês Pordeus Gadelha, que também integra o Comitê Executivo do Fórum e é responsável pela elaboração da nota informativa.

Resolução
Uma das medidas adotadas pelo Fórum foi a edição da Resolução CNJ 388/2021, que reestrutura os Comitês Estaduais de Saúde, aprovada pelo CNJ no último dia 6 de abril. O objetivo é fortalecer os grupos, especialmente no momento da pandemia. A norma deve padronizar a estrutura e funcionamento dos comitês, que são compostos por representantes da Justiça Federal e Estadual.

Para a conselheira Candice Jobim, a medida facilitará o diálogo interinstitucional com os diversos atores do Sistema de Justiça e do sistema de saúde, de forma a contribuir com ações referentes às demandas de saúde, especialmente quanto à racionalização e qualificação da judicialização no Brasil.

Além disso, espera-se que, com a estrutura padronizada, os comitês consigam identificar e suprir as falhas da política pública local pelo diálogo. “A padronização dos comitês pode colaborar com essa conversa. Afinal, há uma expectativa de que a pandemia vá terminar, mas não sabemos quando. Logo, não há porque perder de vista a questão da mediação”, ressalta o membro do Comitê Executivo e ex-conselheiro do CNJ, Arnaldo Hossepian.

Em São Paulo, a coordenadora do Comitê Estadual de Saúde, desembargadora Vera Angrisani, informou que a justiça estadual é responsável por 93% das ações sanitárias, enquanto apenas 7% são da justiça federal. O diálogo entre Judiciário e Executivo também é uma realidade. “Temos discutido como diminuir a litigiosidade e oferecer uma prestação célere por meio da mediação, evitando que a demanda seja ajuizada”.

No estado, quando um paciente precisa de leito, a unidade de saúde o cadastra no sistema CROSS, que faz a regulação do paciente e oferta de serviços de saúde. A partir disso, um médico recebe, avalia e encaminha o paciente para um leito que seja adequado às suas necessidades. Quando há problemas que podem se tornar uma questão judicial, há um e-mail que envia as demandas diretamente aos magistrados.

Além disso, o comitê tem parceria no programa governamental Acessa SUS: o Estado analisa o pedido de medicamento e tenta consegui-lo, antes de se tornar uma queixa na Justiça. “Eliminamos a demanda na fase pré-processual incluindo a Defensoria Pública nesse processo”.

 

Impactos

 
Segundo o ex-conselheiro Arnaldo Hossepian, o aumento da judicialização poderá ter duas vertentes. A primeira, vai obrigar o Estado a fornecer o que está previsto na política pública; a organizar a fila da saúde; e a dar acesso ao medicamento básico. “Depende de quanto a ressaca da pandemia vai impactar cada região”.

Hossepian lembrou que o orçamento da saúde nem sempre é suficiente para prestigiar as políticas públicas e a falta de recursos não permite cumprir decisões judiciais que ultrapassam o planejamento local. Por isso, a outra via refere-se ao que não está previsto.

“Para os medicamentos e tratamentos que não estão no SUS, o CNJ tem estrutura montada, por meio dos Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário (Natjus) Estaduais e Nacional, para não trazer déficit ao erário. Para essas demandas, se não tiver evidências científicas, o magistrado tem como enfrentar essa situação”, observa.

Além disso, com um sistema disponível 24 horas por dia pela plataforma e-NatJus, o CNJ disponibiliza subsídios técnicos e fundamentos científicos que os magistrados necessitam para bem decidir, tendo como principal objetivo a qualificação e a racionalização da judicialização da saúde no Brasil.

Informações do Comitê Estadual da Saúde em São Paulo dão conta que a maior procura, atualmente, é por leitos de UTI para pacientes infectados pelo novo coronavírus e, posteriormente, a expectativa é que as reclamações sejam relacionadas às sequelas da doença. “Temos percebido um incremento de demanda nas áreas de cardiologia, nefrologia, angiologia e neurologia, todos referentes a pacientes que tiveram Covid”, reforçou Vera Angrisani.

O Comitê paulista contribui com o registro de notas técnicas no e-NatJus e está trabalhando em uma pesquisa sobre o serviço no Poder Judiciário local. “Lembramos os magistrados que há uma plataforma de subsídios que ele pode utilizar. Também fizemos parceria com o Conselho Regional de Medicina que, quando o médico verifica que o paciente quer judicializar, ele preenche um formulário para dar informações ao magistrado sobre o medicamento ou tratamento que está prescrevendo”, explica a desembargadora.

 

Recomendação

 
Para aprimorar a prestação jurisdicional durante a pandemia da Covid-19, o CNJ está orientando e sensibilizando os magistrados na adoção de providências relacionadas aos procedimentos tendentes à resolução das demandas de saúde. Nesse sentido, o Conselho tem reforçado, por meio de recomendações, que os magistrados utilizem as informações técnicas de medicina baseada em evidências disponibilizadas na plataforma NatJus Nacional para embasar decisões relativas às demandas que envolvam o direito à saúde.

“O objetivo é que haja uma qualificação da judicialização. Segundo dados do Relatório Justiça em Números do CNJ, cerca de dois milhões de processos do Poder Judiciário são relacionados ao direito à saúde. Apenas em 2019, foram juizados 474.429 mil novas ações ao relacionadas ao tema”, afirmou o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux.

O Fórum Nacional da Saúde também está levantando informações sobre a estrutura, gestão, demanda e tempo de atendimento, entre outros, dos serviços de atenção primária e secundária da saúde. Uma pesquisa nacional, que está sendo finalizada pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ), vai dimensionar o tamanho da rede de atendimento, bem como os índices de judicialização do setor.

“Os dados vão ajudar a construir um Plano Nacional com indicadores de melhorias na prestação dos serviços de saúde e redução da judicialização”, explica a supervisora do Fórum, conselheira Candice Jobim.28

Após a coleta e o tratamento dos dados, os Comitês Estaduais de Saúde elaborarão suas propostas para solução dos conflitos mais recorrentes, o que contribuirá no aperfeiçoamento do acesso universal à saúde da população local. As propostas elaboradas servirão de subsídio para a elaboração do Plano Nacional para o Poder Judiciário – “Judicialização e Sociedade: ações para acesso à saúde pública de qualidade”.

Esse plano vai apresentar uma proposta de execução de ações pelos Comitês Estaduais de Saúde, sob supervisão do Fórum da Saúde, com objetivos como acompanhar os indicadores de melhorias na prestação da atenção primária e secundária à saúde; acompanhar e monitorar indicadores da redução da judicialização; e avaliar outras medidas específicas para adoção pelos Comitês de Saúde do CNJ. Com informações da assessoria do CNJ.

 

 

 https://www.conjur.com.br/2021-mai-02/mediacao-ferramenta-prevenir-judicializacao-saude