Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Balneário Camboriú já tem o segundo metro quadrado mais caro do país
Marisa Valério
“Comprar
imóveis voltou a ser um ativo forte para os investidores no país”,
avalia Geninho Thomé, que estreou no mercado da incorporação há quase 10
anos
Previsões
da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia mostraram
que o primeiro trimestre do ano registrou queda de 0,86% no PIB, volta
da inflação, aumento dos impostos em quase 0,5% e alta na taxa de
desemprego no país. Associa-se a esses fatores a incerteza provocada
pela pandemia da Covid-19, ainda não estabilizada.
Este cenário,
entretanto, não impediu que o setor de imóveis de alto padrão
registrasse um bom desempenho no primeiro trimestre de 2021 da ordem de
30%, mantendo o crescimento iniciado no segundo semestre do ano passado.
A própria indústria de materiais de construção registrou um avanço de
15,6% no período. O reflexo do crescimento deste mercado pode ser
conferido pelo desempenho das vendas de dois empreendimentos,
localizados em Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina,
considerado atualmente o segundo metro quadrado mais caro de todo o
Brasil.
Os dois empreendimentos estão sendo erguidos pela empresa
Pasqualotto>, parceria da GT Company, holding do empresário
Geninho Thomé, que estreou no mercado da incorporação de imóveis de
médio e alto padrão há quase 10 anos, após a venda da Neodent, indústria
nacional de implantes dentários, para a multinacional suíça Straumann.
Além da operação imobiliária em parceria na Cidade de Balneário
Camboriú, a GT Company é a controladora da GT Building, maior
incorporadora de Curitiba no segmento de empreendimentos de médio e alto
padrão e que também registrou importante crescimento neste primeiro
trimestre em comparação ao mesmo período de 2019. Confira, a seguir, a
entrevista concedida ao Portal AMANHÃ por Geninho.
Há um ano o país vive uma pandemia. Como o mercado de imóveis de alto padrão tem sobrevivido? É
um mercado que retomou o seu ritmo no segundo semestre do ano passado e
se consolidou no primeiro trimestre deste ano. Tanto o Yachthouse
quanto o Vitra, dois empreendimentos que construímos em parceria com a
Pasqualotto em Balneário Camboriú, tiveram altas expressivas nas vendas.
Qual o percentual da venda desses empreendimentos? O
Yachthouse, o edifício residencial mais alto da América Latina, com 81
andares e apartamentos que variam de 254 a 900 metros quadrados
privativos, alcançou 90% das suas unidades vendidas. Já o Vitra, com 61
andares, e apartamentos de 171 metros quadrados, está com 85% de suas
unidades comercializadas. Os dois empreendimentos levam a assinatura do
renomado escritório de design Pininfarina [estúdio de design italiano responsável pelos projetos da Ferrari e Lamborghini, entre outros].
Os dois empreendimentos possuem peculiaridades que permitirão a seus
futuros proprietários desfrutar de alguns privilégios com uma vista 360
graus do mar e da Mata Atlântica, no caso do Yachthouse, ou uma área de
lazer no topo do empreendimento com vista de 360 graus da cidade, como
no Vitra.
A que o senhor atribui este crescimento? Acredito que a pandemia mudou alguns hábitos e comportamentos das famílias, como a instituição do home office
e maior tempo de reunião com seus próprios familiares. Esse é um motivo
que já possibilita a busca por imóveis maiores e melhores. Associo a
isso a menor taxa básica de juros oferecida no mercado, assim como o
aumento do crédito imobiliário por parte das instituições financeiras e a
queda da rentabilidade de títulos públicos.
A GT Building, que é a incorporadora criada pelo seu grupo, também registrou um bom desempenho? A
GT Building tem apenas quatro anos de existência e tem tido um
resultado extraordinário ao longo deste período. Estamos atuando na
incorporação de empreendimentos de médio e alto padrão e só no primeiro
trimestre deste ano ela realizou mais de R$ 100 milhões de vendas das
unidades. Um dos nossos empreendimentos vendeu 100% das suas unidades em
apenas 15 dias. Acredito que comprar imóveis voltou a ser um ativo
forte para os investidores no país.
O senhor acredita que esse resultado positivo se manterá? Sim.
Estou otimista em relação ao crescimento de vendas para os próximos
meses. Até o final do primeiro semestre, a GT Building lançará 250
milhões em VGV [sigla de Valor Geral de Vendas, determinado pela soma do valor idealizado de todos os apartamentos vendidos]
distribuídos em três novos empreendimentos, numa demonstração clara de
que o mercado imobiliário de alto padrão seguirá aquecido mesmo num ano
atípico como o que o país vive hoje. Sem contar que a indústria da
construção civil é uma das maiores geradoras de empregos e renda, pois
ela tem uma cadeia produtiva que se movimenta no seu entorno. É uma
ótima notícia para a economia brasileira.
A Arábia Saudita anunciou a suspensão de importações de
carnes de aves e produtos derivados de sete unidades da JBS e outros
quatro frigoríficos brasileiros. De acordo com comunicado publicado no
site oficial da Saudi Food & Drug Authority (SFDA), a agência
governamental que regula alimentos e medicamentos no país, as restrições
começarão a valer a partir do dia 23 deste mês. O motivo não foi
informado.
Da JBS, serão vetadas as compras das unidades de aves que ficam
localizadas em Passo Fundo e Montenegro, e de plantas da Seara Alimentos
de Brasília, Campo Mourão, Amparo, Ipumirim e Caxias do Sul. Acionada
pela reportagem, a JBS afirmou em nota que procurou a Saudi Food and
Drug Authority (SFDA), autoridade sanitária do governo da Arábia
Saudita, para dialogar e entender as motivações para o bloqueio das
exportações de carne de frango para o país. “A produção antes destinada à
Arábia Saudita já foi redirecionada para outros mercados”, segundo a
empresa.
As outras proibições são referentes à importação de produtos
de três fábricas da Vibra Agroindustrial S/A e uma da companhia
Agroaraçá Alimentos.
O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores
afirmam que receberam com “surpresa e consternação” a decisão da Arábia
Saudita de suspender as importações de carne de aves de 11 frigoríficos
brasileiros. Em nota publicada no site oficial, após acionadas pela
reportagem, as pastas comentam que não houve nenhum contato prévio das
autoridades sauditas – e que ainda não estão claras as justificativas
para as proibições.
O documento também diz que o governo brasileiro já está em contato
com a Arábia Saudita e com a embaixada do país em Brasília para
esclarecer a informação. “Todas as vias bilaterais e multilaterais serão
empregadas com vistas à pronta resolução da questão. Caso se comprove a
interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o
caso à Organização Mundial do Comércio (OMC).”
Os
ministérios acrescentaram que o Brasil obedece a todos os requisitos
sanitários estabelecidos pelo mercado da Arábia Saudita e “reitera os
elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia
de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do
serviço veterinário oficial”.
A decisão do governo saudita consta em documento publicado nesta
quinta-feira (6) no site oficial da Saudi Food & Drug Authority
(SFDA).
Conhecida por ser, entre outras coisas, o berço das massas no
mundo, a Itália agora conta com uma invenção que promete mudar a forma
como produzimos e comemos pizza: uma máquina de venda automática – como
essas de bebidas ou de livros no metrô de São Paulo – que faz pizzas em
menos de três minutos.
A “Mr. Go Pizza” fica em Roma e os clientes podem escolher até quatro
tipos diferentes de pizza, que custam entre 4,50 e 6 euros. Todo o
processo de amassar a massa e cobri-la com recheio é feito pela própria
máquina – e o consumidor consegue ver tudo por uma janelinha de vidro.
Como era de se esperar, a máquina dividiu opiniões entre os italianos
e, segundo a CNN, teve gente que gostou da novidade, mas a preferência
nacional segue com a tradicional pizza feita artesanalmente.
A Embraer informou nesta terça-feira que assinou um contrato
de longo prazo com a Breeze Airways, aérea de baixo custo (low-cost) dos
Estados Unidos, para o Programa Pool de suporte que fornecerá uma
grande variedade de componentes reparáveis para a frota de jatos E190 e
E195 da companhia.O acordo inclui cobertura total de reparação de componentes e peças,
assim como acesso a um grande estoque no centro de distribuição da
Embraer, apoiando o início da operação da companhia aérea.
“Estamos muito felizes em estender nossa parceria com a Embraer para
incluir o Programa Pool, confirmando não apenas que teremos acesso
imediato a um estoque de peças de forma mais eficiente, mas melhora
muito nossa manutenção de aeronaves e confiabilidade de cronograma,
reduzindo também nosso investimento inicial e permitindo um
gerenciamento mais eficiente de nosso estoque de peças de reposição”,
disse em nota o vice-presidente de Operações Técnicas e Programa de
Frota da Breeze Airways, Amir Nasruddin.
“Cada novo contrato do Programa Pool destaca a importância do suporte
direto da Embraer e é uma oportunidade fantástica para fortalecer a
parceria com nossos clientes. Neste caso específico, apoiando uma
companhia aérea que inicia operações, a responsabilidade é ainda maior
com o objetivo de garantir uma boa entrada em serviço e a operação das
aeronaves”, disse no comunicado a head de Suporte Global Ao Cliente e
Pós-Venda da Embraer Serviços & Suporte, Danielle Vardaro.
De acordo com a Embraer, o Programa Pool de serviços permite
aos operadores minimizar investimentos em recursos e estoques de alto
custo, tendo acesso à expertise técnica da fabricante e sua ampla rede
de prestadores de serviços para reparo de componentes. “Os resultados
são uma significativa economia nos custos de reparo e estoque, redução
no espaço necessário para armazenamento e eliminação de recursos
necessários para gerenciamento de reparos, garantindo níveis de
desempenho”, disse a empresa na nota.
A corretora de seguros e consultoria MDS Brasil anunciou a
aquisição da QH Consult, empresa do segmento educacional que possui
portfólio de seguros e soluções financeiras para colégios e instituições
de ensino superior. Segundo a MDS, a QH Consult está presente em 21
Estados e apresentou ótima performance financeira nos últimos anos,
aumentando o faturamento em mais de 60% no ano de 2020, em comparação ao
ano anterior.
A empresa possui dois seguros principais no segmento de educação: o
primeiro é voltado ao custeio das mensalidades do aluno em caso de
desemprego, óbito do responsável financeiro, invalidez e acidentes ou
doença, enquanto o segundo é contratado pelas instituições de ensino
particulares com foco na cobertura contra acidentes dentro e nas
redondezas da escola ou em viagens e excursões promovidas pelos
colégios.
De acordo com a MDS, estima-se que, hoje, 87% das instituições de
ensino ainda não contrataram nenhum seguro educacional. Nesta
porcentagem, estão 38.060 escolas com 8,3 milhões de alunos.
O levantamento apontou que uma média de 22% das famílias brasileiras
têm um integrante matriculado no ensino privado. A QH Consult tem 52% do
share de mercado neste segmento e segue com o objetivo de garantir a
proteção e o acesso ao estudo para os brasileiros que ainda não
contrataram este tipo de serviço.
Para o CEO da MDS Brasil, Ariel Couto, a QH Consult agregará
ainda mais valor ao mercado no qual a companhia atua, afinal, o setor
espera um avanço exponencial nos próximos anos. “Para 2021 temos a meta
de dobrar o faturamento apresentado no último ano – principalmente por
se tratar de um segmento que ainda tem baixa penetração no mercado,
estimada em 13% dos alunos ativos”, afirma o líder.
SÃO PAULO (Reuters) – O Nubank informou nesta terça-feira que
recebeu aval do Banco Central para a compra da corretora Easynvest,
enquanto avança em produtos de investimentos para sua base de cerca de
35 milhões de clientes no Brasil e se prepara para listar ações na
bolsa.
O Nubank já havia recebido o aval do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) para o negócio, anunciado em setembro passado,
envolvendo cerca de 1,5 milhão de clientes e 26 bilhões de reais de
ativos sob custódia da Easynvest.
“Enquanto os trâmites finais da aquisição são tratados, o Nubank e a
Easynvest avançam no plano de transição e integração dos serviços, em
trabalho conjunto para os próximos passos. Por enquanto, as plataformas
permanecem operando com experiências, aplicativos e centrais de
atendimento distintos”, afirmou o Nubank em nota.
No mês passado, o Nubank havia anunciado sua primeira
experiência para investimentos com o início dos testes de três fundos
multimercado, com aplicações a partir de 1 real.
Também em abril, a Reuters publicou citando fontes que o Nubank
iniciou preparativos para a listagem em bolsa nos Estados Unidos, o que
pode ocorrer este ano.
O
Conselho Nacional de Justiça, por meio do Fórum Nacional da Saúde,
estuda ações para atender a um possível aumento da judicialização no
período pós-pandemia. A preocupação do colegiado é buscar a estruturação
de ações e o diálogo interinstitucional. As medidas também estão sendo
discutidas no âmbito dos Comitês Estaduais da Saúde, especialmente com o
reforço para as ações conciliatórias.
Durante a crise sanitária gerada pelo novo coronavírus, muitos
tratamentos eletivos foram suspensos, quer por receio dos pacientes em
irem ao hospital, quer por necessidade da instituição de saúde em focar
no atendimento dos casos de Covid-19. Com isso, espera-se que essa
demanda reprimida sufoque o sistema de saúde e os casos acabem na
Justiça.
Nesse sentido, o Fórum está elaborando um plano de ação,
que tem por fundamento o monitoramento das demandas de saúde destinadas
ao atendimento de serviços previstos nas políticas públicas de saúde,
principalmente na atenção primária e secundária. A finalidade é fomentar
a execução das políticas na atenção básica e especializada à saúde e,
em última análise, prevenir a judicialização.
Para tanto, o Fórum
da Saúde busca a estruturação de ações para organizar a atuação e o
diálogo interinstitucional, e construir, juntamente com os gestores
estaduais e municipais de saúde, uma política pública que não seja
imposta por meio de decisões judiciais, mas discutida e implementada por
todos em cooperação.
“Será o momento para o Sistema de Justiça e o
Sistema de Saúde conversarem entre si para apontarem os problemas e
oferecerem caminhos que possibilitem redução na intervenção judicial”,
explica a supervisora do Fórum, conselheira Candice Jobim.
Em
âmbito nacional, a conversa entre os poderes Executivo e Judiciário já
acontece. Por sugestão do Comitê Executivo Nacional do Fórum, o
Ministério da Saúde tem compartilhado uma nota informativa sobre suas
ações contra o novo coronavírus, como as realizadas no âmbito da
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) para o enfrentamento da
Covid-19; o protocolo de manejo clínico da doença na atenção primária; a
habilitação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) adulto e
pediátrica; e o monitoramento da capacidade operacional dos
estabelecimentos de saúde frente a pandemia, entre outros.
O
material, apresentado também aos Comitês Estaduais da Saúde, tem o
objetivo de contribuir com o monitoramento e resolução das demandas, e
auxiliar a magistratura brasileira no julgamento de novas ações sobre o
tema. “
Essa troca de informações facilita a criação de critérios e
parâmetros para o monitoramento das ações judiciais relativas à saúde –
que deve ser sempre comparativo e contínuo”, afirma a chefe de gabinete
da Secretaria de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde,
Maria Inês Pordeus Gadelha, que também integra o Comitê Executivo do
Fórum e é responsável pela elaboração da nota informativa.
Resolução
Uma das medidas adotadas pelo Fórum foi a edição da Resolução CNJ 388/2021,
que reestrutura os Comitês Estaduais de Saúde, aprovada pelo CNJ no
último dia 6 de abril. O objetivo é fortalecer os grupos, especialmente
no momento da pandemia. A norma deve padronizar a estrutura e
funcionamento dos comitês, que são compostos por representantes da
Justiça Federal e Estadual.
Para a conselheira Candice Jobim, a
medida facilitará o diálogo interinstitucional com os diversos atores do
Sistema de Justiça e do sistema de saúde, de forma a contribuir com
ações referentes às demandas de saúde, especialmente quanto à
racionalização e qualificação da judicialização no Brasil.
Além
disso, espera-se que, com a estrutura padronizada, os comitês consigam
identificar e suprir as falhas da política pública local pelo diálogo.
“A padronização dos comitês pode colaborar com essa conversa. Afinal, há
uma expectativa de que a pandemia vá terminar, mas não sabemos quando.
Logo, não há porque perder de vista a questão da mediação”, ressalta o
membro do Comitê Executivo e ex-conselheiro do CNJ, Arnaldo Hossepian.
Em
São Paulo, a coordenadora do Comitê Estadual de Saúde, desembargadora
Vera Angrisani, informou que a justiça estadual é responsável por 93%
das ações sanitárias, enquanto apenas 7% são da justiça federal. O
diálogo entre Judiciário e Executivo também é uma realidade. “Temos
discutido como diminuir a litigiosidade e oferecer uma prestação célere
por meio da mediação, evitando que a demanda seja ajuizada”.
No
estado, quando um paciente precisa de leito, a unidade de saúde o
cadastra no sistema CROSS, que faz a regulação do paciente e oferta de
serviços de saúde. A partir disso, um médico recebe, avalia e encaminha o
paciente para um leito que seja adequado às suas necessidades. Quando
há problemas que podem se tornar uma questão judicial, há um e-mail que
envia as demandas diretamente aos magistrados.
Além disso, o
comitê tem parceria no programa governamental Acessa SUS: o Estado
analisa o pedido de medicamento e tenta consegui-lo, antes de se tornar
uma queixa na Justiça. “Eliminamos a demanda na fase pré-processual
incluindo a Defensoria Pública nesse processo”.
Impactos
Segundo o ex-conselheiro Arnaldo Hossepian, o aumento da judicialização
poderá ter duas vertentes. A primeira, vai obrigar o Estado a fornecer o
que está previsto na política pública; a organizar a fila da saúde; e a
dar acesso ao medicamento básico. “Depende de quanto a ressaca da
pandemia vai impactar cada região”.
Hossepian lembrou que o
orçamento da saúde nem sempre é suficiente para prestigiar as políticas
públicas e a falta de recursos não permite cumprir decisões judiciais
que ultrapassam o planejamento local. Por isso, a outra via refere-se ao
que não está previsto.
“Para os medicamentos e tratamentos que
não estão no SUS, o CNJ tem estrutura montada, por meio dos Núcleos de
Apoio Técnico do Poder Judiciário (Natjus) Estaduais e Nacional, para
não trazer déficit ao erário. Para essas demandas, se não tiver
evidências científicas, o magistrado tem como enfrentar essa situação”,
observa.
Além disso, com um sistema disponível 24 horas por dia pela plataforma e-NatJus,
o CNJ disponibiliza subsídios técnicos e fundamentos científicos que os
magistrados necessitam para bem decidir, tendo como principal objetivo a
qualificação e a racionalização da judicialização da saúde no Brasil.
Informações
do Comitê Estadual da Saúde em São Paulo dão conta que a maior procura,
atualmente, é por leitos de UTI para pacientes infectados pelo novo
coronavírus e, posteriormente, a expectativa é que as reclamações sejam
relacionadas às sequelas da doença. “Temos percebido um incremento de
demanda nas áreas de cardiologia, nefrologia, angiologia e neurologia,
todos referentes a pacientes que tiveram Covid”, reforçou Vera
Angrisani.
O Comitê paulista contribui com o registro de notas
técnicas no e-NatJus e está trabalhando em uma pesquisa sobre o serviço
no Poder Judiciário local. “Lembramos os magistrados que há uma
plataforma de subsídios que ele pode utilizar. Também fizemos parceria
com o Conselho Regional de Medicina que, quando o médico verifica que o
paciente quer judicializar, ele preenche um formulário para dar
informações ao magistrado sobre o medicamento ou tratamento que está
prescrevendo”, explica a desembargadora.
Recomendação
Para aprimorar a prestação jurisdicional durante a pandemia da Covid-19,
o CNJ está orientando e sensibilizando os magistrados na adoção de
providências relacionadas aos procedimentos tendentes à resolução das
demandas de saúde. Nesse sentido, o Conselho tem reforçado, por meio de
recomendações, que os magistrados utilizem as informações técnicas de
medicina baseada em evidências disponibilizadas na plataforma NatJus
Nacional para embasar decisões relativas às demandas que envolvam o
direito à saúde.
“O objetivo é que haja uma qualificação da
judicialização. Segundo dados do Relatório Justiça em Números do CNJ,
cerca de dois milhões de processos do Poder Judiciário são relacionados
ao direito à saúde. Apenas em 2019, foram juizados 474.429 mil novas
ações ao relacionadas ao tema”, afirmou o presidente do CNJ e do Supremo
Tribunal Federal, ministro Luiz Fux.
O Fórum Nacional da Saúde
também está levantando informações sobre a estrutura, gestão, demanda e
tempo de atendimento, entre outros, dos serviços de atenção primária e
secundária da saúde. Uma pesquisa nacional, que está sendo finalizada
pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ), vai dimensionar o
tamanho da rede de atendimento, bem como os índices de judicialização do
setor.
“Os dados vão ajudar a construir um Plano Nacional com
indicadores de melhorias na prestação dos serviços de saúde e redução da
judicialização”, explica a supervisora do Fórum, conselheira Candice
Jobim.28
Após a coleta e o tratamento dos dados, os Comitês
Estaduais de Saúde elaborarão suas propostas para solução dos conflitos
mais recorrentes, o que contribuirá no aperfeiçoamento do acesso
universal à saúde da população local. As propostas elaboradas servirão
de subsídio para a elaboração do Plano Nacional para o Poder Judiciário –
“Judicialização e Sociedade: ações para acesso à saúde pública de
qualidade”.
Esse plano vai apresentar uma proposta de execução de
ações pelos Comitês Estaduais de Saúde, sob supervisão do Fórum da
Saúde, com objetivos como acompanhar os indicadores de melhorias na
prestação da atenção primária e secundária à saúde; acompanhar e
monitorar indicadores da redução da judicialização; e avaliar outras
medidas específicas para adoção pelos Comitês de Saúde do CNJ. Com informações da assessoria do CNJ.