Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A Mars, dona de marcas como M&M'S, Snickers e Twix, revela,
com exclusividade ao Jornal Giro News, que encerrará as atividades de duas
marcas de arroz no mercado brasileiro. A decisão envolve a Uncle Ben's, que
possibilita o cozimento do arroz dentro de saquinhos, e a Ráris, com versões
integrais e com grãos. Em comunicado, a companhia afirma que a distribuição de ambas
as marcas será realizada até o final deste ano e a suspensão acontecerá de
forma gradativa. A Mars destaca, ainda, que seguirá investindo nas divisões Petcare
e Wrigley.
Confira, na íntegra, o posicionamento da companhia:
"A Mars Wrigley Brasil confirma que suspenderá a produção e
as vendas de suas duas marcas de arroz no país. O processo de suspensão será
feito gradativamente ao longo deste ano e a empresa estima que o mercado estará
abastecido até o final de 2023. A empresa também esclarece que a decisão não
afeta seus funcionários no mercado, que podem permanecer trabalhando na mesma
planta em outros produtos. Continuamos comprometidos com o Brasil. No futuro,
investiremos ainda mais em nossos negócios no Brasil, incluindo - M&M'S®,
Snickers®, Twix® e outros -, além das marcas voltadas para nutrição animal,
como Pedigree®, Whiskas®, Optimum® e Dreamies® e Royal Canin®."
quinta-feira, 23 de março de 2023
CONVITE SURPRESA
O embaixador do Japão no Brasil, Hayashi Teiji, confirmou que o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, convidará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão, que acontece entre os dias 19 e 21 de maio.
O convite foi confirmado nesta terça-feira. "É essencial que o Japão coopere com o Brasil em questões globais, como mudança climática, saúde e desenvolvimento", afirmou o Embaixador japonês em postagem no Twitter.
A cúpula que engloba Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá costuma convidar outras nações, mas última participação do Brasil no evento aconteceu em 2008, no segundo mandato de Lula.
SÃO PAULO (Reuters) – A rede de varejo Marisa Lojas anunciou nesta
quinta-feira que fez acordo com fundo da gestora Quadra para venda de
parte de direitos creditórios de natureza fiscal pelo valor antecipado
de 100,1 milhões de reais, segundo fato relevante ao mercado.
O valor pode ser acrescido de cifra adicional não especificada dependendo do atingimento de “determinadas métricas”.
A companhia, que contratou a BR Partners e o escritório Lefosse
Advogados para reestruturar sua situação financeira, afirmou que os
direitos são relacionados a processo judicial finalizado sobre a
incidência de ICMS na base de cálculo de PIS/Cofins.
A conclusão da operação depende de due dilligence, afirmou a Marisa Lojas, dentre outras condições.
MUDANÇA DE COMANDO
O grupo varejista tem enfrentado um período difícil, com a saída do presidente Adalberto Pereira Santos e a nomeação de João Pinheiro Nogueira Batista para o cargo. Além de Santos, outros altos executivos também deixaram a empresa, que tem sofrido para achar executivos para a companhia.
RIO DE JANEIRO (Reuters) – As discussões técnicas sobre o avanço
exploratório de petróleo de áreas na Bacia da Foz do Rio Amazonas,
leiloadas há dez anos, já se esgotaram e uma decisão agora depende do
presidente da República, afirmou à Reuters a ex-diretora-geral da
reguladora ANP Magda Chambriard.
A Petrobras e companhias como BP e TotalEnergies já investiram
centenas de milhões de dólares na região em estudos e trabalhos nos
últimos anos, mas ainda não conseguiram aval ambiental para perfurações
na bacia, que é vista como uma nova fronteira exploratória do país e
essencial para o futuro da indústria após o pré-sal.
Neste mês, o Ibama voltou a pedir informações da Petrobras em
processo de licenciamento em curso do bloco FZA-M-59, apontando que a
empresa não entregou todos os dados necessários.
Isso frustrou mais uma vez expectativas da petroleira de avanço para a
perfuração de um poço. O bloco é operado pela Petrobras desde que a BP
desistiu do ativo em 2020, em meio às dificuldades para obter a licença.
“Não tem mais o que discutir em relação a isso, 10 anos já foram
suficientes”, disse Chambriard, que estava à frente da ANP em 2013,
quando áreas na região foram concedidas em leilão, com grande competição
e ágio.
Para a especialista, “esse assunto, sob o ponto de vista técnico, já
está esgotado e precisa ser mediado pelo presidente da República, que
precisa decidir geopoliticamente o que fazer”.
A Petrobras está desde o ano passado, a pedido do Ibama, mobilizada
com grande estrutura para a realização de um simulado de emergência na
Foz, a um custo diário de 3,4 milhões de reais. A atividade seria o
último pré-requisito para a licença de perfuração, mas também ainda não
foi liberada.
O avanço na região levanta preocupações ambientais, devido à riqueza
de ecossistemas e o pouco conhecimento geológico, em momento em que o
mundo caminha para a transição energética.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou à Reuters nesta
semana que o governo anterior não fez uma análise técnica de toda a
região como deveria ter sido feita, o que dificulta a avaliação da
situação até aqui, em sua avaliação.
Chambriard, no entanto, apontou ver um impasse dentro do governo e
uma resistência do ponto de vista ambiental para que o projeto siga em
frente.
“Esse impasse, onde uma parte do governo quer e outra parte não quer,
quem tem que definir é o presidente da República. Chegamos a um ponto
que quem tem que definir isso e ser o fiel da balança foi quem teve 60
milhões de votos”, afirmou a especialista, que chegou a fazer parte da
equipe de transição do governo federal.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já disse que a
exploração da Margem Equatorial é importante para a Petrobras repor suas
reservas, embora a nova gestão da petroleira também considere investir
mais em energias renováveis.
FUTURO DA INDÚSTRIA
Para Chambriard, no entanto, o futuro da Petrobras como uma empresa
forte depende do desbravamento da nova fronteira, pois “o pré-sal não é
infinito”.
“Se o governo brasileiro pretende uma estatal forte, ele não pode
abrir mão da continuidade exploratória das fronteiras relevantes para o
país. Do contrário, você esgota um player importante em 20 anos e
depois disso o que faz com a Petrobras, que está sendo uma empresa
prioritariamente de E&P (exploração e produção)?”, disse a
ex-diretora-geral da ANP.
A Bacia da Foz do Rio Amazonas fica na Margem Equatorial brasileira,
que vai pelo litoral do Rio Grande do Norte até o do Amapá. Segundo
dados da ANP, a extensa área tem altíssimo potencial para novas
descobertas, a exemplo do sucesso exploratório alcançado nas bacias
sedimentares análogas da Guiana, Suriname e Costa Oeste Africana.
A última perfuração de poço exploratório na margem equatorial brasileira, entretanto, ocorreu em 2015.
Chambriard destacou que o campo de Tupi (ex-Lula), no pré-sal da
Bacia de Santos, atualmente o maior produtor do Brasil, já está em
declínio há dois anos.
Segundo ela, há outros campos importantes no pré-sal a serem
desenvolvidos, mas não são do mesmo porte de áreas como Tupi, Búzios e
Mero.
“Já passou da hora do Brasil se debruçar na exploração de nova
fronteira e a nova fronteira da vez é a Foz do Amazonas. Nós já estamos
atrasados 10 anos, o Brasil vai pagar esse preço”, afirmou.
“É importante que se saiba que quem está impedindo esse
desenvolvimento da Foz está igualmente contribuindo para o encolhimento
da Petrobras a médio prazo. Isso tem que ser esclarecido, porque isso é
uma escolha de governo.”
Segundo cálculos de Chambriard, a falta de um novo horizonte
relevante para a Petrobras significa que, em 10 ou 15 anos, a empresa
estará operando 90% da produção nacional e ficando com 55% do petróleo.
“É isso mesmo que se espera, é essa a política nacional que se está
construindo?”, completou.
Selic a 13,75%: quinta-feira
sob intensa pressão com a manutenção do juro básico e do comunicado do
BC (Crédito: REUTERS/Adriano Machado)
Por Fabrício de Castro
22 Mar (Reuters) – Os mercados de juros futuros, dólar e ações devem
passar por ajustes importantes na quinta-feira no Brasil, segundo alguns
profissionais, após o Banco Central ter mantido a Selic em 13,75% ao
ano e ter sinalizado a possibilidade de persistir com taxas elevadas por
mais tempo, para conduzir a inflação às metas.
Como o comunicado foi duro –ou “hawkish”, pelo termo do mercado– ao
tratar dos desafios para o controle da inflação, a visão é de que o
mercado de DIs refletirá isso, em especial na ponta curta.
“Primeiro, o mercado estava precificando um comunicado que pudesse
trazer possível indicação de corte de juros, talvez em junho. Isso não
existiu. O BC deu sinal de que pode até aumentar os juros”, comentou
Flavio Serrano, economista e sócio da BlueLine Asset Management.
Após as taxas dos contratos futuros de juros terem recuado nesta
quarta-feira, antes do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom)
do BC, a expectativa de Serrano é de que elas subam na quinta-feira, em
especial entre os contratos mais curtos.
“As taxas mais curtas devem subir, e a curva tende a perder
inclinação. Isso porque as taxas longas podem subir menos ou até cair”,
explicou. “Se as expectativas de inflação continuarem piorando, podemos
ter eventualmente o ano de 2023 inteiro com o BC parado”, alertou.
No mercado de câmbio, a expectativa é de um dólar mais fraco em
relação ao real. Além de a decisão de juros do Federal Reserve, o banco
central norte-americano, nesta quarta-feira ter aberto espaço para a
baixa da moeda norte-americana ante diversas outras divisas, a
perspectiva de uma Selic alta por mais tempo contribui para o
fortalecimento do real.
“Pelo menos no curto prazo, a sinalização do Copom é boa para o
real”, afirma o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria
Júnior. “A decisão desta quarta-feira tende a ser negativa para a bolsa e
para o dólar. No caso dos juros, haverá um aumento nas taxas curtas”,
disse.
A reação do mercado, no entanto, é apenas uma das consequências da
decisão. Faria Júnior lembra que o presidente do BC, Roberto Campos
Neto, vem sendo pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
por membros do PT para baixar a taxa básica de juros o quanto antes.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, é uma das maiores
críticas de Campos Neto. Na noite desta quarta-feira, pouco depois do
anúncio do Copom, ele usou o Twitter para criticar o presidente do BC.
“Roberto Campos, explica como empresários podem captar recursos com
os maiores juros do mundo? Como investir se o dinheiro aplicado rende 8%
reais? Você não entendeu seu compromisso com o Brasil?”, disparou.
No comunicado da noite desta quarta-feira, no entanto, a diretoria do
BC parece não ter aberto brechas claras para cortes de juros,
considerando o avanço da inflação e o cenário global incerto.
“Não dá para saber o quanto o Roberto Campos vai ser detonado, porque
o comunicado é muito duro, fala até em subir juros”, afirmou Faria
Júnior. “Mas para 2025, 2026, estão piorando as expectativas de
inflação. Então, na quinta-feira o juro curto sobe, o dólar cai, e as
bolsas caem.”
Para o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito
Santo, e a analista de macroeconomia, Eduarda Schmidt, “mesmo com a
pressão política que o BC vem sofrendo nos últimos meses, a atuação do
Copom se manteve focada no balanço de riscos e na convergência das
expectativas e ancoragem da inflação”.
Em análise distribuída após o Copom, eles afirmam que o BC deverá
aguardar a tramitação no Congresso do novo arcabouço fiscal para ter
maior convicção em relação a cortes de juros.
Supercomputador conecta-se à nuvem a partir do espaço e melhoram a vida na Terra.
por LÍDER.INC
Christine
Kretz, vice-presidente de programas e parcerias do Laboratório Nacional
da Estação Espacial Internacional dos Estados Unidos (Foto: Divulgação/Linkedin)
Quando Michael Collins espiou por um portal no módulo de comando da
Apollo 11, que orbitava apenas a lua enquanto Neil Armstrong e Buzz
Aldrin realizavam seu passeio histórico sob a Lua, ele viu um planeta
azul e branco sem fronteiras. Ocorreu-lhe que os humanos teriam um
futuro melhor se os líderes políticos também pudessem ver o mundo dessa
forma, como um globo inteiro, e aprender a colaborar.
Mas ele não seria capaz de compartilhar suas famosas reflexões com o
povo de seu país até que colocasse os pés de volta na Terra, em parte
devido à conectividade muito limitada entre a espaçonave e o controle
terrestre.
Engenheiros de software e pesquisadores de todas as empresas estão
trabalhando juntos para mudar isso com uma nova parceria que visa
melhorar a comunicação e permitir experimentos que impulsionarão os
astronautas para o espaço enquanto melhoram a vida das pessoas na Terra.
É tudo baseado em uma nova plataforma que inclui um supercomputador do
tamanho de um pequeno forno de micro-ondas que se conecta à nuvem a
partir do espaço.
“Cresci com o espaço no noticiário noturno e agora estamos de volta
com uma nova corrida espacial, movida a novas tecnologias”, diz
Christine Kretz, vice-presidente de programas e parcerias do Laboratório
Nacional da Estação Espacial Internacional dos Estados Unidos. Os novos
foguetes reutilizáveis ??tornam a exploração espacial mais acessível e
abrem para mais jogadores, diz ele, “e esse é o novo espaço. Derrubar
rivalidades e divisões”.
A organização de Kretz tem sido liderada pela NASA, através do
Congresso, para gerenciar o Laboratório Nacional dos Estados Unidos a
bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), e seu trabalho é procurar
grupos, de universidades a startups e gigantes da tecnologia, que
“farão o melhor uso possível da tecnologia para esta espaçonave, que se
tornou um laboratório flutuante que dá a volta ao mundo. ”
Remover a gravidade da equação fez uma enorme diferença para os
cientistas que pesquisam de tudo, desde motores de combustão a sistemas
de purificação de ar e tratamentos de câncer. Em seus 21 anos de
ocupação humana, a estação espacial já hospedou mais de 3.000
experimentos, de mais de 4.000 pesquisadores, de mais de 100 países.
Com mais de centenas de ideias em andamento, os cientistas precisam
de uma infraestrutura e conexão fortes para executar e acessar seus
experimentos. É isso que a nova parceria entre a Hewlett Packard
Enterprise (HPE) e a Microsoft, com o Azure Cloud and Environment
Computing, pretende oferecer.
Até agora, os dados de pesquisa coletados da estação espacial eram
transmitidos por gotículas, devido às prioridades concorrentes para a
conectividade limitada disponível. Quando os pesquisadores obtiveram
seus dados, já era tarde demais para fazer os ajustes necessários no
processo de coleta ou reagir a quaisquer surpresas que pudessem surgir
fora da influência da gravidade.
Essa conectividade restrita também pode atrasar a comunicação de
decisões críticas aos astronautas, que muitas vezes precisam esperar que
as informações cheguem ao controle terrestre e sejam analisadas e
depois devolvidas com as informações necessárias.
Isso é bastante difícil com a estação espacial, cuja órbita está a
250 milhas acima da Terra. Mas a lua está quase mil vezes mais longe do
que isso. E em sua posição orbital mais distante, Marte é um milhão de
vezes essa distância. Portanto, as missões que vão mais longe no espaço
sideral precisarão de mais poder de computação disponível para os
astronautas e melhores canais para compartilhar informações.
A HPE já havia começado a projetar supercomputadores para a NASA usar
no planejamento das missões. Então, a empresa pegou uma das centenas de
servidores de computação de alto desempenho que compõem um
supercomputador, certificou-se de que caberia em um foguete e, em
seguida, testou para ver se ele poderia sobreviver ao tremor e chocalho
de um lançamento, ser instalado por pessoas não treinadas e funcionar no
espaço, onde os raios cósmicos dispersos podem transformar o 1s em 0s
de um computador, ou vice-versa, e causar estragos no sistema.
Funcionou.
E agora, a segunda iteração, Spaceborne Computer-2, enviada à ISS em
fevereiro, incorpora a abordagem comprovada da primeira missão, com um
sistema muito mais avançado, que é projetado especificamente para
ambientes hostis e para processamento de inteligência artificial e
analítica, disse Mark Fernandez, investigador principal da HPE para o
projeto.
O Spaceborne Computer-2 é poderoso o suficiente para fazer o trabalho
de análise de dados na fonte de coleta, bem ali no espaço, com um
processo chamado computação de ambiente. É como se sua mão enviasse
informações para o cérebro e você tivesse que esperar a análise e a
resposta antes de dar o sinal para sair do fogão quente e, então, de
repente, você teria a capacidade de analisar a temperatura diretamente
com a ponta do dedo e decidisse fazê-lo para recuar imediatamente com o
calor.
Existem centenas de instrumentos na estação espacial, alguns que
coletam dados constantemente e outros que requerem streaming de vídeo
frequente. Reduzir a quantidade de dados que precisam ser transmitidos
libera esse fluxo para mais experimentos científicos.
Ainda assim, cálculos mais longos devem ser enviados à Terra para obter ajuda.
Um dos experimentos que os parceiros estão realizando, por exemplo,
atende às necessidades de saúde dos astronautas em missões espaciais
mais longas. Os efeitos no corpo humano de estadias prolongadas no
espaço não são totalmente compreendidos, portanto, a tecnologia que
permite o monitoramento frequente das mudanças ao longo do tempo é de
uma importância única.
Portanto, o experimento testa se os astronautas podem monitorar
constantemente sua saúde em meio ao perigo potencial de exposição
adicional à radiação a bordo de uma espaçonave, o que pode ser ainda
mais arriscado quando um planeta como Marte está a sete meses de viagem
sem tratamento médico. Os astronautas do experimento baixam seus genomas
e os analisam em busca de anormalidades. Eles então são comparados ao
banco de dados do Instituto Nacional de Saúde para descobrir se há novas
mutações e se são benignas e a missão pode continuar, ou se são aquelas
que estão frequentemente relacionadas ao câncer que podem exigir
atenção imediata na Terra. É o teste definitivo da telemedicina que
também é visto em locais remotos ao redor do mundo.
“O espaço está passando por um importante período de transformação.”
Mas o sequenciamento de um único genoma humano – cerca de 6 bilhões
de caracteres – gera cerca de 200 gigabytes de dados brutos, e o
Spaceborne Computer-2 recebe apenas duas horas de largura de banda de
comunicação por semana para transmitir dados para a Terra, com uma
velocidade máxima de download de 250 kilobytes por segundo. Isso é menos
de 2 gigabytes por semana – nem mesmo o suficiente para baixar um filme
da Netflix, o que significa que levaria dois anos para transmitir
apenas um conjunto de dados genômicos.
“É como voltar a usar um modem dial-up na década de 1990”, diz David
Weinstein, diretor sênior de engenharia de software da divisão Azure
Space da Microsoft, que foi criada no ano passado para oferecer suporte
àqueles que já estão no setor, integrando sua nuvem com plataformas de
satélite de outras empresas.
Portanto, a equipe de Weinstein desenvolveu a ideia de mudar o que
muitas organizações fazem agora, quando ficam sem espaço para cálculos
em seus próprios sistemas de TI e temporariamente “estouram” o
armazenamento da nuvem; é o mesmo padrão, diz ele, só que atinge a nuvem
do espaço. Quando a estação espacial fica sem espaço de computação
durante um experimento, ela automaticamente entra na enorme rede de
computadores Azure para obter ajuda, conectar o espaço à Terra e
resolver o problema na nuvem.
O Spaceborne Computer-2 pode rastrear dados a bordo, seguir o código
escrito por engenheiros para encontrar eventos ou anomalias que precisam
de escrutínio adicional, como mutações, no caso do experimento do
genoma, e então pode enviar apenas esses bits de volta para a Terra e
para Azure, em vez de trabalhar para enviar bilhões de dados. A partir
daí, os cientistas em qualquer lugar do mundo podem usar o poder da
computação em nuvem para executar seus algoritmos para análise e
decisões, acessando milhões de computadores funcionando em paralelo e
conectados por 165.000 milhas de cabos de fibra óptica, que conectam
data centers do Azure espalhados por 65 regiões ao redor o mundo.
Fernández se lembra de ter ouvido sobre as frustrações de um
pesquisador de que demoraria meses para obter seus dados da estação
espacial. Ele se ofereceu para ajudar, e a Spaceborne Computer processou
seu conjunto de dados em seis minutos, compactou-o e baixou um arquivo
20.000 vezes menor, diz ele.
“Assim, passamos de meses para minutos”, diz Fernández. “E foi então que a lâmpada apagou.”
A velocidade é ainda mais importante porque o Congresso autorizou apenas um orçamento para a estação espacial até 2024.
“Temos que fazer tudo o que pudermos no tempo que nos resta”, diz Kretz.
A HPE concluiu quatro experimentos iniciais até agora, incluindo o
envio de dados para a nuvem da Microsoft, com uma mensagem bem-sucedida
de “olá, mundo”, e tem outros quatro em andamento e outros 29 na fila,
diz Fernandez. Alguns dos testes têm a ver com saúde, como o experimento
do genoma e a transmissão de ultrassonografias e raios-x dos
astronautas. Outros estão nas ciências da vida, como analisar colheitas a
bordo para missões mais longas para determinar se uma batata de
aparência estranha está apenas deformada devido à falta de gravidade,
uma nova variável na biologia, ou está infectada com algo e precisa ser
destruída. E outros lidam com viagens espaciais e comunicações satélite a
satélite.
A atividade e a exploração do espaço têm um grande impacto na vida
diária na Terra, seja por internet banda larga ou sinais de GPS de
satélites que fornecem sinais de navegação e cronometragem, como os de
redes financeiras para que um motorista passe seu cartão de crédito em
um posto de gasolina. E as limitações das espaçonaves, que estão ficando
menores e mais potentes, mas ainda precisam ser leves e totalmente
autônomas, forçam os engenheiros e desenvolvedores a repensar as
suposições sobre seus projetos.
Isso impulsiona inovações que levam a avanços na ciência aplicada com
uma variedade de utilizações no terreno, diz Steve Kitay, que foi
subsecretário adjunto para política espacial no Departamento de Defesa
dos EUA antes de ingressar na Microsoft no ano passado para liderar o
Azure. E o impacto disparou desde que a SpaceX e outras empresas
introduziram novos foguetes, diz ele, incluindo alguns que podem ser
reutilizados, reduzindo significativamente o custo de lançamento.
“Estamos de volta com uma nova corrida espacial, movida por uma nova tecnologia.”
“O espaço está passando por um importante período de transformação”,
diz Kitay. “Em um nível histórico, tem sido um ambiente dominado pelos
principais estados e governos, porque era muito caro construir e lançar
sistemas espaciais. Mas o que está acontecendo agora é uma rápida
comercialização do espaço que abre novas oportunidades para muitos mais
protagonistas”.
O novo uso de software de código aberto, com código que é público
para qualquer programador desenvolver e personalizar, tornou mais fácil
criar programas que podem ser executados na estação espacial, diz Glenn
Musa, engenheiro de software sênior do Azure Space. E como o Spaceborne
Computer-2 tem uma conexão Azure com as mesmas ferramentas e linguagens
padrão dos computadores na Terra, ele diz, os desenvolvedores “não
precisam mais ser engenheiros espaciais especiais ou cientistas de
foguetes” para criar aplicativos para a ISS, é possível fazer isso com
as habilidades de um estudante de ciência da computação do ensino médio.
Os que trabalham na exploração do espaço hoje “nasceram tarde demais
para a corrida espacial do século passado, mas cedo demais para se
aventurar no espaço em nossa própria espaçonave”, diz Musa. “Mas assim
que conseguirmos conectar dispositivos do espaço aos computadores que
temos aqui na Terra, abrimos uma grande caixa de areia, vamos poder
fazer parte da experimentação no espaço e do desenvolvimento de novas
tecnologias que usaremos no futuro”.
“Isso não era possível antes, mas agora as possibilidades são infinitas.”
por Ricardo Scheffer é CEO da SONDA Brasil, líder regional em serviços de Transformação Digital.
Ricardo Scheffer é CEO da SONDA Brasil. (Foto: Divulgação)
Com mais de 100 milhões de usuários, o ChatGPT é capaz de inventar
receitas, criar textos acadêmicos, sugerir presentes, escrever e-mails e
planejamentos, além de diversas outras funções que a novidade consegue
executar em segundos. Criado com base em Inteligência
Artificial (IA), o novo chatbot reúne informações coletadas por
algoritmos e cria repostas aos questionamentos feitos de maneira on-line
pelos usuários. A novidade chocou o mundo, pois se mostrou capaz de
executar atividades profissionais de maneira semelhante aos humanos,
como escrever um artigo ou montar um planejamento, usando linguagem
natural. Embora o ChatGPT tenha surpreendido por sua enorme
capacidade, a novidade reacendeu uma antiga discussão sobre os limites
da tecnologia e até onde o mundo digital é saudável e benéfico para a
humanidade. Como a IA se comporta de maneira parecida a um cérebro
humano, o debate se voltou em torno da questão: as máquinas conseguirão
substituir os trabalhos humanos no futuro?
Ao falarmos de
tecnologia, sempre existem os dois lados da moeda e, assim como em todos
os casos, há vantagens e desvantagens no ChatGPT. Por sua capacidade de
reunir informações instantaneamente, a ferramenta pode ser um aliado do
ser humano no ambiente de trabalho, contribuindo para que tarefas mais
básicas sejam feitas com mais agilidade. O chat pode oferecer
respostas rápidas para questionamentos simples, permite a criação de
códigos de programação e, até mesmo, a execução de relatórios e
planejamentos. Nesse sentido, com a ajuda da tecnologia, é possível
otimizar tempo de pesquisas no ambiente de trabalho ou mesmo adiantar
algumas tarefas mais simples, além de facilitar a produção inicial de
projetos. Por exemplo, é possível que a ferramenta formule uma primeira
ideia para uma campanha publicitária e, em seguida, o profissional da
área desenvolva esse conceito. Mas, em meio aos benefícios,
entramos novamente na discussão filosófica que permeia o debate sobre
como a tecnologia pode ser uma aliada ou uma ameaça ao ser humano. É
possível afirmar que a sociedade pode se beneficiar das inovações
tecnológicas, podemos citar, por exemplo, a Revolução Industrial, que
foi um dos maiores adventos da história e deu ao ser humano a
oportunidade de usar a tecnologia como impulso para seu desenvolvimento
pessoal, intelectual e profissional. Seus efeitos positivos são sentidos
até os dias atuais, como é o caso da criação das locomotivas e estradas
de ferro, que continuam a serem usadas e aperfeiçoadas. Nesse sentido,
podemos dizer que as inovações desenvolvidas naquela época foram
benéficas para o ser humano, de modo geral. Então, ao
analisarmos as soluções que vêm surgindo no cenário atual, é preciso
ficar atento aos seus efeitos, se serão nocivos ou benignos à sociedade,
e fazer um balanço. Por isso, é importante observar a Inteligência
Artificial para conseguirmos discernir até que ponto essa ferramenta
está atuando como aliada da sociedade ou como algo que poderá ameaçar a
capacidade humana. Entretanto, analisando este cenário de
maneira mais profunda, já é possível apontar algumas brechas na
capacidade da IA, pois até o momento essas ferramentas não dispõem de
certas habilidades exclusivamente humanas, como pensamento crítico,
empatia ou sentimentos. Hoje, não se vê a possibilidade de um robô
criar, por exemplo, o planejamento estratégico de uma empresa. Além
disso, há o risco em se confiar cegamente nas tecnologias. Inclusive,
ao perguntar para o ChatGPT se ele é confiável, ele reconhece sua
passividade de cometer equívocos e recomenda uma checagem das
informações repassadas. Vale destacar ainda que, em um cenário no qual o
ser humano dependa 100% da tecnologia, suas funções cognitivas poderiam
ficar comprometidas. Se um robô está sempre disponível para resolver
seus problemas, o indivíduo pode perder a capacidade de lidar com
situações complexas sozinho. Nesse sentido, as capacidades do ser
humano, como analítica, de escrita e de comunicação, podem ser afetadas
pela falta de prática. Portanto, tendo em vista os pontos
positivos e negativos, a base para conviver em harmonia com as
tecnologias, em geral, é encontrar um ponto de equilíbrio, sabendo usar
suas qualidades, mas sem tornar-se dependente. Se o ser humano não
permitir que ferramentas como o ChatGPT tirem sua capacidade de pensar,
seu uso será benéfico. Então, parafraseando a resposta do nosso mais
novo colaborador “é importante encontrar um equilíbrio saudável entre a
tecnologia e a interação humana”.