quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Reforma tributária deve priorizar simplificação para alavancar pequenos negócios


Complexidade e regime de substituição tributária do ICMS são os principais nós que a reforma precisa desatar


 Redação JOTA


reforma tributária Direito público
Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Para que a reforma tributária melhore o ambiente de negócios do país, as mudanças no complexo sistema tributário brasileiro devem dar uma atenção especial aos Microempreendedores Individuais (MEI), às microempresas e às empresas de pequeno porte, que representam 9 em cada 10 das empresas existentes no Brasil, de acordo com dados de junho da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.

O setor composto pelos pequenos negócios foi, segundo o Caged, o responsável, em 2021, por 78% dos empregos formais e beneficia 86% dos brasileiros, 40% da população. Gera ainda uma renda para os empreendedores e demais trabalhadores do segmento de R$ 35 bilhões por mês. Por ano, esse montante chega a R$ 420 bilhões, segundo dados do Atlas dos Pequenos Negócios, levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançado em julho passado.

Mas o setor, além de ser um grande gerador de emprego e renda, é uma grande fonte de impostos. Somente o Simples Nacional arrecadou, no ano de 2021, mais de R$ 128 bilhões de reais em impostos para os cofres públicos, e até junho de 2022 já arrecadou R$ 73,1 bilhões de reais, indicando um aumento de arrecadação no ano. Desde a sua criação, o Simples já arrecadou R$ 1.032 trilhão para os cofres.

Especialistas ouvidos pelo JOTA destacam que o principal caminho para melhorar a tributação dos pequenos negócios no Brasil passa por reduzir a complexidade do sistema tributário e repensar a substituição tributária do ICMS, com cuidado para não onerar desproporcionalmente o setor de serviços.

1) A complexidade exagerada do sistema tributário brasileiro

De acordo com o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago, o principal foco da reforma tributária deve ser a simplificação das regras tributárias do país.

Para além do peso da carga tributária, os pequenos negócios sofrem com obrigações acessórias exageradamente complexas, que demandam do contribuinte ainda mais tempo e recursos para estar em conformidade com o fisco. Esse gasto extra é chamado por Santiago de Custo Brasil Tributário.

“Essa simplificação independe de uma reforma tributária constitucional, que unifique tributos, e já traria enormes ganhos para todas as empresas”, afirmou. 

A União, os estados e os municípios exigem do contribuinte que se adeque a diversos modelos de nota fiscal, além das diferentes declarações tributárias. Além disso, as empresas devem apurar o imposto devido para cada unidade da federação, cálculo que muitas vezes é contestado pelo fisco e gera contencioso nas esferas administrativa e judicial.

A economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, especialista em macroeconomia, destacou que esse tipo de custo reduz a disponibilidade de dinheiro para outras necessidades das empresas, como investimentos para aumentar a produção, sobretudo no caso dos pequenos negócios. Assim, uma reforma tributária abriria caminho para um aumento de produtividade.

Se os fiscos fornecessem as guias para pagamento dos tributos, ou ao menos as declarações pré-preenchidas para confirmação dos contribuintes, os pequenos negócios não precisariam gastar tanto com contadores e tributaristas. Nesse sentido, para Inhasz, a complexidade do sistema tributário funciona ainda como um desincentivo à formalização e, consequentemente, diminui a arrecadação dos entes federativos.

“As empresas sabem que o custo de operação é extremamente alto para estar do lado formal da economia, então elas acabam de alguma forma abrindo mão disso”, avaliou.

“Com uma simplificação teríamos provavelmente uma redução no número de informais, uma arrecadação maior e uma maneira bem mais clara de se enxergar e compreender esse sistema tributário”, concluiu.

Como resolver?

Para resolver esse problema, o Sebrae participou ativamente das discussões e contribuiu para a construção dos Projetos De Lei Complementar (PLP) 145/2021 e 178/2021. Como as propostas não alteram a Constituição, o Sebrae avalia que há condições de serem aprovados ainda em 2022.

O PLP 145/2021 cria o Sistema Eletrônico de Apuração Fiscal – um sistema unificado para que o próprio fisco calcule o tributo devido pelo contribuinte e simplifique o recolhimento de tributos.

“Hoje, com a nota fiscal eletrônica, o fisco tem todos os elementos para fazer o cálculo dos tributos, mesmo que seja na forma de uma declaração pré-preenchida, como a Receita Federal vem fazendo com o imposto de renda das pessoas físicas”, afirmou o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago.

Os estados têm condições imediatas de efetuar os cálculos do ICMS e os municípios do ISS. A Receita Federal precisaria passar a receber os dados das notas fiscais de serviços dos municípios, bem como da área do varejo dos estados.

As declarações pré-preenchidas teriam dois grandes ganhos: diminuição de tempo para cumprir com as obrigações tributárias, permitindo que o empreendedor dedique mais atenção para seu negócio, e diminuição dos erros de preenchimento e da litigiosidade, reduzindo o contencioso tributário.

Já o PLP 178/2021 delimita os processos relacionados às obrigações tributárias, com vistas à padronização da legislação e dos sistemas fiscais. Entre os benefícios podemos citar a unificação de diferentes cadastros fiscais existentes no país e a instituição de uma nota fiscal eletrônica para ser usada em todo o Brasil. Para tanto, o projeto cria um comitê gestor a fim de que todos se sentem à mesa – União, estados e municípios – para simplificar obrigações acessórias e implementar as ações facilitadoras definidas na proposição.

Nesse sentido, independentemente da aprovação dos PLP, o Sebrae trabalha para criar uma nota fiscal unificada para o varejo em parceria com o Comitê Nacional de Política Fazendária (Confaz) – que reúne secretários estaduais de Fazenda.

No âmbito dos municípios, a nota fiscal nacional eletrônica de serviços (NFS-e) foi criada com apoio do Sebrae, realizada em uma parceria entre a Receita Federal do Brasil (RFB), a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf).

Nos termos da Resolução CGSN nº 169, de 27 de julho de 2022, para o MEI, a NFS-e Nacional terá validade em todo o território nacional a partir de janeiro de 2023. Para as demais empresas dependerá de adesão ao sistema pelos municípios. 

2) Substituição tributária do ICMS

O principal problema das micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional é o regime de substituição tributária do ICMS, segundo o gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Silas Santiago.

A substituição tributária concentra o recolhimento do imposto no início ou no meio da cadeia produtiva. Dessa forma, exige que o contribuinte pague o ICMS antes de vender os produtos e receber as receitas do mês, com base apenas em uma projeção de vendas.

Esse adiantamento desequilibra o fluxo de caixa dos pequenos negócios. Traçando um paralelo com o IR das pessoas físicas, é como se a União cobrasse em janeiro o imposto do ano inteiro que está começando.

Santiago aponta que o adiantamento é útil para tributar indústrias com uma produção muito concentrada de produtos e uma distribuição pulverizada. Porém, o problema surgiu quando os estados aumentaram indiscriminadamente a lista de bens sujeitos ao regime.

“Hoje a gente brinca que tem de agulha a avião. O pequeno produtor de sorvete que produz para vender na rua, uma pequena fábrica de detergentes… Qualquer coisa tem substituição tributária”, afirmou.

Ao contrário da simplificação, uma mudança na substituição tributária do ICMS é mais demorada e exige mudanças legislativas mais profundas.

Como resolver?

O Sebrae propõe repensar a substituição tributária do ICMS no âmbito de uma reforma tributária mais ampla, que altere a Constituição e mude as regras estruturais do sistema tributário brasileiro. 

Como uma reforma desse nível não deve ser realizada neste ano, o Sebrae se prepara para apresentar as prioridades dos pequenos negócios a todos os candidatos à Presidência da República tanto na área tributária quanto em relação à desburocratização, à oferta de crédito e à inovação.

“Não importa quem seja o candidato vencedor, a gente vai apresentar a plataforma para todos. Proteger as micro e pequenas empresas e dar apoio vai continuar sendo a nossa prioridade”, afirmou Santiago.

O gerente adjunto de Políticas Públicas do Sebrae, Fábio Marimon, avalia que as questões caras às micro e pequenas empresas têm aderência de todo o espectro político – dos partidos de direita aos de esquerda.

“É uma causa que envolve o Brasil e o Congresso como um todo. A gente entende que quem assumir a Presidência vai ter esse olhar com muito cuidado e atenção para o segmento”, disse.

3) Carga tributária do setor de serviços

No curso de uma reforma mais ampla, é importante evitar que o setor de serviços seja desproporcionalmente onerado com alíquotas mais elevadas. 

O tributarista Andrey Biagini, sócio do Lobo & de Rizzo Advogados, destaca que historicamente o setor de serviços tem dificuldades de abater os custos com insumos da base de cálculo de tributos, como o PIS e a Cofins, já que nesse ponto a legislação tende a identificar mais claramente insumos da indústria.

“Não há previsão expressa de que mão de obra e outros custos que são claramente insumos para o setor de serviços também entrem como créditos de PIS e Cofins. Até a revenda gera direito ao crédito instantaneamente ao varejista. É uma situação anti-isonômica”, afirma.

Como resolver?

Para garantir que esse tipo de incongruência não seja repetida em uma reforma tributária mais ampla, o Senador Jorginho Mello (PL/SC), a partir de intenso diálogo e recepcionando a sugestão do Sebrae, apresentou uma emenda à PEC 110/2019 para prever que o setor de serviços tenha um tratamento especial no cálculo dos créditos de PIS e Cofins.

A emenda já foi acolhida no último relatório da PEC, apresentado neste ano pelo relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA). A PEC unifica tributos e cria o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).

Biagini também destaca o modelo de créditos semelhante ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA) europeu, que dá o direito ao abatimento a tudo que adicione valor ao longo da cadeia de produção. “Isso já cortaria a discussão que temos no Brasil, do que é o conceito de insumo”, avalia.

Farmacêutica Novartis vai cindir negócio de genéricos Sandoz



Novartis Brasil

Por Natalie Grover

 

ZURIQUE/LONDRES (Reuters) – A Novartis planeja desmembrar sua unidade de genéricos de baixo custo Sandoz do restante do grupo para focar em medicamentos de prescrição patenteados, disse o grupo suíço nesta quinta-feira.

A empresa iniciou uma revisão estratégica da Sandoz em outubro passado – examinando uma série de opções, incluindo manter  o negócio,  cisão ou venda – após um período prolongado de fraco desempenho, impulsionado em grande parte pelas crescentes pressões de preços no setor de medicamentos genéricos.

Além de algum interesse preliminar, a Novartis não recebeu nenhuma oferta formal vinculante de compra da Sandoz até agora – mas se surgir alguma oferta “altamente atraente” a Novartis as considerará totalmente, disse o presidente-executivo Vas Narasimhan em uma teleconferência com analistas.

No entanto, “acreditamos que um spin-off é de longe a maneira mais provável e melhor de separar essas duas empresas”, disse ele.

A Sandoz – que gerou quase 10 bilhões de dólares em vendas no ano passado vendendo genéricos e biossimilares (versões baratas de medicamentos biológicos feitos de organismos vivos) – emergirá como a principal empresa de genéricos da Europa, de acordo com a Novartis.

Espera-se que a Sandoz independente esteja sediada no país de origem e listada na Bolsa de Valores da Suíça, com um programa de recibo de depósito de ações nos Estados Unidos. Richard Saynor permanecerá como presidente-executivo.


A transação, que deverá ser neutra em termos fiscais para a Novartis, deve ser concluída no segundo semestre do próximo ano, sujeita às condições de mercado, decisões fiscais e pareceres, endosso final do conselho e aprovações dos acionistas, disse a Novartis.

A Novartis vem reduzindo seus interesses comerciais. O grupo desmembrou seu negócio de cuidados com os olhos Alcon em 2019 e em novembro acertou a venda de participação com direito a voto de quase um terço da Roche.

A empresa tentou alienar parte da Sandoz em 2018, mas um acordo de 900 milhões de dólares com a indiana Aurobindo Pharma violou as regras antitruste.

Agora, Narasimhan pretende desmembrar toda a divisão, que respondeu por cerca de um quinto das vendas de 51,6 bilhões de dólares da Novartis no ano passado.

A Novartis também está implementando um programa de reestruturação que envolve o corte de até 8 mil empregos, ou cerca de 7,4% de sua força de trabalho globalmente.

(Por Silke Koltrowitz e Natalie Grover)


Mercado evita posições e deixa dólar estável antes de discurso de Powell


Mercado evita posições e deixa dólar estável antes de discurso de Powell

Notas de reais e dólares


Por José de Castro

 

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou praticamente estável nesta quinta-feira, mas não sem antes oscilar entre altas e baixas, evidência da falta de consenso do mercado sobre o que esperar do ansiado discurso do chefe do banco central norte-americano na sexta-feira.

O dólar interbancário variou 0,01% para cima, a 5,1111 reais. Ao longo do dia, foi de 5,08575 reais (-0,49%) a 5,1444 reais (+0,66%).

Os mercados externos também mostraram algum vaivém, embora tenham tentado firmar melhora na sessão vespertina de olho em estímulos anunciados pela China. Ainda, contudo, operaram a dúvida sobre qual será a sinalização de Jerome Powell em sua fala no simpósio de Jackson Hole, a partir de 11h (de Brasília) de sexta.

 

As declarações de Powell serão examinadas em busca de qualquer sinal de que uma desaceleração econômica possa alterar a estratégia do banco central e de que a autoridade monetária conseguirá alcançar um “pouso suave” para a economia. Dados mostraram mais cedo que os EUA viram retração econômica menor que a anteriormente estimada no segundo trimestre.

“Acho que Powell vai sinalizar redução no ritmo de alta de juros, para 0,50 ponto percentual, mas também uma taxa terminal mais alta que o esperado pelo mercado”, disse Gabriel Cunha, especialista em mercados internacionais C6 Bank. “Se ele falar que o Fed terá de ir acima do nível neutro, como algumas autoridades do banco central já disseram, o mercado vai entender esse sinal como ‘hawkish'”, completou.

O termo “hawkish” indica maior disposição dos formuladores de política monetária a restringir as condições financeiras visando controlar a inflação, ainda que a um custo econômico.

O índice do dólar frente a uma cesta de divisas tinha leve queda de 0,18% nesta tarde, mas não longe de uma máxima em 20 anos alcançada em julho.

Por aqui, embora as medidas de volatilidade implícita para a taxa de câmbio tenham amenizado –a medida para um mês recuou de um pico de 19,5% na segunda-feira para 18,7% nesta quinta–, a movimentação no mercado de opções ainda sugere maior demanda por compra da moeda norte-americana como proteção.

A medida para um mês que compara a busca por contratos de opções de compra (“calls”) de dólar e a demanda por “puts” (opções de venda) de dólar alcançou 1,2 nesta quinta, maior valor desde 5 de julho.

A maior procura por “calls” de dólar estaria associada a apostas de que o preço da moeda pode subir a partir dos patamares atuais, já que o instrumento dá ao comprador da “call” o direito de adquirir moeda a um preço mais baixo ao exercer a opção.


 

Grandes redes reduzem o tamanho de suas lojas em shoppings


Está ocorrendo um rearranjo nos espaços ocupados pelas lojas nos shopping centers. A tendência, segundo especialistas, é de que as lojas compactas prevaleçam sobre as megalojas. Esse movimento, além de reduzir o custo operacional, virou peça-chave na aproximação com o consumidor por conta do crescimento do e-commerce.

“O que está acontecendo no Brasil e no mundo é o uso mais estratégico da loja física”, diz o consultor Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls. Esse uso estratégico, segundo ele, pode ser para a captura de novos clientes, a possibilidade de criar experiências, a apresentação e a geração de valor da marca ou até para apoiar a logística das entregas.

Em 2021, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o número de lojas abertas supera o de fechadas. O resultado, diz Marinho, contrariou a expectativa do mercado, que era de redução diante da aceleração do e-commerce na pandemia.

Nos EUA, esse movimento foi acompanhado pela diminuição do tamanho médio das lojas para 300 m², pequenas para os padrões americanos, diz Marinho. Nos EUA, a área média caiu 12,5% entre 2019 e 2021, chegando a 500 m², de acordo com dados da consultoria JLL.

No Brasil, exemplos de grandes marcas também apontam para essa tendência.

 

Perto do cliente

A companhia francesa de artigos esportivos Decathlon, que já tem uma loja com menos de 1 mil m² num shopping em Niterói (RJ), inaugurou neste ano mais duas unidades neste formato – uma num shopping de Salvador e outra num edifício emblemático, onde funcionava o Cine Leblon, no Rio de Janeiro – e, até dezembro, deve inaugurar mais duas em Recife. “Nosso plano é chegar a cem lojas em quatro anos e todas as novas serão compactas”, diz o CEO da Decathlon no Brasil, Cedric Burel.

O executivo diz que o modelo tradicional da rede, de megalojas em eixos rodoviários distantes do centro das cidades, distanciou a varejista dos potenciais consumidores. Burel também destaca o impacto nos custos. “A gente consegue ter um custo operacional menor e isso só é possível por causa da digitalização”, diz, sobre a possibilidade de o cliente das lojas navegar em terminais que dão acesso a cerca de 8 mil produtos. “É a prateleira infinita”, explica. “A loja perde um pouco a função de armazém e vira mais um ponto de encontro.”

Fase de testes

A Lojas Renner também adotou um novo formato, em fase experimental. Em maio, abriu uma loja de 300 m² no Shopping Villa-Lobos, na Zona Oeste da capital paulista. É a segunda unidade deste tamanho, distante da média entre 1,5 mil m² e 2 mil m² da varejista de moda, que abriu a primeira unidade nesse formato em 2021, em Garibaldi (RS).

Fabiana Taccola, diretora de operações da Renner, conta que o Shopping Villa-Lobos era um desejo antigo, mas a empresa não conseguia um espaço ideal. “Aproveitamos este momento que estamos pilotando um conceito diferente, uma loja mais digital, para entrar”, diz, sobre as unidades com a assinatura Guide Shop. Nelas, a pessoa pode navegar digitalmente pelos produtos, provar fisicamente, comprar e levar ou não a mercadoria, que pode ser enviada depois à casa do cliente.

Fabiana diz que a Renner não está reduzindo o tamanho das lojas, mas testando o modelo “figital”, que une o físico ao digital – formato que poderá servir para a rede avançar em cidades menores do interior do Brasil.

Na contramão

Diferentemente de Decathlon e Renner, a Cacau Show tem apostado justamente em lojas maiores. “Percebemos que a gente poderia levar para o consumidor uma experiência que vai muito além da compra de chocolate: ter contato com a marca, oferecer serviço e entretenimento”, afirma o diretor de novos canais e expansão da Cacau Show, Daniel Roque.

A primeira megaloja da marca foi aberta no Morumbi Shopping em agosto de 2018. Hoje são 54 megalojas com tamanho médio que varia entre 150 e 300 m², num total de 3.170 pontos de venda, incluindo os tradicionais, com 40 m². A meta é chegar a 200 megalojas até 2024.

Com as lojas-âncora tradicionais reduzindo de tamanho, Roque conta que tem recebido muitas ofertas de shoppings para ocupar essas áreas.

Essa megaloja, para os padrões da marca Cacau Show, oferece serviços e é um casamento perfeito com o novo papel que os shoppings estão assumindo, após a forte digitalização do varejo. “A pandemia chacoalhou os shoppings e os obrigou a acelerar a evolução do modelo de negócio”, diz Marinho, da Gouvêa Malls, sobre uma transformação na ideia do shopping como “templo do consumo”. “O mantra do shopping hoje é viver, comer e comprar”, afirma.
 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Bradesco compra Ictineo para entrar em contas digitais no México


Bradesco compra Ictineo para entrar em contas digitais no México

Bradescard compra mexicana Ictineo para entrar em contas digitais no México



(Por Andre Romani)

 

 

SÃO PAULO (Reuters) – O Bradesco adquiriu por meio da Bradescard México a instituição financeira Ictineo Plataforma, que atua com pessoas físicas, em passo que permitirá ao banco oferecer contas digitais no país, disse a instituição em comunicado à imprensa nesta quinta-feira.

A aquisição não teve valor revelado.

A transação permitirá o acesso à autorização regulatória para distribuir novos produtos no país, disse o Bradesco, que atualmente opera como emissor de cartões de crédito no México por meio da sua subsidiária Bradescard.

“Vamos ter a possibilidade de ampliar nossa atuação passando a ser similar a um banco digital com o objetivo de ganharmos uma presença mais robusta num mercado relevante como o mexicano”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, no comunicado.

Lazari havia dito em novembro de 2021 que o Bradesco considerava expandir suas operações de banco digital para países como Estados Unidos e México. Na ocasião, ele afirmou que a Bradescard poderia ser usada como uma plataforma para esse fim no país latino-americano.

A Bradescard administra cerca de 3 milhões de clientes de cartões de grandes redes varejistas no México, mas não possui uma licença para atuar em outras frentes de negócios financeiros – o que muda com a aquisição.

A ideia do Bradesco é posteriormente expandir a atuação no país, com planos para distribuição de produtos como financiamento de automóveis e crédito imobiliário.

“Queremos focar em uma estratégia digital para a Bradescard México. O primeiro passo será oferecer a conta digital, o empréstimo consignado e a conta de investimentos”, afirmou Alexandre Monteiro, diretor da Bradescard México, no comunicado.

Sobre a atuação com cartões, a ambição é estar entre “os maiores emissores de cartões no México”, disse o Bradesco. Para isso, o banco afirmou que buscará acordos comerciais com novos varejistas e fortalecerá o canal de distribuição digital por meio de investimentos em tecnologia.

A conclusão da compra da Ictineo está condicionada a aprovações regulatórias no Brasil e no México.

Por volta de 10:40, as ações preferenciais do Bradesco rondavam a estabilidade, enquanto o Ibovespa subia 0,65%.

(Por Andre Romani)


Imed anuncia investimento de R$ 100 milhões mirando expansão no Sul


Universidade, que passa a se chamar Atitus Educação, planeja o ingresso em novos mercados até final de 2023, olhando prioritariamente para Santa Catarina, Paraná e São Paulo 
 
 
Recursos serão destinados à inovação, inclusive no modelo educacional, e à continuidade ao plano de expansão nos próximos quatro anos
 

Prestes a completar 18 anos, em dezembro, a Imed anunciou R$ 100 milhões em investimentos até 2026, destinados à ampliação da presença no Rio Grande do Sul, para inovação no modelo educacional e à entrada em outros estados. A companhia também uma nova marca e passa a se chamar Atitus Educação. O nome, que remete à palavra atitude, traduz a proposta de valor da empresa, de seus fundadores, funcionários e alunos, explica a Imed em nota.

Fisicamente presente em Porto Alegre, Passo Fundo e Ijuí, a Atitus Educação planeja o ingresso em novos mercados até final de 2023, olhando prioritariamente para Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A expansão vem ocorrendo tanto com aquisições quanto com crescimento orgânico. Além disso, no primeiro semestre de 2023, a Atitus Educação inaugurará um novo campus, em Erechim.

Nos últimos dois anos o trabalho que se consolidou com o lançamento da Atitus Educação tem demonstrado diferenciação no mercado e fôlego para o crescimento. Enquanto o Ensino Superior do Rio Grande do Sul registrou perda de 25% nas matrículas entre os anos de 2018 e 2020, segundo o MEC, a Atitus cresceu 40%. Em 2021, a instituição concluiu a aquisição da Faculdade América Latina (FAL), de Ijuí, e em 2022 incorporou a Fasurgs, faculdade especializada na área da Saúde, de Passo Fundo, agregando ao portfólio novos cursos e reforçando ainda mais a presença na Medicina e no segmento de Saúde em geral. 

 

Plataforma educacional

 
A Atitus Educação, além de ser uma instituição de ensino, é também uma plataforma educacional pela qual os estudantes poderão trilhar dois diferentes caminhos: empreendedorismo ou empregabilidade. O suporte ao aluno ocorre por meio de mentorias de carreira e direcionamentos específicos para essas duas frentes. Entre os diferenciais da plataforma está o acompanhamento do aluno desde que ingressa no curso, passando pela avaliação e orientação para a trilha que quer seguir, com acompanhamento ao longo dos anos que permanece na instituição e além deste tempo.

Depois de formado, os egressos da Atitus serão monitorados e apoiados no desenvolvimento de suas carreiras e vidas empresariais. Para isso, a instituição contará com Head de Carreiras e equipes dedicadas a esse acompanhamento, além de tecnologias de inteligência artificial para apoiar essas jornadas. "Em salas de aulas de todos os cursos, estamos levando desafios empresariais, colocando alunos em contato com problemas reais do mundo corporativo. Essas iniciativas são semelhantes aos modelos adotados por instituições sediadas no Vale do Silício e em Israel, referências em inovação e empreendedorismo", ressalta o vice-presidente de Inovação Acadêmica da Atitus Educação, Daniel Quintana Sperb, responsável pela condução da mudança no modelo educacional da instituição.

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/imed-anuncia-investimento-de-r-100-milhoes-mirando-expansao-no-sul?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Imed+anuncia+investimento+de+R%24+100+milh%C3%B5es+mirando+expans%C3%A3o+no+Sul+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%283%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+25_08_2022


sexta-feira, 10 de junho de 2022

Unicórnio chileno de impacto social, Betterfly aposta no Brasil para escalar operaçãoa


A meta da Betterfly é chegar a 100 milhões de usuários no mundo até 2025, com o Brasil representando entre 25% a 30% desse total

 

 

 Caio Ribeiro, diretor executivo da Betterfly no Brasil (Foto: Divulgação)

 

A startup chilena de benefícios corporativos Betterfly virou um unicórnio no começo de 2022 e já tem planos ousados para sua última captação: escalar a operação no Brasil, chegando a 2 milhões de usuários nos próximos 12 meses, além de se espalhar pela América Latina.

A empresa recentemente lançou sua operação no México e ainda neste ano planeja chegar a Equador, Colômbia, Panamá, Peru, Argentina e Costa Rica. Para 2023, estão nos planos Espanha, Portugal e Estados Unidos.

A insurtech de impacto social aposta no Brasil para validar seu modelo de negócios fora do Chile, país onde foi fundada, em 2018, pelo empresário Eduardo Della Maggiora, atual CEO.

O diretor executivo da Betterfly no Brasil, Caio Ribeiro, vem estruturando a empresa desde meados do ano passado, contratando funcionários e fechando parcerias — com a seguradora Icatu, por exemplo — para colocar de pé a operação.

Como funciona a insurtech

Quando uma empresa contrata os serviços da Betterfly, seus colaboradores (tanto CLTs quanto PJs) passam a ter acesso uma série de benefícios, como aulas de exercícios físicos, meditação, telemedicina, telepsicologia, nutrição e outros incentivos ao bem-estar.

À medida que o colaborador se envolve com o aplicativo e passa a adotar mais hábitos saudáveis, ele gera "bettercoins", moedas que se revertem em doações para ONGs parceiras - no Brasil, são quatro: Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, Ação da Cidadania RJ, One Tree Planted e WATERisLIfe.

A Betterfly usa estratégias de gamificação para manter os usuários engajados, como rankings e metas de arrecadação de bettercoins.

No Brasil, a parceria com a Icatu é a "cereja do bolo". A empresa oferece aos usuários um seguro de vida, cuja cobertura aumenta conforme ele adota mais hábitos saudáveis. "Se a pessoa caminhou 5 mil passos, meditou, bebeu 1 litro de água ou dormiu sete horas, tudo é registrado, gerando incremento da cobertura do seguro de vida", explica Caio.

A própria Icatu é hoje o maior cliente da Betterfly no Brasil. Segundo o executivo, a penetração do aplicativo da Betterfly entre funcionários da Icatu é próxima de 50%, enquanto a taxa de uso de benefícios de RH, em geral, gira em torno de 15%, diz.

Novo produto: antecipação de salário

Nas próximas semanas, a empresa pretende lançar o próximo produto no Brasil: o adiantamento de salário, resultado da aquisição da startup brasileira Xerpay, em setembro do ano passado. A Xerpay é uma solução que permite aos funcionários adiantarem até 50% do salário pelo aplicativo e receberem pelos dias trabalhados até a data da solicitação, com pagamento direto na conta-corrente do colaborador via Pix. A expectativa é que o serviço esteja disponível em cerca de 45 dias, diz Caio - nesse caso, só para funcionários CLT.

"A gente começou a perceber que existia essa demanda, porque é uma dor de cabeça para o RH fazer adiantamentos. A Xerpay digitaliza o que antes era o vale-salarial. Muitos clientes nos contrataram com a expectativa de utilizarem esse serviço. Ele vai complementar nosso ecossistema", conta o executivo.

Escala e impacto social

Para a insurtech, a atratividade do Brasil se dá tanto pelo tamanho do mercado doméstico, capaz de absorver planos de escalabilidade, quanto pelos gargalos do país em áreas sociais e ambientais, explica Caio. "Pelo tamanho do Brasil e as complexidades que o país tem, para nós é uma grande oportunidade de validar a plataforma vinda do Chile e causar impacto", observa Caio.

A empresa afirma ter cerca de 50 clientes aqui - a maioria pequenas e médias empresas. "A gente consegue entrar mais rapidamente em empresas menores porque elas têm mais dificuldade em oferecer benefícios aos colaboradores. Geralmente, companhias grandes já oferecem vantagens, o que não quer dizer que não miramos as grandes também", diz Caio. No Chile, entre os 3 mil clientes, estão marcas como P&G, Samsung e Santander.

Com o aporte US$ 125 milhões (R$ 658,8 milhões) recebido em fevereiro, que elevou a Betterfly a unicórnio, a empresa pretende investir em infraestrutura e nos recursos necessários para expansão das operações, como contratações de talentos e investimento em marketing. Não está nos planos de curto prazo, por exemplo, uma nova aquisição, embora Caio se mantenha atento ao mercado.

"Estamos sempre de olho em oportunidades que possam surgir. O que a gente busca são soluções que complementem nossa proposta de valor, tanto em bem-estar quanto proteção financeira e impacto social, mas sem dúvida agora é um momento de gestão conservadora dos investimentos. Estamos mais focados em levar nosso produto e crescer de maneira orgânica do que em fazer outras compras", afirma.

A meta da Betterfly é chegar a 100 milhões de usuários no mundo até 2025, com o Brasil representando entre 25% a 30% desse total. Para os próximos 12 meses, almeja alcançar 2 milhões de usuários no país - a empresa não informou quantos tem hoje.

 

 https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2022/06/unicornio-chileno-de-impacto-social-betterfly-aposta-no-brasil-para-escalar-operacao.html